As Portas da Percepção/Céu e Inferno

As Portas da Percepção/Céu e Inferno Aldous Huxley
Aldous Huxley




Resenhas - As Portas da Percepção / Céu e Inferno


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Carlos Patricio 29/04/2012

Genial
Conseguiu colocar em palavras o que ninguém consegue.
Tudo verdade, tudo bem descrito. Concordo com ele em quase tudo.
Provavelmente nunca haverá um livro melhor sobre os efeitos dos alucinógenos. Adorei também a comparação com o "divino".
Genial.
André 22/05/2019minha estante
Se gostou e ainda não tenha lido... Leia Carlos Castañeda


Carlos Patricio 22/05/2019minha estante
Tá na estante já, e na lista, vlw irmão




Élida Lima 02/03/2009

Tenho o ebook, desejo o espécime
Carla Porto 09/06/2016minha estante
trocarias por algum do max?




Rafael Cerdeira 17/02/2024

Neste volume Audus Huxley relata um bocado de suas brisas com a mescalina. O texto segue com a tentativa de Huxley de descrever a experiência pscicodelica e suas impressões e interpretações das cores preternaturais e os antípodas da mente.
Infelizmente, Huxley, um cara branco e europeu que ele era, fez algumas analogias um tanto quanto racistas com o lance dos antípodas e o velho mundo "civilizado". Ele também escreveu volumosas e enfadonhas citações descritivas de obras de arte ilustradas com suas cores preternaturais visionárias da Europa medieval. As referências que ele faz de poesias de outros autores chegam a ser piegas.
Os melhores momentos residem na descrição de sua brisa, que foi direcionada e acompanhada por profissionais no decorrer de lugares específicos como seu escritório e um jardim de flores, onde ele teve uma percepção fabulosa de uma cadeira de madeira.
É perceptível que o autor ficou intrigado com a experiência e escrever os dois volumes foi uma tentativa de racionalizar a brisa através do intelecto de seu cabeção britânico literário.
As portas da percepção é um clássico para a comunidade psicodélica, mas não chega a entregar uma aventura significativa da alma humana através das plantas de poder.
Vale muito citar a maneira em que Aldus Huxley deixou o mundo dos vivos. Ele sofria de câncer terminal e pediu que sua esposa lhe aplicasse uma boa quantidade de lsd, fazendo-o atravessar o limiar entre a vida e a morte na brisa.
O posfácio escrito pelo Sidarta Ribeiro sintetiza de maneira muito informativa e elegante a relação entre a humanidade e as substâncias psicoativas ao longo do tempo e faz comentários muito pertinentes sobre a degradação que o egoísmo humano provoca no mundo.

Obs: tomei lsd esse final de semana e percebi o quão desafiador pode ser descrever a experiência preternatural visionária. Ter a experiência é algo muito mais significativo do que ler sobre a brisa de outrem.
Rene.Guimaraes 17/02/2024minha estante
Literalmente uma Brisa ?




André 23/05/2019

Confuso
Sempre quis ler esse livro e me decepcionei com ele... Infelizmente. Já li outras obras do autor e esse livro nada se assemelha.
O autor faz uma descrição de como funciona o uso do peiote no corpo. Ele toma a substância (mescalina) e fica divagando sobre inúmeros assuntos desconexos.
Recomendo a leitura dos 3 primeiros livros do Carlos Castañeda sobre o índio Dom Juan ( A erva do Diabo, Uma Estranha Realidade e Viagem a Ixtlan). Nesses livros sim teremos explicações conexas e organizadas sobre a experiência do peiote .
Carolina 30/12/2019minha estante
Você leu todos os livros do Castañeda?




Cainã 07/03/2009

As portas da percepção é um livro em que Huxley analisa os efeitos expansores da mescalina. Céu e Inferno é um tratado de estética transcendental, no qual ele se serve da história de povos, religião e artes e suas relações de contemplação do belo como exemplos para sustentar a idéia de que critérios estéticos são puramente metafísicos, oriundos da Onisciência, dum Novo Mundo inconsciente com suas figuras que guardam relações com o mundo o objetivo.
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Mari 09/01/2010

As Portas da Percepção / Céu e Inferno Aldous Huxley
As Portas da Percepção

Escrito em 1954, o ensaio trata dos efeitos da ingestão de drogas alucinógenas, mais especificamente a mescalina, um alcalóide encontrado em um cacto mexicano chamado peiote. Trata-se da descrição de uma experiência assistida por médicos realizada por Huxley com intuito científico, e das inferências feitas a partir da análise de dados recolhidos.

O título da obra provém de uma célebre citação do poeta William Blake: "Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito.

Através desse conceito, Huxley acredita que o cérebro humano filtra a realidade, de forma que apenas parte das imagens e percepções possíveis cheguem de fato até a consciência, pois o processamento da realidade em sua plenitude seria insuportável devido ao volume elevado de informação.

Segundo o autor, as formas de atenuar a existência desse filtro e vivenciar o mundo em sua plenitude seriam a ingestão de determinadas drogas, a prática de jejuns prolongados, a auto-flagelação e períodos prolongados de silêncio e isolamento, devido aos efeitos fisiológicos e psíquicos que essas práticas propiciam à percepção humana. É realizada ainda uma comparação possível entre os efeitos das drogas e os sintomas esquizofrênicos, pelo desequilíbrio químico semelhante.

Huxley descreve sua experiência como visão da onisciência, com desapego de idéias e conceitos e percepção da existência em si, deixando de ter a visão cotidiana dos objetos segundo sua funcionalidade. Essa nova percepção torna-se fascinante pela intensidade com que tudo parece pulsar existência (paralelo e influência do Existencialismo, corrente filosófica e literária que destaca a liberdade, a responsabilidade e a subjetividade do ser humana, considerando cada ser como único, mestre de seu destino, e afirmando o primado da existência sobre a essência, segundo a definição de Sartre: A existência precede e governa a essência).

A percepção se alarga e o espaço e as dimensões tornam-se irrelevantes, gerando uma sensação de pequenez, já que assim o ser humano percebe sua incapacidade de assimilar tantas impressões. O autor também descreve sua mudança de interesses, pois o mundo toma novas formas e significados perante a experiência. Huxley disserta ainda sobre a necessidade de fuga, a possibilidade da droga perfeita e a ligação entre drogas, transcendência e religiosidade.

Ensaio muito interessante e profundo, essencial para o entendimento das limitações cotidianas em nossa relação perceptiva com o Universo.


Céu e Inferno

Ensaio posterior ao As Portas da Percepção, também trata da ingestão de mescalina, sob o ponto de vista de ser um dos meios de conhecer antípodas da mente (áreas desconhecidas, inconsciente), sendo outro meio citado o hipnotismo. Visa acrescentar alguns pontos esquecidos no ensaio anterior, essencialmente a questão da possibilidade de uma experiência negativa com alucinógenos, talvez por motivos fisiológicos, mas, principalmente, por motivos psicológicos.


Huxley afirma que a mescalina altera a percepção, tornando conscientes coisas que o cérebro ignora em seu estado normal por serem inúteis a sobrevivência. Interfere, possivelmente, no sistema enzimático, diminuindo a eficiência do cérebro como válvula reguladora de informações percebidas.


O autor cita a obra Diário de uma Esquizofrênica em suas descrições do inferno na experiência visionária: pode haver existencialismo aterrador, claridade elétrica e implacável, percepção muito apurada, sensação de estar mais presa ao corpo e à condição. O exemplo é utilizado para traçar um possível paralelo entre os efeitos de droga e os sintomas da esquizofrenia, de forma que o desequilíbrio químico que há em ambos os casos fosse semelhante, especulação já feita em As Portas da Percepção.


Huxley descreve mudanças drásticas na percepção, com luzes e cores intensificadas, ampliação dos valores (passando ao significado puro), visualização geométrica (enxerga-se desenhos dentro de desenhos). O autor afirma que nos antípodas da mente estamos quase livres de linguagem e conceitos. Há ainda uma descrição de componentes comuns nas experiências visionárias, como pedras preciosas, vidro, paisagens; e a interpretação em termos teológicos e tradução artística da experiência.


Ótimo ensaio, não servindo apenas de complemento ao anterior, mas sim como nova visão sobre a percepção humana e os possíveis desdobramentos desta.
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Debora 10/12/2009

Foi muito importante para mim, naquela época, ler sobre alteração de consciência; até me inspirei nas partes em que não há química envolvida e consegui coisas legais. :-)

Ótima compilação antropológica sobre alteração de consciência; gosto especialmente do estudo das religiões e ritos próprios com esse fim.
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Débora 11/12/2009

"Chega ao conceito básico de que independente da substância(a mescalina no caso)sua reação pode ser diversa,podendo levar ao céu ou ao inferno,e que principalmente e o mais importante é que não é a própia substância que provoca isto,é uma reação biológica,é como o meu corpo vai reagir a ela;
Um individuo equilibrado internamente pode abrir amplamente sua percepção,se desligando de todo seu ego como "ser humano";Porém um individuo desiquilibrado internamente,pode ser levado a uma verdadeira viagem ao inferno,agonizante e transtornada."
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Grecco 13/04/2010

Arte
A descrição que faz relacionando a experiência com a droga com a possibilidade de sensações que as artes visuais e o paisagismo provoca é incrível.
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Leonardo Rosa 13/04/2012

Sentir sem provar
Fiquei surpreso com os relatos do autor. Ler sobre experiências com alucinógenos sem usar pode parecer difícil uma compreensão do que Huxley nos quer dizer. Mas não. Ele é extremamente erudito e consegue passar com uma certa clareza as sensações experimentadas.
Ponto interessante no livro é sobre comentários sobre as artes, principalmente a pictórica, onde ele relaciona a visão que certos artistas têm, (retratando em suas obras) mas acordados; não em um estado de inconsciência, mas de extrema lucidez e que para eles parecem bem claros.
Me atrevo a dizer que no final, Huxley passa a impressão de sentir uma certa afinidade com a filosofia espírita. Para ele, a grande maioria, precisará passar por estágios e experiências para se atingir a Suprema Luz. "Apenas uma minoria infinitesimal dos que morrem consegue ligar-se imediatamente ao Divino Princípio (sic)". A aterradora experiencia do Inferno no qual o autor cita seria o estado mental de perturbação (dependendo do estado evolutivo) em um desencarne.
Recomendo a leitura.
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Fabiano 21/09/2012

A leitura não é muito simples. Tem uma pegada inglesa, sisuda... cheia de palavras difíceis e referências que desconheço, de artistas e coisas assim "européias" e elegantes...

Já tinha lido outro livro dele o "Admirável Mundo Novo". Esse "As Portas da Percepção / Céu e Inferno" eu tinha começado a ler há alguns anos atrás mas desisti... aí agora que tenho andando bastante de trem voltei a ler e dessa vez consegui terminar :)

O livro na verdade são dois ensaios, um que é o "As Portas da Percepção" e o outro que é "Céu e Inferno". Ambos da década de 50 e falando sobre as experiências de Huxley com a mescalina, principio ativo de um cacto muito utilizado por certos povos para cura e transcendência espiritual.

Se ler o livro com calma, "palavra por palavra", dá para captar bem os aspectos mais interessantes sobre as experiências de Huxley e suas teorias a respeito da natureza da consciência e da percepção.

Pelo que entendi, o cara pensa no cérebro como possuindo uma "válvula redutora de percepções" que nos permite ter maior chance de sobrevivência biológica e nos protege da onisciência, porque um indivíduo que pudesse perceber (muito) mais do que precisa, ficaria pirado. Segundo ele, do ponto de vista de sobrevivência convém limitar nossa percepção ao que interessa.

No entanto, segundo a visão do inglês, quando essa válvula redutora de percepções perde sua eficiência, a noção do "eu" é diminuída e o sujeito é capaz de visualizar um pouco da eternidade, transcendendo os aspectos mais comuns de sobrevivência e vivenciando experiências espirituais muito profundas (não necessariamente boas ou ruins, mas muito profundas). E ele relata tais experiências com detalhes muito ricos e bem descritos. E também expões suas reflexões muito interessantes a respeito do assunto.

O que achei interessante dessa ideia é que esse contato mágico não acontece através de um aumento de alguma atividade cerebral, mas sim de uma diminuição. Não é que o sujeito procura perceber mais, ele só deixa de perceber menos :P

O título do livro é inspirado num poeta inglês que dizia que "quando as portas da percepção estiverem abertas o homem poderá ver as coisas como elas são: infinitas"

Se tiver interesse pelo assunto e saco para palavras difíceis vale a pena ler.


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Carla Porto 05/05/2015

Sublinhados por Huxley
Não vim escrever uma resenha, apenas sublinhar estes parágrafos, os mesmos que Aldous Huxley selecionou da obra A lâmpada da visão, de George Russell (pág. 57):
"Eu estava sentado à beira-mar, ouvindo vagamente um amigo que discorria com veemência sobre algo que apenas me aborrecia. Inconscientemente, fitei um punhado de areia que colhera na mão quando, de repente, dei-me conta da delicada beleza de cada grãozinho: ao invés de amorfa, verifiquei que cada partícula possuía uma forma geométrica perfeita, com arestas vivas, de cada uma das quais partia um brilhante feixe de luz, enquanto cada minúsculo cristal refulgia qual arco-íris. Os raios cruzavam-se e recruzavam-se, formando delicados desenhos de uma beleza tal que perdi o alento. E então, de inopino, meu consciente iluminou-se e eu percebi, de modo vívido, como fora criado o Universo: partículas materiais que, embora pudessem ser amorfas e inanimadas, estavam, não obstante, prenhes dessa intensa e vital beleza. por um segundo ou dois o mundo inteiro surgiu diante de mim qual resplendor de glória. Quando isso se dissipou, deixou-me com algo que jamais esqueci e que constantemente me faz recordar a beleza encerrada em cada átomo que nos envolve."
George Russell também nos fala de ter visto o mundo iluminado por um inexcedível esplendor de luzes; de ver-se admirando panoramas tão belos quando o Paraíso perdido; de observar um mundo onde as cores eram mais brilhantes e puras, o que não as impedia de criar uma mais suave harmonia. E, em outra passagem: "os ventos eram resplandecentes te tinha a limpidez do diamante, embora possuíssem a cor intensa da opala enquanto fulguravam pelo vale, percebi que estava imerso na Idade Áurea e que éramos nós que estávamos cegos para ela e não ela ausente pois que jamais se afastara do mundo".
Procurei imediatamente uma tradução desta obra para o português, mas só achei, infelizmente, em inglês (The Candle of Vision). Se alguém souber de uma tradução por favor avise-me.
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