Autobiografia do vermelho

Autobiografia do vermelho Anne Carson




Resenhas - Autobiography of Red


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Renata.Espindula 04/05/2022

Um livro um tanto quanto estranho, talvez seja muito bom, brilhante e incrível e eu não entendi o conceito.
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Gu Vaz 05/04/2023

Erupção de sentimentos
Este livro possui uma narrativa totalmente inédita pra mim, misturando o mito grego de Gerião a aspectos contemporâneos e se utilizando das lacunas dos textos de Estesícoro para tecer essa história tão curiosa e, eu diria, bastante opressiva.
Não posso dizer que entendi esse livro, mas talvez possa dizer que consegui senti-lo com uma intensidade asfixiante. Também não sei se consigo descrever tais sentimentos, com exceção da solidão e do amor latente permeado de um desejo vulcânico pelo outro.
É um livro que provavelmente será relido com certa frequência no futuro.
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ticinhachan 02/04/2023

Uma epopéia moderna, sensível, espirituosa.
É muito difícil ler esse livro uma única vez e escrever sobre ele, porque a sensação é que eu não consegui absorver tudo que essa obra tem pra oferecer. Existem coisas nessas páginas do livro que te puxam, intrigam e te fazem pensar. Esse é o que eu chamo de "livro de rede", daqueles pra você ler parcelado em várias tardes em uma varanda, com um vinho ou um bom café do lado.

Bom, mas vamos lá. O livro é uma releitura/reivenção (nem sei se posso usar esse nome) do mito grego de Gerião. Gerião é um monstro vermelho, que na história assume um caráter excessivamente humano, que narra em versos da sua infância até a idade adulta. Fala sobre amor, fotografia, mistérios da vida, família, dor, amadurecimento e tantas outras coisas que você se perde. Aliás, em vários momentos me senti perdida, mas de uma forma tão gostosa aqui dentro. O relacionamento dele com Héracles é algo tão brilhantemente retratado e tão profundamente desenvolvido que acho que nunca li nada parecido.

É um livro lindo, se tornou um dos meus favoritos - e até agora a melhor leitura do ano. Várias vezes me lembro de "Demian", do Herman Hesse, que é um dos meus preferidos. Com certeza é um livro que vai ser relido em outro momento.
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MathCZA 10/07/2021

Sem dúvida um dos dois melhores livros que eu já li.
Só perfeito, de uma aparente simplicidade que lhe prende e enfeitiça, sendo cada palavra mais forte que a anterior e se impondo em seu coração, desde o início e cada vez mais profundamente.
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Jasmine 03/12/2021

Autobiografia do vermelho
Desconcertante. Uma autobiografia que não é a biografia de quem escreve e também não é construída apenas pela escrita, porque começa pela escultura e termina com a fotografia. O biografado por si mesmo ? e, esteticamente, por Anne Carson ? é um personagem da mitologia greco-romana, Gerião, embora contemporâneo do feminismo e das videolocadoras. Gerião nasceu com asas e tem a cor que já se anuncia desde o título, veio do fogo e é sua testemunha ocular: ?Gente vermelha com asas, todas as suas fraquezas incineradas ? e também sua mortalidade?.

Gerião é um filósofo, que tem como maior inquietação a pergunta ?de que é feito o tempo?? e começa sua autobiografia desde os cinco anos de idade, antes mesmo da aquisição da linguagem escrita; constrói-se pelas artes, em esculturas, inicialmente. Aos 44 anos, Gerião continua sua autobiografia por meio da fotografia. Por vezes, a minha percepção de Gerião é semelhante à imagem de Raskolnikov, personagem de Crime e Castigo do insigne Dostoiévski. Talvez, também por isso, eu tenha gostado tanto dele: Gerião é incomum aos interesses da maioria, sábio, soturno e sensível.

Gerião parece ter origem alemã (não fica claro) e foi estudar filosofia na Argentina. Por uma paixão perturbadora, como são todas as paixões, segue para o Peru. Por vezes, parece irracional, mas é imbuído daquilo que mais fortemente alimenta o desejo de viver: a busca pela felicidade; e isso me leva a pensar se a questão filosófica que lhe inquieta não seria o contrapeso, uma inclinação contrária aos seus objetivos, por isso merecia tanta atenção.

Algumas fotografias traduzem Gerião. Como deve ser capturar um momento numa imagem e tomá-la como parte absoluta de si? A ausência de movimento da fotografia poderia substituir o congelamento daquilo que somos? Talvez, sejamos mesmo um álbum de fotografias de tudo aquilo que nos marcou, colorido de vermelho, pela dor ou pelo desejo, mas moldado pelo tempo, como era Gerião.

Não sei o que e o quanto entendi e também não penso que seja relevante entender como pensava Gerião, mas gostei de conhecê-lo e tanto ou mais prazeroso foi o contato com a escrita de Anne Carson.
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antuan_reloaded 29/01/2023

[8/10]
"[...] e o corpo inteiro
de Gerião formou um arco de um grito - alçado para
                 aquele hábito, humano hábito
do amor equívoco"

Quando li a sinopse desse livro e descobri que ele recria um mito grego, pensei que estaria defronte de um daqueles pedantes textos cheio de expressões sem tradução. Porém, me enganei.

Anne Carson consegue criar imagens extremamente lúcidas que nos abraçam fortemente. Acredito que isso deva ser facilitado pela forma como o texto é estruturado, ou seja, em versos.

Contudo, ao mesmo tempo que abraça, "Autobiografia do Vermelho" é um livro que sufoca. Essa sensação é constante em seus personagens, principalmente Gerião, e perpasssa os limites da página afetando o leitor.

Gerião, em particular, vive no limiar de seus relacionamentos, tanto com os outros como consigo mesmo. Tal qual o vulcão que visita na Argentina, durante toda a narrativa parece estar sempre ao ponto de entrar em erupção.

Isso acontece, pois tem algo escondido, adormecido, que o lembra constantemente da impossibilidade de ser. Portanto, vacila quando tem que se mostrar e, como consequência, somos atravessados por sua sensação de asfixia.

Apesar da leitura ter sido constante, prazerosa e fluida, os momentos finais deixaram a desejar. Há uma inserção de personagem que poderia ter sido melhor desenvolvida. Senti aqui, portanto, que a Anne correu um pouco... Talvez do vulcão.
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alineaimee 07/04/2024

Releitura transgressora de um mito
Eu fico imaginando a classicista, tradutora, poeta e ensaísta Anne Carson se debruçando sobre os fragmentos de Estesícoro, maravilhada com esse cara que, lá em 500 e blau a.C., resolveu pegar um personagem tão secundário como Gerião, tão relegado a esse lugar do Outro, o monstruoso, e colocá-lo como protagonista: alguém que sente, sofre e deseja.

Adoro que a partir desse fascínio ela resolve entrar na brincadeira e transformar uma história mitológica na jornada absolutamente prosaica de um rapaz buscando entendimento. Que ela traz Gerião da antiguidade pra modernidade, do velho mundo para as Américas, do exemplar para o peculiar, como uma pessoa queer que, talvez, encontrasse identificação nos poemas de Emily Dickinson.

Fico também, eu, fascinada de como ela não está nem aí para as nossas expectativas ou comodidades em relação a convenções consagradas. "Tome aí meu romance em versos e lute!" E, ainda, com o fato de que ela transforma a consciência a respeito das leituras lacunares possíveis, diante de fragmentos tão antigos, em estilo. Na escrita e na leitura contemporânea o que falta é proposital, desejado. A jornada de Gerião é esburacada, episódica, convida o leitor a especulações.

E nesse seu quarto livro, a autora resgata as reflexões do primeiro, "Eros, o doce-amargo", para nos mostrar que é amando, e sofrendo, que Gerião aprende. Que todos nós aprendemos. Que o universal está mais guardado no particular do que a gente imagina.
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Carol 07/04/2024

Impressões da Carol
Livro: Autobiografia do vermelho {1998}
Autora: Anne Carson {Canadá, 1950-}
Tradução: Ismar Tirelli Neto
Editora: 34
192p.

De início não teria resenha para "Autobiografia do vermelho". Não porque o livro seja ruim, longe disso!, adorei lê-lo. Mas estamos diante de um livro estranho, um livro-monstro. O que me fez mudar de ideia foi o encontro do clube de leitura da Aline Aimée, do qual saí extasiada. Como é bom conversar sobre nossas leituras.

Anne Carson retoma o mito de Gerião, monstro supliciado por Hércules em seu 10° trabalho. Ela adota a versão do poeta Estesícoro de Hímera (c. 640-556 a.C.) que, em sua Gerioneida, reconta o mito pela perspectiva de Gerião.

O livro de Carson se inicia com um proêmio através do qual somos apresentados ao poeta Estesícoro. Segue-se a tradução (criação?) de fragmentos atribuídos à Gerioneida e três apêndices e, enfim, o romance em versos do título - epigrafado com um poema de Emily Dickinson - que narra o caso de amor entre os jovens Gerião e Héracles, nossos contemporâneos.

Um livro-monstro, eu disse. Um livro apaixonante.

É fascinante ver o que Carson faz com as palavras. Os adjetivos "são os trincos do ser"; Quando a justiça é alcançada, "o mundo resvala para longe"; O casal se vê pela primeira vez e é um daqueles momentos "que são o oposto da cegueira"...meu livro está todo sublinhado. Isso é prosa poética!

É fascinante um texto de uma professora de literatura clássica, tradutora, poeta, ensaísta, maravilhosa, um texto que nos convida a buscar as referências, a mergulhar num universo-outro, uma erudição que nos abraça, que não nos repele.

É fascinante pensar no percurso que textos antigos transitaram até nós, leitores modernos. O que foi perdido com os séculos, as lacunas, os fragmentos, as criações, as interpretações. A volatilidade dos atos de traduzir, de ler, de escrever. E, aqui, meu elogio ao @ramerrame, que verteu lindamente as palavras de Carson ao português.

Fica a minha recomendação de um livro que, à primeira vista, possa causar estranhamento, mas cuja leitura nos recompensa demais, demais. É bom ser contemporânea à Anne Carson.

"Gerião era um monstro tudo nele era vermelho." p. 13
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João Vitor 06/11/2021

Um comentário em verso
Eu irei sonhar com esse livro, digo em voz alta.
Pensar nele ao acordar,
antes de pegar no sono,
ao amanhecer no caminho para o trabalho,
ao entardecer no caminho de volta também,
enquanto estiver passando meu café,
enquanto estiver amarrando meus sapatos,
durante a próxima passagem que irei escrever no meu caderno,
durante a escolha da minha próxima leitura,
no momento em que eu for pensar sobre a linguagem e na construção de textos - ou melhor - fragmentos de textos que o tempo não conseguiu vencer,
no momento em que eu for pensar nas infinitas formas de um romance e suas diferentes estruturas, no que um livro pode - ou não pode - ser,
e por fim,
quando eu questionar o poder do amor,
quando eu duvidar da força da poesia,
é dele, desse livro,
que eu irei me lembrar.
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Beca 04/03/2024

Autobiografia do vermelho é um daqueles livros brilhantes que você se depara quase como por um acaso na sua vida e se pergunta: Como eu não li isso antes? Esse livro, que não é nada tradicional no sentido da forma, reimagina no século XX um mito grego que virou poema lírico nas mãos de Estesícoro. A narrativa acompanha fragmentos da vida de um garoto vermelho e com asas chamado Gerião. Vemos Gerião amadurecer ao longo da história, que é também marcada pela sua história de amor com Heráclito, que no mito original o matou. O livro é pura poesia e perfeito para aqueles que estão, assim como eu e Gerião ao fim do livro, na casa dos vinte e tentando descobrir nosso lugar no mundo.

"Então ele conheceu Herácles e todos os seus reinos perderam um pouco do brilho.
Eram duas soberbas enguias
no fundo do tanque e reconheceram um ao outro como se estivessem em itálico"
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Isa 31/05/2023

Nao é só uma fase mãe?.
Esse livro é que nem tirinha da laerte não é pra vc entender é pra você sentir! recomendo pra toda a nação lelé da cuca
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lizardeb 07/07/2023

O ESPÍRITO GOVERNA EM SEGREDO SOZINHO O CORPO
NADA CUMPRE
é coisa que você compreende
instintivamente aos quatorze anos e de que ainda se lembra
mesmo com o inferno na cabeça
aos dezesseis. Pintaram essa verdade
na longa parede do ginásio às vésperas de partirem para o
Hades.
arthur966 08/07/2023minha estante
te amo




Nathani 20/11/2022

Monstros que são apenas humanos
"Há muitos meninos que pensam que são
Monstros? Mas no meu caso estou certo disse Gerião”

No mito grego Gerião era de fato um monstro vermelho e com asas. Seu assassinato apenas mais um dos trabalhos de Héracles (ou Hércules) a ser cumprido. Para Anne Carson, em Autobiografia do vermelho, Gerião é um menino sensível cujo lado monstruoso poderia ser de qualquer ser humano. Ele trabalha incessantemente na sua autobiografia, no início - como não sabia escrever – através de escultura e com o passar dos anos se redescobre através da fotografia. Mas as palavras estiveram dentro dele o tempo todo e Anne soube montá-las de maneira fluida e ao mesmo tempo genial.

Acompanhamos Gerião desde sua infância até a vida adulta, seus traumas de infância, o amor pela mãe, os primeiros relacionamentos amorosos e a sua percepção da realidade. Por diversos momentos, ele se questiona e questiona aos outros: “O que é o tempo? De que é feito o tempo?”, em uma busca incessante por definir algo que não se define mas que define as nossas vidas o tempo – olha ele de novo – todo.

O desenvolvimento e a intensidade do relacionamento entre Héracles e Gerião é dilacerante, de certa forma assim como na versão original da sua história, mas aqui Gerião tem que lidar com a inevitável distância que existe mesmo entre duas pessoas que se amam profundamente.

É uma leitura repleta de questionamentos existenciais e isso se beneficiou muito por ser um romance no formato de versos. Abaixo vou deixar alguns de meus trechos favoritos para deixar vocês com vontade de ler também. Recomendo infinitamente.

"O instante da natureza
se formando entre eles sugava cada gota das paredes de sua vida
deixando para trás apenas fantasmas
farfalhando como mapas velhos. Ele já não tinha nada a dizer a ninguém. Sentia-se solto e reluzente."

“... um daqueles momentos que são o oposto da cegueira.
O mundo entornou dos olhos de um para os olhos do outro uma ou duas vezes”

“O que é a mortalidade afinal senão a dúvida divina lampejando sobre nós?”

“Se o mundo acabar agora estarei livre e
Se o mundo acabar agora ninguém verá minha autobiografia – afinal saltou.”


site: instagram.com/livrosparaviver
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Mathias Vinícius 07/07/2023

Um comentário sobre: Autobiografia do Vermelho
Quando vejo que uma obra se origina de uma adaptação para os dias atuais, normalmente, tendo a ter uma certa relutância para encará-la. Este ano eu tenho tentado expandir os horizontes com leituras que estariam fora do meu radar, livros que remediei a leitura por questões tolas e achismos. Conheci a autora da vez, Anne Carson, por intermédio de uma ótima amiga e que confio nas suas indicações, porém o livro que me foi passado não foi o Autobiografia do Vermelho, mas sim o Eros: o doce-amargo(que por sinal é um dos livros que ainda pretendo ler esse ano).

Anne Carson, nascida em 21 de junho de 1950, é uma renomada poeta, ensaísta e tradutora canadense. Ela nasceu em Toronto, Canadá, e cresceu em uma família acadêmica. Carson obteve seu Ph.D. em literatura clássica pela Universidade de Toronto e, ao longo de sua carreira, lecionou em várias instituições prestigiadas, incluindo a Universidade McGill, a Universidade de Michigan e a Universidade de Princeton. A escrita de Carson é altamente inovadora e multifacetada, fundindo elementos da poesia, ensaio, tradução e teatro. Sua abordagem experimental e seu domínio de diferentes gêneros literários a tornaram uma figura influente na cena literária contemporânea. Seus trabalhos são conhecidos por sua rica intertextualidade, meticulosa pesquisa acadêmica e linguagem poética surpreendente.

Se tratando do romance em versos, Autobiografia do Vermelho, conta a história um Gerião, um rapaz vermelho com asas e com sua mente vagante busca entender o qual é a sua história e o que ela significa, ou se precisa de um significado mediante as questões socio-existenciais, como o individualismo e a conformidade. Antes de aprofundarmos nas questões abordadas nos versos, vejamos o que inspirou Carson para sua escrita. O Gerião mitológico tem a aparência de um gigante monstruoso, com várias mãos e cabeças, além de ter o corpo todo vermelho. Ele guarda o seu gado vermelho, o mesmo que o herói grego Héracles precisa raptar para completar um dos seus trabalhos (o décimo) e assim ele faz matando o gigante e seu cão.

O trabalho feito pelo poeta grego Estesíroco, Gerioneida, também servirá como norte para a narrativa de Anne, porém o que chegou até nossas mãos foram apenas fragmentos dos textos antigos de Estesíroco. A própria autora faz um breve comentário sobre essa questão no início do livro: “os fragmentos da Gerioneida se desenrolam como se Estesíroco tivesse composto um substancioso poema narrativo, e depois o rasgado em pedaços e enterrado os pedaços numa caixa com algumas letras de músicas e anotações de aula e restos de carne”. Reza o mito que o poeta também havia sido cegado por Helena, a mesma Helena que havia sido raptada pelo herói troiano Páris, pois ele havia difamado a princesa, e ele sabendo que a cegueira repentina foi causada pelo seu mal dizer, este logo se recompôs e escreveu “a palinódia”. Dessa maneira ele recuperou a visão. Ainda é possível fazer outras ligações sobre o que inspirou a autora na criação dessa obra, como na epigrafe que acompanha o texto, um poema da autora Emily Dickinson, o de número 1748.

Naturalmente, espera-se, que uma autobiografia seja contada pela visão de quem escreve, na primeira pessoa do singular [EU], mas Carson brinca com essa ideia invertendo os papéis, o que está sendo narrado está no ponto de vista da terceira pessoa e mesclado com trechos em primeira pessoa. Com traumas que são apresentados no início e que retornam apenas caso o leitor perceba, a descoberta do amor e o abandono dele, personagens que pensamos ser importantes e quem nem mesmo conhecemos seus próprios nomes, arcos de aprendizagem, variedade na linguagem com alemão e palavras em Quechua, analogias com fotografias e olhos, o interior e o exterior, tudo isso e mais nessa longa elegia ao Eros.
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