Carol 23/01/2010
Sonho e Poder
Fazer uma resenha dos livros do Sandman é muito complicado por vários motivos. Primeiro porque a resenha deveria também ser dividida com algum ilustrador; segundo porque é um livro de histórias não exatamente unidas entre si – este deve ser também mais ou menos o trabalho de quem tenta resenhar um livro de contos, por exemplo. Tudo isso só pra dizer que eu fiquei pensando bastante antes de escrever.
O sexto livro de Sandman fala sobre tomar poder das coisas. Tomar poder de si, num autocontrole controlado como em “Medo de Cair”, quando uma terceira alternativa é dada: “Às vezes, você desperta. Às vezes, sim, você morre.” Mas há uma terceira opção, um jeito como enfrentar a realidade com tons de coragem, mesmo que dentro de um sonho.
Tomar poder dos Estados Unidos. Em “Três Setembros e um Janeiro” um homem, Joshua, encontra a salvação para sua loucura (ou salvação para continuar-se são), já que perdeu todas as coisas que conseguiu em vida, tornando-se, fantasiosamente, o primeiro Imperador dos Estados Unidos. Foi uma aposta entre Desespero e Morpheus para ver quem conseguia o homem para si, “Então darei um sonho a você, Joshua”.
Tomar poder da França, tomar poder da cabeça do filho de Morpheus, tomar poder de um livro perdido, deixar de tomar poder de Roma por um dia, ...
O poder e a necessidade de transcender para um universo onírico andam juntos porque todas as vezes que você toma poder de algo, ele só é seu verdadeiramente nos sonhos. Mas, como está no livro, nem adianta eu tentar mover muitas frases para encaixar este livro em qualquer formato, afinal, “Nunca confie no contador de histórias. Confie apenas na história”.