Dante 30/12/2020
A igualdade tem de ser ponto de partida
Este pequeno ensaio do ilustre autor Jacques Rancière, um dos mais importantes filósofos da atualidade, conduz o leitor por um passeio pela história da crítica à democracia para situá-la no cerne político do momento atual, procurando esclarecer o que há de novo e revelador no sentimento antidemocrático, uma manifestação tão antiga quanto a própria noção de democracia.
Uma leitura densa que me proporcionou um aprendizado grandioso. Recomendo para aqueles que buscam aprender mais sobre os primórdios da democracia. Muito se fala de democracia, Mas já se perguntou o que é democracia?
A democracia está nua em sua relação com o poder da riqueza, assim como com o poder da filiação que hoje vem auxiliá-lo ou desafiá-lo. Ela não se fundamenta em nenhuma natureza das coisas e não é garantida por nenhuma forma institucional. Para Rancière é, justamente, a de que uma política democrática surge da pressuposição da igualdade. Para ele, a igualdade tem de ser ponto de partida, não ponto de chegada ou objetivo da política. O equívoco original, de acordo com o autor, ocorre quando ouvimos o brado das massas em vez de pessoas falando.