Fernanda631 29/08/2023
Ligeiramente Casados (Os Bedwyns #1)
Ligeiramente Casados (Os Bedwyns #1) foi escrito por Mary Balogh.
Logo nas primeiras páginas de Ligeiramente Casados, eu senti uma melancolia na narração que permaneceu ao longo livro e, muito pelo contrário, eu achei um ponto super positivo.
O Coronel lorde Aidan Bedwyn, como todos os membros de sua família, gosta de dar ordens e não permite a ninguém que o desafie. Aidan também é um homem honrado e bom comandante. Quando o Capitão Percival Morris, em seus últimos suspiros de vida, pede a Aidan que comunique pessoalmente sua a morte a irmã, o Coronel não hesita em fazer essa promessa. Morris salvara a vida de Aidan algum tempo atrás e um cavalheiro como ele jamais deixaria de pagar essa dívida.
Aidan é um homem com um código de honra bastante estabelecido na sua vida. A verdade é que sua vida é regida ao redor da sua honra, seja como amigo, coronel, marido... É por conta de sua honra que ele casa com Eve. O coronel é de personalidade bem distante e bastante prático, mas são nas suas ações que ele demonstra se importar com as pessoas. Não são todos os felizardos a esse posto, e os que são ele move céus e terras;
Aidan deixa os campos de batalha e vai cumprir sua promessa indo até o Solar Ringwood, uma próspera propriedade rural, e dá a notícia à irmã do falecido. Diferente do que o Coronel esperava, Eve Morris é o tipo de garota que sabe não só cuidar de si mesma, mas de todos ao seu redor. A jovem, apesar de solteira, administra muito bem a sua propriedade e é conhecida por sua generosidade, coisa que Aidan imediatamente percebe ao ver que ela abrigara em sua própria casa personalidades rejeitadas pela sociedade: órfãos, uma ex-condenada, deficientes, uma mãe solteira e seu filho bastardo, além de um cachorro feio e mutilado.
Eve é uma moça de alma gentil e bondosa, mas soube mostrar garra e determinação ao se impor, não somente a Aidan mas a toda sua família. Apesar de abalada pela morte do irmão, Eve não parece precisar de ajuda nenhuma e Aidan sente que cumpriu sua promessa. Entretanto, o Coronel fica sabendo que, por causa de um detalhe no testamento do pai, Eve, por ser solteira, não mais será dona do Solar Ringwood e a propriedade passará a ser de seu arrogante e cruel primo. Aidan não tem absolutamente nada a ver com os problemas da garota, mas prometeu ao irmão dela que iria protegê-la, então, assim, ele propõe a Eve um casamento de conveniência.
A sua casa em Ringwood é tipo seu coração, sempre aberto para aqueles que necessitam de ajuda, mas que são abandonados à sua própria sorte. E é pensando em seus incapazes que Eve acaba aceitando o casamento com Aidan.
Eve sempre imaginara que iria se casar por amor, mas, na perspectiva de perder tudo e ver sua amada família na rua, a garota aceita se casar com um estranho. Após a cerimônia quase que secreta e as pressas, Eve e Aidan voltariam a suas vidas, sendo marido e mulher apenas no papel.
Eve e Aidan não desejam interferir um na vida do outro, mas situações fazem com que vão convivendo mais e mais, até que o inevitável acontece. Eles demoram (e bastante) a verbalizar esse sentimento com medo do outro não corresponder por conta do acordo feito entre os dois. Eve tem medo que Aidan fique ao seu lado apenas por motivos de honra e uma promessa feita ao seu irmão. Aidan tem medo que, ficando ao lado de Eve, ele esteja atrapalhando toda sua vida e rotina.
Quando o irmão mais velho de Aidan, o duque de Bewcastle, descobre que o irmão se casou e exige que Eve seja devidamente apresentada a sociedade londrina. Entretanto, apesar de ter sido criada para ser uma Dama, a família da garota vem de origens humildes e nem Aidan nem Eve acreditam que ela possa se adequar, mesmo que por algumas semanas, aos meios aristocráticos. Mas, ninguém consegue contrariar o duque de Bewcastle, e, assim, Eve e Aidan são obrigados a passarem mais tempo juntos do que esperavam. Conforme se aproximam cada vez mais, o casal começa a criar grande afeição um pelo outro, mas será isso o suficiente para transformar um casamento de conveniência em uma história de amor?
Outro detalhe que me chamou atenção foi o fato da Mary realmente tratar a sociedade inglesa como realmente era naquela época. Poderiam sim ter existidos famílias calorosas e amorosas iguais as que vemos nas séries como Os Brigdertons, Hathaways e afins, porém não podemos nos deixar romantizar o fato do quanto a sociedade inglesa na época era soberba e arrogante, com as relações (sejam matrimoniais ou familiares) com uma frieza de fazer inveja a qualquer iceberg e eu gostei bastante de ver isso sendo retratado.