Resenhas - Pela bandeira do paraíso

Rafa 01/04/2021

Fé x Razão
O livro abrange os efeitos desencadeados pelo extremismo religioso, comum em todas as religiões. A reflexão mais importante fica por conta da escolha entre o conforto crítico que a religião proporciona e a responsabilidade inerente à liberdade.

Laís 09/10/2016

Em Pela Bandeira do Paraíso, o jornalista Jon Krakauer entra no mundo da religião Mórmon - como foi criada, seus presidentes, seguidores, diretrizes e o mais importante para que possamos entender o crime discutido ao longo do livro: a poligamia, ou como também é conhecido, o casamento plural.

A poligamia nada mais é do que a crença de que o homem, como verdadeiro filho de Deus, deve - por obrigação - casar-se com o maior número de mulheres e procriar, povoando o novo mundo com os verdadeiros filhos do Senhor, aqueles que possuem em sua religião as verdades divinas. A mulher, na crença fundamentalista da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, é completamente submissa as vontade de seu marido; o homossexualismo é o maior pecado que se pode cometer e, a cor negra, é vista como punição aos homens. Nessa religião, Deus possui comunicação direta com seus adeptos - muitos recebem "revelações" Dele, das quais aceitam e efetuam sem questionamento.

Você consegue imaginar uma religião com esses princípios, com milhares de seguidores, vivendo no meio dos Estados Unidos? Aonde o que eles lutam e proclamam bate de frente com a Constituição pro próprio país? Mas se eles vivem sob suas próprias regras, como pode o Estado querer enquadra-los em julgamentos dos quais eles não acreditam?

Jon Krakauer irá trazer para o leitor um questionamento a respeito das divergências de leis em que os mórmons vivem e às quais, segundo o Estado, deveriam viver, sob o contexto do assassinato cometido pelos irmãos Lafferty - por uma revelação de Deus, os irmãos assassinaram brutalmente a cunhada e sua filha bebê.

Particularmente, tudo que esse autor escreve é incrível, portanto foi uma leitura muito prazeirosa. Indico muito pra quem tem curiosidade sobre o tema ou quem gosta de estudar um pouquinho sobre religião e mente humana. Diversas vezes precisei engolir meu etnocentrismo, porém Jon Krakauer nunca me decepciona.

julia 04/11/2022

Bastante informativo sobre a história mórmon e as principais diferenças nas crenças dos fundamentalistas. O verdadeiro aspecto do crime não foi exatamente o que eu esperava - Krakauer aborda vários crimes cometidos em várias comunidades - mas ainda assim muito interessante.

Eu li isso principalmente em áudio (em Inglês) e a narração foi ótima!

IvaldoRocha 24/09/2014

Para o que o livro se propõe é perfeito.
Excelente leitura para quem quiser ter uma boa ideia da religião Mormon, nascida nos Estados Unidos, numa época recente comparadas às demais religiões e extensamente documentada desde o seu início.
Surpreendente do começo ao fim, o livro aborda não só as questões religiosas, mas como elas se sobrepõe às questões legais. Até que ponto o direito a religião pode ferir a constituição americana e por qual razão isto é tolerado?
A partir de um crime ocorrido em 1984 no estado de Utah se desenrola um relato espantoso sobre a cultura Mormon, suas visões messiânicas, violência selvagem e uma fé inflexível.
Também aborda as diferentes facções existentes, com destaque para os fundamentalistas, que em nada diferem de qualquer religião fundamentalista hoje existente.

Kethlyn 03/07/2017

A prerrogativa é ótima, o tema leva a reflexão do envolvimento religião-cultura-politica (especificamente a religião Mórmon) e impacta bastante. Mas acho que poderia ter menos delongas. Ao meu ver, chega um determinado ponto que vai se tornando um pouco repetitivo. Ainda sim, vale a pena.

Patricia665 01/10/2022

Mais um show de Jon Krakauer
Ainda não tive uma leitura de Krakauer que tenha me decepcionado! Ao abordar um crime covarde e chocante cometido sob os auspícios de ser uma "revelação divina", o autor desvenda as raízes do mormonismo nos EUA, a única religião genuinamente norte-Americana. Desde a "fundação" com Joseph Smith até os dias atuais (2001-2003, época da escrita e lançamento do livro), Jon Krakauer vai mesclando a vida dos assassinos - Ron e Dan Lafferty, irmãos que eram cunhados e tios das vítimas) com a história da própria religião, que inclui muito derramamento de sangue e uma briga voraz pelo o que os religiosos chamam de "direito" de exercer sua religião. Foco especial nos fundamentalistas religiosos que, por sua fé, podem cometer as maiores atrocidades. Excelente para compreender especialmente a mente do ser humano, muito mais do que sua religiosidade.

Mari356 15/02/2024

O mormonismo e o fundamentalismo a fundo
Tinha o livro há tempos e tinha curiosidade de ler. Saber que iria virar série me fez pegar meu primeiro Krakauer!
Gostei muito da escrita do autor, ele se aprofunda muitíssimo na história que conta. Volta aos primórdios da religião e nos faz um relato encantador de toda sua pesquisa.
Tem momentos um pouco cansativos, mas no geral me fascinou.
Krakauer aborda as atrocidades mais escabrosas e ainda consegue ser respeitoso com quem não tem nada a ver com os crimes. Sim, no plural, porque são diversos os crimes cometidos em nome da fé.
Gostei particularmente da abordagem que ele traz quando ele apresenta os relatos dos psiquiatras que versam sobre religião x loucura.
Recomendo!

Yara 07/01/2012

Gostei
Jon Krakauer continua o mesmo... É chato lê-lo porque ele levanta tantas histórias em suas pesquisas, que fica muito difícil acompanhar o quem é quem no momento da leitura. Mas esse livro é excelente para conhecermos um pouco mais sobre o mormonismo e o mormonismo fundamentalista, que aparece no NatGeo e levanta tantas dúvidas, inclusive sobre como eles se sustentam financeiramente. Essa é uma das muitas dúvidas que eu tinha e que Krakauer responde lindamente.

Davi A. 24/01/2023

Bom, mas cansativo!
Li quase tudo de Krakauer. Infelizmente, ?Pela Bandeira?? é cansativo e a leitura chega a ser soporífera em alguns momentos. De todo modo, a obra é muita detalhista e nos abrem os olhos para o extremismo religioso ainda existe no mundo.

Krakauer poderia a voltar a escrever sobre natureza e montanhas?. Faz falta!

Marcus 08/08/2023

Fé radical e crimes brutais
Um relato impressionante sobre as origens e o desenvolvimento da religião mórmon e como os fundamentalistas justificam seus crimes bárbaros em nome da fé.

isadora.borsato 04/05/2024

"[...] Uma história de extraordinária violência."
Iniciei essa leitura esperando encontrar apenas a história trágica do assassinato de Brenda e Erica Lafferty, pela determinação de Deus, de acordo com Dan e Ron Lafferty, mas me deparei com muito mais.
"Uma história de extraordinária violência", com certeza, porém também, extremamente fascinante.
Uma religião de nem 200 anos de existência, fundada por um rapaz bem-apessoado que ansiava por mais na vida e não tinha absolutamente nada a perder, conseguiu convencer milhares de pessoas, frisa-se, rapidamente, de que era o verdadeiro e único Profeta, o próprio correspondente de Deus na terra.
Joseph Smith, cuja qualidade da oratória foi ressaltada pelos historiadores e adeptos, movimentou uma onda de seguidores fervorosos, tão crentes na "verdade absoluta" de suas palavras que não hesitaram em matar, roubar, pilhar e destruir em seu nome, de seu Deus e de seu Reino.
Fundada em meados de 1830, em tempos de muita incerteza e hostilidade, a religião de Joseph Smith pareceu uma luz para muitos americanos desesperados por algo inovador e excitante. E não se pode dizer que o Mormonismo não tenha uma filosofia inovadora e excitante, onde não pagar impostos e possuir várias esposas ao mesmo tempo, são determinações Divinas.
Muitos foram os crimes cometidos em nome da fé, todas as religiões possuem, em certa medida, um lado obscuro, situação bem clarificada na ampla pesquisa realizada neste livro, que ao máximo busca fazer um relato sincero e não tendencioso acerca de vários acontecimentos históricos e atrocidades envolvendo religião, sociedade e política. Contudo, não deixa de ser uma história emocionante e impactante, nos levando a refletir sobre as inúmeras "verdades" existentes e qual delas influencia nossa própria vida.