Regresso ao Admirável Mundo Novo

Regresso ao Admirável Mundo Novo Aldous Huxley




Resenhas - Regresso ao Admirável Mundo Novo


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Lumini0 31/01/2012

Mais que complemento, uma análise atual dos rumos da sociedade ao controle comportamental.
Huxley revisita sua obra e guia-nos pelas analogias entre o Admirável Mundo Novo e o nosso mundo atual, numa narrativa sincera e direta.

Este livro é um excelente ponto continuativo à obra principal, instigando-nos ainda mais às associações entre ficção/realidade, e como nossa realidade está rumando para a ficção do livro. Claro que salvas todas as variantes tecnológicas, como a exploração nuclear e internet que modificaram os rumos de toda a humanidade.

Pelo controle social mostrado na obra principal e as considerações que o próprio autor faz ao descriminá-las no Regresso, analisamos o que acontece à nossa volta e vemos que a história se repete não como um círculo fechado, mas como a famosa mola ascendente que revisita os próprios caminhos com novos pontos de vista e consequências das voltas anteriores e ações indiretas que refletiram no ambiente de volta à mesma.

A leitura de Regresso é de suma importância para complementação da obra principal, ou um ótimo ponto de partida para o entendimento e o incentivo para a leitura de Admirável Mundo Novo.
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Marcos 22/05/2010

Um manual para a vida
Fico surpreso por ver um livro tão pouco famoso como esse ser tão importante, tão necessário para a nossa vida em sociedade. O MEC deveria parar de empurrar para os jovens livros sobre anti-heróis sem caráter, ou sobre um cara que tem dúvidas se foi corno ou não, ambos só porque são nacionais, e indicar um como este, que toca diretamente na ferida, nos motivos da decadência da nossa sociedade e como reverter este processo.

É claro que, como o próprio autor disse inicialmente, é impossível abordar todos os problemas numa única obra, tão curta. Deixou de fora o problema do relativismo moderno, as pessoas chamam o que você diz de "ponto de vista", negam a realidade e empurram aquilo que é simplesmente conveniente para elas. Neste sentido, a sugestão de Huxley para mudar a sociedade, por mais racional que seja, seria simplesmente negada, pois ele não teria "provas" de que aquilo é o certo. Os relativistas preferem deixar que o mundo se exploda, enquanto satisfazem seus próprios desejos egoístas.

Outro problema, que foi abordado apenas parcialmente, é a dicotomia homem - ser individual e homem - ser em grupo. O autor falou da influência negativa que o grupo pode exercer no indivíduo, especialmente se for um grupo grande, ao dominá-lo pelas emoções e abandonar a racionalidade. Mas há também a questão da liderança. Não existem movimentos de grupo sem quem o lidere. E infelizmente estamos carentes de bons líderes. Estes não conseguem competir com os maus, pois o que estes dão ao grupo é mais desejado do que aqueles dão.

No entanto, o que é abordado na obra já é importante o suficiente para fazer com que ao menos alguns indivíduos despertem para o "aqui e agora", tão mencionado em "A Ilha", outro romance do autor. Se um dia eu tivesse que escrever um livro sobre minhas impressões sobre a sociedade, o porquê de ela estar assim e o que mudar, certamente tomaria esta obra como base. Ler "Regresso ao Admirável Mundo Novo" é mais que uma leitura, é uma obrigação social.
Lucas.Kuntz 08/07/2012minha estante
Belíssima resenha. Também acho que estão empurrando péssimas obras para lermos na escola (os livros de José de Alencar, por exemplo, me dão ânsia). Só não desmereça "Dom Casmurro", está na minha lista de favoritos hehe


Marcos 08/07/2012minha estante
Oi, Lucas. Obrigado. Meu problema com a literatura brasileira clássica é que se costuma valorizar apenas alguns pontos, geralmente a técnica de escrita e um ou dois assuntos principais. Além disso, costuma ser uma literatura sem opinião. Autores que se limitam a narrar uma história (chata), sem expor sua visão crítica de mundo. Machado de Assis, na minha opinião, também se enquadra nessa definição. Acho muito pouco. Isso não é, claro, exclusividade do estilo tupiniquim. Alguns autores estrangeiros, como Camus, são assim também e eu critiquei em outras resenhas.

Literatura é muito mais do que isso e infelizmente muita gente acaba largando os livros sem ter o prazer de descobrir todo o potencial que eles têm a oferecer.

E a gente não pode ter medo de desagradar quando escreve uma resenha, de colocar dedos em feridas. Se todo mundo escrever a mesma coisa, para quê ler as demais ?

Abraços.


leituras_da_dy 29/04/2022minha estante
12 anos depois e essa é a melhor resenha que li sobre este livro!! ??? E concordo totalmente com a indicação errônea do MEC de alguns livros, só por serem nacionais, e não admitir a importância crucial deste.




Lady Murphy 06/04/2010

desconsertante e assustador.
Nem Nostradamos poderia prever com tanta precisão os acontecimentos que o Huxley descreve neste livro. Um futuro assustador que já chegou para nós. Se por um lado você se sente aliviado por ter consciência do que os propagandistas, políticos, pastores, etc, tentam (com sucesso) fazer com a cabeça das massas, de que no atual estagio de superpopulação, todos não passamos de telespectadores, eleitores, consumidores ou servidores do Senhor Jesus, que cada vez mais o ser humano perde sua individualidade e cada vez menos tem a chance de se expressar como UM, que o mundo se divide em "rebanho" e "condutores do rebanho". por outro lado pode pensar em "de quê adianta?" Não há mais possibilidade de se manter à parte de tudo isso. Você tem consciência, mas o que você faz? Vê as notícias no telejornal, certifica-se de que todos os relatos do livro já estão no nosso cotidiano, revolta-se, apoia a meia dúzia (talvez um pouco mais) de estudantes de vão para as ruas protestar contra isso ou aquilo, porém, tudo isso sem desgrudar sua bunda (com o perdão da expressão) do sofá. Então, de que lado você está? Não está do lado do rebanho porque não se deixa teleguiar, também não está do lado dos condutores pois não exerce poder algum fora das paredes do seu lar. Não existe um terceiro lado. E isso é o que mais assusta. Pode-se ter consciência do que ocorre no mundo, de que todas as previsões de Huxley são verdadeiras, mas UM apenas não pode fazer nada.

Há tempos não ficava tão impressionada com uma leitura.
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