Fer - Mato Por Livros 06/04/2015Uma história com certeza instigante.
Cecília é uma moça de origem da elite cafeeira, ou seja um pouco mais humilde, mas convive com a burguesia. Filha de fazendeiros, seu pai falecido deixou somente dividas, por esse motivo sua mãe espera a casar com um rapaz da sociedade e que possa dar um ótimo futuro a sua filha. Apesar da falência elas ainda frequentam os famosos chás sociais, feitos pelas damas da sociedade.
Em um desses chás, Cecília reencontra seu primo Augusto, que é apaixonado por ela e que a mesma também nutre sentimentos não tão claros para ela mesma. E conhece também Estevan, um nobre homem seja nas posses seja em suas atitudes.
De repete estamos sonhando junto com Cecília e ao acordarmos, nos sentimos tão perdidos quanto ela...
O livro é dividido em duas partes, na primeira: Lembranças Perdidas.
Temos uma confusa e doente Cecília acometida pela amnésia. A mesma se encontra hóspede justamente do Duque de Vila Nova, nada mais nada menos que o próprio Estevan. E não entende o que esta acontecendo, o porquê de estar hospede em sua casa, o que aconteceu com ela, porque não consegue se lembrar de nada, e pior: Porque todos a tratam com tamanho ódio e desprezo, incluindo o próprio duque?
Aos poucos Cecília tem alguns flashes de memória, mas nada que explique sua tão desesperada situação naquela casa.
Estevan em alguns momentos a trata com desprezo, com rancor, em outros momentos com uma docilidade e preocupação sem tamanhos.
Eu estava apaixonada por ele, tinha minhas ideias do que poderia ter acontecido, mas esperava pelo desenrolar do enredo, que me prendeu do começo ao fim.
Na segunda parte: Memórias. Voltamos ao passado juntamente com Cecília, e novamente ao seu lado vamos entendendo exatamente tudo o que aconteceu.
Não fui surpreendida, pois já esperava exatamente por isso. Mas fui sim surpreendida pela forma como o enredo foi delineado, me fazendo querer ler cada página e descobrir junto com Cecília todos os dois anos apagados de sua mente.
Eu estava apegada a sua história, sentia um desejo enorme de poder ajudá-la e de poder contar toda a verdade a Estevan, para que abrisse seus olhos e percebesse seu engano antes que fosse tarde demais...
Eu sinceramente adorei a história. Gente como poucas páginas tem o poder de nos fazer sentir uma ligação tão forte aos personagens?
Geralmente acho histórias assim muito corridas, e de certa forma foi, eu queria mais, muito mais dos personagens, mas a forma como a escritora contou a história me deixou satisfeita, afinal eu li a história em “uma tacada só”. Afinal, além do livro ser bem pequeno, nos sentimos presos ao enredo, e só queremos parar de ler quando tudo é esclarecido.
Vou confessar que o final me incomodou um pouco. Me senti a Hazel lendo “Uma Aflição Imperial” em A Culpa é das Estrelas. Tipo: - Como assim?
Eu acho que a ideia da autora era essa mesma, causar um impacto diferente e ao mesmo tempo nos fazer sonhar com o final. Pelo menos para mim é isso, da forma com que foi apresentado. E ela cumpriu bem seu papel. Mas vocês sabem como sou problemática com finais né?
Então ainda estou imaginando se estou certa ou errada em minhas conclusões, claro que agora como leitora surtada que sou, vou atormentar a Ana, até saber tudo o que preciso kkk.
Pelo menos não terei que ir a Amsterdã para isso. (desculpem a piada sem graça rs, mas não pude evitar).
Eu recomendo sim a história, adoro esse tipo de romance leve, simples, mas totalmente envolvente que nos faz querer entender todos os acontecimentos apresentados. E que de uma forma ou de outra nos mantém presos a sua história e principalmente ao seu final.
Agora se me dão licença tenho uma escritora para atormentar!
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