Sete Cabeças

Sete Cabeças Bruno Godoi




Resenhas - Sete Cabeças


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Literatura 11/11/2014

A marca da besta

A besta que vi era semelhante a um leopardo, mas tinha pés como os de urso e boca como a de leão. O dragão deu à besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade.

Apocalipse 13:2



De forma fria, incisiva e sombria, palavras intrínsecas e cortantes como lâminas, Bruno Godoi conseguiu me surpreender com o seu novo livro Sete Cabeças (Editora Empíreo, 303 páginas). Visualmente sombrio e porque não meio distante, racionalista o escritor de Divinópolis conseguiu em seu novo livro, criar um verdadeiro quebra-cabeças para os leitores que apreciam um noir com elementos sobrenaturais.

Duas histórias aparentemente distintas, mas com o mesmo teor de mexer com os nervos do leitor. Em uma, chamada Caso 132, o detetive Anton Levy fita um corpo coberto, estendido no chão de um banheiro sujo. Na outra, Frigorífico, Eric Blair acorda, ao lado de desconhecidos, em um estranho ambiente, onde para sobreviver precisará encontrar o lado mais animalesco de si.

Intercalando os capítulos das histórias, Bruno Godoi eleva seus textos a um nível diferente do visto em sua obra anterior, o Grito Vermelho. Utilizando frases curtas, sucintas, mas não menos eletrizantes, ele nos mergulha na escuridão, deixa-nos perdidos diante do diabólico, entre seitas satânicas, atitudes impensadas e gritos solitários a nos rodear. Como um gigantesco enigma, as respostas aparecem apenas no último ponto final, deixando mesmo assim uma série de questões para pensarmos.

site: Leia mais em: http://www.literaturadecabeca.com.br/resenhas/resenha-nacional-sete-cabecas-bruno-godoi-a-marca-da-besta/#.VGHdlvnF-VM
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@cheiade9h 25/10/2014

"Escuro. Ninguém falava nada. Todos em isolamento tácito, aguardando a próxima parada: o boi caminhando para o abate; silencioso, sempre em frente, complacente."


Sete Cabeças é o mais novo trabalho do autor Bruno Godoi (O Grito Vermelho). Nele somos inseridos em duas narrativas, a do Caso 132 e do Frigorífico.

O Caso 132 é um policial, onde o detetive Anton precisa resolver um assassinato bizarro num restaurante. E na narrativa do Frigorífico, três pessoas desconhecidas estão presas nesse Frigorífico, e quanto mais eles ficam presos mais "dicas" macabras recebem para sair de lá.

"Como entramos por caminhos desconhecidos. no escuro e ainda sem cuidado? Tudo foi culpa nossa. Descuido nosso."


E uma palavra que possa descrever esse livro é: intrigante. Desde a narrativa do Bruno até o desenvolvimento do enredo.

Num lado você tem o Caso 132 rolando e você se encontra fisgado para descobrir o que levou tal assassinato e quem é o culpado, e acompanhamos também a vida de Anton (o detetive). De outro tem o Frigorífico, com pessoas seguindo ao pé da letra as dicas que recebem para sair do lugar, você quer saber o porque eles foram levados pra lá, quem é o mandante e pra que tudo isso. E cada descoberta (ou teorias) que se tem na narrativa vai te trazendo 1001 sentimentos.

A forma da narrativa é outro ponto interessante no livro, o livro não é dividido em capítulos e sim em atos (como o teatro) e sempre há uma Nota antes de começar o ato, e essas notas dão algumas dicas pro leitor, alguma dica sobre o porque da narração ser do jeito que é (porque ela não segue uma sequência, uma hora é o Caso 132 depois é o Frigorífico). E também é acompanhado de versículos bíblicos que se "casam" com o que vai acontecer no ato.

"O texto é vivo. Possui vida. Intenções. Compete ao leitor - pela leitura e abstração - matá-lo ou deixá-lo viver."


E para separar o ato do Caso 132 e do Frigorífico há o Teste Rorschach, da psicologia, utiliza imagens abstratas para o que o paciente diga o que ele vê nelas e assim faz o análise do paciente de acordo com as respostas.

Teste Rorschach
Sete Cabeças foi meu primeiro contato com a escrita do autor Bruno, e espero ler logo O Grito Vermelho. Foi uma leitura bem intensa e com grandes detalhes a cada ato. Se você leitor gosta de um suspense, vale a leitura de Sete Cabeças!

"- Quem teria o trabalho de nos usar num projeto deste? Não há ninguém por trás. Apenas peças jogadas numa mesa. Um bicho de sete cabeças. E somos nós quem ligamos as peças. Quebra-cabeças, e adivinha quem monta? Você!"

site: http://www.livroterapias.com/2014/10/resenha-sete-cabecas.html
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Paula Juliana 22/01/2015

Resenha: Sete Cabeças - Bruno Godoi

''Manchas. Telas como formas abstratas. Teste de Rorschach. Borrões simétricos, espelhados. Preenchendo o verde-chumbo do carpete e se alastrando. Caminhando com a luz - sombra - e se retraindo com a ausência dela - escuro. Apaga e acende. A mancha chiava. Eletricidade. Vibrando. Apaga e acende. A mancha alastrava-se. Caminhando. Até, de imediato, assumir a forma de braços. Acende. Esqueléticos: braços esguios, descarnados; avançando em direção a Anton. Apaga. E morreram sobre as cerdas do carpete. Escuro.''

ATO I

Duas histórias paralelas.
A Alma humana como xeque! Suspense! Sobrenatural! Um grande quebra cabeça!
''Que lucro tem o homem ao ganhar o mundo inteiro e perder a própria alma?''

Anton Levey um detetive investigando um assassinato, precisa solucionar o caso, mas a história e investigação acabam se confundindo com sua própria vida. Esquizofrênico? Sombras? Visões? Cruz? Cristo? Sobrenatural? Sete Cabeças e Dez Chifres. Seita? Número 132? Homem de capa vermelha? No livro Sete Cabeças do autor Bruno Godoi somos transportados para histórias que mexem profundamente com o leitor, que faz nós humanos pensarmos, nos faz questionar a natureza das pessoas, o instinto, o poder que temos de escolher nossas ações e que caminho seguir. Crimes? Perversões? Violência? Por quê? Uma obra repleta de críticas e conteúdo em meio a um cenário pesado, por dentro da mente humana, e pelos caminhos que levam a nossa ALMA!

''A mulher caminhava com tristeza nos olhos, porém, carregava alegria nos lábios. A máscara diária, a maquiagem que a verdade oculta: um sorriso a ofuscar a dor. O fingimento social que melhor se casa aos dramas pessoais: o sorriso.''

Caos sempre presente na atmosfera da história, ambientes sombrios, personagens e situações bizarras, personagens que aparecem, mas não se mostram inteiramente, causando sempre o clima de curiosidade e suspense no ar!

Vários elementos na narrativa são encontrados, como: repetição ''Baque, baque, baque'', ''bipe,bipe,bipe''. Ritmo: ''Um,dois,três''. Frases e capítulos curtos. Palavras soltas. Harmonia em meio ao caos. Dualidade: Quente e frio, luz e sombras. Descrições físicas sob a perspetiva dos personagens, fazendo o leitor entrar no personagem, não só na sua cabeça, e na sua visão como também nos seus movimentos e sentidos.
Elementos de cena como: [CORTA], [AVANÇA], [ENTRA] e [SAI].

''A Felicidade acaba?''

[MUDA O PONTO DE VISTA]

Frigorífico. Três pessoas acordam em um lugar fechado e não sabem como chegaram lá. Não se conhecem. Um negro que é detetive, um gordo que é açougueiro, e um magro que é professor, mais para frente encontram também sete corpos, entram em um perigoso jogo, e interpretam as charadas.

"O texto é vivo. Possui vida. Intenções. Compete ao leitor - pela leitura e abstração - matá-lo ou deixá-lo viver."

Ambas as histórias começam aparentemente em um banheiro, ambas se referem ao ''Ser. Estar e Ser. O sangue derramado''. Citações bíblicas. Presenças de testes psicológicos. O Teste de Rorschach. MANCHAS...
Ambos os casos nos levam há o aparente: Sete cabeças e dez chifres! Ambas tem a presença do número 132, pode ser como 1h32, ou como I III II.
No fim TUDO se fecha, as histórias que se cruzam, as referencias e frases ''jogadas'' ao longo da obra, e os personagens e determinados porquês.
O que você vê? Batom vermelho? Mordida? Tiro? Chaveiro? Colar? I LOVE YOU?

Algumas vezes tive que parar, respirar e voltar a ler! Para voltar a ler! O livro é incrível, inteligente, profundo, obscuro, crítico, totalmente sombrio, algumas vezes chocante. Mas muito bom, incrivelmente bom! Ele induz o leitor a acreditar em determinados fatos, depois ele faz você se perguntar inúmeras coisas ao longo da leitura, o leitor interage com a obra mentalmente! Um livro que vou indicar sempre!

[CORTA]

Por fim o autor brinca brilhantemente com nós, mostra como as pessoas se levam pelo chamado instinto animal humano, como podemos e temos o LIVRE Arbítrio. Como as escolhas e interpretações revelam o nosso verdadeiro SER!
Foi um livro forte, bem intenso, uma leitura muito rica, daquelas que você fica pensando por um bom tempo, durante a leitura e depois, ela não é só uma obra de ficção, é uma história a ser interpretada e refletida, daquelas que nós levamos para a vida. Sete cabeças é um livro muito inteligente e não é para qualquer um!

''Acabou?''
''Acabou.''
''O que você vê ao ficar o escuro?''

Paula Juliana

site: http://overdoselite.blogspot.com.br/
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TamiresCipriano 23/01/2015

Sete cabeças
Já pararam para pensar e se perguntar, o que vê no escuro?

Quando terminei a leitura fiquei imaginando - Minha nossa! Como resenharei este livro? - então, lembrei que resenhar livros da editora não é uma tarefa fácil, os livros são reflexivos, complexos, enigmáticos e muito bem trabalhados.

Antes de tudo, se interessou terá que saber que a leitura se inicia de um ponto final (só uma charada), tem que ser bem apreensivo na leitura, não deixar seu psicológico afetar, ter estômago e acima de tudo, imaginação e ser um ótimo detetive.

De um lado temos o caso 132 de Anton Levey, ele investiga o caso do corpo inerte ao chão de um banheiro em um restaurante, para solucionar este mistério, ele terá que enfrentar terríveis pesadelos.

Do outro lado da história, temos três desconhecidos preso em uma sala no frigorífico- professor, detetive e açougueiro - o problema é que para saírem do local, terão que fazer coisas macabras, onde existem enigmas a serem desvendados, onde o jogo para sair, se for com pressão psicológica, poderá derramar muito sangue - e derrama!

Dois detetives em um caso, dois detetives relacionados a coisa sombria, sangue inocente sendo derramado... Seguir em frente? Ir para o túnel da luz ou das trevas? Eles terão que aceitar os seus atos, chorar não resolve nada, mas sim, seguir em frente....

"[...] Papai, mamãe, eu. A felicidade acaba? Outra voz, na mente se fez presente. A velha no beco que dizia: Acabou! E a filha indagava: Acaba, papai? E a velha: Acabou! Repetindo." Pág 62.

Tenho maior orgulho do autor, e é mineiro! A editora caprichou nos detalhes do livro, não vi erro algum durante a leitura, além disso há os atos, as datas, locais e até mesmo um comando ao fim de cada capítulo, como [corta], [avança] e muitos outros, cada detalhe deve prestar muita atenção para melhor compreensão da história.

O autor escreveu o livro que sangra, sim, as páginas era marcadas de vermelho de tantas coisas que aconteciam, e tudo poderia ser evitado se o ser humano deixasse de ser um mero animal para ser racional, aliás, gostei também do autor usar o frigorífico, é como se fossem animais preparados para o abate, relacionando nossas ações humanas a tudo. Há também em cada ato, uma história, explicação e uma passagem da bíblia, alem de tudo, uma imagem do teste de Rorschach que são abstratas e utilizadas para perguntar ao paciente o que vê.

A leitura é indicada, gostaria muito de ler O grito vermelho do autor que é bem conhecido. Antes de lerem, deem uma bela pesquisa para ter certeza... Preparem-se para ver o que há no escuro e se surpreender!

" Vi subir do mar a besta que tinha sete cabeças e dez chifres, dez diademas, e sobre as cabeças, um nome de blasfêmia." Apocalipse 13,1. - No livro - Caso 132.

O autor tem razão bem ao início do livro, quando diz "PARA TODOS QUE, COMO EU, NÃO ENTENDEM OS ABSURDOS DO MUNDO."

Saibam mais no blog:

site: http://de-tudo-e-um-pouco.blogspot.com.br/2015/01/resenha-sete-cabecas.html
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Silvana 17/03/2015

Em 1921 foi desenvolvido o Teste de Rorschach. Técnica de avaliação psicológica pictórica. Nada mais é do que dar respostas às manchas - imagens abstratas - apresentadas ao paciente em cartões ou pranchas. A partir das respostas faz-se a análise e estudo psicológico do individuo.

"Caso 132"
O cheiro era terrível. A deterioração do lugar era ainda pior. As lâmpadas não paravam de falhar, deixando o ambiente entre a luz e as trevas. E era lá que o corpo estava, naquele banheiro imundo do restaurante. O corpo estava coberto por uma lona negra. Os braços estavam abertos em posição de cruz revelando as duas chagas, uma em cada pulso. A mão direita estava fechada ao redor de um frasco de vidro marrom escuro e o dedo indicador estava ferido. Essa é a cena que o detetive Anton Levey encontrou. Mas para desvendar esse crime ele terá que enfrentar seus próprios medos. O que é realidade? O que é imaginação? Imagens que se transformam em seus maiores demônios. Está com medo do escuro detetive?

"E nas trevas, em algum ponto acima do vapor gélido, acima da claridade mística da névoa. Acima de tudo, algo - ou alguém - lá, no canto, espreitava o detetive Anton Levey. Volume contorcido, vulto desfigurado. Massa disforme. Uma sombra no escuro. Esguia, estática, silenciosa. Sete cabeças. Dez chifres."

"Frigorífico"
Muda a cena, mas o cenário continua quase igual. Estamos em um banheiro, mas dessa vez temos três pessoas, um negro, um magro e um gordo, que não se lembram de como vieram parar ali. Eles estão presos e provavelmente são a diversão de alguém, é o que deduz o homem negro que é detetive. Pela situação em que se encontram e com o cheiro terrível que está no lugar, logo eles começam a discutir e ofender uns aos outros. É quando o gordo que trabalha como açougueiro, encontra uma saída que dá para uma espécie de vestiário. Quando os três, passam para o outro comodo o homem magro que é um professor, percebe que cada um deles tem uma pulseira onde estão escritos as suas profissões.

Mas se eles pensavam que tinham encontrado a saída, eles estão enganados, o que eles encontram são varias pessoas mortas e uma mulher que ainda respira, mas parece que por pouco tempo. E eles logo descobrirão que para saírem vivos dali, eles terão que fazer coisas que eles nunca imaginaram. A vida parece não ter nenhum valor nas mãos de quem idealizou essa brincadeira. Entre citações bíblicas e escritos em línguas que eles não sabem ler, as tarefas começam a ficar cada vez pior. Será que vale a pena fazer essas coisas para sobreviver?

"Os outros mexeram no corpo da mulher com bastante cuidado para não tocarem no sangue. Atitude sem propósito. Estavam tão sujos quanto avental num açougue."

Duas histórias. Diferente e semelhantes ao mesmo tempo. Terão elas alguma relação entre si? Qual o ponto em comum entre os dois detetives? Até onde vai a imaginação humana e o que fazemos quando pensamos que estamos entre a vida e a morte. Quando sangue inocente é derramado, não há mais volta. Mas qual caminho seguir? Luz e Trevas lutam por aquela que parece ser a maior batalha de todos os tempos, e o premio, a alma humana.


site: http://blogprefacio.blogspot.com.br/2015/02/resenha-sete-cabecas-bruno-godoi.html
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Poesia na Alma 16/09/2016

Um tabuleiro de xadrez
Sou uma leitura que gosta de ser levada pelo inusitado. E é justamente isso que me desperta interesse na Editora Empíreo. Sete Cabeça, de Bruno Godoi, 303 páginas, não é a primeira obra que apreio da editora, porém, como todas as outras, ela mantém o tom de excelência e qualidade.

‘Sinopse: Quem ama suspense sobrenatural vai encontrar em Sete Cabeças uma história intensa e cheia de mistérios. Para transportar o leitor para um mundo novo, onde as coisas nem sempre são o que parecem, Godoi usa uma das mais intrigantes ferramentas que um autor tem nas mãos: a alma humana. Sete Cabeças conta duas histórias paralelas, mas com profundas relações entre si. Em “Caso 132”, conhecemos Anton Levey, um detetive que precisa solucionar um bizarro assassinato e se vê em meio a um roteiro noir de sua própria vida. Em “Frigorífico” é a vez de Eric Blair desvendar perigosos segredos para tentar salvar a si mesmo. Depois de acordar em um ambiente desconhecido ao lado de duas pessoas estranhas, ele precisará aceitar participar de um jogo macabro se quiser tentar permanecer vivo.’

A carga de mistério inicial fica para o detetive Anton Levy que encontra um corpo no chão do banheiro de um restaurante. E que ficaria conhecido como o fétido e louco Caso 132. As minúcias e o desiquilíbrio de controle da realidade que envolvem essa história podem deixar os leitores mais afoitos desmotivados. No entanto, é a partir de um banheiro imundo que encontramos motivação para compreensão da capa.

“A origem do vulto era a mancha no canto da parede, lá, onde Anton vislumbrava o rosto de Cristo impresso na sujeira. Do rosto, algo se levantou e se movimentou, como predador ao dar o bote. Três movimentos. Três saltos pelo espelho. Um. Dois. Três. Pulos. Reflexo. Reflexo. Reflexo. Rápido. Um espectro: sete formas ovais, dez riscos verticais. Sete cabeças, dez chifres.”

Confuso? Mas nem só do Caso 132 gira essa obra, intercalando capítulos, Frigorífico traz a história de Eric Blair, que acorda ao lado de outras duas pessoas. Essas pessoas, que até então não se conheciam, irão mostrar todo o instinto de sobrevivência que uma pessoa pode ter. Será que essas histórias irão se cruzar? Será que o Caso 132 e Frigorífico têm algo em comum?

"Mas o detetive ainda era o mantenedor da lei, e até onde imaginava, estavam ali participando de algo que logo seria revelado. Os meios, o cenário e a situação haviam sido dados. Aos homens, agora, era esperado que reagissem."

Um tabuleiro de xadrez. Um xeque mate no final. Uma grande obra, onde o destaque fica para as minúcias capazes de enganar o leitor, fazê-lo criar conceitos em sua cabeça e não enxergar o que está no papel. O primeiro livro que leio do Bruno Godoi e a mim cabe somente afirmar que sabiamente o autor transforma palavras em imagens abstratas.
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Kamila 18/09/2016

Basicamente, o livro tem dois contos: o primeiro, caso 132, começa com o detetive Anton Levey numa cena de crime. Há uma pessoa morta na cena. Até aí tudo bem, mas ele não contava que fatos sobrenaturais dariam um toque a essa cena. A investigação da morte toma rumos incríveis quando sua própria vida passa na frente de seus olhos enquanto investiga.

Já o segundo, Frigorífico, conta a história de Eric Blair, que, ao acordar ao lado de dois completos estranhos em um lugar totalmente desconhecido, ele vai participar de um tipo de "jogos mortais" para sobreviver. Elas aparentam ser histórias distintas, mas são interligadas entre si, tendo a alma humana como objeto principal.

Infelizmente, a história não funcionou para mim. É um livro enrolado, muito bem escrito, é verdade, mas tem alguns rodeios que não gostei. Ao fim de cada capítulo, há uma indicação escrito "corta" ou "volta", como se fossem indicações de roteiro de filme ou peça de teatro. Como livro, não foi a melhor leitura, mas acredito que se fosse um filme, documentário ou peça, com certeza prenderia minha atenção.

Uma coisa que gostei foram as imagens de um teste de Rorschach. Pra quem não sabe, esse teste pictórico consiste em dar nome a imagens abstratas desenhadas em cartões. Serve para analisar o psicológico da pessoa. Tem várias dessas imagens pelo livro e achei bacana explorar isso.

A Empíreo, que me enviou o livro em parceria, fez um excelente trabalho de revisão/edição. Não encontrei erros de nenhum tipo, a capa está condizente com a história e as imagens do Teste de Rorschach estão bem fiéis. Como eu disse, a história não me prendeu, mas não significa que eu não recomende, pelo contrário, se você gosta de suspense com elementos sobrenaturais, dê uma chance à obra de Bruno Godói, vamos discutir esse livro!

site: http://resenhaeoutrascoisas.blogspot.com.br/2016/08/resenha-sete-cabecas.html
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CultEcléticos 11/01/2017

Suspense sobrenatural que até os leitores mais medrosos podem ler
Sinopse (extraída do livro): ‘Sete Cabeças’ conta duas histórias paralelas, mas com profundas relações entre si. Em ‘Caso 132’, conhecemos Anton Levey, um detetive que precisa solucionar um bizarro assassinato e se vê em meio a um roteiro noir de sua própria vida. Em ‘Frigorífico’ é a vez de Eric Blair desvendar perigosos segredos para tentar salvar a si mesmo. Depois de acordar num ambiente desconhecido ao lado de duas pessoas estranhas, ele precisará aceitar participar de um jogo macabro se quiser permanecer vivo.


Suspense sobrenatural narrado em terceira pessoa que como descrito na sinopse apresenta duas histórias: Caso 132 e Frigorífico. São duas histórias divididas em 3 atos cada que se mesclam, se conectam. Ambas apresentam o elemento sobrenatural.

É necessária atenção do leitor porque além das histórias se intercalarem, há alguns saltos temporais e mudança de perspectiva na narração, embora ela seja em terceira pessoa.

Os capítulos são curtos, o que contribui para a dinâmica dos acontecimentos, o ritmo acelerado, tornando a leitura fluida.

Num primeiro momento não se sabe em que lugar as histórias se passam, os nomes estrangeiros nos fazem crer que não seja no Brasil, mas depois nos é revelado que os fatos ocorreram em terras tupiniquins, o que causa uma certa estranheza, mas em nada compromete a narrativa.

Em ‘Caso 132’, cujo foco é o detetive Anton Levey, o leitor deve estar mais atento aos detalhes porque é nessa história em que há mais mudanças temporais. O modo como é narrado permite o leitor imergir no mundo de Levey e sentir suas emoções.

Já em ‘Frigorífico’ o foco é o detetive Eric Blair. O detetive desperta num local inóspito, macabro e desconhecido, ao lado de duas pessoas também desconhecidas, um açougueiro e um professor. Na trama, os personagens se tratam apenas por: detetive, açougueiro e professor. Não há o interesse em conhecer uns aos outros. Este tratamento destitui a individualidade e humanidade dos personagens, o que se comprova no desenrolar da trama. Nesta história alguns diálogos entre os personagens quebra um pouco o ritmo acelerado do livro.

Os leitores mais medrosos podem ler ‘Sete Cabeças’ sem medo porque apesar de apresentar elementos sobrenaturais, o livro não lhe fará perder o sono.

‘Sete Cabeças’ é uma boa leitura para todos aqueles que gostam de um bom suspense.

(Camila Kaihatsu)
Resenha publicada no site CultEcléticos:


site: http://www.cultecleticos.com.br/resenha-literaria-sete-cabecas/
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