Jardim de Espelhos

Jardim de Espelhos Veridiana Maenaka




Resenhas - Jardim de Espelhos


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Resenhas.da.Panda 10/12/2020

Um romance que parecia uma novela das seis
Damas e cavalheiros, hoje trago a resenha desse livro que até agora não sei se gostei ou não.
Devo iniciar afirmando que a escrita da Veridiana é muito boa, simples, de fácil compreensão e bem revisada. A história é muito bem escrita, com a protagonista como um grande diferencial: se trata de uma meretriz. A Cristina me deu muita raiva e a obsessão por André era o ponto mais entediante do romance.
Para mim, a personagem de Eduardo foi o que salvou essa história. Adorava as cenas com ele, os diálogos foram bem elaborados e o personagem em si era muito bom. Entrou na minha lista de melhores mocinhos de 2020.
O que eu não gostei desse livro além da protagonista e sua obsessão pelo amor da infância (às vezes ela não parecia não ter um pingo de amor próprio), foi o fato dela também ser a moça dos seios de cerveja, não entendeu? Eu explico, todo mundo do livro, se fosse homem, caía de amores por ela. Achava meio desnecessário, mas relevei.
Também senti que a história foi descrita de forma corrida. A autora não deu muita ênfase nos cenários, o leitor só sabe que os personagens estão no Rio de Janeiro, São Paulo e na Fazenda, mas nada é dito sobre esses lugares, nada descrito ou visual. Os acontecimentos foram descritos de forma rápida, embora nos últimos capítulos tivesse tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Não gostei também do desfecho da história de Guilherme (o único personagem bom daquela família toda), aquele “acidente” foi bem nada a ver.
Enfim, acho que todo mundo deve dá uma chance para esse livro, parece muito uma novela das seis, mas com algumas cenas eróticas.
A capa também é uma coisa linda!
Indico a leitura.
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Ana Elisa 17/04/2015

Jardim dos Espelhos
Inicialmente o que me fez ler/comprar o livro foi por ser de época, sou assumidamente apaixonada por livros do tipo. Porém, depois que fui perceber que a autora era brasileira, e eu infelizmente tenho um certo preconceito quanto a isso, mas valeu a pena. Se eu disser que foi um dos melhores que já li estaria mentindo, mas tudo acontece de maneira diferente ao que costumo ler. Ela (Cristina) nasce em uma família rica, mas é abandonada por ser de mãe solteira; é adotada pela empegada e cresce em uma fazenda de uma parente da mãe biológica; a mãe se casa em Portugal e volta depois de anos após o falecimento do marido, acompanhada de uma filha reconhecida; nesse meio tempo Cristina cresce, se apaixona pelo filho da dona da fazenda em que mora com a mãe adotiva, se entrega a ele, a união dos dois obviamente é negada e a mesma foge para São Paulo em busca da mãe biológica após descobrir que era adotada; ela é praticamente renegada pela família e vira Meretriz, aêaê, simples assim. rs (quantas mães, que confuso omg!)

E daí em diante começa uma longa estória, cheia de acontecimentos e atitudes que geralmente não se espera da boa e velha mocinha inocente (que não é mais inocente), e não entrarei em mais detalhes pois assim acabaria com com a emoção de um livro ao estilo novela das 21:00h... Ah, e eu adoro o Vitor. (y)' rs

Agora para finalizar, preciso por esse trecho que particularmente amei: "Não ofereço nenhum perigo, exceto o de roubar seu coração. Mas eu cuidarei dele melhor que você mesma."
drixza 06/12/2015minha estante
Estava em dúvida se compraria o livro... já me decidi :D


Ana Elisa 03/01/2016minha estante
É muito bom, compensa tê-lo na estante! :3




Hadassa Batista 31/07/2015

MARAVILHOSO
Eu me pergunto: COMO um livro desse nivel, com uma estoria envolvente como essa, com uma escrita fascinante, leve e fluida, não é muito reconhecido? São 3h da manhã e acabei de ler agora. Comecei e simplesmente não consegui parar. Veridiana, pelamor de Deus, escreva mais. Preciso de outros livros nesse nível. Todos os temas trabalhados no livro são de uma precisão e cuidado incrível. Indico e indico muito. Maravilhoso. Como boa amante e viciada em romances de época, estou encantada com essa obra prima e apaixonada pelo Eduardo. Ai, ai ??????
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Paula Juliana 11/11/2014

Resenha: Jardim de Espelhos - Veridiana Maenaka

''- Serei franca com o senhor. Causou-me péssima impressão, confirmando o mau juízo que eu já fazia a seu respeito. É arrogante, cínico e inconveniente. No entanto sou uma profissional e estaria disposta a partilhar a sua cama por uma compensação a altura do aborrecimento. (...)
- Não pago mulheres para que se deitem comigo. Não preciso disso. (...) As mulheres vêm a mim por vontade própria, e é o que você provavelmente fará.''

Começar a falar de uma obra que apresenta uma das melhores tramas de época que já li não é fácil! Não é segredo para ninguém que sou apaixonada pelo gênero, e já li muitas história do tipo e entre elas tenho as minhas queridinhas. Com toda a certeza que venho apresentar um livro que entrou direto para meus tops, do ladinho das minhas musas Julia Quinn e Lisa Kleypas. O livro Jardim de Espelhos foi uma das maiores surpresas que encontrei esse ano, com um enredo de tirar o fôlego, uma história bem contada, bem escrita, bem detalhada, bem organizada, ele me fez completamente louca, e que personagens são esses? Não sabia se entrava no livro e queria bater/matar/odiar alguns ou ia em outra direção e protegia/amava/cuidava de outros!

O que mais me encantou fora o enredo bárbaro, foram os personagens. A autora Veridiana Maenaka soube construir personagens totalmente reais, com defeitos e qualidades, personagens que conseguimos identificar os dois lados, bem e mal dentro deles. E quanto sofrimento para mim, como sofri lendo, como torci, como vibrei com eles. Foi uma leitura simplesmente incrível!

Cristina é nossa protagonista. O enredo todo gira em volta da bela moça. Fruto de um relacionamento fora do casamento entre dois membros da classe alta - aristocracia da época. Cristina ainda um bebezinho foi rejeitada entregue a Matilde, uma mulher facilmente comprável e que não gostava de crianças. Matilde como recebeu um bom dinheiro e uma carta de recomendação para ficar com a criança, vai fazer vida nova na Fazenda Redenção. Lá consegue o cargo de ajudante de cozinheira e cria Cristina, que cresce como uma serviçal na casa da família Toledo.

Cristina nunca teve amor! Não foi criada com afeto e carinho, ela encontrou amizade e sua primeiro paixão com o menino André, filho do dono da propriedade, que é apenas uns meses mais novo que ela. De amigos de travessuras a namoradinhos, descobrindo os primeiros sinais de desejo na adolescência. O grande sonho de Cristina era entrar para a família como esposa de André. Mas com 16 anos André não queria compromisso do tipo, ele amava Cristina, porém não queria casamento.

A coisa pega fogo. Cristina e André são descobertos e separados. Cristina vai morar com seu pai adotivo Gilberto, que também nunca a viu como uma filha. Gilberto conta a verdade a Cristina. A menina descobre que é adotada. Gilberto quer te-la como esposa. Matilde descobre, quer casar a menina com um velho, o ferreiro. Cristina fica desesperada. Procura André e se entrega!

Dali por diante é um Deus que nos acuda. André não quer casar. Cristina foge em busca de sua mãe verdadeira e vai para São Paulo. Guilherme irmão de André ajuda a moça no caminho, gosta de Cristina, mas não quer ver o seu irmão casado com a moça.

Cristina já na cidade grande. Sozinha. Fica sem opções e acaba conhecendo Olívia. Uma alcoviteira. Que transforma Cristina em uma acompanhante de luxo!
Agora prostituta. Uma mulher vivida, e mais endurecida que a inocente menina que saiu da fazenda Redenção, Cristina reencontra André. Ela recria em sua cabeça, o sonho de menina e quer fazer com que André se case com ela. Enquanto isso, entra na história uma outra peça chave fundamental, o sedutor e irônico Eduardo.

''Ela não disse nada, mas Eduardo deduzia o que Cristina estava pensando. Soubera por Olívia que Cristina fugira de casa e não tinha quem olhasse por ela. Estava só no mundo. André não entendia que Cristina precisava pensar no futuro. No dia em que ele a abandonasse, o que ela faria? Teria de voltar a se prostituir. Ela não estava lutando por ele, mas por si mesma.''

Isso é o máximo da história que posso contar para vocês, é apenas uma vírgula em um grande enredo como eu já tinha mencionado, a história é de primeira. É cheia de elementos e personagens que não estão ali para figuração. Cada um tem uma função na história, uma explicação de porque aparaceram, até as últimas páginas tudo se fecha! E a escrita da autora é profissional! Não tem outra palavra para descrever, é mais que apaixonante, intensa, bem feita, é uma escrita perfeita. Virei fã!

Henrieta mãe de Cristina a principio a achei fraca, dominável. Se deixou influenciar e ser guiada por sua mãe, que na minha humilde opinião é pior que todos os personagens juntos, é hipócrita, mesquinha e egoísta.
A minha personagem mais querida foi Olívia. Me emocionei com a história dela, mesmo sendo uma cafetina, como nós hoje chamaríamos, é uma grande mulher, uma personagem que fez toda a diferença durante toda a história mesmo sendo uma secundária.

Vamos falar dos homens? Tem homem para todos os tipos, desde o fazendeiro, o caipira beberão, aos gostosões bons de cama, passando pelos cavalheiros, gentis, honestos, achando também os detestáveis, egoístas e covardes!
Os meus preferidos foram o gentil Guilherme, o irmão de André. Vítor um cliente e amigo mulherengo de Cristina e o incrível Eduardo! Seria capaz suspirar ou rir toda vez que ele abria a boca?! A autora podia fazer uma mistura desses três homens maravilhosos e mandar para mim de presente!

André foi um personagem que me deixou puta da vida durante toda a história. Quando criança ele já não me passava confiança. Depois de todo o desenrolar da história, eu odeie o comportamento dele, não entendia como Cristina não largava essa ladainha de amor por ele. Claro, que muito disso era simples orgulho mesmo, mas André entrou para minha lista negra. Pode ser que alguém leia o livro e se encante com ele, mas isso não aconteceu comigo!

Por último vamos falar da nossa protagonista! Que vida Cristina! Que coragem, que mulher forte! Cristina não é a típica mocinha, ela vem cheia de defeitos e traumas, ela queria ser amada, queria o que lhe era de direito, ambiciosa, orgulhosa e teimosa. É uma mocinha para se bater, brigar, gritar, mas também para querer amar, cuidar e proteger! Cristina com sua história e sua personalidade foi uma grande protagonista!

Jardim de Espelhos me deixou agoniada, me deixou na torcida, me deixou de boca aberta, me causou repulsa por alguns atos de alguns personagens, me fez perdoar alguns no fim, me deixou loucamente apaixonada e admirada por outros. É um romance de época completo, maravilhoso e uma das minhas melhores leituras desse ano! Espero que todos os amante do gênero leiam e conheçam essa história de amor, dor, rejeição, intrigas, recomeços e paixões nesse grande Jardim de Espelhos!
Afinal... O primeiro amor é o verdadeiro?

'' Adormeceu sem perceber, e sonhou com um jardim. A luz era ofuscante, porque se tratava de um jardim repleto de espelhos, que refletiam a luz do sol. Semicerrado os olhos, ela ia de espelho em espelho, mas nunca via o próprio reflexo. (...) Quando enfim, distinguiu a própria imagem, percebeu que não estava só no espelho.''

Paula Juliana

site: http://overdoselite.blogspot.com.br/
daniela.sakura. 09/12/2014minha estante
Nossa tbm odiei o andre nossa queria bater nele. E essa obsessão da Cristina por ele me irritava um pouco pq ela não podia ficar logo com o Eduardo !!!


Paula Juliana 28/01/2015minha estante
Hhahahahah
Bem nessa Daniela! Eduardo tudo de bom! s2




Leticia.Carica 18/01/2021

Um livro muito interessante e intrigante, esse é um dos melhores livros que eu ja li!!
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um livro nos contou 15/01/2021

Resenha por instagram literário @umlivronoscontou
A história se passa em São Paulo, Vale do Ribeira, finalzinho do século XIX. Como já descrito na sinopse, em postagem anterior, essa é a história de Cristina. Uma bastarda, que foi adotada, melhor, foi vendida, para um casal nada propenso a paternidade. Cresce em uma propriedade rural abastada, como filha da cozinheira.

A trajetória de Cristina é diferente das mocinhas dos romances de época, o que foi um ponto positivo e que me deixou indignada. Depois de um namoro frustrado com André (filho dos donos da fazenda) e outros imbróglios, resta para Cristina fugir para a cidade grande e virar acompanhante de alto luxo. Isso tudo antes dos dezoito aninhos, mas precisamente, aos 16! Terrível!

Mas você pode estar se perguntando, ela não teria outra saída? Tinha algumas sim, mas todas não eram satisfatórias para sua ambição. E como ela acreditava, também acredito, não teria uma vida menos pesada seguindo qualquer outra opção. Resumindo, ela estava ferrada de qualquer jeito.

Fazia tempo que queria ler um romance de época ambientado na nossa terrinha. Adorei andar a cavalo com Cristina pelos prados do Vale do Ribeira, que por sinal é um lugar belíssimo. Quem não conhece pesquise no Google. De cair o queixo. A cidade de São Paulo e suas ruas movimentadas, uma passada pelo belo Rio de Janeiro do final do século XIX. Certas coisas deveriam parar no tempo, não é?!

O prólogo é perturbador. Já mostra que nossa protagonista não teve uma trajetória fácil. Um lembrete de que prostitutas, mesmo as ditas "de luxo" não tem uma vida fácil. Não há "dinheiro fácil", como alguns gostam de rotular.

Há vários "mocinhos" em torno de Cristina, alguns com interesse puramente sexual, o amigo para toda hora e aquele que seria o amor verdadeiro. Resta saber qual ela escolherá! Essa trama envolvendo os homens da vida de Cristina é interessante, e deixa você na dúvida sobre qual seria a melhor opção para ela.

A autora nos apresenta vários personagens com suas qualidades, defeitos e traumas. Nada de ficar na mesmice do casal protagonista. Podemos viajar na vida conjugal dos pais adotivos de Cristina, na vida conturbada e sofrida da cafetina que insere Cristina na prostituição; a família biólogica que reaparece na vida da protagonista e mexe muito com o psicológico dela. Os mocinhos também tem histórias interessantes: André, o amor de infância de Cristina, com as dúvidas e falsas moralidades, assim como seus pais. Guilherme, o irmão mais velho de André que em sua busca pelo acha correto faz umas besteiras. Temos Eduardo, filho da cafetina, o debochado, sarcástico que todo romance precisa ter.

Cristina não é uma protagonista dócil, ao contrário de muitas que encontramos em RE. Ela se mostra decidida e corajosa. Usa de sedução em alguns momentos, deixando-nos em dúvida se é mais ambiciosa do que apaixonada por André. Eu, confesso, simpatizei muito com ela. Torci para que ela voltasse à fazenda triunfante e fosse realmente feliz. Cristina é uma mocinha fora do convencional. Tem atitudes controversas, pois o orgulho e a ambição falam mais alto e isso a leva a extrapolar aquilo que estamos acostumados a ver nas mocinhas.

A protagonista representa muitas mulheres, que são julgadas e desdenhadas pela sua ousadia, ambição e determinação. Já tinha sido "fadada" a se prostituir, fato vislumbrado de forma bem machista por alguns protagonistas, que viam que com sua personalidade a única coisa que lhe restava na vida era isso. "Tinha a vontade, faltava-lhe a oportunidade", termo utilizado por um dos personagens, que achei de uma escrotice sem tamanho. O desprezo e o preconceito vindo de pessoas que não tem a reputação tão ilibada (os hipócritas) é constantemente apontado no romance, outro ponto positivo para a autora.

A hipocrisia maior vêm da avó biólogica, que a desprezou. E fez com que a mãe de Cristina não ficasse com a filha por conta das convenções, mesmo quando essa esboçou a vontade de reparar seu erro.

Esse é mais um nacional indicado para quem adora romance de época. Uma ótima escrita, com personagens bem construídos e realistas, com tramas bem amarradas. Quanto as cenas que envolvem sexo posso dizer que tem uma pegada mais caliente, mas de bom gosto.

site: INSTAGRAM @umlivronoscontou
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Psychobooks 07/02/2015

Jardim de Espelhos é uma novela de época em forma de livro... como não amar?

Enredo
Cristina é rejeitada pela mãe e pela avó ao nascer e entregue aos cuidados de uma criada, que a leva para a fazenda onde trabalha. Lá, Cristina cresce rodeada de riqueza e pompa e acaba se apaixonando por André, o filho mais novo do dono da fazenda. Ao descobrir sua verdadeira origem e ser rejeitada pelo amado, ela foge em busca da família de sangue e, ao se ver sem opções, acaba se entregando à vida de meretriz de luxo.

Desenvolvimento do enredo e Narrativa
Como em uma boa novela de época, acompanhamos os altos e baixos, encontros e desencontros da vida de Cristina, que é julgada pela sociedade devido à profissão que exerce e sofre todo o preconceito que ela desperta. A gente sabe o caminho que a história vai levar, mas ela é tão bem-desenvolvida que é impossível largar o livro! Logo de cara já sentimos a força da narrativa, que abre com uma cena impactante, do tipo que não nos deixa outra escolha a não ser virar uma página atrás da outra.

A narrativa é feita em terceira pessoa e acompanha o ponto de vista de vários personagens. A escrita é supergostosa e fluida e traz de tudo: drama, conflito, alegrias, tristezas e várias cenas quentes!

Personagens
Veridiana criou um grupo de personagens bem-variado, tem para todos os gostos: a adolescente que engravida fora do casamento e, pressionada pela mãe, entrega o bebê; os pais adotivos que não são muito afeiçoados à filha; a alcoviteira que tira a mocinha da miséria; o namorado da adolescência que a abandona e reaparece em sua vida anos mais tarde; o rapaz que a ajuda inesperadamente; aquele que finge que a odeia, mas que a ama; e tantos outros. Apesar do número grande de personagens, todos eles têm espaço e recebem a devida atenção da autora, que soube desenvolvê-los na medida.

Conclusão
Leitura mais do que recomendada, ainda mais se você é fã de romance de época e Jane Austen, por exemplo. O tempo todo fiquei com a novela Fascinação na cabeça, acho que é bem o clima que o livro passa. Já estou aguardando ansiosamente a próxima obra da autora! :)

"Acabara havia muito tempo, ela apenas teimava em não perceber. Curiosamente, doía menos do que imaginara. Era mais orgulho ferido e medo do futuro."
Página 296

site: http://www.psychobooks.com.br/2014/10/resenha-sorteio-jardim-de-espelhos.html
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Kris Monneska - Conversas de Alcova 09/11/2015

Um romance histórico 100% nacional
Se há uma coisa que a essa altura do campeonato quem frequenta o blog já sabe é que eu sou uma leitora completamente apaixonada por romances históricos. E mesmo, até hoje, tendo lido muitos romances de época, alguns até mesmo escritos por autores brasileiros, acredito que salvo “Sinhá Moça” lido por mim há eras atrás, não me recordo de ter lido nenhum outro que fosse ambientado no Brasil, e o fato de Jardim de Espelhos o ser, fez com que a leitura me encantasse ainda mais. Não canso de dizer o quanto me incomoda quando os autores nacionais preferem ambientar as suas histórias fora do Brasil e dar outra nacionalidade aos seus personagens, salvo quando há uma grande razão para tanto, fora isso valorizemos o que é nosso!
O Livro chegou às minhas mãos já tem algum tempo, e devido a uma já passada ressaca literária demorei um pouco até pega-lo para a leitura, hoje após tê-lo lido, me arrependo de ter demorado tanto, mas, pensando bem, acredito que essa história chegou até mim no momento certo, pois estou numa fase que só consigo ler até o fim livros muito bons e Jardim de Espelhos é um desses.

A Narrativa começa nos mostrando a história da protagonista Cristina.
E digamos assim, que ela não nasceu com a maior sorte do mundo. Filha de uma relação entre jovens de família nobre fora do casamento, Cristina nasceu às escondidas numa cidade do interior, e logo após o parto sua avó a entregou aos cuidados de Matilde, a empregada que às serviu durante a gravidez de sua mãe, juntamente com uma boa quantia em dinheiro e uma carta de recomendação, para que ela pudesse conseguir um bom emprego em outra cidade.
Sendo assim, a empregada parte com a bebê e o seu marido vagabundo e se instala em Taubaté, onde consegue uma colocação como auxiliar de cozinha na casa de uma família influente da região. Matilde não tem nenhum instinto materno e acaba sempre tratando a menina muito friamente, e sendo assim, o que ela recebe mais próximo de um carinho materno é a amizade de Dona Clarice a dona da casa, que também tem dois filhos: Guilherme o mais velho e André só alguns meses mais novo que Cristina.

Clarice não só permite, como incentiva que Cristina seja educada junto com seus filhos, o que acaba fazendo com que ela e André criem laços de cumplicidade, que com o passar da idade acabam evoluindo e os levando a se envolver em uma grande paixão, apesar da diferença social. E é esse envolvimento que acaba colocando Cristina em desgraça após alguns anos.
Onde após ver seus ideais de amor eterno serem frustrados, não receber o verdadeiro apoio de sua suposta mãe e ter de se defender das investidas do padrasto, ela parte para São Paulo, onde após algumas desventuras recebe a ajuda de Olivia Durão e torna-se uma renomada cortesã de Luxo.
Tempos depois ela reencontra André e esse encontro é capaz de reacender a chama da paixão infantil, assim como alimentar a obsessão de voltar a Fazenda Redenção, local onde foi criada, como parte da família. Porém, Cristina não é mais a mesma menina que um dia saiu de lá. Ela esconde muitos segredos em seu coração, e entre eles está: Eduardo Marques, um misterioso e detestável jovem por quem ela nutre uma grande aversão, assim como uma atração maior ainda, desde o primeiro encontro.

Eu sinceramente peguei-me completamente apaixonada pela escrita da Veridiana Maenaka, por diversos motivos. Desde a construção dos personagens, que completamente humanizados fogem aos estereótipos clichés de mocinhos e mocinhas perfeitos, sem nenhum defeito e com pouca personalidade. Os personagens de Jardim de Espelhos são complexamente estruturados e profundos, de modo que eu poderia passar horas aqui relatando para vocês como são um por um, mas prefiro me ater aos que mais me instigaram.

Cristina é uma protagonista bem diferente de todas que possamos imaginar, se há uma característica marcante nela desde o princípio do livro é a ambição, assim como a sua força e garra. Ela não se conforma em viver às margens da sociedade e não mede consequências para alcançar o lugar que ela acredita que merece. Não é submissa e não abaixa a cabeça diante de humilhações, defendendo-se sempre com unhas e dentes. (as vezes até com um cabo de vassoura :D) Mesmo sendo ambiciosa, isso não a torna má, pelo contrário, ela é uma jovem generosa e de bom coração, que apanhou muito da vida e aprendeu a se proteger à sua maneira, e que mesmo assim, ainda fica à mercê da sua personalidade amorosa inúmeras vezes.
Enquanto André, que no início do livro aparenta ser o dito príncipe encantado, ao longo da história vai perdendo as suas máscaras e mostra que é só mais um playboy de família rica, entusiasta de tudo o que é novidade. Vive falando de amor, mas nem de perto sabe o que é realmente amar.
Um dos meus personagens favoritos na trama foi Eduardo, mas não vou discorrer muito sobre ele, pois ele é um dos personagens mais misteriosos na história e eu não quero roubar a vocês o prazer de descobri-lo pessoalmente. Só digo que ele mescla doçura e sacanagem numa medida adorável, é impossível não envolver-se com ele.
Outra razão pra eu ter me encantado com a trama da Veridiana foi a maneira que ela elaborou o enredo, onde nós assistimos ao degringolar de uma história de amor adulta, sem diálogos excessivamente românticos e/ou melosos, mas, sim, uma história onde os personagens vão amadurecendo à cada capítulo e ainda conferimos uma crítica social ao machismo da época que levou tantas garotas a prostituição, apenas por terem feito sexo antes do casamento, assim como levou tantas outras a entregarem seus bebês a desconhecidos, obrigadas pelos próprios pais em nome da honra da família, enquanto os homens saiam ilesos e sem nenhuma responsabilidade.
Em suma, Jardim de Espelhos é um livro que além de lindo é questionador.
Ele nos leva a refletir sobre as diferenças sociais históricas que até hoje se refletem em nosso contexto social e muitas vezes ainda são reproduzidas e ainda nos presenteia com uma bela história de vida, recheada de romance, emoção e sensualidade, onde uma mulher amadurece e pode conhecer pouco a pouco várias faces daquilo que é o amor.

A Escrita da autora é sublime. A Coesão e a coerência da narrativa são notáveis, correspondendo perfeitamente a época em que a história se desenrola, mas sem se mostrar enfadonha ou complexa em demasia. As cenas eróticas são sensuais na medida certa, de modo a acrescentar sensualidade na leitura, sem torna-la vulgar. A edição do livro está maravilhosa, diagramação e capas lindíssimas, também não notei erros na revisão.

Recomendo a leitura à todos maiores de 15 anos pelo menos, devido às cenas eróticas, preparem-se para se apaixonar, pois eu fiquei extasiada, classifiquei como 5 estrelas e a autora ganhou, em mim, mais uma fã. Espero ter o prazer de ler outras obras dela.
Quando a gente gosta muito de um livro por mais que a gente fale sobre ele, nunca é o suficiente, apesar da resenha ter dado um belo textão, e essa é a maior prova de quanto o livro é bom, eu me reprimi bastante pra não dar spoiler. Espero que tenham gostado, deixem suas opiniões nos comentários, será um prazer lê-las.

Beijos ♥

site: http://www.conversasdealcova.com/2015/11/resenha-jardim-de-espelhos-de-veridiana.html
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Tamirez | @resenhandosonhos 12/01/2016

Jardim de Espelhos
Em 1880 uma jovem da alta sociedade engravida antes do casamento e sua mãe a leva grávida para o interior para que ela tenha o bebe em segredo. O bebê é entregue a uma serviçal e cresce sem o amor e apoio do padrasto e madrasta e não sabe sua verdadeira origem. Cristina, nossa protagonista, ajuda a madrasta na Fazenda Redenção e cria-se junto do filho da rica família, o menino André.

O apego e amor entre eles surge naturalmente e cria preocupação para as duas partes, e logo o que era apenas uma suspeita vira em um cálido romance que precisa ser interrompido, quando as famílias intervém e ameaçam casar Cristina com alguém na cidade.

“Não entendia o modo como ele se infiltrara em sua mente e em seu desejo, fazendo-a querer mais.”

A jovem foge e, descobrindo sua verdadeira origem, vai para São Paulo confrontar a mãe, porém não é bem recebida e precisa achar formas de se sustentar. É assim que ela conhece Olívia, uma famosa cortesã que ensina e orienta as jovens para se tornarem prostitutas e acompanhantes de luxo. Cristina que sempre viu na riqueza o sinônimo da felicidade, acredita que esse é o caminho que vai mudar sua vida. E ela estava realmente certa, mas talvez não exatamente do jeito que imaginava.

Capa e Edição
Acho que a capa trás a mensagem do gênero de romance histórico escrito por todo o lugar, além de ser muito bonita. Apesar de simples, parece que, através dos detalhes do vestido, é capaz de transparecer textura ao leitor. E, claro, para quem já me conhece, sabe que não gosto de rostos em capas, então fiquei feliz em ter somente um vislumbre de como seria Cristina e não uma imposição.

Uma das coisas que gostaria de ressaltar é que, apesar de ser uma romance histórico, a autora não se utiliza de um linguajar rebuscado para compor a obra, o que a torna contemporânea e de fácil leitura, com uma boa diagramação, que ajudam as mais de 300 páginas a passarem mais rápido.

Minha opinião
Fazia bastante tempo que queria pegar um romance histórico e não estava conseguindo, resolvi então aproveitar e dar essa oportunidade de leitura a uma autora nacional e digo que não me decepcionei.

No início o livro pareceu um pouco truncado e tive dificuldade de avançar pelas primeiras páginas, depois o que me incomodou foi o comportamento desconexo da protagonista, que é birrenta e possessiva, porém, conforme as páginas foram passando, compreendi que dentro da realidade daquela época e de tudo que ela tinha vivido, fazia total sentido as coisas serem assim.

Ela cresceu sem amor e viu a família rica para a qual servia encher o filho de mimos e felicidade. Automaticamente Cristina associou a alegria e o amor a ser bem sucedida e ter dinheiro, o que acaba despertando nela uma enorme ganância, que vai guiar seus passos durante todo livro. Ela não vai para São Paulo para ser feliz, ela vai para enriquecer e voltar com pompa para a Fazenda Redenção e mostrar que conseguiu vencer na vida e que pode ser sim, bom partido para André. Porém, é óbvio que as coisas não ocorrerão dessa forma e vamos descobrir que a vida da jovem é mais dura e perigosa do que ela própria imaginou, logo no primeiro capítulo do livro.

A postura de André também me incomodou e também faz sentido. Na verdade, acho que o livro todo foi um choque de princípios baseado na diferença de realidade entre os anos 1900 e o que vivemos nos tempos atuais. Nenhum personagem nesse livro é 100% correto ou tem uma postura sem questionamentos, todos eles buscam o seu próprio benefício antes do dos outros e isso fica claro conforme os vamos verdadeiramente conhecendo.

Minha única ressalva com relação ao livro é que parece que a sinopse entrega demais, e felizmente eu não sou uma pessoa que lê sinopse, se não teria estragado o livro pra mim, já que já o começaria esperando que várias coisas acontecessem e conhecer a história cegamente foi tão legal, que duvido que com esse conhecimento prévio, teria tido a mesma satisfação.

Espero poder ler mais coisas da autora em breve e fiquei muito feliz com a minha experiência com esse romance histórico, que era algo que eu queria muito desbravar, e o tempo e a pilha de leituras faziam com que eu não pudesse priorizar. Espero que 2016 traga mais desse gênero e que todos sejam tão bons quanto Jardim de Espelhos.

site: http://resenhandosonhos.com/jardim-de-espelhos-veridiana-maenaka/
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Tatiana181 06/06/2018

Esperava um pouco mais.
Foi uma leitura que em alguns momentos ficou parada.
Neste romance de época vamos conhecer a história de Cristiana, filha adotiva, rejeitada pela mãe por ser muito nova e solteira. Cristina passou a ser criada na fazenda redenção onde sua mãe adotiva passou a trabalhar, ali ela conheceu André e se apaixonou, a princípio o amor foi correspondido porem quando foram descobertos o mesmo não estava preparado para o casamento e Cristina teve que ir morar com o pai. Para de livrar de um casamento forcado ela foge para São Paulo e a partir dai sua vida muda completamente.
Gostei muito da Cristina, guerreira e bem decidida, tem muita determinação porém quando se trata de André é fraca e sem personalidade.
Gostei do livro e do enredo em si mas esperava por mais.
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ELB 10/03/2015

"Jardim de Espelhos - São Paulo, 1880

Cristina nasceu de um relacionamento proibido entre dois jovens da alta sociedade, por isso é rejeitada e entregue, ainda bebê, a uma mulher humilde. Ignorante de sua origem, cresce como serviçal na fazenda Redenção. Apesar da diferença social, ela e André, filho do dono da propriedade, tornam-se companheiros de folguedos e, na adolescência, namorados. Mas esse amor custa caro a Cristina, e ela cai em desgraça. Quem a salva do desamparo é Olívia, reconhecida alcoviteira, que a transforma numa mulher cobiçada e elegante, uma acompanhante de alto luxo."

Leia mais no blog!

Resenha feita pela Luci, postada no ELB!

site: http://www.everylittlebook.com.br/2015/02/resenhajardim-de-espelhos.html
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Ana Luiza 03/06/2015

Um romance de época único e profundo
É no ano de 1880 que Henrieta, uma jovem mimada da alta sociedade, dá luz a uma menina, fruto de um relacionamento proibido. A garota é convencida por sua mãe, Ivone, a abandonar a criança, já que de maneira alguma seria desposada por qualquer homem rico tendo uma filha bastarda. Matilde, uma empregada da família, aceita ficar com a menina apenas por causa do dinheiro oferecido por Ivone e persuade o marido para que mudem de cidade e assumam a criança como sua, que chamam de Cristina.

E na próspera Fazenda Redenção que Cristina cresce sem saber de sua origem e desde pequena trabalhando como criada ao lado de Matilde, que a cria sem afeto algum. Desprezada por quem acredita ser sua mãe, Cristina encontra afeto nos donos da fazenda, uma família muito rica, mas que vive de forma simples e trata todos com respeito e carinho. Assim, apesar dos trabalhos árduos, Cristina tem uma infância relativamente feliz ao lado de André, filho dos donos da propriedade, por quem acaba desenvolvendo uma paixão.

Cristina se torna uma belíssima moça, mas de temperamento forte e atitudes impulsivas que encantam André. Assim, eles se entregam a um relacionamento secreto, sem pensar nas consequências, e logo o amor infantil dá lugar a uma paixão avassaladora. Cristina acreditava profundamente que André iria desposá-la, mas o rapaz não parece querer saber de compromisso e, assim, a garota cai em desgraça. Rejeitada por quem amava e agora ciente de que também foi rejeitada ao nascer, Cristina abandona a Fazenda e vai para São Paulo.

Entretanto, as esperanças de Cristina são novamente frustradas quando ela é novamente rejeitada pela mãe e pela avó. Henrieta se casara e tivera outra filha e, apesar de até querer ter contato com Cristina, ela teme pela reputação da família. Completamente desamparada e ambiciosa demais, Cristina aceita ajuda de Olívia, uma famosa e bela alcoviteira, que a transforma na acompanhante de luxo mais bela e cobiçada de São Paulo.

Rapidamente Cristina se transforma em uma mulher madura e independe, mas a vida luxuosa e sedutora que leva é igualmente solitária e infame e não a faz esquecer-se do passado e das rejeições sofridas. Quando por acaso reencontra com André, os antigos desejos despertam em Cristina, que fica decidida a reconquistá-lo. Entretanto, seu caminho também se cruza com o de Eduardo, o filho de Olívia, um homem que a atrai na mesma medida em que a irrita. Em conflito, o que será que falará mais alto em Cristina: o amor, o desejo ou a ambição?

A primeira coisa que me atraiu em Jardim de Espelhos foi a belíssima capa. Entretanto, quando li a sinopse imediatamente pensei “PRECISO LER ESSE LIVRO!”. Eu amo romances de época e não me lembro de já ter lido algum que se passasse no Brasil. A curiosidade de conhecer o nosso país da época se somou a vontade de ler um romance onde a mocinha não é nenhuma coisinha virginal. Entretanto, Jardim de Espelhos superou de longe qualquer expectativa que tinha para a obra.

O livro já me conquistou no prólogo, onde já conhecemos a Cristina prostituta sendo agredida por um cliente. A narrativa em terceira pessoa da autora imediatamente me conquistou. A escrita de Maenaka é gostosa e fluída. Entretanto, ela brilha mesmo é com sua trama e personagens extremamente bem elaborados. A história de Jardim de Espelhos é bastante surpreendente e cativante. Os acontecimentos se conectam maravilhosamente bem na trama bem tecida e muito inteligente. E que o mais me agradou é que, além de uma história de amor, Maenaka nos traz uma narrativa sobre rejeição, superação, obsessão, ambição e vingança.


Todos os personagens são profundos, complexos e muito humanos. A autora explorou todos muito bem, expondo seus pensamentos mais íntimos, seus desejos, suas virtudes e defeitos. Ninguém aqui é perfeitinho, não há mocinhos ou vilões, apenas pessoas como quaisquer outras, que entre erros e acertos tentam encontrar o amor, a felicidade e a paz. É interessante acompanhar a trajetória de cada um deles e sofri com as escolhas erradas, torci pelas atitudes certas e comemorei e me emocionei em ver alguns deles amadurecendo. Achei bastante sagaz por parte da autora mostrar, com seus personagens, que nem tudo mundo cresce e muda, e que algumas pessoas são do jeito que são, boas ou ruins, egoístas ou benevolentes, para sempre.

Algo que amei foi a protagonista que, que como os outros personagens, foge do comum. Cristina não é nenhuma dama sensata e recatada. Uma garota tempestuosa e ambiciosa, Cristina vai atrás do que quer e de quem quer, mesmo que para isso tenha tomar atitudes egoístas e cínicas. Algo que amei foi a autora explorar e mostrar como é tênue a linha entre desejo e ambição, entre querer muito algo e obsessão. É um dos mais importantes conflitos do livro é se Cristina realmente ama André ou se deseja a sua posição ou se ambos ao mesmo tempo. Eu gostei da protagonista por sua força e coragem para enfrentar os problemas que surgiam, mas me irritei com suas escolhas erradas e ambição desmedida e me compadeci com sua busca (inconsciente) por aceitação e amor.

Um romance de época único e profundo, Jardim de Espelhos foi uma leitura maravilhosa e de tirar o fôlego. Intrigante do início ao fim, a obra diverte e emociona, além de nos fazer refletir. Além de uma história de amor, Jardim de Espelhos é um ensaio sobre a índole humana, seu comportamento e escolhas. Até onde devemos ir por desejo de triunfar? Será que amamos as pessoas só pelo o que são ou também pelo o que elas têm e o que representam? Status e dinheiro valem mais que o amor?

Jardim de Espelhos foi uma leitura surpreendente, intrigante e emocionante. Amei a obra e estou curiosa por mais obras da autora, que já demonstrou muito talento nesse livro.

Quanto a edição, tenho apenas elogios também. A diagramação estava perfeita, assim como o tipo e tamanho da fonte. Como sempre, as páginas amareladas me fazem uma leitora feliz e deixam a leitura mais confortável. E, como já comentei, eu simplesmente amei a capa, que é divina e combina perfeitamente com a história.

site: http://www.mademoisellelovesbooks.com/2015/06/resenha-jardim-de-espelhos-veridiana.html
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Dani 20/09/2015

Jardim de Espelhos, de Veridiana Maenaka
Maria Cristina cresceu em uma próspera fazenda dos Toledo, no interior de São Paulo, onde trabalha junto à mãe, ambas serviçais. Desde sempre fora educada para acatar às ordens das pessoas de posição mais elevada, mas isso tornava-se difícil devido à sua personalidade forte e teimosa.
Matilde, sua mãe, nunca lhe demonstrava afeto e seu pai, Gilberto, encontrava-se sempre embriagado e quase não notava sua existência. Carente, a menina encontrou apoio em André, filho mais novo da família Toledo. Os dois viviam juntos, compartilhando brincadeiras, segredos e o primeiro amor de ambos. O relacionamento cresceu de forma inevitável, dada a proximidade dos dois, e, por mais que sua mãe sempre a lembre de que não pode se envolver com um rapaz de posição tão diferente da dela, Cristina se encontra perdidamente apaixonada. Teimando que André nunca abriria mão dela, mesmo com as diferenças, entrega-se profundamente à paixão.

"Como sempre que o via, Cristina sentia a alegria inundá-la. Amava-o desde que podia recordar." - Pág. 37

O mundo de Cristina abala-se totalmente quando a família do rapaz se opõe ao relacionamento e ele também nada faz para continuar com ela. Além disso, ela descobre que toda sua vida foi feita em mentiras, ao saber que Matilda e Gilberto não são seus pais verdadeiros - sua verdadeira mãe, de identidade ainda desconhecida para Cristina, engravidara muito jovem, antes do casamento, sendo obrigada pela mãe a abandonar a filha.

"—As coisas não funcionam assim, minha querida. Não se manda no coração. Pode-se apenas silenciá-lo." — Pág. 143

Desamparada e desprotegida, algum tempo depois de vários acontecimentos, Cristina encontra apenas uma oportunidade de conseguir sobreviver sozinha e, ao mesmo tempo, ter uma vida boa: torna-se meretriz de luxo. Aprende com Olívia, uma famosa e requintada alcoviteira, tudo que é necessário saber para a profissão e passa, então, a viver uma vida de alto padrão, mesmo que sua alma esteja apodrecendo e cheia de mágoas daqueles que destruíram sua vida.
Alguns anos depois, Cristina reencontra André e, por mais que esteja magoada, a velha paixão ressurge, avassaladora. Ela precisa contar, mais tarde, com a ajuda de Eduardo, um homem confiante, sarcástico e atraente, que a irrita profundamente, para reconquistar seu primeiro amor.
Quando comecei a ler este livro, logo fiquei presa pela narrativa. Ás vezes leio alguns romances históricos e são poucos que conseguem me prender pela forma de escrita e este fez isto muito bem, narrado em terceira pessoa. A sinopse se estende bastante, me levando a pensar que este seria apenas o enredo inicial do livro. Me surpreendi, em parte negativamente, em parte positivamente, ao perceber que estes acontecimentos levavam, mais ou menos, a primeira metade do livro - senão mais. Pensei, então, que não me prenderia por já saber grande parte da estória e o que aconteceria no futuro, e gostei muito quando vi que, enquanto contava-se o que eu já sabia, haviam muito mais acontecimentos novos, na mesma passagem de tempo. Me peguei, então, curiosa para saber como seria o desenrolar, não o que aconteceria em seguida de fato.

"—De nada adiantaria afirmar que isso não vai acontecer. Seriam apenas palavras. Só posso lhe dizer uma coisa: melhor arriscar do que passar a vida fantasiando.
—Arriscar — repetiu ela, pensativa, como se não conhecesse o termo.
—Sim, pagar para ver. Não tem coragem? — ele desafiou."

A estória me envolveu muito bem, pois adoro romances onde os personagens já têm uma história há bastante tempo, nada no estilo "amor à primeira vista". Demorei um pouco, admito, para gostar da Cristina, por ser tão teimosa mesmo quando a resposta estava embaixo de seu nariz. Ao decorrer do livro, porém, fui percebendo o quanto ela era forte e admirei-a muito por isso. André tem muito destaque desde o começo, mas desgostei muito dele, por várias de suas atitudes e sua personalidade.
Me surpreendi muito com Guilherme Toledo, irmão de André, que no começo parecia apenas um personagem a mais e acabou se mostrando extremamente importante. Na verdade, praticamente todos os personagens têm certa relevância, cada um muito importante para a trama. Eduardo tem muita importância, além dos dois primeiros, e me agradou muito por suas atitudes e personalidade sempre ácida e sarcástica. As cenas que ele protagoniza com Cristina são de tirar o fôlego, com muitos diálogos bem elaborados.

"—Por que a hesitação? — indagou ele, com ternura. — Não ofereço nenhum perigo, exceto o de roubar seu coração. Mas eu cuidaria dele melhor do que você mesma.
—Que galanteio barato. — observou Cristina, divertida." - Pág. 261

Este livro trouxe uma experiência diferente para mim; sempre que me decepcionava com algo, vinha então outra coisa melhor. Por exemplo, me decepcionei com o reencontro de Cristina e André, depois de tantos anos. Esperava outra coisa completamente diferente e, no começo, fiquei irritada com cada cena, mas os acontecimentos seguintes se revelaram muito melhores que imaginei. Todo o livro é cheio de reviravoltas imprevisíveis e intrigantes, fazendo com que a leitura prenda o leitor para valer. Foi interessante, também, o modo como certo personagem passou de principal á secundário; nunca tinha lido algo assim.
O final foi bem fechado e um pouco previsível, depois dos acontecimentos dos últimos capítulos. Gostei muito da forma que acabou e fiquei muito satisfeita, porém penso que algumas cenas ficaram muito corridas e um personagem de muita relevância teve seu final em aberto.
Além das intrigas, reviravoltas e escândalos, Jardim de Espelhos traz algumas questões mais profundas, como família, onde termina o amor e onde começa o orgulho, e o perdão. Ambientado no século XIX, traz uma linguagem e costumes que realmente rementem à época, com direito a casamento por conveniência, trajes elegantes, cenas sensuais, e tudo aquilo que amamos em romances históricos.

site: https://danielabyrinth.blogspot.com.br/2015/09/resenha-jardim-de-espelhos-de-veridiana.html
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Vânia 05/02/2016

Jardim de Espelhos
Grávida, solteira, Henrieta se muda para uma cidade no interior para esconder os meses da desonra. Sua mãe, Ivone, ficara viúva e muito bem de vida quando Henrieta ainda tinha 8 anos, e fizera todas as vontades da filha, até que esta envolveu-se com Diogo, rapaz de boa família mas que era irresponsável, boêmio e famoso por desviar donzelas.
Arranjaram uma criada que morava na região, Matilde. Ela era casada, sem filhos, e o marido, Gilberto, carpinteiro, preferia viver fingindo que trabalhava.
Matilde mesmo sabendo que não tinha vocação para ser mãe, acaba por aceitar ficar com a criança, em troca de uma generosa quantia que lhe permitiu comprar uma casa e montar uma oficina para o marido, além de guardar algum para uma emergência.

A criança nasceu uma menina. Linda, loura, que Ivone não deixou que a filha se apegasse e deu logo um jeito de mandá-la partir.
Depois que se livraram do "problema", Ivone e Henrieta partiram para uma temporada em Portugal, onde arranjaria um casamento para a filha e, assim, calaria qualquer possibilidade de fofoca.
Henrieta casou-se com Jorge, de boa família, rico, e tiveram uma filha, Beatriz, dos cabelos negros...

Enquanto isso, o bebê doado pela avó foi batizado de Maria Cristina.
Matilde foi trabalhar na casa dos Toledo como ajudante de cozinha. Tempos depois, ela assumiu o cargo. Cristina ia crescendo e já ajudava a "mãe" no serviço, mas o que ela gostava mesmo era do tempo que passava na companhia de André.

André Toledo era o segundo filho do casal Clarisse e Geraldo. Nascera um mês após Cristina e na infância tornaram-se grandes amigos. Chegando na adolescência, a amizade inseparável acaba por tornar-se numa paixão.

O filho mais velho, Guilherme, muito sério e nunca foi de dar muito caso para Cristina, casa-se com a filha do vizinho, Noêmia, e esta, notando que Cristina logo tornaria-se uma bela mulher e, com isso , uma possível ameaça a seu marido, trama dar um jeito de livrar-se da garota.
Para isso ela alerta o marido do perigo da amizade entre André e Cristina. Guilherme, depois de ter dado ouvidos à esposa, flagra o jovem casal num lago próximo, na propriedade, e alerta a mãe. As mães dos jovens preocupadas com o que poderia vir a acontecer (eles ainda tinham 15 anos) resolvem separá-los.
Cristina é levada para ficar com seu "pai". André fica desolado, mas seu irmão, com o intuito de fazê-lo esquecer da mocinha, o leva a conhecer os prazeres da "carne" apresentando-o a Rita, uma prostituta mais velha na cidade.

No pouco tempo em que ficou em casa sozinha com Gilberto, cuidando da casa, Cristina recebe mais um duro golpe em sua biografia. Não bastava ter sido enxotada da fazenda que conhecia mais como sua casa do que como casa da patroa, agora, ela recebe uma proposta inusitada do pai. E fica sabendo que ele não era seu pai.
Cristina conta a André o que ficara sabendo e dá como sugestão que eles se casassem. Ela já havia se entregado a ele em seu aniversário de 16 anos; na cabeça dela não havia mais nada que os impedisse de ficar juntos... A não ser o próprio André.
Alegando que ainda eram muito jovens e que os pais não autorizariam, André recusa o plano dela.
Cristina, então, decide tomar conta de seu próprio destino.
Dá um jeito de arrancar a verdade sobre quem era sua mãe e segue a São Paulo para conhecê-la.

Mas mal havia saído da cidade, ela é alcançada por Guilherme e um de seus empregados, Raul. Clarisse, apesar de não querer o envolvimento do filho com a moça, preocupava-se, e pediu ao filho mais velho para ir buscá-la.
Guilherme vai, a contragosto de Noêmia, e percebe que Cristina estava decidida em ir. Melhor, então, seria se ele a escoltasse e tivesse certeza que chegou bem.
Vão a São Paulo e ele fica sabendo da história da mãe dela, que, por acaso, era uma parenta distante de sua mãe.
Cristina encontra primeiro a avó, que a trata com desprezo e tenta expulsá-la da casa, mas a moça dá um jeito da mãe aparecer.
Henrieta fica emocionada em reencontrar a filha. Ela quer manter contato com a filha, e até ajudá-la financeiramente, mas de uma maneira distante, sem que saibam de seu parentesco e nunca juntas na frente de outras pessoas.
Cristina logo vislumbra o quadro: ser novamente desprezada pela mãe pelas artimanhas da avó. Ela prefere, então, seguir seu próprio caminho, sem o auxílio delas. Dá as costas e parte.

Na pensão em que estava hospedada com Guilherme, ela consegue o trabalho de arrumadeira.
A esposa do dono da pensão, Leonor, não gosta muito da ideia por Cristina ser bonita demais e chamar atenção dos hóspedes, mas Antônio sente um carinho paternal pela moça e dá-lhe o trabalho.
Guilherme volta para a fazenda Rendenção com a consciência limpa por tê-la ajudado.

Os meses passam e Leonor cada vez mais encrenca com Cristina, até que Antônio não aguenta mais e a dispensa.
Sem ter para onde ir, Cristina acaba aceitando uma oferta de trabalho que não queria, mas era a única ao alcance: ser uma prostituta de alto luxo.

Cristina é contratada por Olívia Durão, uma mulher que ainda mostrava sinais da beleza que fora.
Cristina era linda, mas chucra; foi-lhe ensinado a se comportar, a como comer, andar, falar, a não aceitar joias como pagamento, mas apenas como presente posterior. Seu primeiro cliente era um velho amigo de Olívia, Vítor, que também era um amante hábil e logo ensinou a Cristina tudo que um homem gosta na cama.
Cristina se dá muito bem no trabalho.
Sua mãe e avó biológicas sabiam de seu novo trabalho porque um dia a encontraram às compras acompanhada por Olívia, que era famosa na cidade.

Cristina torna-se amiga de Olívia. Seu trabalho com ela durara um ano e meio, época em que Olívia gostava de fazer rotatividade para ter sempre novidades junto aos clientes. Cristina passa a trabalhar por conta própria, com algumas indicações de sua amiga. Ela conhece a história do passado de Olívia, da vez em que apaixonou-se e acabou tendo um fruto desse relacionamento, para ver o filho lhe ser tomado.
E é este filho, Eduardo, que Cristina conhece anos depois.

A primeira impressão de Cristina não poderia ser pior. Mesmo antes de conhecê-lo, ela já o execrava pelo que tinha feito à amiga, mas ela não poderia negar que o desgraçado era lindo e tinha presença.
Na ocasião ela estava com um parceiro fixo, Lemos, um homem de seus 50 anos, sócio da empresa de Francisco, pai de Eduardo, com a amante Olívia.
Eduardo ficou encantado com Cristina e apesar de dizer que nunca pagara a uma mulher para que se deitasse com ele, também não condenou o trabalho dela, mas prometeu que eles ainda ficariam juntos.

Cristina não queria relacionamento com ninguém, a não ser com seu André.
Este também estava no RJ, terminando a faculdade de Direito.
Quando se reencontraram, a magia parecia estar ali, de volta.
Cristina queria ter uma nova oportunidade com ele. Voltaram a ser amantes, mas André ainda encontrava desculpas para postergar o casamento.

Quando sente que poderia perdê-lo de vez para ninguém menos do que sua meia-irmã Beatriz, Cristina planeja algo ousado. E para isso ela precisava da ajuda de Eduardo, e o golpe final seria dado na mesma fazenda de onde ela fora mandada embora, na presença de todas as pessoas que ela conheceu de criança, revolvendo o passado e revelando segredos que muitos prefeririam deixar bem enterrados... Mas a voz do destino tirou uma carta da manga bem diferente do que todos queriam...

Uma heroína guerreira.
Santa? Longe disso. Cristina soube aproveitar as oportunidades que a vida lhe deu.
Seus pais vieram de boas famílias, mas cada um, à sua maneira, deu-lhes as costas.
Criada por uma mulher sem qualquer tino maternal, ela tinha a beleza com seu ar angelical para cativar as pessoas numa primeira impressão, e depois, sua inteligência para mantê-las.

Sua paixão por André apesar de tão nova, era genuína, e ela recebe seu primeiro golpe ao ver que ele não pensava da mesma forma que ela.
Conquistou seu caminho a duras penas. Tornou-se prostituta de alto luxo, mas ainda uma prostituta, sabendo que era apontada na rua quando ia às compras.
Seus clientes eram homens em sua maioria casados, mas com posses, e além do alto preço que pagavam por ela, ainda lhe davam joias de presentes, que elas as guardou visando sua aposentadoria anos à frente.
Pensou que sua paixão por André houvesse acabado, mas ao reencontrá-lo por acaso, e ver a mesma chama nos olhos dele, decidiu que o teria para si, definitivamente.
Mas André, e a mãe Clarisse, tinham outros planos, assim como Ivone.
Beatriz era a eleita para André.
E seria cômico se não fosse tão real que o destino colocasse como possível esposa do homem que amava a outra filha de sua mãe.

Beatriz e Cristina não poderiam ser mais opostas, na aparência e atitudes.
E aquela reunião na Fazenda Redenção mudaria a vida de todos.
Os dados estão na mesa; as apostas são altas; e vence quem souber blefar melhor...

Mais um romance de época ambientado no Brasil de forma perfeita.
A autora não se perde em detalhes sobre o ambiente, mas seus personagens trazem o peso das regras rígidas de uma época.
Aqui, todos os personagens deixam que suas máscaras caiam. Há falsidades, preconceitos, mas também há quem ame e ajude. Os dois lados de cada um, anjo e demônio.
Mesmo gostando de finais felizes, Veridiana procura sempre dar uma reviravolta em relação à certeza de como cada um ficará, e acredite, aqui tem umas enoooormes.

O ritmo às vezes mostrou-se um tanto ligeiro, mas nada que comprometa a narrativa.
Os personagens são complexos. De todos eles, achei Eduardo e Guilherme os mais verdadeiros. Eles mostram desde o início o que pensam e agem como tal, assumindo suas opiniões e seus defeitos.
Há alguns bons vilões para você odiar aqui, sinta-se à vontade.
Sem cliffhanger.
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