Andresa 25/08/2015Amei!Ariali é uma menina que foi abandonada pelos pais quando ainda era um bebê. Acolhida por Lina, Ari (seu apelido) teve uma infância e um desenvolvimento muito difícil. Por ser metade anjo, metade demônio, ela possui asas que despertam a curiosidade das pessoas. Além disso, existe algo nela que a faz ser temida. Apesar de todos os esforços de Lina para tentar fazer Ari se socializar, ela não consegue se aproximar de ninguém.
Em meio a tanto sofrimento, Ari tornou-se uma rocha, uma pessoa fria e sem sentimentos. Assim, o seu lado demônio sempre falou mais alto. Sua sede de poder e de sangue é enorme e, com apenas 18 anos, ela carrega vários assassinatos nas costas.
Certo dia, ela é interceptada por dois feiticeiros que, por ordem de Egran, devem levá-la até o Círculo. Egran é o líder dos feiticeiros e o Círculo é a morada deles. Todos o obedecem sem pestanejar, por puro temor. Ciente dos dotes de Ari, Egran arma para que ela o ajude a concretizar certos planos e fazer alguns serviços para ele. Em troca, ela terá o que mais deseja: respostas sobre quem é, sobre seus pais e seu passado sombrio.
Ariali é uma personagem completamente diferente de todas as outras que já encontrei, mesmo as mais duronas! Ela simplesmente não é uma mocinha convencional. Não precisa ser salva, não é frágil, delicada, sensível. Muito pelo contrário. Embora tenha aparência angelical, derivada de sua origem, uma parte dela, a mais obscura, é a que vem à tona. Ela não segue regras e não se preocupa com as pessoas, o que a faz bloquear qualquer tipo de sentimento. Sem respostas sobre quem é e o que veio fazer no mundo, Ari é completamente ressentida com seus pais, que a abandonaram.
Confesso que não simpatizei em nada com a personagem, sempre tão agressiva e sorrateira. Ela tem respostas atravessadas na ponta da língua sempre, em qualquer situação, e muitas vezes me deixava irritada com sua pretensão, rs. Quando Egran a rapta para que ela trabalhe para ele, Ari vê uma pontinha de esperança em obter informações sobre seu passado que finalmente vão poder esclarecer quem ela é de verdade. Enquanto vive no Círculo, ela é forçada a conviver com outros feiticeiros. Dentre eles, está Luke, um rapaz (perfeito!) com um enorme coração, que passa a acompanhá-la em sua rotina e em suas missões. A ligação entre eles é estranha e, ao mesmo tempo, inevitável, intensa, e logo Luke passa a agir como seu protetor.
Ari também tem que dividir um quarto no Círculo com Vincy, irmã de Luke, uma garota dona de uma personalidade bem peculiar. Divertida, histérica e teimosa, à princípio as duas se odeiam. No entanto, Vincy também tem um coração muito bom, e faz com que Ari integre seu círculo de amizades depois de muita relutância.
Luke e Vincy também tem um histórico semelhante ao de Ari: uma vida sofrida, sem os pais, o que acaba os unindo. Eles serão os principais responsáveis por transpassar os muros que Ari construiu em volta de si. É muito gostoso ver a transformação da personagem, a forma como ela, aos poucos, começa a abrir as portas do seu coração, se permitindo finalmente sentir. A autora a trabalhou de uma forma genial e é aí que entendemos o motivo de Ari ser do jeito que é. A batalha interna dela, de combater o bem com o mal, é visível. Podemos sentir seus altos e baixos, suas indecisões e medos vindo à superfície. Eu nem tenho palavras suficientes para descrever o quanto gostei desse livro! A cada página em que li um trecho que gostava, fazia uma marcação. Quando terminei, tomei um susto: foram 72 quotes preferidas, um super recorde (até mostrei no Instagram)! Geralmente marco umas 15 passagens que me agradaram, então, só por isso, vocês podem entender o nível do meu sentimento por "A Escolhida".
O personagem que mais amei foi Luke e acho que ele se tornou minha paixão literária atual, rs. Ele é simplesmente um amor! Sempre preocupado em ajudar Ari e mantê-la à salvo, em trazer a melhor parte dela para fora e fazê-la enterrar seus demônios, Luke é simplesmente um mocinho perfeito! No entanto, todos os outros são muito, muito bem construídos. A personalidade deles transborda das páginas. Ari, com sua agressividade e sua dualidade. Luke, com sua benevolência e bom caráter. Egran, com sua prepotência e excentricidade. Vincy, com sua teimosia e afetuosidade... O livro e os personagens conseguiram me despertar muitos sentimentos... Embora o início seja meio confuso, pois estamos adentrando um terreno desconhecido e os diálogos ainda não se encaixam bem na nossa cabeça, a história é muito original, bem escrita e tem uma carga emocional muito grande. Entre cada fala, cada pensamento dos personagens, existem mensagens e filosofias que nos fazem repousar o livro e ficar refletindo por horas, sabe? Certos trechos são poesia pura. Chorei, ri e torci muito durante a leitura! O mais legal de se observar é que, mesmo em meio a tantas criaturas (feiticeiros, anjos, demônios, fadas, lobisomens...) e a tantas situações de vida ou morte, os personagens são... apenas jovens! Sim, desses que se preocupam com o amor, a aparência, em se divertir em festas, fofocar sobre meninos no quarto. Essa mistura de algo tão rotineiro mesclado com o sobrenatural ficou muito interessante! A única coisa de que senti mais falta foi ver Ari em mais missões envolvendo o Círculo. No entanto, como é uma trilogia, creio que ainda há muito mais por vir, o que aguardo ansiosa!
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http://www.umdiamelivro.com.br/2015/08/livro-escolhida-amanda-aghata-costa.html