leosilva 15/01/2015
Um bom palavrão
Os romances TWD, de forma geral, me agradaram. Contudo, sempre tenho ressalvas a fazer, e este, principalmente merece muitas. Primeiro, o uso excessivo da palavra “porra” (só estou repetindo o que está no romance), que aparece mais vezes do que a somatória de todas as vezes que essa mesma palavra é usada nos livros do Stephen King (que eu amo). Não que eu seja puritano, nada disso, mas simplesmente porque banaliza o texto. Além disso, quando a personagem diz é uma coisa, quando o narrador (no caso o escritor) usa a palavra exageradamente, é outra. Parece que o autor odeia seus próprios personagens, e não esconde de ninguém (eles tem de ir para a porra da prisão, a porra dos zumbis, a porra sei lá de que). Há outros xingamentos que poderiam aparecer, mas os personagens falam tanto “porra” em letras maiúsculas que eu fico me perguntando quem diz isso o tempo todo (deve ser uma espécie de código, sei lá). Outro problema é o ritmo do texto. Nada acontece de interessante até uns ¾ do livro, quando a história realmente começa a andar. O começo é chato, até deprimente, depois fica muito bom, então o texto volta a ficar “barrigudo” com aquele final arrastado, para depois melhorar. Enfim, cheio de altos e baixos, muito obsceno e, no fim, fica aquela sensação de vazio. Algum engraçadinho poderia dizer: se não quer ler palavrões, procure por um romance de vampiros e anjos, mas eu já li e os resenhei e dei nota baixa também. Acho que o livro poderia ter uma narrativa diferente. Um bom palavrão pode fazer a diferença, mas no momento certo, não solto por aí. Os pontos altos do texto são a queda do governador e o destino de Lilly – o primeiro me deixou feliz, vingado, e o segundo me emocionou. De resto, só mais um livro caça-níquel que pouco diz em suas mais de trezentas páginas.