O Acrobata Pede Desculpas e Cai

O Acrobata Pede Desculpas e Cai Fausto Wolff




Resenhas - O acrobata pede desculpas e cai


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barbaranicolle 28/05/2023

Delírios da realidade
Caraca, que grata surpresa!!! Li este livro por indicação do escritor Caê Guimarães (do livro Encontro você no oitavo round) e não esperava encontrar tanto!

A cada página eu ficava mais sem fôlego e incrédula pela habilidade do autor de contar sobre o declínio de um homem de forma tão poética. Com certeza é um dos favoritos do ano e procurarei mais livros dele.

O personagem principal é alguém que já está tão descrente da vida que a história gira em torno de sua queda e não-vida, e como estamos ali, bem na beirada de nos encontrarmos no fundo do poço. Uma grande crítica à sociedade que vivemos, sem empatia e feita de humanos-máquinas.

"Deus me faltou quando lhe pedi que me transformasse num cachorro como os outros. Deus condenou-me à humanidade."
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Zeka.Sixx 17/07/2020

Uma vida na corda bamba
Nesta marcante e ácida novela, lançada originalmente em 1966, Fausto Wolff narra um dia na vida de um protagonista sem nome, um sujeito por volta dos trinta anos, desiludido com a vida e com as convenções sociais, que está sempre pulando de emprego em emprego (os quais ele odeia), sem um tostão no bolso.

Rejeitado pela mulher e com um filho recém-nascido, o anti-herói tenta, tal qual um acrobata ao qual o título do livro faz referência, equilibrar-se entre permanecer agarrado às suas convicções utópicas e escapar ileso daqueles tantos que se sentem ofendidos ou atingidos por sua atitude niilista.

Com muita ironia e sarcasmo, Wolff nos apresenta um relance do cotidiano de seu protagonista sem nome, um cara que identificou tudo o que há de podre na sociedade contemporânea e na raça humana, mas que está simplesmente cansado demais para continuar lutando, preferindo ficar à deriva, solitário, entre surras, humilhações e porres constantes.

É daqueles livros que, pela pungência de suas palavras e pela acidez de suas críticas, impactam e são capazes de mudar a vida de um leitor ainda jovem, ainda em formação, tal qual outros clássicos como "Trópico de Câncer", de Henry Miller, ou "Pergunte ao Pó", de John Fante. Ainda, é um livro que certamente sofreria muito com o "raio problematizador" em uma releitura atual, tendo em vista o machismo e até mesmo o racismo demonstrados pelo protagonista em determinadas passagens.

Curiosamente, identifiquei no protagonista - em suas atitudes e sua maneira "foda-se" de encarar a vida - várias nuances de Max Califórnia, o personagem principal do meu romance "A Era de Ouro do Pornô", muito embora eu sequer sonhasse em ter lido a obra de Fausto Wolff quando escrevi o livro, lá em 2015. Mas consigo imaginar tranquilamente esses dois anti-heróis tomando um belo porre juntos em uma mesa de boteco.
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Aymee2 22/01/2013

Uma visão do fundo do poço
Com esse livro acho que cheguei perto de entender o que se passa na cabeça dos bebados que vejo nas ruas.

O personagem narra sua vida miserável em busca de uma razão para existir e acusa a sociedade por aquilo do qual ele não consegue ser:um sujeito normal,bem sucedido que corra atras de dinheiro.
é um personagem desprezível e miserável,mas impossível não se identificar com alguns de seus questionamentos e se deixar levar pelo seu pensamento de louco perdido no mundo.Uma boa critica contra a sociedade atual e qual nossa importância nisso,qual o nosso lugar nas "engrenagens".
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E. Dantas 07/09/2011

Tenebroso
Primeiramente a explicação das cinco estrelas: Não tem.
Sou muito, muito fã de Wolff. Ele, além de ser meu autor favorito é um ser humano de extrema capacidade auto-defensiva. Ele viveu pra debater seus ideais com todas as forças possíveis e impossíveis. Como? Escrevendo sempre a verdade. Não qualquer verdade, mas a sua. E talvez seja por isso as cinco estrelas.
O Acrobata pede desculpas e cai. Por que vivemos numa eterna corda bamba entre certo e errado, crença e dúvida, bem e mal, coletivo ou solidão. Pois bem...aqui está o relato de quem desistiu de se equilibrar, ou, por uma perspectiva mais audaz, caiu, mas optou por qual lado.
O resultado disso não é nem um pouco inédito, afinal essa é a condição da loucura. Mergulhar em suas próprias convicções sem um equilibrio com o mundo em que se vive.
O diário desse anônimo cidadão é tenebroso e intrigante. Diria até que seria necessário um atestado de sanidade mental para se comprar esse pequeno livrinho-bomba, por que talvez você se enxergue nele, de cima da sua corda, e talvez você queira enxergar melhor, e talvez você se estique demais, e talvez você caia.
Leia com cuidado.
Beijos e inté.
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