leleco 16/02/2024
O luto e seus contratempos em consequência de uma fatalidade
Willow é uma obra delicada e de extrema intensidade na qual retrata a dor da perda após um evento traumático, desencadeando consigo diversos comportamentos e elementos contribuintes para o estado atual da personagem principal, como o desejo por deixar de viver e a automutilação na qual era cotidiana em torno de sua rotina. De primeira eu não havia colocado tantas expectativas em torno do livro pois havia achado a capa deste interessante em meio a uma troca de livros, assim, dando uma chance que levou cerca de alguns meses para realmente iniciar sua leitura.
A trama me instigou mediante a vivência de uma garota que sobrevivia dia após dia por conta de ter perdido seus pais num trágico acidente de carro na qual ela também estava presente, sendo a única sobrevivente do ocorrido. É evidente a ausência de um apoio psicólogo, um dos pontos que mais me pegou especialmente levando em consideração o fato dela ter sido afetada diretamente, na qual não me recordo de sequer ter sido cogitado durante a drama. Contudo, Willow é um livro que retrata a resistência de deixar este mundo, de só ter as lâminas como suas companheiras e o fato de se sentir isolada socialmente e mentalmente do restante do mundo, mesmo com seu irmão mais velho, para si não havia um centro de apoio ou algo do tipo, a melancolia do luto havia trancafiado tudo isso num cômodo vazio e sem ventilação a sete chaves.
Apesar de certos receios em torno do medo dos envolvimentos entre em personagens acabarem sendo ou não, como um grande talvez, enquanto lia o livro, de se denominar como uma possível dependência emocional ou uma romantização da cura da depressão com base num amor romântico, o livro me comoveu da cabeça aos pés sem algum aviso prévio, é de uma escrita na qual o leitor se sente capaz de entender e partilhar de certa forma o sentimento daquele personagem no qual transmite.