Amanda Silva 28/01/2021Gostei muito da história, primeiro porque se trata de uma narrativa em solo brasileiro, segundo porque quem narra a as aventuras da história é um personagem não eurocentrico, fora do padrão branco ocidental - é um indígena, terceiro porque a história utiliza aspectos culturais desses povos originários, desde termos linguísticos a sabedorias espirituais e quarto mas não menos importante é a forma como personagem-narrador é colocado, a narrativa nos mostra que indígenas assim como escravizados (o livro retrata o período de colonização dos europeus no Brasil) são seres pensantes, complexos, de sentimentos e desejos, sujeitos de sua própria vida, com ideologias, verdades e paixões, mostra o que deveria ser óbvio e natural, que independente de etnia ou cultura, pessoas são pessoas que vivem de maneiras diferentes mas isso não os torna mais ou meno importante. A narrativa no início do livro não nos prende tanto mas ao decorrer da história é cativante!
Por fim, agora trazendo o lado negativo, e que particularmente me incomoda muito nas maiorias das escritas desse estilo é a romantização e enaltecimento dos colonizadores em solo brasileiro, como se a vinda deles fosse a melhor coisa que nos aconteceram, ou então que as relações trocadas entre indígenas, escravizados e colonizadores fossem amigáveis e respeitáveis, havendo apenas umas poucas "frutas podres" que queriam guerra mas que tinham um final triste, ou seja, o final feliz sempre reina nesses tipos de conto, corta-se o mal (frutas podres) e todos ficam felizes.