As portas da percepção e Céu e inferno

As portas da percepção e Céu e inferno Aldous Huxley
Aldous Huxley




Resenhas - As Portas da Percepção / Céu e Inferno


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Rafael Cerdeira 17/02/2024

Neste volume Audus Huxley relata um bocado de suas brisas com a mescalina. O texto segue com a tentativa de Huxley de descrever a experiência pscicodelica e suas impressões e interpretações das cores preternaturais e os antípodas da mente.
Infelizmente, Huxley, um cara branco e europeu que ele era, fez algumas analogias um tanto quanto racistas com o lance dos antípodas e o velho mundo "civilizado". Ele também escreveu volumosas e enfadonhas citações descritivas de obras de arte ilustradas com suas cores preternaturais visionárias da Europa medieval. As referências que ele faz de poesias de outros autores chegam a ser piegas.
Os melhores momentos residem na descrição de sua brisa, que foi direcionada e acompanhada por profissionais no decorrer de lugares específicos como seu escritório e um jardim de flores, onde ele teve uma percepção fabulosa de uma cadeira de madeira.
É perceptível que o autor ficou intrigado com a experiência e escrever os dois volumes foi uma tentativa de racionalizar a brisa através do intelecto de seu cabeção britânico literário.
As portas da percepção é um clássico para a comunidade psicodélica, mas não chega a entregar uma aventura significativa da alma humana através das plantas de poder.
Vale muito citar a maneira em que Aldus Huxley deixou o mundo dos vivos. Ele sofria de câncer terminal e pediu que sua esposa lhe aplicasse uma boa quantidade de lsd, fazendo-o atravessar o limiar entre a vida e a morte na brisa.
O posfácio escrito pelo Sidarta Ribeiro sintetiza de maneira muito informativa e elegante a relação entre a humanidade e as substâncias psicoativas ao longo do tempo e faz comentários muito pertinentes sobre a degradação que o egoísmo humano provoca no mundo.

Obs: tomei lsd esse final de semana e percebi o quão desafiador pode ser descrever a experiência preternatural visionária. Ter a experiência é algo muito mais significativo do que ler sobre a brisa de outrem.
Rene.Guimaraes 17/02/2024minha estante
Literalmente uma Brisa ?




LeoContigli 06/02/2024

Muito interessante como que ele coloca a mudança da percepção do mundo quando tá sob o efeito de mescalina, realmente se torna perceptível quase "as portas da percepcao" que ele fala no livro, o véu da realidade que se levanta e permite ver o que os olhos captam mas não absorvem de fato. Já em "O Céu e o Inferno" ele levanta a raiz de um debate forte que são as partes negativas dos psicodélicos, utilizando da metáfora do Céu e do Inferno e da mente de um esquizofrênico para mostrar a ambivalência das experiências enteógenas. É quase um folheto, embora a informação contida seja densa e percebe-se claramente os momentos mais intensos da experiência pois a escrita se torna levemente confusa e possui informação de mais pra texto de menos.
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Bernardo.Lameira 05/02/2024

Esclarecedor
O livro conta a experiência de Huxley com mescalina e como estados alterados de consciência funcionam, bem como seu mecanismo psíquico e biologico.

Para tal, o autor faz uso dos conhecimentos científicos a respeito do tema e traça um paralelo histórico-científico, explicando como tradições religiosas e ritos distintos induzem um estado de consciência alterada semelhante (em níveis e formas diferentes) ao estado que se chega com uso de psicodélicos.

Nesse sentido, igrejas com suas músicas e adorações; Ritmos de rituais xamânicos; Ascetismo; Meditações budistas; bem como uso de psicodélicos, todas tem a semelhança de fazer uso de um mecanismo cerebral que abre as portas da percepção do mundo natural externo e interno e induz o indivíduo a ter "experiências do paraíso" ou do "inferno", mais ou menos intensas de acordo com cada prática. Assim, demonstrando que tudo parte de um mesmo ponto, a mente e seus mistérios.

Dessa forma, o autor transmite um conhecimento valioso a respeito do mundo e de como a mente humana funciona.

Livro recomendado para quem se interessa por psicologia e neurociência, com um toque de narração descritiva, natural de um grande escritor de ficção.
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Fernando Almeida 04/02/2024

Inimigo Número 1 do Proerd
Em " As Portas da Percepção", Huxley traz relatos de diversas experiências apartir da ingestão da mescalina, extraído a partir de um cacto, e com forte poder alusinogêneo. Por ser um cara muito erudito, é uma leitura interessante e ao mesmo tempo muito complicada, porque o tempo inteiro ele traz referências de livros e pinturas diversas. No seu entendimento, a mescalina é capaz de reduzir a força do mundo estritamente simbólica e colocar o homem no vislumbre do mundo Em Si Mesmo (como o numenon de Kant, a Essência de Aquino). As formas, o espaço e o tempo adquirem uma nova percepção a partir do momento em que as coisas não se prendem ao seu caráter utilitário, mas sim, ao que são em essência.
Parte do livro é dedicada à uma crítica ao modelo de educação, que se prende apenas ao ensino verbal, que tende a concepção taxonômica de todo mundo, como se tudo existisse, exclusivamente, para dar significado ao homem. A última parte trata de uma defesa e ao mesmo tempo argumentos contra a utilização legalizada de mescalina.

Já "Céu e Inferno" é um mini ensaio filosófico onde o Huxley busca apreender e explicar porquê certas ações e criações humanas nos aproximam da Transcêndencia (equivalente à visão do Céu), e o porquê do consumo da mescalina pode ocasionar na visão do Inferno e dos horrores da Infinitude (a famosa bad trip).
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Sílvia 26/01/2024

Primeira obra que leio de Aldous, e confesso que fiquei por vezes um tanto quanto confusa, mas assim que a leitura vai seguindo seu curso, eu fui fluindo e analisando. Na minha opinião essa é um tipo de leitura em que se tem de estar aberto e preparado para ela. Não é para todos tais reflexões. Que nem os livros de Eckhart Tolle, sem a mente aberta, você não compreende e não aprende.
Gostei na medida que fui entendendo o contexto. Vou ler agora Admirável mundo novo.
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Desterrorama 01/07/2023

Trips
Ao ler este livro percebi que aldous huxley é mais interessante quando careta. o relato de sua trip sob efeito da mescalina é um tanto enfadonho: viajava na maionese com a ondulação de sua calça. isso me fez lembrar duma história do livro "1968: o ano que não terminou" de zuenir ventura. era um trecho sobre o cineasta glauber rocha e um técnico de cinema viajando de carro rumo ao nordeste. glauber dizia que os brancos estadunidenses espalharam drogas pesadas pelos subúrbios habitados pelos afro-americanos com a finalidade de desarticular o movimento dos "panteras negras". acreditava que as drogas transformavam os usuários em alienados. glauber era careta. enquanto ele lia "os sertões", seu companheiro de viagem, que era chegado num verdinho, ficou imaginando o que se passaria na mente do criador das pérolas "terra em transe" e "deus e o diabo na terra do sol" se fumasse um. criaria um épico cinematográfico, decupado magistralmente como um "ivan, o terrível" dum eisenstein, repleto de planos gerais, relâmpagos e trovoadas digno dum "sertões" de euclides da cunha? o técnico acendeu um fino e ficou surpreso quando glauber pediu uma tragada. o carro faz uma parada no meio do nada para glauber aliviar a bexiga. o cineasta some por um bom tempo. quando volta ao carro, o técnico lhe diz, que demora! onde você estava? então, com um ar de satisfação, glauber responde: batendo uma. enfim... em alguns artistas o efeito duma "planta de poder" é puramente fisiológico. a finalidade de huxley ao escrever esse ensaio era a mesma dos ensinamentos de don juan: expandir a consciência. o que realmente importa na "erva do diabo" é justamente o que don juan diz e não a trip de castaneda, que teve que utilizar "plantas de poder" como huxley para romper a "razão", arrombar "as portas da percepção" (metáfora de william blake) e mergulhar na dança do inconsciente. no entanto, as abordagens de ambos autores são diferentes. huxley é mais científico enquanto castaneda, apesar de tentar sistematizar sua experiência, é místico. o fato é que tanto huxley quanto castaneda influenciaram a contracultura dos anos 60. huxley aparece na capa de "sgt. pepper's" dos beatles e a banda the doors tem esse nome devido ao livro. entretanto a obra de outros artistas também serviu como contraponto à geração "paz e amor", como os quadrinhos undergrounds de robert crumb que ridiculariza e expõe as consequências do estilo de vida dos hippies. sua história sobre "as almôndegas" é genial. só poderia ser extraída da mente de quem viveu nesse período. william burroughs já era punk antes mesmo dos proto-punks americanos e dos britânicos de 1977. em "junky", que nasceu como cartas remetidas ao poeta allen ginsberg, burroughs mostra um panorama geral da vida dos viciados nos anos 50. burroughs não glamouriza esse submundo. seu "passe" custou muito caro: um tiro na cabeça de sua esposa. nos anos 70, hunter thompson fez uma viagem alucinada rumo à las vegas em busca do Sonho Americano, após perder um bem precioso: sua esposa (eles se separaram devido à instabilidade profissional e emocional do autor). hunter thompson criou o estilo gonzo, um novo tipo de jornalismo misturando a objetividade com a ficção, a caricatura humorada com o surrealismo. se matou em 2005. já philip k. dick, também contemporâneo de burroughs e thompson, consumiu todo tipo de droga para potencializar o processo criativo, porém sofreu profundamente o efeito colateral ao ponto de passar o resto de sua vida se questionando se o feixe de luz rosa que viu no início dos anos 70 se tratava duma entidade divina, que fora Buda e Jesus, ou loucura (vide pelo menos "VALIS" e "a scanner darkly"). de todos esses autores, PKD foi com certeza o mais doidão, pois de FATO viveu dentro de sua ficção. dizia que "a Realidade é aquilo que quando você para de acreditar, não desaparece". a trip de Huxley soa bastante ingênua comparada aos romances filosóficos de PKD. todas essas substâncias alteradoras da percepção transcenderam a mente e a obra desses autores durante o século XX, contudo, fausto fawcett em "favelost" nos alerta que o que abre a cabeça mesmo é machadada. em suma, lá vai uma dica de como escrever algo relevante com a percepção alterada:

1) fique três dias sem dormir e sem comer e depois tome três xícaras de expresso gourmet de shopping.

2) bata a cabeça três vezes numa parede e suba um morro. leve papel, lápis e borracha.

3) aguarde Deus no topo do morro por três horas. em breve Ele recitará os 10 Mandamentos pra você.
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Igor.Banin 17/06/2023

Ótimo
Ótimo contato com o início da psicodelia. Meu segundo texto do Huxley, e parecia estar lendo Sidarta Ribeiro.
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alenikollas 20/04/2023

O Que é Essencial?
O que é essencial para nossa vida? Até que ponto percebemos o mundo ao nosso redor? Aldous Huxley levanta esses e outros questionamentos em dois ensaios "As portas da percepção" e "Céu e Inferno", escritos após um experimento em que o autor, acompanhando de um pesquisador, ingere mescalina, substância alucinógena que causa efeitos semelhantes ao LSD.

No primeiro ensaio, "As portas da percepção", Huxley descreve as suas sensações após o uso do alucinógeno: a forma como a sua percepção em relação a imagens, sons e a si mesmo foi alterada. Seu relato é extremamente detalhado e poético. Vemos a partir dele o que parece dizer William Blake: "Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito." São essas portas que Huxley abriu ao usar a mescalina.

Em meio sua epifania, Huxley também expõe ao leitor questões de cunho social e moral. Segundo ele, o ser humano busca sempre uma forma de transgredir a realidade, mesmo que de forma fugaz. Industrias como do álcool e do fumo se sustentam no fato do homem buscar uma fuga do mundo real e de sua individualidade, enquanto a educação é negligenciada. A esquizofrenia também é abordada. Huxley compara a doença com uma pessoa em constante efeito da mescalina, que não é capaz de fechar suas portas da percepção.

Em seu segundo ensaio, um ano depois do anterior, o autor retoma o experimento realizado. Ao contrapor céu e inferno, Huxley faz uma analogia as possíveis experiências de quem passa por uma experiência psicodélica. O céu sendo a compreensão da infinitude da experiência, enquanto o inferno o que chamamos hoje de "bad trip".

Uma leitura prazerosa, uma joia dentro da literatura. Huxley nos presenteia com uma reflexão necessária sobre o estudo da mescalina e do LSD, sobre os reflexos morais da natureza humana em buscar uma fuga da realidade e sobre a necessidade de conhecer a si próprio, ou nas palavras do autor, abrir as portas da percepção dentro de nossa mente.
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Rodrigo 14/04/2023

As portas da percepção.
As Portas da Percepção é considerado um livro importante e influente na cultura psicodélica e tem sido objeto de estudo e discussão em várias áreas, incluindo filosofia, psicologia e espiritualidade. A obra apresenta uma reflexão profunda sobre a natureza da percepção e como nossas experiências podem moldar nossa compreensão da realidade. Além disso, Huxley apresenta uma crítica à sociedade contemporânea e seus valores, ao mesmo tempo que busca uma conexão mais profunda com a espiritualidade.
Recomendo a leitura.
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Jonas.Doutrinador 14/04/2023

Tão contundente que chega a doer
Descobri este livro após assistir a série documental: Como Mudar Sua Mente. O tema é a importância dos psicotrópicos para tratar problemas psiquiátricos. Tanto a série quanto o livro apresentam o uso dessas substâncias dentro de um contexto de responsabilidade e também científico.

Um tema que é um dos maiores tabus da humanidade, o qual tem seus motivos apresentados tanto no livro quanto na série. Agora imagine tudo isso ser analisado e escrito por um dos maiores escritores de todos os tempos? Aldous Huxley por si só, teve uma mente privilegiada e já possuía naturalmente uma capacidade de percepção genial.

No livro o autor relata sua experiência com a Mescalina de maneira bem científica, afinal, na década de 50 os estudos de psicotrópicos era algo sério e poderia ter nos proporcionado grandes benefícios. A maneira peculiar e genial de Huxley descrever as coisas me envolvem de uma maneira que me vejo na cena. Achei muito interessante como o psicotrópico agiu na mente dele, ampliar as barreiras morais e cognitivas e com isso enxergar tudo a sua volta somente por sua essência, sem para fazer nenhuma construção mental como já costumamos fazer com as coisas. O autor chega a criticar pessoas que possuem o hábito de querer conceituar e catalogar tudo a sua volta e como isso nos limita (nesse momento senti um tapa na cara, pois sou dessa linha de querer filosofar sobre as coisas e preso na minha moralidade tão limitada).

Há grandes críticas sobre como todo o sistema ético e moral é construído em bases frágeis e nocivas para o ser humano, isso também inclui o sistema legal e até a ciência voltada para a medicina e farmácia. Há cura para doenças psiquiátricas por meio de psicotrópicos, mas a indústria farmacêutica em parceria com os grandes homens de poder construíram uma cultura de medo naquilo que poderia contribuir bastante para a evolução de toda a sociedade.

Não sou nenhum ativista da causa levantada no livro, mas pude ver claramente como a classe dominante faz questão de nos controlar para alimentarem suas ambições. Mas o que esperar de quem é capaz de destruir o meio ambiente por conta de sua mesquinhez?

O livro ainda possui um plus que é um texto em seu posfácio escrito pelo neurocientista Sidarta Ribeiro. Se você é daqueles que gosta de ter grandes revelações sobre como vivemos num sistema limitado e controlado, essa leitura é recomendada. Um livro fácil de ler e pequeno.
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Dea 01/03/2023

Muito além de um relato convencional
Esse livro me surpreendeu! Ele não é uma apologia ao uso de alucinógenos como muito ouvi falar. Ao contrário, é uma reflexão profunda sobre a percepção do aspecto NUMINOSO que habita tudo que nos cerca e a nós mesmos. A mente afiada e lúcida de Huxley nos proporciona descrições claras e precisas e nos leva a mergulhar em reflexões aguçadas, que fazem deste um dos livros mais prazeirosos e interessantes que já li. Mas, advirto que nao é uma leitura para mentes que podem fazer uma interpretação rasa do conteúdo.
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Yuririn 21/02/2023

Achei bem chatinho, a parte "Céu e Inferno" é melhor que o outro, mas ainda assim esperava mais, achei que seria mais interessante que realmente foi e não gostei muito da escrita.
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Rodrigo 10/01/2023

Abra sua mente.
Li este livro muito tempo depois de já ter experimentado o LSD e foi uma boa experiência de ler, assim como e uma boa experiência o relato das pessoas e também a minha experiência com psicodélicos. Vale muito a pena ler e experimentar hehehe
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Doris8 20/09/2022

Mescalina
Cara quanta teoria interessante nesse livro mdss, até eu me surpreendi com os efeitos da mescalina e como ela pode algum dia ser aplicada em pacientes em determinados contextos neurológicos, psicológicos e por aí vai, o autor também entra em alguns questionamentos como a esquizofrenia poderia ser semelhante à experiência da mescalina em certos aspectos, enfim mistérios da nossa mente interior e exterior. Para quem estuda psicologia como eu, esse livro é um prato cheio.
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Daniel 19/09/2022

Primeiro livro multimídia.
Eu tentei ler três vezes. Nas duas primeiras e estava lendo intercalado com outros livros e notei que não estava rendendo. Na verdade eu estava entendo lhufas. Não conhecia ou lembrava com detalhes as obras referidas e nem fui atrás. Estava lendo descompromissadamente.
Só quando resolvi começar novamente e ler cada ensaio de uma vez só e com o celular ou tablet na mão pesquisando as obras citadas foi que compreendi o autor e sua linha de raciocínio. Daí eu fiquei fã.
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