Thai Zavadzki (@meowbooksblog) 27/04/2020
Não entendo como tem tanta resenha positiva, mas tudo bem.
Antes de começar a falar do livro em si, preciso adiantar para vocês que eu comecei a escrever essa resenha quando estava apenas na página 15 do livro. Sim, isso mesmo, 15 de 400.
Só com o início eu já tinha coisa para falar, e pode ser que o tom ou a opinião mudem com o decorrer da resenha, eu espero por isso, inclusive (não aconteceu, eu o abandonei). Mas o que eu tenho a dizer com esse princípio, esse primeiro contato é: amadorismo e presunção.
Colocar primeira pessoa para qualquer personagem que aparecer é um recurso tão, mas tão pífio. Além de ser cansativo! Amada, se você quer mostrar diversos pontos de vistas, dica: Terceira pessoa! Honra a classe, você é brasileira e está sendo publicada por uma grande editora (Só Deus sabe como)! Agora, ficar nesse ioiô de cada cinco parágrafos passar a narrativa para um novo personagem… Ah, para!
Isso empobrece tanto a obra, que eu não sei nem como criticar à altura. Ficou muito ruim, seu cérebro não consegue se adaptar direito às mudanças, de tão recorrentes que são! E você cansa rápido, justamente por isso. Eu me confundi entre personagens várias vezes durante a leitura. E tive que fazer várias pausas.
Quanto à presunção que eu tinha falado, é bem simples, a autora claramente acha que está escrevendo um grande livro, inovador, diferente. Dá pra sentir a empolgação dela, mas coitada. Não só é um livro qualquer, como é bem amador, péssimo, maçante, impossível de terminar.
Ah, e é inteiramente apelativo. Logo nas primeiras páginas, o mocinho, pra mostrar como é um machão hétero top de respeito (rs), mostra pra gente que uma das moças que trabalha com ele faz até sexo anal! Aí tem uma cena tremendamente gratuita deles se pegando e ele enfiando os dedos nesse lugar que vocês estão imaginando mesmo.
Mas qual o problema? Bem, o problema é quando essa cena se mostra gratuita, sem grandes motivos para existir. A gente já tinha entendido que o Marco era hétero top, que todas as mulheres (idiotas) eram loucas por ele, não precisa forçar pra esse lado, sabe? Eu fiquei realmente enojada, você já começa o livro desconfortável e, qualquer mulher minimamente dona de si, já vê que ele é um lixo de homem.
Vê uma mulher gostosa e já fica com a palhaçada de “ela é minha, ninguém pode olhar ela e blá-blá-blá”. Depois mulheres que são loucas ciumentas. O cara é emocionadíssimo, qualquer coisinha idiota já está surtando. Não só emocionado, ele também é abusivo e a autora o vende como romântico! É nojento demais, meu Deus! E se fosse só esse tópico que se peca em construção de personagem…
Marco obriga a ex-mulher a seguir grávida de uma bebê anencéfala, falando que vai mandar prendê-la sendo que, amigo! Esse é um dos casos legalizados. Ele como juiz (ironicamente desocupado, aliás) tem obrigação de saber disso.
A autora não tem a mínima noção de Direito e do meio jurídico, isso eu percebi com muita clareza, ela nem tentou pesquisar e se aprofundar, o que é (novamente) irônico, já que ambos personagens são do meio.
O relacionamento retratado como um todo é muito mal estruturado, transaram uma vez e já é amor infinito de não poder mais viver um sem o outro. Assim, se fosse um livro de época, isso até faria algum sentido, porque antigamente era tudo muito mais intenso graças às amarras sociais, mas em um enredo contemporâneo? Absolutamente sem sentido. Não me convenceu nem um pouco.
Tem autoras que tem aquele talento de transformar uma relação de dias em algo que realmente parecia predestinado, algo natural, Sue Hecker não é uma delas. [...]
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