priscila.wenzel 22/02/2018Bom!
Carter que nos foi apresentado no livro anterior, é o melhor amigo de Bliss e ainda está tentando lidar com seus sentimentos por ela. O que fica bem difícil quando ele encontra a amiga com Garrick e se depara com o quanto os dois estão felizes e apaixonados.
Um dia numa cafeteria, após um desses encontros, ele fica observando uma garota de cabelos vermelhos e repleta de tatuagens. Carter pensa em como ela parece ser forte, destemida e tão diferente dele ou dos tipos de garotas que ele se interessa, vulgo, Bliss.
Então é uma grande surpresa quando essa mesma garota se aproxima da mesa dele e lhe faz uma proposta: fingir que Carter é namorado dela.
A garota ruiva de personalidade forte, cheia de atitude e tatuagens é Mackenzie, ou Max como ela prefere ser chamada. Apaixonada por música, Max sofre por não ter a aprovação de seus pais. Eles simplesmente não aprovam suas roupas, seus cabelos, piercing e nem sonham com as tatuagens que cobrem o corpo da filha e que ela sempre esconde com roupas de manga cumprida e gola alta, na presença deles.
Quando Max descobre que seus pais estão na cidade de surpresa, querendo conhecer o cara que ela está namorando, Max quase surta. Quando seu namorado de verdade vai embora e ela vê Carter lendo sozinho em sua mesa, uma ideia maluca se forma em sua cabeça.
Carter como bom ator e cansado de fingir que está feliz com sua vida, feliz pela amiga estar apaixonada, resolve aceitar a proposta de Max e se passar por seu namorado. Uma forma de acabar com a imagem de bom moço que ele e todos que o conhecem fazem dele.
E como era de se imaginar os pais de Max simplesmente se apaixonam por Carter, sua inteligência, seu estilo e educação. O que deixa Mackenzie irritada e fascinada ao mesmo tempo.
“Ele tinha um jeito de acabar com a minha raiva que era mais do que frustrante. Ele pôs o braço no encosto da minha cadeira e se virou pra mim. Minha bolha de proteção estourou, entre o braço na minha cadeira e o outro sobre a mesa diante de mim, sentindo-me cercada por ele. Seus olhos de caramelo estavam bem ali, e o cheiro de colônia, picante e doce, tomou conta do meu olfato. Eu realmente deveria ter me afastado. Não deveria admirar os cílios dele novamente... Sirenes soaram em minha mente, mesmo fechando os olhos. – Max.”
O encontro da tão certo que os pais de Max exigem ver Carter de novo e por isso o que deveria ser apenas um único encontro, acaba se estendendo.
Enquanto são obrigados a fingir que ainda são namorados, Max e Carter se veem obrigados a lidar com seus conflitos internos. Ele a insatisfação com a própria vida e ela com seu namorado de verdade, que parece não se importar com ela e toda a mentira que ela tem que criar sobre si mesma para ter a “aceitação” de seus pais. E no meio de todos esses conflitos, eles começam a se gostar.
“Não havia gravidade entre eles, não como havia entre nós dois. Por mais que tentássemos nos manter longe um do outro, sempre acabávamos nessa situação. Pensei que exercia aquele tipo de atração com a Bliss, mas agora via como estava enganado. Teríamos sido perfeitos juntos, outro passo na minha busca pela vida certa. Era por aquilo que eu estava apaixonado, não pela minha amiga. Bliss era exatamente o que eu achava que queria. Uma amizade que virou algo mais. Amorosa e afetuosa. Doce e segura.
Max me matava de medo. E era tão melhor... – Cade.”
O problema é que Max não acredita que Carter a escolheria de livre e espontânea vontade, ela acha que ele está ali apenas lhe fazendo um favor. Carter por sua vez, está acostumado a deixar as pessoas partirem de suas vidas, a não lutar por elas. E essas inseguranças, essa falta de diálogo entre eles e coragem acaba ferrando com os dois.
“Eu me sentir surpreendentemente insensível, como uma ferida que fora cauterizada. Talvez aquilo doesse mais depois. Ou talvez eu apenas estivesse aprendendo que até mesmo as coisas boas do nosso passado pertenciam apenas ao passado. – Cade.”
Apesar de ter gostado da história, Max e Carter ao meu ver, não tem a química que Garrick e Bliss, talvez tenha sido por isso que eu tenha demorado muito mais para acabar esse livro do que o anterior. A única coisa que gostei nesse livro e que não tem em “Perdendo-me” é a forma da narração. Em Perdendo-me apenas Bliss narrou a história, enquanto neste livro os capítulos se intercalaram entre os pontos de vista de Carter e Max. Ponto para este livro.
O problema é que na maior parte da história os dois ficaram com medo de assumir o que sentiam e mesmo quando assumiram um fugiu do outro.
Também odiei o comportamento dos pais da Max, querendo enquadrar a filha em um padrão de perfeição que não existe, querendo que ela fosse como a irmã dela e não apoiando a filha, suas escolhas e quem ela era. Pelo contrário, os pais de Max viam sua paixão por música, como algo desnecessário, fútil e sem importância. Dando a entender que a filha deveria amadurecer e partir para algo realmente significativo.
Então fiquei feliz quando Max finalmente deixou de ter medo de quem ela era perto dos pais e se revelou para eles. Nesse momento ela ganhou vários pontos comigo.
É uma leitura que eu indico, mas já alerto que infelizmente, na minha opinião, não foi tão bom quanto o primeiro livro. Eu particularmente achei que ia gostar mais.