Vida e Obra de Terêncio Horto

Vida e Obra de Terêncio Horto André Dahmer




Resenhas - Vida e Obra de Terêncio Horto


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Willi Vieira 03/01/2023

As tirinhas são bem engraçadas, fala de um escritor desiludido com a vida, abordando assuntos da atualidade, transformando as dores da vida em risos, a leitura me distraiu bastante, mas achei algumas pesadas.
Lahis 20/01/2023minha estante
Melhor resenha ?


Willi Vieira 21/01/2023minha estante
Ahhh ???




dairan 09/04/2015

Poeta de uma multidão solitária
Publicada originalmente na revista o Viés: http://www.revistaovies.com/estante/2015/04/poeta-de-uma-multidao-solitaria/.

A cena raramente muda: Terêncio Horto, escritor de nariz avantajado e queixo protuberante, está sentado em frente a sua máquina de escrever. Na árvore genealógica da família, estamos falando do filho de Teresa com Hortêncio, lembrados em uma das memórias de Horto: “quando papai morreu, mamãe começou a vender cerveja e brigadeiro pelas ruas de São Paulo. Ficamos milionários, claro”. O primeiro filho de Terêncio chama-se Che Guevara Horto, caso rápido com uma colega de faculdade. Vinte e cinco anos depois, nasce Margaret Thatcher Horto, com cinco quilos e trezentos gramas - a minidama de ferro da família. Todos os nomes citados, por sua vez, têm como único pai o artista plástico e desenhista André Dahmer, carioca, 40 anos.

Lançado em outubro de 2014, Vida e obra de Terêncio Horto compila algumas das tiras do popular personagem de Dahmer que se autointitula “poeta das multidões”. E, de fato, são apenas uma parte delas – o cartunista já disse que entregou cerca de 250 quadrinhos de um total de 600 para sua editora, o que sugere o lançamento de um segundo volume em breve.

O título do livro não poderia descrever melhor sua intenção. Por um lado, “vida e obra” alude às grandes biografias do mundo das artes, universo tão satirizado por Dahmer. Em uma das tiras, por exemplo, Horto relembra o dia em que tomou ácido na Praia de Ferradurinha e enxergou Jesus Cristo distribuindo cerveja, ao invés de vinho, no que este resmungou: “malditas biografias não autorizadas!”. Ora, Vida e obra trata-se exatamente de uma biografia legítima, afinal, é escrita pelo próprio Terêncio.

De outro lado, o “vida e obra” pode ser tomado em seu sentido literal, já que é um livro de memórias em que Dahmer – o ‘verdadeiro’ escritor - constroi minuciosamente a vida de um personagem. O desenhista já declarou que Horto é um dos seus personagens mais ricos e humanizados. Nesse caso, é evidente a valorização que o autor dá ao texto, uma vez que as tiras se apoiam principalmente nas palavras tecladas por Terêncio – e não no cenário e feições do escritor-personagem, que são basicamente as mesmas ao longo dos quadros.
Por se tratar justamente de um livro que versa sobre a vida, os temas são dos mais variados. Não poderia faltar a internet, meio que alavancou a visibilidade de Dahmer. Contemporâneo de outros autores de quadrinho como Allan Sieber, Arnaldo Branco e Rafael Coutinho, André começou a publicar no início dos anos 2000 em um blog. Com a repercussão das tiras, foi chamado para trabalhar em jornais, mas sem deixar de lado seu trabalho na internet. Natural, então, que esse seja um de seus temas mais frequentes: se no começo Dahmer fazia piada sobre fotolog, Orkut e blogueiros, o alvo de hoje, inevitavelmente, é a rede de Mark Zuckerberg (nas palavras de Terêncio: “Outra fria noite de domingo. Sorte que as pessoas ainda podem contar com o calor humano... através do Facebook”). Mesmo as leviandades mais inocentes passam incólumes - “por que vocês não compartilham links divertidos e fotos de gatinhos no inferno?”.

E se as redes sociais são um alvo privilegiado, o comportamento dos fatídicos comentaristas de portal obviamente não seria perdoado (“o homem é o único animal que comenta na internet”, sentencia Horto, encerrando o assunto). É válido lembrar a postura firme do quadrinista no documentário O Riso dos Outros (2012, direção de Pedro Arantes), onde declara que se o humor precisa fazer uma vítima, que se faça a certa: “por que bater nos negros ou nas mulheres, que já apanharam bastante?”. Em tempos de conservadorismo escancarado nas redes sociais (e refletido fora delas), Dahmer aponta para a graça do cidadão de bem que promove a paz através da violência, para citar um exemplo nas inúmeras contradições do discurso de direita.

Antes que acusem o autor de pessimista ou mau humorado, é notório que outro dos assuntos preferidos de Dahmer é o nada glamouroso mundo artístico. Talvez seja uma herança de seus tempos de faculdade, já que ele é formado em Desenho Industrial, embora garanta que a partir do terceiro semestre se decepcionara com o curso. Saiu de lá tendo como referência um único professor – “ele me ensinou que é preciso abandonar o mestre, acabar com o culto do faixa preta”, disse, em entrevista. A desconstrução do romântico elitismo nas artes começou por ali e se estendeu às tiras, onde não raro vemos Dahmer/Terêncio rindo de si mesmo (o que não é raro, já que a série “Mini Dahmer” contava a juventude do autor permeada por distúrbio de atenção e hiperatividade).

Ao final da leitura, a curiosidade que resta é justamente entender o quanto de Dahmer há em Terêncio, e vice-versa. Algo que o próprio autor já respondeu, quando disse que Horto é uma espécie de homenagem ao seu amigo e também escritor Terêncio Porto. Seria correto, então, questionarmos o quanto há de Horto em Porto? Possivelmente não. Se tantos leitores identificam-se com quadrinhos que ironizam a morte, o pessimismo e a solidão, talvez a pergunta devesse ser, afinal, o quanto de Terêncio Horto há em nós mesmos.

site: http://www.revistaovies.com/estante/2015/04/poeta-de-uma-multidao-solitaria/
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13/01/2016

É inteiramente composta por tirinhas sobre a vida do tal do Terêncio (filho de Teresa e Hortêncio), um poeta desiludido e fracassado, e sua visão acerca de vários assuntos.

Tem um humor ácido e todas as tirinhas tem um “punch” pessimista no final que são bem parecidos e que acaba enjoando um pouco.
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Davi 17/06/2020

Ácido olhar
Um conjunto de tirinhas sobre o "fictício" (será?) Terêncio Horto e suas visões extremamente atentas e ácidas sobre as aparentemente pequenas questões humanas. Uma obra essencial para os amantes de HQs, tirinhas e cia. O texto de Dahmer é sulfúrico.
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Adriana261 18/01/2021

Perfeito.
As tirinhas de Terêncio Horto são repletas de ironia fina e inteligência. André Dahmer é cirúrgico. Gênio!
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anapno_ 28/07/2021

Humor ácido!
Achei as tirinhas engraçadas, tem um humor inteligente e específico, porém achei o personagem muito deprimente, mórbido e pessimista (compreendo que a ideia é essa mesmo, mas me incomodou um pouco).
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Tali 25/03/2022

Humor acido e viciante
As tirinhas mostram a realidade sobre uma ótica de humor que me fez rir várias vezes.
Entretanto, tem assuntos que da minha perspectiva não deveriam virar piada
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Luan.Gabriel 22/09/2022

Anjos cantando
André por meio de Terêncio nós mostra algo importante como transformar dor em poesia, usar os ferimentos para fertilizar coisas boas, ainda que com uma visão pessimista, gera a reflexão sobre as violências na infância, a infidelidade, a os comentários no Facebook e as mulheres que partiram seu coração!
Sem dúvidas, é o trabalho de anos em um coletânea e me dá a inspiração para juntar meus textos em uma obra!
Terêncio deixa claro que nenhum poeta entra nessa pelo dinheiro e que as vezes é mais fardo do que dom, mas ainda assim, uma máquina de escrever ou uma simples caneta, consegue narrar uma história
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