A busca pela imortalidade

A busca pela imortalidade John Gray




Resenhas - A Busca Pela Imortalidade


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Murilo Xavier 12/07/2020

Um livrinho pesado, mas necessário.
Embora a capa e o título chamem a atenção para um tema presente em (quase) 100% das filosofias antiga e moderna, o texto deste livro se volta para um contexto histórico ao invés de filosófico. Gray apresenta autores, teorias e experimentos britânicos e soviéticos, com finalidade em compreender o pós-morte e/ou alcançar a imortalidade.

O primeiro capítulo "As correspondências cruzadas" aborda as tentativas de compreensão da morte a partir do contato com médiuns e psicografias, seus resultados e descobertas.

O segundo capítulo "Os construtores de Deus" traz o "projeto soviético" de aperfeiçoamento humano, além de uma outra perspectiva da morte, e como "evitá-la" (embora o mesmo "projeto" tenha consumado a vida de dezenas de milhões de pessoas, como ilustra o livro).

O terceiro e último capítulo, "Doce Mortalidade", traz a reflexão do autor acerca dos capítulos anteriores. É uma crítica que incomoda religião e ciência, e um texto que traz à tona um entendimento de que 'a busca pela imortalidade é provar-se mortal e indiferente do destino final'.
"O que poderia ser mais mortal do que ser incapaz de morrer?"
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Laércio 29/08/2017

Poesia na compreensão da condição humana
O livro de John Gray é uma ode poética à compreensão da condição e da natureza humana! A morte como sentido e significação! Um pensar belo! Uma forma sincera de reler a história como ressignificação do passado!
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Julião 28/02/2016

Face sorridente e cadavérica!
O livro pequeno do John Gray foi o que mais me impressionou recentemente, e continua a impressionar. Em estilo ensaístico, "A busca pela imortalidade" tem 3 capítulos distintos e discretamente interligados. O fio condutor da narração aos poucos revela uma trama muito envolvente, mesmo embora os personagens não sejam ficcionais: entre os mais famosos, vão de Charles Darwin e H. G. Wells a Górki e Lênin.

O primeiro capítulo, o mais tímido, também o menos fluido, narra dezenas de pequenas histórias em torno de escritas psicografadas na Inglaterra do século XIX, as "correspondências cruzadas". Se a intenção do autor era discutir as tentativas humanas de ludibriar a morte (ou de se acreditar nisso), o capítulo começa em ponto alto. A erudição do autor, a carga polêmica de cada uma das suas frases, mesmo quando sigilam as opiniões e revelam apenas os dados biográficos dos muitos personagens, faz a avalanche crescer.

Quando finda o capítulo primeiro, depois de atravessar Charles Darwin pelo entusiasmo que repercutiu e ainda repercute as crenças espiritualistas, o autor salta para a União Soviética e as tentativas e esperanças de, a partir da ciência, se vencer o silêncio sepulcral que ainda nos espera.

A ficção científica se abre como flor, e nunca como agora eu senti tanta vontade de ler "A máquina do tempo", "A ilha do Dr. Moreau" e "Guerra dos mundos". Simplesmente, a maneira como Gray junta em sua narrativa o espanto da morte, os escritores Wells, Górki e uma amante russa é nada menos que genial.

É particularmente assombroso o relato de quanta morte o século XX assistiu sob as utopias e esperanças de vencer a morte, acreditando numa humanidade deificada, que destronasse Deus e assumisse seu trono, valendo a metáfora.

Mas, os sonhos de derrotar a morte, essa obsessão humana, tem face sorridente e cadavérica. Está a sorrir para nós. Vamos nós assim sorrir, em seguida.

Livro nota máxima.
Pela erudição, pela relevância do tema, pela originalidade em cruzar temas e personagens e também, principalmente, pela lúcida compreensão da aventura humana, isto é, pelo saborear - mesmo em suas limitações - da ciência e da religião, simultaneamente, confrontadas com o nosso medo da morte.
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Euflauzino 24/02/2015

Vozes dos que já se foram

Não sou de fraquejar diante de livro algum, não há abandono mesmo ao me deparar com uma leitura enfadonha ou que tenha me ludibriado. Foi o que ocorreu com A busca pela imortalidade (Rercord, 252 páginas), que me fez acreditar, pela capa, tratar-se de um livro sobre o avanço da medicina em relação à longevidade.

A capa é sensacional, um equilibrista se balançando em cima de uma cadeira, que está em cima de outra cadeira, que por sua vez está em cima de uma mesa no último andar de um prédio (é balançar-se acima de um precipício). Não é a capa original, sendo que esta da Record foi a que me ganhou de cara.

O livro de John Gray não é de ficção e possui citações maravilhosas, como a de Frederick Seidel que nos diz: “Cada buraco de bala é um portal para a imortalidade”, deixando-nos totalmente à mercê de nossa própria reflexão.

Na primeira parte do livro somos arremessados de encontro a pensadores que travaram consigo e com todos sua crença sobre a religião e a vida após a morte. As personagens deste livro são historicamente conhecidas: Darwin, madame Blavatski, Górki, Lenin, Stalin, H.G.Wells, Lamarck, Aleister Crowley. Quem não os conhece, basta dar uma busca pelo Google e ficarão boquiabertos:
“A religião não é um tipo primitivo de teorização científica, nem a ciência é um tipo superior de sistema de crenças. Assim como os racionalistas interpretaram mal os mitos, como se fossem protoversões de teorias científicas, cometeram o erro de acreditar que as teorias científicas podem ser literalmente verdadeiras. Ambos são sistemas de símbolos, metáforas para uma realidade que não pode ser expressa em termos literais...”
É aí que começa a grande guerra entre aqueles que abraçavam o Espiritismo por inúmeras razões e outros que os declaravam um engodo.
“Durante o final do século XIX e o começo do século XX, a ciência transformou-se em um instrumento investido contra a morte. O poder do conhecimento foi convocado para libertar os seres humanos de sua mortalidade. A ciência foi lançada contra a ciência e tornou-se um canal para a magia.”
Darwin é incitado de certa forma a dar sua opinião sobre a morte e ela vem de encontro ao que acredito ou quero acreditar:
“... por que suas vidas deveriam terminar como as dos outros animais, no nada. Se fosse assim, como poderia a existência humana ter algum sentido? Como se poderiam conservar os valores humanos se a personalidade humana era destruída no momento da morte?”
Tenho medo da morte sim, é um medo atávico, sem explicação. O pior é que tal frase me fez ficar pensando em outras questões: o que nos faz melhores que os animais ou que uma formiga, por exemplo? Digo isso em relação à morte. Por que podemos possuir o status de ter vida após a morte enquanto um outro ser não? Mas isso é uma discussão para outro livro.

site: Leia mais em: http://www.lerparadivertir.com/2015/02/a-busca-pela-imortalidade-john-gray.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+LerParaDivertir+%28Ler+para+Divertir%29
Manuella_3 24/02/2015minha estante
Rodolfo, querido, mais um livro que me deixa curiosa, inquieta e sim, incomodada. Exatamente pelo que vc falou, a necessidade de outros pontos de vista para que, enfim, o autor estabeleça o seu e deixe que o leitor tb o faça. Não gosto quando conduz - de forma tendenciosa, explícita ou não - uma questão que merece tanto cuidado: a crença de cada um.
"O poder do conhecimento foi convocado para libertar os seres humanos de sua mortalidade", perfeito, buscamos isso, queremos que haja algo depois, é raso demais viver só aqui, uns padecendo, outros reinando, e tudo terminar como começou. Sensação de vazio, não é?
Admiro quem sinta a força superior sem, necessariamente, se filiar a alguma religião. Mas acredito que a grande maioria precise do barco que conduza a algum lugar, não sabem nadar ainda.
Pensei em ler o livro pelas colocações bem pontuadas, pelas divagações que pode me fazer ficar pensando por bons momentos. Mas de antemão já sei que vou me irritar com o autor, então, meu caro, vou com calma.
Mais uma bela e instigante resenha.




Lala 07/12/2014

Está nos livros, nos filmes, cultura popular. A humanidade parece ter um medo inexplicável da morte, tanto que ela está sempre em busca de formas de prolongar a vida. E assim alguns de nós preferem passar a vida tentando descobrir o segredo da imortalidade ao invés de aproveitar ao máximo esta única oportunidade que temos de viver a vida. É mais ou menos isso que John Gray explora em A Busca Pela Imortalidade. Entretanto, este é um livro mais histórico do que filosófico.

Continua...

site: http://www.neonkiss.com.br/busca-pela-imortalidade/
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