spoiler visualizarCharline 24/07/2012
Incumbência?!
Eu, desgarrada de todo progresso/regresso social, político e econômico da humanidade acredito que posso redigir poucas, mas para mim valiosas, palavras do que penso sobre este livro e atitudes que posso seguir após ler este livro. Se faz como característica principal a crítica à uma sociedade que se passa em 1959, que de nada difere de uma sociedade de 2012. Uma sociedade superpopulosa, individualista e alienada. A persuasão química, a lavagem cerebral, as artes de vender, os propagandistas, tudo impregnado em uma sociedade suja e hipócrita, imoral e incrédula. A persuasão subconsciente alicerçada pela ótima programação semanal à que todos estão/estamos submetidos. Eu, desgarrada! Entre tantos trechos do livro posso apoiar neste a afirmação: "Mas quase não vale a pena dizer que tudo isto é mais fácil de escrever do que fazer". É fato! Alguém me disse, ao ler o resumo deste livro, que não gostaria de lê-lo pois se trata de uma realidade que se passou, que, sendo assim, ficou! Após ler o livro vejo que isso não faz sentido. Aquilo é isto! A superpopulação que lá se passa é algo hoje notório. Mesmo com a possibilidade de aquilo acontecer, ou seja, com o conhecimento do possível fato, de nada adiantou para não acontecer. Aquilo se concretizou, e tende a continuar com a mesma incompreensão e imobilidade - pelas pessoas - que antes. Saber que todos somos expostos às condições para a massificação, a sugestibilidade, a coação subliminar são mais do que simples fatos, são condições fúnebres. Vendo a realidade que Aldous Huwley descreve em seu livro, é frustante saber que tudo isso realmente se tornou possível, executável. Se, então, naquela época já se sabia um possível destino para a sociedade, porque assim se deixou fazer? São circunstâncias como estas que tornam ainda mais ávidos minhas incompreensões e meus anseios por mudanças. É interessante e ao mesmo tempo estranho e inescrupuloso ver Aldous Huwley, em 1959, clamar pelo ressurgimento da pequena comunidade rural e ver hoje, em 2012, o crescente êxodo rural. É triste! Ainda mais quando leio: "Tudo isto é evidente hoje, como de fato, o era há cinquenta anos". Cinquenta anos!
São poucas descrições dos inúmeros infortúnios em que vivemos.
As últimas palavras do livro são o verdadeiro martírio que até hoje são mantidos. Há ainda com a juventude a anestesia da servidão e o medo da liberdade.