Pequenos Deuses

Pequenos Deuses Terry Pratchett




Resenhas - Pequenos Deuses


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Clio0 25/11/2023

Décimo terceiro volume da série Discworld.

Um dos meus livros favoritos do Mundo do Disco não possui um arco próprio. A história de Brutha é uma óbvia sátira às várias religiões que compõe o nosso mundo.

Pratchett não poupa sensibilidades e crítica pesadamente as instituições religiosas em uma pantomina de tradições que simulam a presença divina, como o faz o templo em que Brutha, um servente de nenhuma inspiração, serve.

É esse homem que, inicialmente descrito como alguém com algum tipo de déficit de QI, é escolhido por deus menor para ajudá-lo a voltar a morada dos deuses. Como o poder de um deus segue as mesmas regras da magia, é a crença que o torna poderoso e Pratchett faz questão em demonstrar como o credo religioso é diferente do verdadeiro sentimento.

A Inquisição e orgãos similares são satirizados também, mas em uma forma pouco utilizada pelo escritor: o terror. Poucos personagens de Pratchett são descritos como pessoas verdadeiramente temíveis, e Vorbis é um deles.

O desenvolvimento de Brutha para um sacerdote iluminado, se é que o termo é correto, simula não apenas o caminho que vários outros personagens religiososo também percorreram, mas um que o autor considera correto: o da generosidade.

Recomendo.
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Rodrigo Digão 29/06/2021

Cômico, satírico, crítico entre outras das qualidades deste livro. O autor consegue de forma magistral brincar e levar o leitor a questionar diversas questões filosóficas de uma modo leve e bem humorado. Facilmente consegue-se identificar suas inspirações. Com certeza não podemos deixar de ler esta obra.
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Thiago 18/05/2015

O melhor de Pratchett
Pra mim, Pequenos Deuses é Terry Pratchett no auge -- crítica certeira e divertida das religiões, da fé cega e de suas consequências. Ele não zomba tanto da crença em si, mas principalmente de como a religião organizada se aproveita dela para benefício próprio. Durante a história, o leque de sátiras se expande: ateus e filósofos também viram alvo do olhar perfeito de Pratchett sobre o ridículo nosso de cada dia.

É o livro em que sinto a presença do lado trágico do enredo e de um tema unificador, com as piadas, metáforas e observações da nossa realidade como apoio, e não o contrário.

Engraçado, implacável e terrivelmente certeiro. O único defeito do livro é chegar ao fim. Uma história excelente recheada de piadas e observações divertidas. Acho que a tradução, comparada com as da Conrad, deixou um pouco a desejar (Dhblah Cortar-Fora-Minha-Própria-Mão em oposição à Cava-a-Própria-Cova, por exemplo). Foi um daqueles casos raros em que nos sentimos lendo uma tradução, e não e a voz do autor. De vez em quando perdia a imersão, mas não ouso tirar estrelas dessa obra-prima por esse motivo.

E se você não gostou e não pôde absorver absolutamente nada de Pequenos Deuses, leve para a vida pelo menos os mandamentos de Om:

I. Isto Não É Um Jogo.
II. Aqui e Agora, Você Está Vivo.

site: pequenosdeuses.com.br
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Coruja 29/05/2015

Já resenhei esse livro antes, quando li a edição em inglês nos meus esforços do Projeto Pratchett. Mas agora que o Cara do Chapéu voltou – finalmente – a ser traduzido no Brasil e, para melhorar, começando por um dos meus títulos favoritos da série, eu não poderia deixar de fazer algumas notas adicionais. Especialmente a se considerar a atualidade do debate de Pequenos Deuses.

Resumo básico da ópera: Brutha é um noviço da igreja omniana, dedicada ao culto do único e grande deus Om. Ingênuo, mas verdadeiro em sua fé, ele é o único crente que restou ao deus, que, ao tentar se materializar no mundo para o tempo de seu próximo profeta, consegue energia apenas para formar o corpo de um humilde jabuti.

Nesse interim, há uma guerra santa sendo preparada nas entranhas da Igreja, que envolverá Om e Brutha de uma maneira que mudará completamente suas existências.

Pequenos Deuses fala de religião: porque as pessoas precisam dela e como isso afeta suas vidas. Mais que isso, Pratchett nos traz uma série de questões éticas e morais que vão para além da crença e que terminam com a idéia de que o conhecimento é a melhor arma contra o atraso e o obscurantismo.

Em essência, a jornada profética de Brutha é um conflito entre fé, compaixão e tolerância e uma igreja estagnada, corrupta e opressiva.

O Omnianismo é uma religião inspirada na estrutura da Igreja Católica Medieval e assim há constantes alusões a questões como indulgências e a inquisição; mas podemos bem reconhecer de noticiários contemporâneos a persistência do fanatismo e da intolerância.

Talvez por isso, Vorbis – o grande vilão do livro – seja um personagem tão aterrorizante: é possível reconhecê-lo em todas essas histórias de jovens terroristas que largam tudo para se juntar a entidades como o Estado Islâmico. Vorbis parte do princípio de que qualquer quantidade de dor e sangue é justificável na busca pela Verdade, contanto que essa seja a SUA verdade. Afinal, ‘não é assassinato se você está fazendo em nome do seu deus’.

Vorbis é produto de uma estrutura lógica violentamente autoritária – uma Igreja que controla todas as esferas da vida de seus fiéis e que transforma o sofrimento em algo trivial – é a banalidade do mal de que já falava Hannah Arendt, os homens e mulheres sem quaisquer inclinações ao sadismo que serviam em campos de concentração e que se viam apenas como parte de uma grande máquina, incapazes de questionar o que estavam fazendo.

Não é à toa que Brutha é o único fiel que restou a Om: crentes aterrorizados não crêem mais no Deus, mas sim na instituição da Igreja. Considerando a irresponsabilidade com que Om sempre tratou sua Igreja – o que fica óbvio de suas conversas com Brutha sobre os livros sagrados – não é qualquer surpresa que isso tenha acontecido.

Deuses precisam de pessoas e pessoas precisam de deuses: todo o universo de Discworld se fundamenta no poder das histórias, onde se uma história ou lenda é contada por tempo satisfatório e há pessoas suficientes que acreditem nela, ela se tornará então realidade.

É claro que quando a repressão se torna demais, as sementes da revolução começam a surgir e em Pequenos Deuses isso se traduz na doutrina De Cheloniam Mobile: a tartaruga se move. Um dos dogmas do Omnianismo é que o mundo é uma esfera suspensa no espaço, mas a verdade é que ele é um Disco no formato de pizza sob o lombo de quatro elefantes gigantescos que, por sua vez, estão sobre a carapaça de uma tartaruga de proporções cósmicas nadando entre as estrelas – e é nessa verdade que se fundamenta a revolução.

O que, claro, é ironicamente hilariante ao percebermos que todo esse plot se fundamenta no Eppur si muove de Galileu, que foi obrigado a desmentir publicamente sua teoria de que a Terra era redonda...

Originalmente, Pequenos Deuses é o décimo terceiro volume da série Discworld, mas ele não está ligado a nenhum dos grupos de romances (os livros da Guarda de Ankh-Morpork, os dos Magos, das Bruxas, de Morte...), de forma que serve como uma boa apresentação para novos leitores de Pratchett.

O humor aqui é um pouco mais contido que nos volumes anteriores, e, de fato, é um livro divisor na evolução de estilo do autor: a partir dele, Pratchett prioriza a crítica aos tempos modernos através da sátira, deixando um pouco de lado piadas com as convenções do gênero de fantasia medieval.

A tradução, que era algo com que eu estava um pouco preocupada, porque Pratchett e seus trocadilhos nem sempre são fáceis de se traduzir, é boa. Faço apenas duas ressalvas que podem ser encaradas como escolhas editoriais e não um erro real: Om é um ‘tortoise’, ou seja, um jabuti, e não uma tartaruga.

Como temos aqui no Coruja um consultor biólogo e o Dé já tinha me enchido a paciência antes me mandando não chamar Om de tartaruga, repasso a explicação para vocês: tartarugas só aparecem em terra para colocar ovos e passam o resto da vida dentro d’água; jabutis são exclusivamente terrestres, exatamente como Om.

Pratchett entendia de biologia (era um particular fanático por orangotangos) e, no texto em inglês, ele diferencia Om como ‘tortoise’, de tartarugas, ‘turtles’. É razoável dizer que não-biólogos não vão se incomodar com esse detalhe, mas fica aqui marcado o ponto.

Minha segunda ressalva é para o uso do masculino em relação a Grande A’Tuin. Grande A’Tuin não é uma tartaruga (sim, ela é uma tartaruga, não um jabuti, nem mesmo um cágado) macho, mas uma fêmea – o que fica meio óbvio quando você lê sobre o que acontece em A Luz Fantástica. Mas, como Pequenos Deuses acontece num suposto passado do Disco, bem antes dos acontecimentos daquele livro, é possível considerar que a teoria da “Tartaruga se Move” não tinha ainda chegado ao ponto da discussão de sexos.

Dito tudo isso... Eu adorei reencontrar Pratchett traduzido nas estantes das livrarias que frequento. Eu pude ler em inglês todos os volumes da série já lançados (em setembro vai sair um póstumo com a Tiffany, que estou à espera), mas nem todo mundo lê em inglês e muitas vezes eu queria compartilhar essa história com amigos queridos e não podia. Agora ninguém mais tem desculpa e vou fazer TODO MUNDO ler Pratchett!

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2015/05/projeto-pratchett-pequenos-deuses.html
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Vagner46 08/05/2015

Desbravando Pequenos Deuses
Sempre ouvia as pessoas falando muito bem da série Discworld, do renomado autor Terry Pratchett, e graças à editora Bertrand finalmente tive a chance de desbravar um livro dessa série (obrigado por cederem um exemplar de Pequenos Deuses). Como vocês devem ter visto por aí, Terry Pratchett faleceu recentemente, mais precisamente no dia 12 de março de 2015, o que foi um baque para todos os fãs de fantasia que admiravam o autor. Como forma de homenageá-lo e divulgar o trabalho da sua vida, trago para vocês a resenha de Pequenos Deuses, 13º livro de Discworld.

Já imaginaram que, de alguma maneira, pode existir uma maneira de seu Deus (ou deuses) se manifestar no lugar em que você vive? E se ele, pensando em descer do seu lugar sagrado na imponente forma de um touro, resolve aparecer e descobre que na verdade é uma mera tartaruga caolha? Como fazer com que todos os seus seguidores acreditem em você?

É com esse estilo ricamente engraçado e irreverente que Terry Pratchett parece ter conquistado a grande maioria dos seus leitores. Devo dizer que sou um desses novos leitores agora.

Somos apresentados a Brutha, um noviço da igreja omniana, cuja entidade superior é o Grande Deus Om, a tartaruga mencionada anteriormente. Munido de imensa ingenuidade e uma capacidade incrível de memória, Brutha simplesmente cuida de uma horta e certo dia avista uma tartaruga por lá. Uma tartaruga que fala com o noviço. Um deus na forma de uma tartaruga.

"Considere agora a tartaruga e a águia.
A tartaruga é uma criatura que vive no solo. É impossível viver mais perto do solo sem estar debaixo dele. Seu horizonte fica a meros centímetros de distância. Ela atinge toda a velocidade necessária para caçar uma alface. Para sobreviver, enquanto o restante da evolução a ultrapassava, bastou não representar ameaça a ninguém e dar muito trabalho para ser comida."

Eu dou risada quando penso nisso, é tudo simplesmente muito engraçado! ahuahuhauhua

A partir daí vemos a dupla entrando em uma enrascada das grandes. Brutha não acredita que o seu deus seja aquela tartaruga e Om não entende por que o noviço pensa assim. Afinal, o Grande Deus Om possui milhares de seguidores em toda Discworld. Ou seria Brutha o único deles?

"O problema em ser um deus é que não se tem ninguém para quem orar." - Om

Não bastasse essa desconfiança inicial entre os dois, Brutha acaba envolvido em uma conspiração que pode e certamente resultará em uma tremenda guerra santa, ainda mais quando a frase "A Tartaruga se Move" começa a ser espalhada por aí. Muitos afirmam que o mundo não é uma esfera, mas sim uma tartaruga nadando pelo universo com quatro elefantes apoiados no seu caso, sendo que esses sustentam toda Discworld em uma forma plana, como se fosse um disco. Uma calúnia? Talvez, se não fosse pelo fato disso simplesmente ser real.

Pensem bem na genialidade do autor ao criar um mundo dessa maneira. Nunca vi algo assim antes!

Em determinado momento somos apresentados a Vorbis, o exquisidor da Quisição (sim, é assim mesmo que se escreve no livro), um homem capaz de mudar a mente de qualquer pessoa para pior. Sua capacidade de persuasão é imensa, sendo que todos temem esse homem quando passam perto dele. É o cara a ser temido! Um homem com a mente corrompida, que não acredita na Tartaruga que se Move e fará de tudo para eliminar qualquer um que pense em proferir tal blasfêmia.

Além disso, o cara é tão desprovido de emoções que é simplesmente capaz de virar uma tartaruga de cabeça para baixo e deixá-la sozinha no local, agonizando e implorando por ajuda. Que tipo de ser humano faria isso com o pobre animal, ainda mais ele sendo um deus?

Gostei bastante desse livro. Não está no meu TOP TOP de leituras, mas a narrativa é tão fluida e dinâmica que fica difícil largá-lo. A todo momento vemos piadas e referências a situações cotidianas da nossa vida, sempre colocadas de um modo que se encaixa na trama. O ponto principal pareceu ser a tentativa de uma pessoa/deus em se firmar numa posição ou local que lhe convenha, como é o caso de Om na busca por respostas, principalmente em como virou uma tartaruga e ficou assim por mais de três anos.

"Qualquer deus poderia começar pequeno. Qualquer deus poderia crescer em estatura quando seus fieís aumentassem. E decrescer à medida que diminuíssem. Era como um grande jogo de escadas e serpentes.
Deuses gostavam de jogos, desde que estivessem ganhando."

Os acontecimentos finais da obra são bem interessantes e alguns até meio imprevisíveis, principalmente a relação entre Vorbis e Brutha. Duas mentes diferentes podem caminhar para o mesmo destino às vezes, e aqui isso (talvez) irá acontecer.

Trabalhando bastante com referências a filósofos e religiões diversas, Pratchett mistura muito humor e ironia nesse livro, fazendo com que o leitor fique frequentemente se perdendo se as coisas em que acredita são reais mesmo ou apenas uma mera forma de enganar os outros.

"O medo é uma terra estranha. Nele, a obediência cresce como milho, em fileiras que facilitam a colheita. Mas, às vezes, nele crescem as batatas do desafio, que florescem no subsolo."

Repleto de diálogos extremamente bem-humorados e personagens muito cativantes, Pequenos Deuses é leitura obrigatória para quem quer dar muitas risadas e pensar nas coisas de uma maneira alternativa. Recomendadíssimo para todos os amantes da fantasia!

site: http://desbravandolivros.blogspot.com.br/2015/05/resenha-pequenos-deuses-terry-pratchett.html
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J. R. P. LIMA 28/11/2021

Os deuses precisam mais dos homens do que os homens deles.
Pequenos Deuses é uma obra escrita por Terry Pratchett, publicado em 1992. Ele faz parte da série Discword, sendo o 13° entre 41 volumes. Aqui você vai encontrar uma sátira as religiões e suas instituições pelo mundo afora.

Nessa livro teremos o noviço Brutha em companhia do seu Deus, o grande Om. Mas na realidade, acabamos por descobrir que ele não é tão grande assim... om surge preso em um corpo de uma tartaruga e desprovido de seus poderes. Aqui o "pequeno grande deus" precisa da fé do seu único e fiel seguidor de verdade, o jovem Brutha.

Vamos descobrindo que as milhares de pessoas que acham que cultuam o Deus Om, na verdade estão cultuando a Igreja Omnia. O que são duas coisas diferentes. Veremos também como os profetas costumam manipular a palavra a seus favor, para levar os fiéis à obedecerem cegamente.

Críticas às instituições religiosas monoteístas e politeístas são encontradas. E, por vezes, me peguei refletindo e reconhecendo padrões, algumas pessoas obedecem cegamente, sem nunca questionar, o que os líderes religiosos de suas igrejas e instituições pregam. Algumas pessoas esquecem de refletir sobre o que dizem e seguem, algumas pessoas esquecem que ali na frente existe um ser humano, e não um Deus.

Além disso, o humor ácido característico do Terry Pratchett estar presentes. Isso deixa a obra bem mais atraente.

Mas confesso que entre essa obra e "Os Pequenos Homens Livres", acompanhar Os Nec Mec Fleegs me pareceu bem mais interessante. No entanto, vale a pena ler Pequeno Deuses.
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Vanessa Vieira 29/08/2015

Pequenos Deuses - Terry Pratchett
O livro Pequenos Deuses, de Terry Pratchett, nos traz uma fantasia envolvendo fé, religião, ética e até mesmo fábula. Apesar de ter um cerne bem interessante, a trama não foi muito bem construída, soando até mesmo monótona e maçante. A escrita de Terry Pratchett é exageradamente detalhada, tornando o enredo um pouco confuso e difícil de absorver.

Brutha é o Escolhido. Seu Deus se manifestou para ele sob a forma corpórea de uma tartaruga. Ele é um homem simples, que não sabe nem ler e nem escrever, porém é ótimo em plantar melões. Também não é um sujeito ambicioso e possui poucos desejos. Um deles é desmascarar uma poderosa e corrupta Igreja e evitar uma terrível Guerra Santa.


Brutha quer que parem de perseguir um filósofo que questionou a doutrina da Igreja e afirmou que Discworld - o mundo em que vivem - viaja pelo vazio sob o casco de uma imensa tartaruga. Acima de tudo, ele quer paz, justiça e amor.

Outro de seus parcos desejos é que a Quisição pare de persegui-lo e confrontá-lo. E claro, ele não quer ser o Escolhido...

"Só porque você consegue explicar não significa que não seja um milagre."

Pequenos Deuses aborda um tema interessante e polêmico, envolvendo fé, dogmas religiosos e acima de tudo, a crença do ser humano. E como a religião é o pano de fundo da trama, o autor entra em diversas questões, como corrupção, lavagem mental e conflito de interesses. Porém, infelizmente, Pratchett não soube desenvolver o enredo como eu gostaria. Apesar de abordar uma temática extremamente ampla e dotada de vertentes, ele encheu linguiça demais, acrescentando tantos detalhes desnecessários a trama que acabaram por torná-la monótona e cansativa. Narrado em terceira pessoa, o livro nos mostra que o poder dos deuses está diretamente relacionado com o tamanho da crença dos seus fiéis, mas não nos revelou isso de uma forma tão clara e objetiva.

Brutha é um homem simples e sem muita instrução, além de ingênuo e justo. Mesmo tendo extrema fé em seu Deus, ele acaba por questionar alguns de Seus desígnios e tem uma visão bem democrática a respeito da vida e da humanidade em geral. O personagem não é muito diferente de algumas pessoas que conhecemos no mundo real e se destaca pela sua pureza, caráter e retidão.

Em síntese, Pequenos Deuses me passou a clara sensação de que o autor tinha um lindo e bruto diamante em suas mãos, mas não soube lapidá-lo da melhor forma, lhe deixando nítidas imperfeições e rudezas. O cerne do enredo é interessante e daria um excelente caldo, mas não foi tão bem desenvolvido quanto eu gostaria. Creio também que o fato da obra não ter sido dividida em capítulos contribuiu para que a trama soasse cansativa e até mesmo insossa em alguns momentos. A capa do livro é emborrachada e muito bonita e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Apesar das minhas ressalvas e da história não ter funcionado tão bem para mim, não deixo de recomendar.

site: http://www.newsnessa.com/2015/08/resenha-pequenos-deuses-terry-pratchett.html
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CAMBARÃ 09/04/2023

A história se passa no pequeno reino de Omnia, onde a divindade Om é cultuada fervorosamente por todos os habitantes.
Mas quando um grupo de missionários tenta converter uma tribo de bárbaros, as coisas se complicam.
É que os bárbaros possuem o Deus Único, que está adormecido.
Quando um dos missionários é jogado em um abismo, ele acaba chegando ao local onde o Deus Único reside e se torna o profeta do deus.

A partir daí, a história se desenrola em uma busca pela verdadeira divindade, pelo poder e pela salvação dos que estão perdidos nas injustiças do mundo.
Pratchett joga com a ideia de que deuses só existem porque as pessoas acreditam neles e, assim, faz uma crítica à religiosidade cega.

Os personagens são cativantes e muito engraçados, com destaque para Brutha, um jovem simples e ingênuo que acaba sendo o porta-voz do Deus Único.
A narrativa é bem construída e flui de forma envolvente, com situações inusitadas e soluções criativas.

Em suma, "Pequenos Deuses" é um livro que diverte e faz pensar ao mesmo tempo, como todos os bons livros de Pratchett.
Uma obra indispensável para quem aprecia fábulas fantásticas e críticas sociais ácidas.
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Vic 30/12/2021

Pequenos Deuses - Terry Pratchett
Muito engraçado e uma ótima história. Uma leitura bem rápida e divertida, nem um pouco complicada. Também possui uma crítica bem interessante sobre a religião institucional e como segui-la cegamente sem questionar não é uma escolha inteligente.

Personagens cativantes e bem elaborados, especialmente Brutha, que tenta ao máximo não ser O Escolhido, e que só quer ser um monge normal, cuidando de seus melões e orando a Om.

Om também é um personagem muito bem desenvolvido, é arrogante e inteligente sem ser chato, e com uma língua extremamente ácida.

Terry Pratchett é um ótimo escritor e mal posso esperar para ler mais coisas dele.
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Tatah 20/09/2017

Que Om me proteja
Eu não tinha lido Terry Pratchett ainda. Eu sabia das histórias de Discworld, sabia que era super apreciado, famoso e etc, mas GENTE. O cara é incrível.

Ninguém me disse que ele tem um humor fabuloso ao contar suas histórias. Não é infantil, mas é irônico e sarcástico sem deixar de ser bobo e nem desviar de um objetivo. Tem mensagens muito ótimas e bem claras nas entrelinhas dos diálogos, de comentários no meio da narrativa, enfim; não há uma linha de texto desperdiçada.

É incrível também acompanhar aqui a trajetória e o arco de crescimento de Brutha. Um herói que começa absurdamente tapado, chegando a dar um nervoso; mas a progressão de acontecimentos é tão absurda, incrível e precisa que ele chega no fim em um lugar completamente diferente como personagem.

É uma visão incrível sobre religião, religiosidade, dogmas, crenças, crentes e deuses. Eu definitivamente quero ler tudo desse omi agorinha já neste momento.
Tatah 20/09/2017minha estante
eu usei MUITO a palavra incrível nessa resenha. eita.


Tatah 20/09/2017minha estante
~incrível~




none 26/05/2015

leitura agradável
personagens curiosos
linguagem acessível
piadas/enredo que podem não agradar a todos, mas independente disso é um grande livro com um grande final.
Vorbis e Brutha e a tartaruga Om (e o chinês faxineiro) são meus personagens favoritos. pisca pisca sorri.
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Octavio 27/03/2024

Tartarugas até lá embaixo ??
"O medo é uma terra estranha. Nele, a obediência cresce como milho, em fileiras que facilitam a colheita."
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PorEssasPáginas 08/10/2015

A Bertrand enviou esse exemplar para nós e eu resolvi me arriscar na leitura. Curiosamente eu tenho os livros anteriores da série Discworld, mas nunca li. Como após determinado número é possível ler fora de ordem, eu resolvi ler justamente esse que não tinha. Foi meu primeiro contato com a série e também com a escrita de Terry Pratchett.

A história se passa em Omina – pelo menos boa parte dela, uma cidade que cultua o grande deus Omn. Lá, nós conhecemos Brutha, um rapaz ingênuo com uma memória impressionante. Ele é um noviço e não tem muita ambição na vida, sendo um verdadeiro devoto de Om, seguindo todos os preceitos de sua religião. É por isso que o deus Om, na forma de tartaruga, que Brutha o ajude a se fortalecer novamente. Pois é, por algum motivo – leiam para saber – os poderes de Om acabaram diminuindo, a ponto de ele conseguir apenas se manifestar em forma de uma forma de tartaruga, um ser super frágil e muito visado por águias. Vai entender.

No começo eu confesso que não consegui me encontrar muito bem na leitura, não consegui vislumbrar um objetivo. Mesmo assim, eu insisti, mesmo porque, apesar de não saber aonde eu ia parar, o autor demonstra um senso de humor ácido e uma crítica bem construída desde o início. Quando enfim eu entendi qual o sentido da vida, o universo e tudo o mais (42!) (ops, história errada), a leitura deslanchou e eu me surpreendi bastante com o desenrolar da trama e ainda por cima a forma como Pratchett conduzia a história e seus personagens, incluindo ainda em sua sátira ateus e filósofos – sim, ninguém escapa desse autor!

Pratchett soube manifestar de forma bem primorosa sobre o fanatismo religioso, a forma como a fé e seus ensinamentos são deturpados e ainda usados de forma corrupta por seus líderes, sobre a existência de deuses e as consequências de se seguir uma religião cegamente. Tudo isso foi muito legal, ainda mais quando você percebe a semelhança com a religião na época da Idade Média (se bem que de lá pra cá algumas coisas continuam… e não necessariamente no catolicismo). E tudo isso dentro do contexto, sempre dando uma alfinetada aqui e ali no fundamentalismo religioso (ou não religioso).

Como primeiro livro de Pratchett, eu achei muito legal. Já imaginava que ele teria esse senso crítico atrelado ao lado mais bem humorado e cínico. Eu vou me arriscar em outros livros dele, mesmo que não sejam de Discworld. Uma pena ele ter falecido justamente esse ano…

Para quem é fã de ficção e fantasia, um prato cheio! Recomendo!

site: http://poressaspaginas.com/resenha-pequenos-deuses
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