Lisse 12/06/2016
Kristen Callihan pegou esse livro e tacou na minha cabeça com força, porque agora eu estou com muita dificuldade de mostrar através de algumas palavras como esse livro é incrível.
Anna Jones não tem muitos desejos na vida, e o mais importante deles é acabar a faculdade e dar um jeito na sua vida. Apesar de viver com a melhor amiga Iris fora do dormitório da faculdade, que é uma coisa muito boa pois elas não queriam viver enclausurada e tendo que dividir coisas íntimas com outros. Essa foi a primeira vez em que um autor falou coisas negativas sobre a vida na faculdade. Antes elas moravam também com Geroge, irmão gêmeo de Iris, e toda a dinâmica deles, tanto revelando trechos do passado como a vida atual é tão divertida, que dá uma visão nova no livro, mostrando que às vezes a coisas não dão certo, pois essa é a vida real.
"Eu não posso sequer imaginar um mundo no qual eu pertenço a alguém. Isso nunca aconteceu comigo. Ninguém nunca me quis completamente."
O quaterback Drew Baylor tem o reconhecimento de ser o melhor no que faz dentro da faculdade. E além da beleza e de todo o sucesso com o que faz, existe também a inteligência que faz o personagem ficar mais bonito aos meus olhos. A maioria desses personagens atléticos geralmente tem apenas a sua beleza e habilidades como destaque e nunca muitos neurônios, e a autora mudou bem isso.
E por mais que Drew tenha começando todo o interesse amoroso com algum tipo de perseguição, pois ele se vê interessado pela beleza e voz da Anna, mas Anna não deixa atrás e dá um fora nele, mesmo sentido algo parecido.
"Eu menti para ele. Eu não vejo apenas Drew. Eu vejo a estrela também. E eu sou apenas Anna. Eu não gosto de luz. Preciso do escuro. Ele é inteligente demais para não entender que me empurrou para o meu limite."
Você já viu isso em algum lugar? Sim, eu também. E juro que em alguns momentos eu revirava os olhos por saber que todo clichê vinha por aí; mas como eu disse quando comecei essa resenha, a autora me surpreendeu, e quando eu imaginava o que ia acontecer, ela ia lá e fazia outra coisa acontecer; e de novo e de novo. Um exemplo disso é a cena em que Anna e Iris estão se arrumando para uma festa, e o que era de se esperar era que Iris ajudasse a "amiga-não-fashion", mas a querida Anna sabe de todas as críticas que poderiam vir se ela usar a roupa errada, e ela vai lá sozinha - porque tem um cérebro e é capaz de fazer isso sozinha (aprendam isso autoras, ok?) - e consegue achar uma roupa legal para uma festa e não precisa receber aquele olhar terrível da sua melhor amiga.
Anna é uma personagem com sentimentos internos complexos. Ela sofreu bullying no ensino médio, era a menina não padrão e que era alvo de escárnio por vários anos. Então agora na faculdade, outra coisa que ela quer é passar despercebida, e ter o quaterback querendo sua atenção exclusiva a aterroriza. E quando eles se envolvem, Anna passa por todo o processo disso ser novidade por nunca ter tido um relacionamento sério com ninguém, e é nesse ponto que todas as regras entram. E eu entendi muito bem a personagem, me compadeci dela em algumas atitudes e quis que ela tivesse sido mais comunicativa com o Drew em relação a isso.
"'Eu acho você linda', ele diz em voz baixa. 'Beleza desvanece'. Eu sufoco. 'Não quando vem de dentro'. Jesus. Meus olhos se fecham, e eu estou enrolando internamente. Nós não falamos nada por um tempo. Sua respiração é um ruído leve que combina com o som da minha própria."
E a situação de Drew não é tão boa assim. Mesmo com uma família de amigos incríveis do futebol, isso não faz a perda dos pais isolá-lo do sofrimento em alguns momentos do dia, e se ver no mundo sozinho. E nesse pequeno mundo, Anna torna-se maior do que Drew imaginava, e a luta dele será torná-la parte permanente da sua vida, e lutar contra os sentimentos negativos de Anna e fazê-la entender como são bons um para o outro. E realmente são!
"Na próxima respiração, seus braços estão em volta de mim, me segurando contra o seu corpo magro. Por um momento, eu tenciono, sentindo-me exposta de muitas maneiras. Eu nunca tinha sido abraçada assim por um homem."
E acho que em cada livro encontraremos temas diferentes, personagens masculinos que se destacam em alguma área acadêmica diferente do atlético. E também as protagonistas femininas terão particularidades únicas que as farão diferentes do que já vemos em outros livros. E foi isso que amei na escrita da Kristen, ela foi capaz de trazer uma série esportiva com temática diferenciada. Amei!
"Não deixe que se preocupe demais. Para a maioria de nós, é preciso uma vida para descobrir realmente quem somos e o que queremos. Estou apenas tentando lhe ajudar a dar um passo na direção certa."