Jorge Henrique 29/07/2015Resenha: Cidades-Mortas - Dêner B. Lopes (Blog: Diurnos Leitores)A história se passa em um mundo distópico, mais especificadamente, num Brasil futurista chamado de Lisarb, onde acontece um Festival, onde um casal de cada uma das 10 cidades, são eleitos pelo povo, para ir à uma Cidade-Morta, onde não mora ninguém, porém há muitas construções, tipo uma cidade abandonada, e lutar contra soldados-robôs para sobreviver. E ao final os sobreviventes têm direito a dois pedidos, que passam pela a aprovação do governo e lhe é concedido.
No meio disso, conhecemos Arthur, que vem de uma família que teve campeões e quase campeões do Festival, ele é medroso, e não quer de jeito nenhum ser Eleito, mas teme que as pessoas de sua cidade irão escolhê-lo por causa da sua família, mas Arthur acaba entrando para o Festival de outro jeito.
É chegado o dia, e lá, Arthur faz aliança com Will, um garoto que entrou para o Festival do mesmo jeito que ele, mas que tem uma forma de pensar e de agir diferente de Arthur, e junto com eles também conhecemos mais uma eleita, Monique, que é negra, o que gera uma discussão em fazer aliança com ela ou não, pois Will é racista.
E em meio a tudo isso, vamos conhecendo um pouco mais dos personagens, suas características, do que são capazes de fazer para ganhar, e de como o autor foi tratando temas sobre drogas, preconceito racial, política, e outros assuntos polêmicos, de uma maneira simples e direta, abrindo a cabeça do leitor. É sem dúvidas uma grande crítica social.
Foi uma leitura muito rápida e proveitosa, e que tem algumas coisas parecidas com Jogos Vorazes, mas não é totalmente plágio, pois na famosa trilogia distópica, temos um triângulo amoroso, e de certa forma, um romance para envolver a história, mas em Cidades-Mortas não, temos um interesse amoroso entre Arthur e Monique, mas nada que seja muito forte e destacante na trama, justamente, porque o governo proíbe que negros e brancos se relacionem.
O mundo distópico criado por Dêner, se observarmos, não está necessariamente tão longe do nosso, se repararmos na situação em que nosso mundo se encontra, mas mesmo assim é fascinante, nos faz refletir, como as pessoas podem ser influenciadas por governos autoritários, e não fazerem nada para mudar. O livro está recomendado, para quem gosta do gênero Distopia, vale a pena dar uma olhada e conferir esta obra nacional!
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