Sweetlyaah 19/08/2015
"Quase", não tem nada a ver com isso!
Terminei de ler agora “Quase Sem Respirar” e o que dizer de um livro que tinha tanto potencial para ser incrível e que na realidade, não foi. Mas eu vou explicar meu ponto de vista.
No final de Uma Razão Para Respirar, nos foi deixado uma cena chocante e de doer o coração, pela Emma e a vítima que ela era de toda a situação. (Sim, mesmo não querendo ajuda por que acharia que complicaria tudo para ela e que no fim, acabou acontecendo mesmo. Mas que acredito que muitos tenham o conhecimento de que a chance de uma vítima dessa situação querer contar algo por livre e espontânea vontade é bem rara na realidade.) Mas não vou me prolongar nisso, por que agora finalmente temos o segundo livro para entendermos o que aconteceu de verdade, e por fim matar a curiosidade do que rolou naquelas últimas páginas do primeiro livro.
E realmente eu estava ansiosíssima para lê-lo, não aguentava para saber o que aconteceria na vida de Emma após esse trauma, e devo dizer que eu estava colocando muita expectativa nesse livro e realmente esperei que pelo menos preenche-se metade delas, só que não foi exatamente assim... O livro é bom, a história tem uma certa coerência e a autora tem uma ótima escrita. Mas infelizmente, é só isso que tenho a dizer dessa sequência, por que o resto, sinceramente, foi uma grande frustração e raiva.
Primeiramente, se você esperava que aquela cena no final, - já comentei umas mil vezes isso - fosse, descrita desde de o início, sinto dizer, mas não vai rolar logo nas primeiras e nem nas últimas páginas. E por que eu fiquei chateada com isso? Não que eu quisesse que a Emma sofresse mais, só que foi uma cena que te tira do lugar e te faz congelar de tanta crueldade e que me desculpem, se eu fosse a escritora eu teria explorado mais essas emoções do leitor.
Por que o que te faz ficar grudado num livro de dia ou de noite, é as emoções que ele arranca de você, pelo menos é assim comigo. Entretanto, a Rebbeca não pensou assim e deixou que tudo fosse sendo revelado aos poucos no decorrer da história, já que agora a tia de Emma estava presa e que Emma agora estava traumatizada e que bem não queria saber nada do que ocorreu naquela noite trágica. Por um lado, foi decepcionante para mim, por outro eu entendi o lado da vítima e do trauma, então relevei.
Até então tudo bem, no início tem muito dialogo e para mim ficou mais uma grande encheção de linguiça, mesmo que nos diálogos houvesse conteúdo, ficou muito parada a história e por mais que eu tentasse relevar tudo, uma hora o tédio se sobrepôs. A leitura até a página 250 é um grande tédio, e de verdade esperava mais. Muito mais.
Segundo ponto, se você acabou de sofrer um trauma tão grande e é marcada de pesadelos terríveis a meses, sua recuperação física foi extremamente dolorosa, como a autora ressaltou o tempo todo, em todas as partes do livro. Como alguém que acabou de sofrer algo tão louco quanto a experiência que a Emma viveu, resolve logo após disso ir para casa da mãe alcoólatra que você não suporta? Por que foi isso que foi descrito no primeiro livro sobre a mãe irresponsável dela, né? Só que por alguma razão, Emma se afunda, na relação, mãe e filha e parte de uma vez só para casa da mamãe.
O que eu aconselho aqui para Emma, é que ela precisa se tratar mesmo, não é só o trauma, mas é o jeito dela de se punir sem parar. Oh, garotinha que gosta de sofrer viu? E isso realmente me irritou ao longo do livro todo, o bom senso de Emma não existe nesse livro e apesar das más escolhas que ela fizera no primeiro livro, eu relevava por causa de toda a situação tensa.
Mas em Quase Sem Respirar, Emma não tem nenhuma desculpa pra agir tão estupidamente e bancar a vítima ao mesmo tempo. Por que é tão obvio que as decisões e ações que ela toma ao decorrer do livro não iriam acabar nada bem e que no final ela iria machucar todo mundo e acabar se machucando também, mas não. Parece que ela quer isso, ela quer ser punida por sabe se lá o que e quer que toda a culpa seja dela e me desculpem, apesar de ter entendido o que a autora quis passar de como provavelmente a mente de alguém traumatizado funciona, ainda assim não foi desculpa suficiente para me convencer a achar que Emma não estava sendo burra, complicada e a maria cheia das graças.
Não sei como a autora fez eu quase odiar uma protagonista que gostei tanto.... Não sei mesmo.
Mesmo assim, a história não para e se torna tão lenta de concluir, capitulo após capitulo. Então, temos os novos personagens que aparecem nessa história, para o bem ou para o mal, nunca saberemos. Mentira. Saberemos sim, por que como a Emma parece estar vivendo numa galáxia paralela ao do resto do mundo, é claro que o a encanta é “isso não vai acabar bem” e ela toma isso como dilema de vida.
E então é uma sucessão de escolhas erradas e consequências previstas que é impossível tentar defende-la, por que a Emma procurou por tudo aquilo. E sinto muito, se não concordam comigo. Mas é essa a verdade do que eu li, apenas minha opinião. Emma mereceu tudo aquilo que ela passou em Quase Sem Respirar e não foi fácil ler as consequências de sua escolha, não queria ter que ler aquilo que desde de o ínfimo pensamento que ela tinha ou de suas reações prenunciava tragédia. Mas a Emma de Uma Razão Para Respirar, era esperta e no mínimo tinha certo bom senso, mas essa eu mal a conheço e por isso, mesmo, querendo defende-la e me doendo ver que ela estava se ferindo e se afundando mais na lama, sabia que foram as próprias escolhas da Emma-Nonsense desse livro.
E então surge, Jonathan, um personagem que foi a pura fumaça, bem daquele ditado de vó “Onde há fumaça há fogo. ” E aí vocês já percebem onde essa história vai parar, por que desde de o momento que a Emma “corou” quando viu o Jonathan, que se apresentou como namorado mais novo da mãe dela, eu senti aquele tsunami de consequências engolindo a pequena Emma Nonsese. Primeiro porque, tirando o fato que Emma despejou seus medos e traumas em Jonathan, e tudo de repente se tornou uma “ligação”. Emma se atraiu por ele só porque ele era “incrivelmente lindo”? É sério, pessoal? É isso mesmo? Por que tirando o fato de que Emma não conseguia parar e eu digo isso mesmo, não conseguia parar de corar ao olhar para Jonathan a história toda. Não vi nada, e não senti nada de concreto entre os dois. Quanto mais lia, mais parecia coisa da cabeça dela e mais me provava que a relação entre eles aumentou drasticamente, só por causa que ela se sentia atraída por ele ser muito lindo, então os feromonios da Emma Nonsense fizeram ela contar coisas que ela nem ao menos contava para a sua melhor amiga. Me pareceu irreal e um pouco tolo, já que ela não simpatiza com os encontros de uma noite da mãe dela, então o que ela viu no Jonathan, sério?
Quer dizer, não é pecado ser bonito, mas para mim foi inverossímil, alguém que está fechada e traumatizada e em terreno desconhecido que era a casa da mãe dela e o que ela jurava de pé junto, se abrir bem com um dos caras que naquele momento era apenas um encontro de sua mãe e um completo desconhecido.
E apesar de todas as minhas opiniões, a tal da “ligação” continua e realmente toma uma proporção grande o suficiente para jogar a merda no ventilador como acontece no final.
Apesar de Jonathan não ser tão mal assim para Emma, até o final, claro. O personagem dele foi bem estranho, quer dizer no começo eu o achei covarde, mas quanto mais eu lia sobre ele, mais comecei a achar ele com uma forte tendência psicopata. Eu só estava esperando, um deslize para confirmar isso e meio que minhas suspeitas meio que foram sanadas no final, Jonathan é “intenso”, descontrolado, obsessivo, carente e cheio de si. Realmente, se tivesse um grupo sobre psicopatia, ele entraria pela a maioria de acertos, para ser estudo.
Mas ele foi só isso, ele apareceu, remexeu o que já estava bagunçado e se foi, e realmente espero não ter que saber mais dele no último livro, por que a enrolação e o mimimi de Emma pioravam quando pensava sobre ele. No entanto não foi só ele que entrou em na história tem a Analise, que de verdade, não sei qual era o propósito dela ali, já que não fez diferença nenhuma, já que a Emma Nonsense podia ter feito um monologo nesse livro e ainda assim teria estragado tudo no final. E sim, ainda estou irritada com a Rebecca por ter feito a personagem tão diferente, fraca e até um pouco odiosa com sua atitude.
Mas nem tudo foram sangue e lágrimas, Evan nesse livro se torna o príncipe encantado, o que não achei tão ruim, bem improvável e o puro Edward Cullen nesse livro, o que até um ponto não sei se foi bom ou ruim, por que convenhamos Edward Cullen serve para Edward Cullen, mas na história do Evan para Edward, ficou tão mundos paralelos, mesmo que eu não reclame de todo o amor que o Evan dedicou a Emma Nonsense nesse livro, sempre acabava me vindo a mente o Edward com seu jeito de proteger ela até de tudo que ele passou também por causa dela, e como ele não a força a contar nada mesmo que ele também tenha ficado marcado com aquilo também. Era como se ele colocasse uma bolha cor de rosa envolta dela.
E também tem a Sara! É a personagem que eu realmente mais adoro, já que realmente ela traz energia para a história e movimenta a Emma, sendo sempre uma ótima amiga e muito engraçada também.
E antes que isso fique gigantesco, devo comentar que não tinha nada a declarar sobre a mãe da Emma, ela foi caso perdido desde o início, Emma poderia ter evitado milhares e milhares de coisas se não tivesse a brilhante ideia de se mudar para a casa da mãe egocêntrica e alcoólatra, que era Rachel. E que nunca deveria ser chamada de mãe, desde o início em que Rachel começou a dizer aquelas coisas horrorosas pra Emma e ela ainda assim a confortava, estava obvio que ela não a amava.
Sobre o pai e as lembranças da Emma, achei tão sem noção voltar tudo aquilo no tempo, com ataques histéricos da Rachel, o colapso da Emma com as memórias perdidas, o advogado contando aquilo tudo, de verdade. Acho que a autora poderia ter feito tão mais com a história, do que com essas revelações que não fariam diferença nenhuma na história da Emma, poderia ter brincado mais com os personagens do presente, do que voltar lá trás num passado que realmente não fez a mínima diferença, além de fazer ela sofrer bem mais ao ter uma parte da memória de volta. “Aaah, ok. Minha mãe sempre foi uma infeliz bêbada. Meu pai continua morto, mas me deixou uma boa herança. Ainda assim, fui abandonada porque minha mãe nunca me quis ou me amou e por isso fui torturada, abusada e quebrada cada minuto da minha vida a partir daquele dia....”. Sério? Precisava? Não mesmo, né?
E mesmo tendo desgostado de um bom terço do livro, minha parte favorita era quando a Emma que eu conhecia, se revelava e que acabou se tornando forte, sincera, feroz e até acida, quando chegava no seu limite, ela era a protagonista que gostei em Uma Razão Para Respirar, não o clone malfeito que a autora colocou no lugar dela, e não há trauma que desculpe esse comportamento. É uma pena que dê para contar nos dedos esses pequenos e muito loucos momentos.
Tem muita coisa que gostaria de comentar, mas acho que já está enorme o suficiente essa resenha, que está mais para desabafo.
Sinceramente, esperava tão mais, tão mais mesmo da história que foi decepcionante. Não me deu interesse nenhum de ler o terceiro e último livro, mas vou ler para finalizar a trilogia e eu realmente espero que seja melhor do que foi esse Quase Sem Respirar. Espero que Emma não se torne uma covarde e que seja a garota forte que muitas vezes ela aparenta ser, e espero que ela pare de se fechar e se culpar, por que por um lado eu compreendo, mas até certo ponto e ler um livro cheio disso, é tedioso e cheio de mimimi de mais. Torço para que ela e Evan se acertem novamente e que finalmente conversem de verdade, sobre tudo dessa vez.