Nostalgia

Nostalgia Nana Lees




Resenhas - Nostalgia


12 encontrados | exibindo 1 a 12


Beatriz 10/08/2017

Trechos, frases e essas coisas
"Aqui nós procuramos evitar esses tipos de sentimentos. Preferimos misturar tudo que há de bom para que as coisas ruins não sejam tão desagradáveis."
"Pessoas certas se tornam erradas o tempo todo, em qualquer lugar."
"Nós damos muitas voltas pelo mundo, mas a gente sempre volta para o início."

" É fácil dizer esse tipo de coisa quando o dilema não é seu, acreditar que as escolhas dos outros não te afetarão em nada."
"As ações protetoras de Frank assemelhavam-se à falta de credibilidade em relação a mim. Fazia com que todos parecessem mais receptivos aos meus erros."

"Nomes são como rótulos. Sempre trazem consigo algo mais do que uma maneira de se referir a alguém. Nomear lhe dá a incumbência de guiar, criar uma bula de indicações e contraindicações para esse ser ou objeto. Ele não será mais livre para apenas ser. Existirá como aquilo que seu nome lhe impõe desde o dia em que o recebera."

"Pare de reclamar. Foi tudo divertido, não? Por que você não fica feliz por viver?
Tem vezes que você parece entender isso e tem outras que se esquece...
Era verdade. Eu tinha uns distúrbios"
"Interessante como a vida parece renascer depois de uma tempestade."
"Nem mesmo eu entendia o percurso que minha mente tomava."

"Somente ele compreendia que a junção de tantas coisas boas era o prenúncio da queda, render-se daquela forma. Igual à morte, situação na qual você se apega tanto ao físico, rememora tudo que lhe é mais importante e, quando se satisfaz, tudo escurece."

"Queria ver o quão ínfimo seria se cada um tivesse uma árvore. Se, ao invés de plantarem prédios por dinheiro, plantassem árvores para viver."

"Reconheci que estava quebrada por dentro, nutrindo um medo terrível de estar perdida para sempre, preocupada com o que encontraria ao regressar. Sozinha."

"A casa era como uma pessoa, reflexo de seu morador. Eu era aquela moradia
desconhecida, mas familiar. Deixada para trás daquela maneira revirada e assustadora.
Às vezes nos deparamos com tal bagunça que não conseguimos nos ajustar para
começar a arrumar. Não temos um ponto de partida. Começamos em algum lugar, mas
acabamos parando por ver outra coisa que nos chama mais atenção. Nesse ciclo,
deixamos diversas partes esquecidas, mas, ainda assim, desorganizadas. Varremos tudo
para debaixo de um tapete, esperando alguém que vá arrumar em nosso lugar, ou o
surgimento de um ímpeto de fazê-lo sozinho.
Eu era aquela casa."

"Eu era um marujo em primeira viagem, sem jogo de cintura... Morreria afogada na primeira onda. É horrível notar o quão dependente se é. O quão pouco se sabe."

" Tive a oportunidade de cair bastante. Contudo, não foi a minha experiência em quedas que me deu coragem para me reerguer. Foi o fato de saber que não fui a única a me desequilibrar."

"Não sabe quem é... Então não entende o que faz, não se importa com as consequências de seus atos. Sabe o porquê de seu amante ser tão fundamental para você? Ele é seu atalho, sua facilidade. Alguém para quem pedir socorro, desaparecendo de sua mente quando você não precisa mais. Você precisa se descobrir, para então se controlar."

"Ele torna o mundo mais fácil para você. A palavra certa para isso é oportunismo. Você diz que gosta, mas a importância que você dá a ele é equivalente ao seu egoísmo, seu medo de perdê-lo, de ter de se virar sozinha. Aquele cara não pode ser tão cego para não perceber isso"

"Em um lugar onde todos eram números, ela se transformara em uma incógnita. Mistério que deveria ser solucionado, pela opressão de se tornar algo comum, ou pela pressão de fazê-lo sumir."

"Pense: em um mundo onde as tentações te afastam do progresso, o vencedor não é aquele que foge da tentação, mas aquele que a ultrapassa sem sofrer dano algum."

"Quando você vive em uma bolha, acaba não percebendo o quanto o mundo fora dela pode ser diferente."
comentários(0)comente



david 08/01/2018

Livro massante e com resenhas estranhas
Já faz um tempo que estou com esse livro para ler e resolvi termina-lo. É estranho o fato de todas as resenhas que vi pela internet alegarem que o livro é ótimo, perfeito e que muda a vida de quem lê. Eu fiquei bastante decepcionado com o conteúdo.
A ideia da autora é ótima. Mas o problema que o excesso de descrição em algumas partes, ausência em outras, complica muito o livro. É um livro essencialmente descritivo logo no inicio, mas não é aquela descrição que interessa, que faz você sentir o gosto e o cheiro das coisas. A autora é iniciante e estou pegando muito pesado com a resenha. Mas só estou fazendo isso pq as outras resenhas foram muito positivas e exageradas.
Acredito ser uma autora com potencial pros próximos livros.
Atentar para os excessos cometidos!
comentários(0)comente



Guilherme 17/12/2014

Nostalgia

A história de uma misteriosa menina ruiva, que acorda em um trem sem saber de onde veio, pra onde vai, ou sequer quem ela é. Ela passa a explorar esse novo mundo como uma criança ingênua, onde tudo é novidade. Então ela faz amigos, como o Franklin e o Babu, conhece vários lugares e pessoas diferentes, e passa a entender melhor o mundo... e também como esse mundo pode ser frio.

Esse livro me surpreendeu bastante. O texto evolui de uma maneira agradável de se acompanhar, e a estrutura de cada capítulo com seu fechamento com diferentes pontos de vista e música tema ficou bem interessante.
Não é um gênero que estou acostumado a ler, mas conquistou minha atenção do inicio ao fim!
comentários(0)comente



Thai 05/02/2015

”– Você pode enxergar com os outros sentidos também. Às vezes é mais fácil aprender certas coisas quando não enxergamos com os olhos...”

O livro é uma distopia que conta sobre uma menina que acordou do nada em um trem sem fazer a menor ideia de quem era, de onde vinha e como foi parar ali. Ela simplesmente se guiava por seus instintos que a levaram até uma casa abandonada, estranha e ao mesmo tempo familiar.
Pouco depois ela conhece Frank, aquele que logo se tornaria seu amigo e única companhia. Nós conseguimos ver nitidamente essa amizade sendo construída com toda a ingenuidade da menina.
Os dois vivem altas aventuras e viagens de trem juntos, entre brigas e pazes, tombos e corridas. Tudo contra a vontade do pai de Frank, que não aprova a menina por algum motivo.

"Ele era sua passagem de volta. E continuaria sendo até que ela não precisasse mais voltar."

Tempos depois a garota entra em um colégio militar (o mesmo que Frank frequenta) achando que tudo será uma maravilha, pois ela sempre sonhou em se ver apenas como uma garota normal: estudando, rodeada de amigos e com responsabilidades. Ela não sabia o que a esperava por lá.
Sua inocência vai se perdendo aos poucos, ao mesmo tempo em que ela começa a enxergar que nem todas as pessoas são o que ela pensava ser e que o mundo não é tão fácil e simples.

**
Quando ela entra no colégio é minha parte favorita do livro. É quando as coisas realmente começam a acontecer e você percebe como Nostalgia evoluiu de uma forma tão gostosa de ler.
Tomei muito cuidado com spoiler nessa resenha porque acho que a magia do livro está justamente em você pegar, ler e descobrir tudo sozinho. Preciso até dizer que em vários momentos amei e odiei Frank. Hahaha Essa bipolaridade dele me deixava louca no começo mas depois comecei a entender.
Adorei a forma como a personagem conseguiu ser inteligente e ingênua sem ser babaca.
Ah, e não posso esquecer de falar sobre a trilha sonora que sempre me fazia parar pra procurar no youtube de curiosa que eu sou. Nana está de parabéns e espero ansiosa para ler algo mais da autora.

site: curaleitura.blogspot.com
comentários(0)comente



Nimphadora 25/05/2017

Acho que ninguém realmente está preparado para perfeição.
Vou ser sincera. Senti raiva da personagem principal em muitas partes do livro, quase todas. Concordei com tudo q os outros personagens achavam dela e fiquei bem intrigada com o desenvolvimento dela. No final, entendi o motivo do comportamento dela, e tudo fez sentido e muito. O livro fala de descobertas e desenvolvimento, crescimento no sentido emocional e mental. Foi muito corajoso por parte da autora arriscar assim, afinal, sempre a ideia é que o personagem principal inspire empatia logo de cara.

A ideia de evolução, aceitação, espontaneidade, conflitos sociais e morais, fugas e enfrentamentos, os questionamentos sobre inocência, sobre ter o comportamento moldado por influencias externas é o grande ponto do livro. Vc vai por várias vezes, experimentar situações do livro e comparar com sua realidade, aquela que vc vive enqto se torna um adulto, ou a pessoa que vc é hoje.

Enquanto outros personagens iam surgindo e despertando empatia, paixão, agrado, a Ruiva ainda estava por sua trilha de auto conhecimento e enfurecendo minha alma. Todos os personagens são bem trabalhados, com suas características próprias e dilemas, e isso é muito bom, por que na leitura, você encontra todos os parâmetros para avaliar a situação que está se passando e no desfecho, fazer as ligações e vir aquele sonoro e libertador "Ahhhhh então era por isso!!!!" e sim, isso faz diferença, pois todas aquelas perguntas que vc provavelmente vai se pegar fazendo sobre a razão da Ruiva ser e agir, será respondida de forma muito bem pensada.

O final desse primeiro livro me deixou super curiosa para o próximo, o gancho foi bem "dado".

A ideia de aceitar a perfeição vai muito além do que vc pode imaginar vendo a sinopse. A ideia desse mundo e personagens que a autora criou vai bem mais fundo que isso. E acho q ninguém realmente está preparado para perfeição.

Sim, gostei muito e to louca pra ler a continuação. =)
comentários(0)comente



Giuliana Sperandio 09/02/2015

Uma montanha russas de fortes emoções...
Nostalgia conta história de uma MENINA RUIVA que está em um trem e acorda sem memórias e sem bagagem.
Ela então resolver descer em uma estação em uma cidadezinha desconhecida, e se deixa ser guiada pelos seus próprios passos...
Nessa pequena cidade ela encontra uma casa e entra, não sabe o por que de fazer aquilo, mas felizmente e coincidentemente a casa está vazia...

Na casa vizinha mora um rapaz que fica a observando (detalhe a menina não lembra nem seu nome).
O vizinho é um pouco mais velho que ela, (ao meu ver no livro dá a a entender que ela tem uns 15 anos, então ele deve ter uns 17 anos).
Esse menino começa a ficar curioso em relação à aquela menina e passa a ficar a “persegui-la”.Um dia ele resolve ir lá e falar com ela...
Por morar ali e saber que ela não é moradora da casa, começa a lhe fazer perguntas.
A MENINA é a personificação da ingenuidade e da pureza,da alegria e da birra.
Ela tem uma personalidade infantil, e mesmo assim eles acabam virando amigos...
O menino se chama FRANK e teme seu pai, que não está nada satisfeito com a proximidade dos dois. Mas ele continua a amizade com a menina....
As consequências dessa decisão leva a fuga dos dois...
E da forma mais inocente e incoerente nasce o amor dele...
A MENINA não sabe o que é se apaixonar, mas gosta de se sentir cuidada por ele...

Nessa viagem, de estação em estação, eles vivem intensamente tudo e todas as emoções...
Acaba-se o tempo deles juntos e, bruscamente, são separados... Frank não tem ideia das consequências das atitudes dessa “Menina ruiva” que vai atrás dele...
Ali começa uma vida onde termina a inocência e inicia-se a realidade...
As aventuras e descobertas...
“Nesse colégio “Inusitado” onde a menina acaba estudando ela vai conhecer amigos e inimigos, e ver que a vida nem sempre é o que parece...”.
Nesse lugar não existe só o bom e o mau, tudo é duvidoso, rótulos não se aplicam nessa fase da vida da menina.

Ela conhece pessoas e se enturma, ganhando o primeiro nome da sua nova vida, “Wan”. E Junto com ele novas descobertas. Em sua turma os vários personagens que em sua perfeita impossibilidade de se ajustarem pelas diferenças de temperamento, acabam se encaixando e sendo um guia as descobertas dessa “Inocente Garota”.

"Mas tudo na verdade se encaixa, faz sentido e mexe com todos os sentimentos dos leitores."

Eu senti uma EMPATIA enorme pela pureza nada forçada dessa menina, queria saber sobre sua vida, sua história e principalmente seu nome..
Todos os personagens muito bem construídos dão a sensação de que são velhos amigos de escola e até o cachorrinho “BABU passou a se tornar alvo da minha preocupação constante e me senti APAIXONADA...
Aprendi muito com esse livro forte e intenso, onde as metáforas dessa distopia levam o leitor refletir sobre a PERFEIÇÃO, sobre a AMIZADE, sobre a INOCÊNCIA, sobre o BEM e o MAL, e principalmente sobre o AMOR.

Vale deixar aqui registrado que não li nada parecido com esse livro da NANA. Ela me fisgou por completo com essa história e estou morta de curiosidade pela continuação de NOSTALGIA, quando li a sinopse eu me senti curiosa e totalmente determinada a ler, mas não imaginaria o quanto essa obra iria mexer com meus sentimentos, não pensei jamais o quão apaixonada iria sair de dentro dessa história, pelos personagens e pela construção de toda trama...

Esse livro é maravilhosamente surpreendente!

Não deixe de conhecer Nostalgia e se encantar com o mundo TOTALMENTE NOVO E DIFERENTE dessa história.

Trechos Marcantes:

“- Eu poderia te chamar de qualquer nome que eu quisesse o que muda é que esse nome tem um passado”...- “Não creio que um passado de um nome precise vir com um sobrenome para significar algo”.


-“Eu queria algo, mas não sabia o que era. Eu sentia que estava completa, mesmo que ao mesmo tempo quisesse fazer um pedido. Eu não sabia o que pedir. Era um sentimento estranho, como se tivesse completa de puro vazio.”.

-“Pânico faz com que as pessoas façam coisas impossíveis, eu acredito nisso até hoje.”

- “Ela confiava nele e isso era o bastante para que se decidisse, apenas naquele momento, ser apenas o que a menina queria que ele fosse. Talvez aquilo que ele mesmo quisesse ser, mas estava enferrujado demais para tentar.”

-"Ele queria voltar a ser quem era. Queria de novo aquilo que não tinha mais. Aquilo o que ele nem sabia o que era. Pelo tempo que lhe fosse permitido."

-"Você não tinha destino quando acordou em um trem. Não tinha um destino quando chegou a casa. Não tem um destino até agora, então qual é a diferença?"
–"A diferença é que pareço uma barata tonta correndo em círculos em uma chuva de pés. Sei que tenho que me proteger, mas não sei onde. Querendo ou não uma hora vou ser pisada e esmagada, pelo simples fato de não achar para onde ir."
-"Eu queria tentar voltar ao clima antigo, onde nada era demais. Nada passava do limite, porque não tínhamos um limite estabelecido."

-"Se outras pessoas vêm o diferente por muito tempo. Ele já não será algo assim... Tão diferente."

-"Ele tem medo das coisas que você não enxerga. Mas não sabe se quer que você as veja."
-"Nós damos muita volta pelo mundo, mas a gente sempre volta para o inicio..."
-"A verdade é que saudade é algo interno que não passa, mesmo que não seja mencionada."

Ele segurou minha cabeça como uma bola de boliche. Fiquei no lugar onde estava.
Ele disse: - “Preste atenção, provavelmente eu te direi isso apenas uma vez...”
Fiquei quieta Imaginando o quão ruim poderia ser para o matar em seguida...
Então ele disse: “Amo você.”.

-"Pense no mundo onde as tentações te afastem do progresso, o vencedor não é aquele que foge a tentação. Mas aquele que a ultrapassa sem sofrer dano algum."

-"Uma das melhores sensações do mundo é acordar sorrindo. Melhor do que isso é se sentir idiota por sorrir ao acordar. Mas pode ter certeza, essa experiência é rara é algo que ficará em sua mente eternamente."


site: http://clubedolivro15.blogspot.com.br/2015/02/resenha-nostalgia-nana-lees-autora.html
comentários(0)comente



CuraLeitura 03/11/2016

Adorei a forma como a personagem conseguiu ser inteligente e ingênua sem ser babaca.
O livro de hoje é uma distopia que conta sobre uma menina que acordou do nada em um trem sem fazer a menor ideia de quem era, de onde vinha e como foi parar ali. Ela simplesmente se guiava por seus instintos que a levaram até uma casa abandonada, estranha e ao mesmo tempo familiar.
Pouco depois ela conhece Frank, aquele que logo se tornaria seu amigo e única companhia. Nós conseguimos ver nitidamente essa amizade sendo construída com toda a ingenuidade da menina.
Os dois vivem altas aventuras e viagens de trem juntos, entre brigas e pazes, tombos e corridas. Tudo contra a vontade do pai de Frank, que não aprova a menina por algum motivo.

"Ele era sua passagem de volta. E continuaria sendo até que ela não precisasse mais voltar."
Tempos depois a garota entra em um colégio militar (o mesmo que Frank frequenta) achando que tudo será uma maravilha, pois ela sempre sonhou em se ver apenas como uma garota normal: estudando, rodeada de amigos e com responsabilidades. Ela não sabia o que a esperava por lá.
Sua inocência vai se perdendo aos poucos, ao mesmo tempo em que ela começa a enxergar que nem todas as pessoas são o que ela pensava ser e que o mundo não é tão fácil e simples.

Quando ela entra no colégio é minha parte favorita do livro. É quando as coisas realmente começam a acontecer e você percebe como Nostalgia evoluiu de uma forma tão gostosa de ler.
Tomei muito cuidado com spoiler nessa resenha porque acho que a magia do livro está justamente em você pegar, ler e descobrir tudo sozinho. Preciso até dizer que em vários momentos amei e odiei Frank. Hahaha Essa bipolaridade dele me deixava louca no começo mas depois comecei a entender.
Adorei a forma como a personagem conseguiu ser inteligente e ingênua sem ser babaca.
Ah, e não posso esquecer de falar sobre a trilha sonora que sempre me fazia parar pra procurar no youtube de curiosa que eu sou. Nana está de parabéns e espero ansiosa para ler algo mais da autora.

site: https://curaleitura.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



grifauro 09/06/2017

Temos uma tendência muito grande de nos preocuparmos com o futuro: o que será? O que virá? Qual a próxima novidade? Contudo, temos essa necessidade de explorar os possíveis avanços sociais e tecnológicos pautados unicamente no nosso apego ao passado. Toda mudança gera medo, então é normal que ela também nos deixe ansiosos, recuando passos, apreensivos acerca daquilo que está por vir, pois não queremos abrir a mão de tudo que já se foi. Assim aconteceu com a partida das fitas VHS das nossas casas, quando foram substituídas pelos DVDs; das vitrolas, quando os CDs chegaram para depois também terem o território invadido pela presença das mídias portáteis. E hoje olhamos para estes objetos com apreço, mas a pergunta permanece: o que vem depois disso?


O steampunk tem muito dessa sensação – memórias de um tempo que se foi, mas para o qual o corpo sente necessidade clara de voltar. E assim há a revolução industrial e a permanência das máquinas a vapor nesta vertente da ficção científica (um “braço” do subgênero cyberpunk) em que o mundo ainda é uma visão do passado, mas cercada de uma possibilidade de futuro que nunca aconteceu. Toda essa ideia de retorno ao que talvez tenha sido – e não necessariamente ao que foi – está presente em Nostalgia: não haveria um título melhor para definir cada linha dessa história onde cada engrenagem foi encaixada ao longo da narrativa, fazendo o trem partir de uma estação a outra, colidindo com o leitor no final.





Somos colocados no mundo sem eira nem beira. Chegamos à estação da vida sem um convite, simplesmente somos deixados desprovidos de nossas malas de viagem diante dos trilhos. Cabe a nós a decisão diante do que fazer e para onde seguir. Talvez estejamos fadados a vagar pelas estações em busca de um regresso. Muito se pensa sobre a morte, mas pouco é dito a respeito do retorno. E se as coisas são encerradas para a volta até um novo início? É isto que veio até os meus braços quando desembarquei com a protagonista desta obra adornada de alusões – à infância e adolescência, segundo a própria autora – nos primeiros passos de sua redescoberta.

Há aqui uma característica já muito peculiar: a garota de cabelos ruivos e bela aparência, mas não tão maior que uma criança, apesar de grande maturidade, não possui nome. Sim, ela irá adquiri-lo, ou melhor: será presenteada com um, para que não passe despercebida diante de tantas novidades que começam a levá-la por novos caminhos. Talvez não tão novos, mas sim revisitados. Acordando em um trem, “sem lenço e sem documento”, a jovem vê-se presente em lugares que lhe trazem fragmentos, não memórias, e dentro de si convive com esta sensação de que já esteve ali, de que é alguém vivo e pulsante, ainda que lhe digam que algo não está certo em sua totalidade.







Durante o livro todo e as descobertas da personagem, somos embalados por dezenas de canções deixadas como pistas do que acontecerá nas próximas linhas: há trechos de músicas para todos os gostos. Elas também se intercalam com a mudança de pontos de vista – na maior parte da história, a leitura é feita em primeira pessoa, através dos olhos da garota sem nome. Em outra via, o enredo é narrado também em um rico envolvimento em terceira pessoa a partir do olhar de Franklin, a principal relação que a protagonista cria ao longo da obra, seu melhor amigo, seu porto seguro. Nesta montanha-russa à fumaça de fortes emoções e desenvolvimento notável dos personagens, conseguimos criar empatia por todos; sejam os secundários que surgem na escola frequentada pela garota, ou os principais, aqui podemos nos irritar com as teimosias de cada um, tal como aprendemos a amar cada qualidade apresentada.





Há uma potência nas linhas apresentadas e filosofias abordadas de forma íntima e despretensiosa que encanta a aura da história. Como estamos juntos à nossa protagonista que (re)descobre o mundo, aprendemos com ela o (re)significado as palavras, das virtudes, das malícias. É, de certo modo, um crescimento presenciado de perto. Começamos saídos do trem, do início, caímos, engatinhamos, aprendemos a andar. A menina passa por todas essas fases e quedas, claramente, até retornar ao ponto de começo com uma nova perspectiva diante dela mesma. Ainda que em determinados pontos o ritmo das aventuras diminua e caia nas entranhas da rotina – algo que todo jovem, querendo ou não, acaba abraçando como uma zona de conforto – de repente somos arrebatados por um final espetacular: durante a história, pequenas pistas quase imperceptíveis são deixadas a respeito de peças que precisam ser encaixadas, parafusos que você, como leitor, deve encontrar para a máquina funcionar por completo. E quando conseguimos isso… Ah, esse gosto tem que ficar para a leitura. A ausência de memórias, a necessidade de volta, o autoconhecimento – Nostalgia ganha todo o seu significado nas últimas páginas da obra.





Uma leitura intensa e indicada. Você não vai conseguir ler sem um bloco de notas ao lado, ou sem selecionar as palavras, caso tenha a obra em e-book. As passagens que deixei por aqui são um gostinho leve da minha lista enorme de marcações. Os assuntos abordados e analogias espalhadas pelo livro me marcaram muito. Ter Nostalgia em mãos lhe fará rir, se emocionar, e acima de tudo, descobrir um pouco mais sobre si mesmo. Há ação, plot twists e um ambiente que é colorido aos poucos durante o virar de páginas. A história te prende e os personagens te deixam curioso para o próximo ato. E eu, ao finalizar, fiquei chocado e ainda mais ansioso para a continuação!



site: http://saotantas.blogspot.com.br/2017/06/tips-por-delson-neto-steampunk-e-o.html
comentários(0)comente



Tamara Mansur - IG @tamaramansur_ 13/07/2017

Destaque para o final!!
O título me chamou muita atenção, porque além de você não esperar que tipo de história vai encontrar, ainda vem com essa frase de efeito: "Você aceitaria a perfeição?" Como assim???
A história começa com uma menina que acorda em um trem sem saber quem é, nem mesmo o seu nome, o qual demoramos muitos a descobrir também. Então, ela desembarca sozinha numa cidade, totalmente perdida e sem rumo. Mas acaba chegando em uma casa que, apesar de abandonada, parecia estar ali justamente para ela. Nisso, acaba conhecendo Frank, seu vizinho que vai se tornando seu único e melhor amigo, quase como uma espécie de protetor.

"Aquela cidade parecia um reino emergido das águas. Minhas botas faziam barulho no chão molhado e me distraíam quanto seguia sem rumo. Não foi nada difícil encontrar o começo da cidade, em pouco tempo eu já via pequenas casas e comércios. O local parecia aconchegante e calmo, com seus hidrantes, cachorros soltos, crianças correndo, pessoas caminhando. Era tão pequeno que de seu início era possível ver o fim."

Confesso que, no início, era tudo muito novo para mim na história e eu queria entender o que estava acontecendo tanto quanto ela. Só que demora e muito para a ação começar, o que me deixou um pouco desanimada. Mas no final, o livro toma uma direção totalmente inesperada e você acaba por se sentir na pele dela diante de todas as revelações! É impressionante como essa parte toda da história está ali para te fazer imergir por completo no cotidiano e na mente dela... A maneira como a autora construiu seus personagens foi realmente impressionante.
A garota sem nome é completamente ingênua, doce, pura e teimosa. Ela é infantil, mas por consequência da sua própria falta de conhecimento desse mundo. E é tão, mas tão introspectiva que todas as descrições são uma viagem por uma mente humana a ser explorada. Por isso, seu relacionamento com o Franklin é muito interessante de se ver desenvolvendo. Não há nada forçado, muito pelo contrário, é tudo muito fluido e apesar de nada parecer ter sentido, tem. E muito!

" - Nomes são como rótulos. Sempre trazem consigo algo mais do que uma maneira de se referir a alguém. - continuou. Nomear lhe dá a incumbência de guiar, criar uma bula de indicações e contraindicações para esse ser ou objeto. Ele não será mais livre para apenas ser. Existirá como aquilo que seu nome lhe impõe desde o dia em que o recebera."

A narrativa é intercalada entre a personagem principal e uma terceira pessoa ao final dos capítulos, que trocam totalmente a nossa forma de ver os fatos. Achei essa sacada muito gostosa de se ler! E no meio dessa narrativa muito bem construída e detalhada, vamos conhecendo outros personagens e começando a entender esse mundo em que ela se encontra. Apesar da frustração pela demora no desenrolar na história, você percebe que aquilo tudo é proposital, para fazê-lo refletir ao mesmo tempo em que é inserido no cotidiano e nas descobertas daquele mundo estranhamente perfeito e cheio de reflexões. Agora é esperar pela continuação!

"Ele era a sua passagem de volta. E continuaria sendo até que ela não precisasse mais voltar."

site: http://lecaferouge.blogspot.com.br/2017/07/resenha-nostalgia.html
david 08/01/2018minha estante
achei que a autora peca muito logo no inicio com excesso de descrição




Mariana Teixeira 01/08/2017

Intrigante e surpreendente
Nostalgia é um livro intrigante, que prende o leitor numa história inovadora. Muito baseado no steampunk, o enredo conta com vários elementos da filosofia, destacando-se a crítica a vida mecânica, programada. A Nana Lees (parceira querida) conseguiu me surpreender a cada capítulo, em uma trama misteriosa, romântica e curiosa.

site: https://youtu.be/Getdkqv1Hkw
david 08/01/2018minha estante
o livro não é tão bom assim




Menina.Jasmim 11/08/2020

Esperava bem mais
O que faria se acordasse em um trem, indo para não se sabe onde e sem um pingo de memória?

Esta é a história de nossa protagonista. Desmemoriada, ela chega à uma cidade, mas não sabe por que está ali. Porém, seus pés a levam para uma casa vazia, com a qual ela possivelmente tem uma relação. Em sua primeira noite, é surpreendida pelo vizinho, Franklin, que invade sua casa e a trata como se fossem velhos conhecidos. Mesmo que ambos não soubessem se eram ou não.

Em Nostalgia, nem tudo é o que parece ser. Narrado em primeira pessoa por uma personagem sem nome, e em terceira (flashbacks no fim de cada capítulo), mostrando o que acreditamos ser o passado daquelas personagens. Com uma pegada steampunk, mesmo que não muito bem ambientada, o livro nos apresenta um universo onde androides existem e são treinados como soldados.

Quando comprei o livro, há muitos anos, estava muito animada para lê-lo, principalmente por gostar de steampunk e a capa me atrair bastante. Havia visto algumas resenhas também e tinha certeza que iria gostar. Infelizmente, me decepcionei um pouco com a leitura.

O livro é dividido em dois momentos: antes e depois da protagonista entrar na escola. O primeiro mostra a amizade dela com o vizinho, como ela constrói sua própria existência a partir da dele, já que só conhece ele por ali. O segundo, a entrada dela na escola, ela fazendo amizades e descobrindo que nem tudo é tão óbvio quando se trata do povo daquele lugar.

Achei o desenrolar da trama um pouco amador. Senti que algumas cenas foram colocados de forma quase aleatória, só para justificar certos acontecimentos, sendo que poderiam terem sido feitas de forma diferente e com maior propósito. Além disso, tudo parece se desenvolver como a mente infantil da personagem. Ou 8 ou 80, seguindo por caminhos confusos e que parecem não resultar em nada, pelo menos nesse primeiro volume.

Não consegui gostar muito da personagem. Ela é carregada a história inteira, sem tomar decisões ou ao menos saber o que está fazendo. Quando se pensa que vai melhorar, lá está ela sendo carregada pelo desejo de outra pessoa. Além disso, tudo parece chegar de mão beijada para a garota, como se todo mundo tivesse a paciência de explicar o que está acontecendo ali antes que ela fizesse algum esforço para descobrir por si mesma. Senti que faltou um pouco de conflito nesse sentido.

Mesmo que o universo tenha pegadas de clockpunk, passou muito longe na ambientação ou criação do universo. A história se desenvolve mais como um romance jovem adulto escolar.

Eu esperava mais da leitura e não foi a melhor que fiz no ano. Não sei se o final prende tanto o leitor para um segundo volume, mesmo que a ideia seja interessante, não achei que foi bem executada.

site: http://ultimasfolhasdooutono.blogspot.com/2020/07/nostalgia.html
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



12 encontrados | exibindo 1 a 12


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR