Um Livro por Dia

Um Livro por Dia Jeremy Mercer




Resenhas - Um Livro Por Dia


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claudioschamis 30/11/2009

Para os apaixonados por livros, por literatura em si será um livro apaixonante. Aqui não há suspense, mortes, investigações. Há sim amor, paixão e aventura. Um Livro Por DIa é o tipo de livro para se ler quando se tem certeza de que você leitor está procurando por uma história diferente e sem àqueles ingredientes costumeiros. Aqui você vai encontrar o dia-a-dia de pessoas que se refugiavam na famosa Shakespeare and Company que foi refundada no pós-guerra por George Whitman. Uma livraira que tinha também sua função de abrigar quem não se importasse em dormir mal, comer mal e com quem Geroge fosse com a cara e que tivessem um espírito aventureiro literário. Jeremy então nos brinda com a sua história, a sua passagem pela livraria. Seus medos, frustrações, sonhos e sua vontade de escrever e de se tornar "o cara" de George.
Gleanne 12/08/2012minha estante
Você ainda tem esse livro?




luana 21/12/2021

Entre estantes
Mais do que uma aventura em Paris sem dinheiro esse livro te leva para uma aventura em uma livraria, mas não uma qualquer, uma livraria com alma, com livros por todo lado sem respeitar a ética do "tudo organizado".
Foi maravilhoso! Recomendo muito a leitura pois o espaço é oque os leitores podem chamar de lar, os personagens são incríveis e pelo que entendi é real ESSE PARAÍSO EXISTE!!!!
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Jacy.Antunes 11/08/2023

O livreiro de Paris
37, rue de la Bucherie -75.0005 Paris: esse é o endereço da livraria Shakespeare and Company.
Aberta em 1951 por George Whitman era um ponto de encontro de leitores e escritores da língua inglesa: Henri Miller e Anais Nin , Julio Cortazar e Paul Auster eram frequentes lá.
Uma aventura socialista disfarçada de livraria : era assim que George a definia. Por mais de 50 anos, ela abrigou mais de 30000 aspirantes a escritores de todas as partes do mundo desde que eles ajudassem no trabalho, e lessem um livro por dia.
Jeremy Mercer, jornalista canadense, morou quatro meses na livraria.Ele não leu um livro por dia, mas fez um relato bastante afetuoso de George, o livreiro mais famoso de Paris.
Vale a leitura e a visita .
Marta Skoober 12/08/2023minha estante
Alguma coisa não funcionou, Jacy?


Jacy.Antunes 12/08/2023minha estante
Na verdade não é um livro, somente as lembranças daqueles meses incríveis à lá On the Road, mas sem o talento do Kerouac.


Marta Skoober 12/08/2023minha estante
Ah! Agora entendi as 3 estrelinhas. Obrigada pela gentileza em responder.




Amanda 12/05/2021

"A Shakespeare And Company é um refúgio, como a igreja do outro lado do rio"
Bom... antes de começar essa resenha, eu PRECISO contar como conheci esse livro. Já contei antes, mas não me importo.
Lá estava eu, numa biblioteca da minha cidade, totalmente em dúvida do que escolher pra ler e precisando de uma ajuda exterior. Mandei mensagem pra um amigo muito querido. Ele me pediu pra fechar os olhos e puxar o primeiro livro que tocar nas minhas mãos.
O livro foi justamente esse. Fui pra casa feliz da vida e comecei a aventura. Depois de algumas páginas, resolvi parar. O motivo era simples: eu queria aquele livro pra mim. Queria olhar pra minha estante e encontrá-lo, queria que ele fosse meu, apenas meu. Eu simplesmente sabia que ele era especial.
Fui de novo a biblioteca, devolvi o livro e optei por uma escolha mais fácil (que também gostei muito). Era difícil de encontrar a narrativa já que a última edição tinha sido em 2011, nenhuma livraria tinha e por isso tive que desistir da minha fantasia e simplesmente pedir pela internet. Assim que o pacote chegou, eu já estava aflita, queria que meu humor e estado de espírito estivessem perfeitos pra leitura, queria ter boas memórias desse livro.
Por incrível que pareça, não estive nos melhores estados de espírito essa semana, mas deu tudo certo.

Vamos a resenha!
Li alguns relatos no skoob e o melhor que encontrei foi justamente o mais curtido. Dizia algo sobre ler esse livro sem esperar o clímax, ou um grande acontecimento. Essa leitura é pra quem quer apenas ler. E é isso.
O Jeremy Mercer narra os acontecimentos que mudaram sua vida. Ele trabalhava como repórter criminal e acabou se metendo numa encrenca: um cara com antecedentes críticos o ameaçou e ele foi desesperado pra Paris. Ele já queria sair da cidade há um tempo, então esse foi o empurrão que estava faltando. Depois de algumas semanas em Paris, já sem dinheiro e perspectiva de trabalho, o Jeremy encontrou a livraria Shakespeare And Company. O autor descobriu que o local abrigava pessoas sem teto ou quem quisesse ficar por lá, e o George Whitman (dono da loja na época) exigia apenas que um livro fosse lido por dia e que os estabelecidos o ajudassem na arrumação da livraria. Essa foi a experiência.

Acho que o debate desse livro é muito mais do que a narração de uma temporada em Paris e os detalhes da livraria, etc.
É sobre perceber que a vida escolhe maneiras diferentes de acontecer. Estamos sempre englobados em algum setor; estudamos no colégio, entramos na faculdade, estudamos na faculdade, encontramos um trabalho, criamos uma família e é isso, boa sorte! Esse livro mostra que existem pessoas que fazem coisas totalmente inusitadas, viajam por lugares que eu nem sonharia e enxergam o mundo de uma forma totalmente diferente. É por isso que eu tô tão feliz por ter acabado, mas ao mesmo tempo tão triste.
A forma de escrita é muito leve, o autor é engraçado e sincero. Na minha cabeça somos amigos de anos. Enfim, leiam.
Tatyana 16/05/2021minha estante
Amanda, adorei a resenha


Amanda 16/05/2021minha estante
eu tô tão feliz por encontrar alguém que conhece esse livro


Tatyana 16/05/2021minha estante
Menina, eu escrevi um comentário enorme? Kd ele? Kkkk. Deu tilte no App, será?
Bom, eu tinha escrito que adorei a resenha e que li esse livro por uma indicação de uma amiga! Ela me indicou, falou que me enviaria por correio o livro e assim o fez. Na época, eu morava em Niterói; ela morava e mora ainda em SP capital. Amei esse livro, só o devolvi pq ela disse que era empréstimo, pois gostaria de mantê-lo pra uma releitura.


Tatyana 16/05/2021minha estante
Desconsidere essa interrogação após a primeira frase, rs. Errinho de digitação!
Ps: qual foi a tatuagem que vc fez pro A sociedade literária e a torta de casca de batata? Curiosa estou!!!


Amanda 16/05/2021minha estante
pior que não recebi, só consegui ler "adorei a resenha"
eu tenho o título em letra daquelas máquinas de escrever sabe? ta na minha costela, tenho uma história engraçada com esse livro (além dele ser incrível) e aí decidi tatuar


Tatyana 17/05/2021minha estante
Esse livro é mara mesmo! ainda hei de relê-lo!! :D




fsamanta (@sam_leitora) 11/10/2010

Eu esperava um livro sobre livros e encontrei um livro sobre pessoas. Algo bem diverso de “Lendo Lolita em Teerã” em que a literatura é ponte de acesso para o entendimento do mundo. Aqui o livro é mais objeto corriqueiro do que transcendental. O que o autor leu mal é mencionado. O que viveu e as pessoas que conheceu foram verdadeiramente as marcas. Parece que ler seria possível em qualquer outro lugar - será?
Gostei da retratação realista da vida boêmia; da sujeira e imundície evitadas em outras obras do gênero e que aqui perpassam a realidade.
Considero o título em português inadequado. Ele não reflete o verdadeiro espírito do livro já que a solicitação de leitura de um livro por dia do dono da livraria é um convite idealista e há outros ideais que ele defende com muito mais fervor do que este.
Eduardo 09/12/2010minha estante
Concordo. É mais um livro sobre pessoas que sobre livros..mesmo assim , adorei !




Júlia 20/08/2010

Você vai querer conhecer a livraria
Recomendado pela minha amiga Luluzinha, conta a história de um jovem repórter canadense, que meio sem rumo da vida (sim, jornalistas sempre vivem em crise)parte rumo a Paris. Grana curta (sim, jornalistas nunca têm dinheiro) ele consegue abrigo na tradicional livraria Shakespeare & Company, com a condição de ler um livro por dia.
A descrição da livraria vai fazer você correr pro Google pra procurar fotografias. Entre estantes repletas de livros desorganizados, camas. Leitura muito agradável. A história é real e te leva por gostosos passeios à margem do Sena. Quem for a Paris depois de ler, deve visitar a S&C. Fica em frente à Notre Dame. Imperdível.
Ah, a livraria em questão é citada no livro Paris é uma festa, de Hemingway. Era um dos pontos de encontro dos escritores.
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Alexandre Marchito 04/01/2011

Não perca seu tempo.

Caso tenha outro livro para ler não perca seu tempo... o livro se resume a capa ou orelhas.

Infelizmente nem mesmo o personagem leu “UM LIVRO POR MÊS”.

“Não ler é pior que não saber ler.” – George, dono da Livraria Shakespeare and Company — ncentivava aos moradores da Livraria ler um livro por dia. Olhe que quem tentou escolhia livros bem fininhos ou peças de teatros para atingir a cota. Só que nosso personagem passou muito longe da meta. E os outros “moradores” também.

Os participantes do SKOOB leem muito mais.

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MSaverna 12/03/2023

Sensacional!
Amo ler e amo livros!
Meu desejo de ler este livro veio do título:
? Um livro por dia?.
Não imaginava o que vinha pela frente! A leitura deste livro sensacional me instigou a querer ler mais e mais!!!! É incrível o MUNDO que se abre e que passamos a conhecer através dos livros!!!!
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Nat 29/04/2023

Eu nao sabia exatamente o que esperar desse livro. Na verdade, para esse tema, eu fui atrás do livro sobre a história da Shakespeare and company, mas não consegui achar, e como esse apareceu nas minhas recomendaçoes, fui atrás. E não me decepcionei. O autor fala de sua vida antes, durante e depois de sua breve permanência na livraria, e nesse durante ele narra na só o surgimento da livraria, mas o objetivo por trás dele, e como funcionava viver dentro dela. Me deixou com muito mais vontade de conhecer o lugar um dia. Leitura leve, bem para quem é apaixonado por tudo relacionado a livros.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com/2023/04/um-livro-por-dia-jeremy-mercer-dll-2023_17.html
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Coruja 26/03/2013

O livro desse mês do Clube do Livro era um que fazia tempo que eu queria ler – na verdade, queria ter lido no ano passado antes de viajar, mas agora tá valendo também, porque descobri que estarei em Paris de novo esse ano (ISSO!!!), em agosto, de forma que poderei visitar mais uma vez a livraria, dessa vez conhecendo a história por trás dela.

Jeremy, o autor, era um ferrado na vida. Sério, os capítulos iniciais em que ele conta sua fuga do Canadá são um desastre atrás do outro. Tendo começado como um jornalista policial, se meteu com drogas, escreveu um livro sobre um ladrão que lhe tinha contado suas memórias e pedido expressamente para que ele deixasse certos detalhes de fora - que ele obviamente não deixou -, o que resultou em ameaças de morte e uma desastrada decisão de recomeçar a vida sem quase dinheiro, do outro lado do mundo, o mais distante possível da confusão que ele tinha gerado.

É assim que ele vai para em Paris, e, cá entre nós, a despeito da merda em que se meteu, eu não acho que Jeremy poderia ter se saído melhor do que indo para em Paris. E, por uma série de coincidências, uma baita chuva e nenhum lugar para se abrigar... ele termina conhecendo a livraria Shakespeare and Company.

Eu estive nessa livraria, mas não num domingo... não sei se o hábito de tomar chá e oferecer sopa ainda existem na livraria (vou descobri-lo quando passar por lá de novo...). O fato é que a descrição do lugar, do clima, das pessoas, da bagunça, por mais bizarra que possa parecer, por mais que soem como uma festa do Chapeleiro Maluco (e entre o poeta, o homem de toga e o pirata, vamos concordar que não fica em nada a dever a Alice...), tem um espírito tão legal, tão fantástico - e ele soube descrever tão bem essa passagem - que você deseja desesperadamente estar lá.

Nem todo mundo gosta da Shakespeare and Company. A Carol, quando fomos, se sentiu um pouco mal lá dentro, especialmente no térreo, porque é um lugar apertado, entulhado de livros, quase claustrofóbico e bastante labiríntico. Parece ser pequeno, mas você acaba se perdendo lá dentro, porque as pilhas de livros que estão por todos os lados acabam formando corredores disfarçados e você simplesmente não sabe para que lado ir.

O primeiro andar é mais aberto e tem um espaço de livros infantis com uma caminha ao lado de uma outra sala onde fica um piano - que qualquer um que entre e saiba tocar pode chegar, se sentar e começar a fazer música (quando eu estava lá, chegou uma pessoa e começou a tocar). Pela janela, você tem uma vista linda de Notre-Dame e outro cubículo meio escondido com uma máquina de escrever, luzes de natal (tipa pisca-pisca, mas sem piscar e só uma cor) decorando a entrada. Você se senta ali e por todas as paredes, até o teto, há pedacinhos de papel pregados - uns com esparadrapo, outros com adesivo, alguns até com chiclete, todos louvando a idéia da livraria, dizendo o quanto aquele lugar é mágico.

Eu não sei se quando fui tinha algumas salas fechadas ou se o mundaréu de gente que se enfiou lá dentro quando começou a chover (sim, eu estive lá num dia de chuva, como o Jeremy...) acabou me impedindo de enxergar o que havia, mas não encontrei um segundo andar (descobri agora lendo esse livro que há três pisos contando com o térreo, então perdi alguma coisa...) nem a fonte de desejos...

Terei de procurá-los agora, não é verdade?

Aqui vai um resumo da história da livraria se você nunca ouviu falar sobre ela: antes da Segunda Guerra, Sylvia Beach abriu a Shakespeare and Company, uma livraria que servia quase como segunda casa para autores como Hemingway, Fitzgerald e Gertrude Stein e que levantou o dinheiro para que James Joyce publicasse Ulysses. Os nazistas, ao ocuparem Paris, fecharam a livraria (que ao seu ver talvez fosse um antro de possíveis revolucionários), mandando Sylvia para um campo de concentração.

Quando os Aliados entraram em Paris, o próprio Hemingway, que estava com o exército, liberou o lugar, mas Sylvia nunca mais quis saber de dar continuidade ao trabalho.

Após sua morte, na década de 60, George Whitman (que não tinha nenhum parentesco com o poeta Walt Whitman, ainda que seu pai se chamasse Walt Whitman...), que já tinha uma livraria próxima ao lugar em que aquela outra já mítica, rebatizou o lugar e assim tivemos a segunda Shakespeare and Company, que é a loja que ainda existe hoje e você pode visitar ao passar por Paris.

George Whitman era um comunista confesso e parte da razão de ter deixado os Estados Unidos pela França foi o início da perseguição às bruxas dos tempos da Guerra Fria. Sua livraria era um misto de biblioteca e hotel: se você não tivesse dinheiro, podia pegar o livro emprestado e se fosse um escritor precisando de pouso, havia camas e mais camas pelo lugar para poder se abrigar – um refúgio pelo qual Whitman não cobrava nada.

As únicas condições eram auxiliar com alguns serviços da loja vez em quando e ler um (bom) livro por dia.

Foi nesse lugar e nessa companhia que Jeremy – nosso autor – reencontrou as próprias pernas e pode se firmar na vida novamente: de um fracassado e quebrado jornalista fugitivo para um autor internacional com muitas memórias e histórias para compartilhar.

Se você pretende ir a Paris algum dia, leia esse livro e depois visite a Shakespeare and Company. Se você não é do tipo que gosta de viajar ou não está podendo planejar futuras jornadas para além do Atlântico, leia assim mesmo. É uma história fascinante, sobre um lugar fascinante, que vale muito, muito à pena conhecer.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Profe Ariely 26/09/2022

Talvez o título em português não condiz tanto ao livro em si. Iniciei a leitura com uma expectativa e o que li é surpreendente maior!
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Romeu Felix 27/05/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
Introdução:
"Um Livro por Dia: Minha Temporada Parisiense na Shakespeare and Company", escrito por Jeremy Mercer e publicado em 2007, relata a experiência do autor ao passar uma temporada na famosa livraria Shakespeare and Company, localizada em Paris. Neste livro, Mercer compartilha suas memórias e aventuras enquanto vive e trabalha em um ambiente repleto de livros e histórias.

Resumo do conteúdo:
O livro é uma mistura de memórias pessoais, relatos de encontros com escritores renomados e uma reflexão sobre a importância das livrarias independentes.

Capítulo 1: Uma Livraria na Cidade das Luzes
Mercer introduz a Shakespeare and Company, uma icônica livraria parisiense conhecida por seu ambiente acolhedor e sua atmosfera literária. Ele descreve suas primeiras impressões e seu encontro com o proprietário, George Whitman.

Capítulo 2: Trabalho, leitura e amizade
O autor relata suas tarefas diárias na livraria e como sua paixão pela leitura e pela literatura é alimentada pelos encontros com escritores, leitores e outros funcionários da Shakespeare and Company.

Capítulo 3: Encontros com escritores
Mercer compartilha suas experiências ao conhecer e interagir com renomados escritores que frequentam a livraria. Ele narra conversas com autores como Paul Auster, Allen Ginsberg e Anaïs Nin, explorando o impacto desses encontros em sua vida e em sua visão da literatura.

Capítulo 4: A vida na Shakespeare and Company
O autor descreve as peculiaridades da vida na livraria, como os alojamentos improvisados, os eventos literários e a atmosfera boêmia. Ele explora a importância das livrarias independentes como espaços de encontro cultural e refúgio para amantes da literatura.

Capítulo 5: Reflexões sobre livrarias e leitura
Mercer reflete sobre a importância das livrarias independentes na era digital e discute o papel da leitura como uma atividade enriquecedora e transformadora. Ele compartilha sua paixão pelos livros e o impacto que a Shakespeare and Company teve em sua própria jornada como leitor e escritor.

Conclusão:
"Um Livro por Dia: Minha Temporada Parisiense na Shakespeare and Company" de Jeremy Mercer, publicado em 2007, é um relato envolvente e apaixonado sobre a experiência do autor em viver e trabalhar na icônica livraria parisiense. Com 320 páginas e escrito em português, o livro oferece uma visão íntima da vida literária em um ambiente repleto de livros, escritores e leitores. Mercer compartilha suas memórias, encontros e reflexões, destacando a importância das livrarias independentes como espaços de encontro cultural e celebração da literatura. Ao longo da obra, o autor nos lembra da magia dos livros e do poder transformador da leitura, convidando-nos a explorar e valorizar o papel fundamental das livrarias em nossas vidas.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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morganarosana 17/04/2013

Não é exatamente um livro por dia, mas...
Estava pra fazer resenha deste livro faz um tempão. Já que ele foi a leitura do mês de Março do Clube do livro. Como estou fazendo só agora, creio que minhas idéias e opiniões não estarão tão mais frescas.
Shakespeare and Company é uma livraria histórica fundada em 1919 por Sylvia Beach, na mesma época em que a 1° guerra mundial e da efervescência cultural européia que tinha Paris como sua capital mundial. Sendo assim, a livraria se tornou ponto de encontro para escritores vindos dos EUA e do Reino Unido em busca da vida boêmia parisiense. Gente como F. Scott Fizgerald, Gertrude Stein, Ezra Pound e Ernest Hemingway, que até mesmo citou a livraria em um de seus livros mais conhecidos: Paris é uma festa.
A livraria também foi responsável pela publicação da Bíblia dos pseudo-intelectuais do livro mais prestigiado de James Joyce, Ulysses, quando nenhuma editora queria publicá-lo.
Esta livraria deu seu último suspiro em 1941, quando os nazistas ocuparam Paris. Pelo que sei, você pode ler mais sobre esta primeira livraria na autobiografia de Beach, Shakespeare and company - uma livraria no entre guerras.
Quase uma década depois, uma livraria semelhante foi inaugurada. Ela também era dirigida por uma americano que se erradicara em Paris, mas primeiramente se chamava Le Mistral. George Whitman (não ele não era parente do poeta Walt Whitman, que por acaso, era homossexual), era filho de uma família tipicamente americana que resolveu sair explorando o mundo, ao invés de tornar-se editor e professor de ciência, como pai. Sua vida, aliás parece um romance, e me lembra muito o Eugenio Barba, encenador do grupo Odin Teatret, que também saiu pelo mundo depois da morte do pai autoritário e foi parar na Dinamarca.
Só em 1964, nos 400 anos da morte de Shakespeare e 2 anos após a morte da antiga detentora do nome, de quem era admirador, ele conseguiu mudar o nome de sua loja para o que conhecemos hoje.
Esta livraria também foi visitada por muitas personalidades da época como Henry Miller e Anaïs Nin - com quem, especula-se, teve um caso com George. E também por poetas da geração beat: Burroughs, Guinsberg,... Adepto da ideologia marxista, deixava que escritores e aspirantes a escritores passassem uma temporada em sua loja e até mesmo morassem lá.
É aí que entra nosso narrador da história. Jeremy Mercer era um repórter canadense que tinha um trabalho árduo no jornal local de sua cidade na sessão policial. Aproveitando as várias histórias com qual tinha contato, e as pessoas que acabava conhecendo por causa de sua profissão ele também publicava livros com relatos criminais. Um belo dia, ele se indispôs com um ladrão do qual ele era chegado, revelando o nome e detalhes sobre seus crimes que lhes foram confidenciados pelo mesmo. Jurado de morte, ele teve que fugir de sua terra natal e tentar se estabelecer em outro país.
Só que não deu mais sorte em Paris do que no Canadá. Sem emprego a vista, seu dinheiro no fim e quase sendo despejado do quarto onde morava. Ele saiu sem rumo pelas ruas da cidade luz, onde acabou entrando na citada livraria, e dando de cara com um chá tão maluco quanto o de Alice, tradição de domingo na Shakespeare and Co. É a partir daí que ele começa sua estadia na loja e acaba fazendo parte da distinta comunidade da livraria.
A narrativa de Mercer sobre sua rotina maluca na livraria (que não tinha nem mesmo um banheiro decente) e sobre as pessoas que ele encontrou lá é envolvente, maluca e até mesmo emocionante. Eles conseguem criar realmente uma maneira de viver singular lá dentro. Se não a melhor, pelo menos, da melhor maneira que conseguem sem nenhuma grana no bolso e provavelmente sem nenhum destino traçado. Entretanto, apesar desta narrativa em primeira pessoa ser inicialmente sobre a vida de Mercer e sobre sua temporada parisiense, o verdadeiro protagonista é George. Ou pelo menos, a sua figura como idealizada por Mercer. Ele realmente parece ter a vida de um herói de um romance, e mesmo com sua idade avançada parecia ligado no 220, sempre em movimento. George é competente, persistente, engraçado e até mesmo meio maluquinho.
Achei que, mais uma vez, a tradução brasileira do título do livro pecou em fidelidade ao tema e às intenções do livro, e pecou feio. E a sinopse também não ajudou muito. Segundo a sinopse George exigia aos seus hóspedes que lessem "ao menos um livro por dia". Isto não é verdade. Isto era apenas sugerido a eles. E mesmo Jeremy, cita dois ou três livros durante a narração toda, mas nunca diz que conseguiu cumprir a meta. Imaginem, ler Guerra e Paz, Os miseráveis, Ana Karênina, etc. em um só dia? Impossível. Desumano.
O título original - Time was soft there - se refere aos presidiários da segurança máxima que se referiam ao tempo que lá passavam por hard time (tempos difíceis, duros), e os de regimes mais brandos, como o semi-aberto de soft time. Um título bem mais apropriado, que não precisava nem do enorme subtítulo. (Obrigada, Flávia)
Não tenho medo de dizer que gostei bastante do livro, que dificilmente livros de não-ficção conseguem ser tão envolventes, ou mesmo tão descompromissados com qualquer tipo de mensagem ou recado a ser passado para o leitor. Fico feliz de ter passado quase quatro dias inteiros escaneando o livro para que as outras pessoas do clube também pudessem lê-los. Ele realmente valeu a pena.

Só a título de curiosidade. Nos dias atuais e depois da morte de George em 2011 (sorry, mas isto não é spoiler) a livraria é comandada por sua filha, Sylvia - que tem este nome não exatamente por causa da dona da primeira loja - e ela tem cara de uma daquelas divas de cinema antigo.

resenha originalmente posta em: www.estranhomundinhoinsano.blogspot.com
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