@APassional 25/11/2014
Rotas de Colisão * Resenha por: Rosem Ferr * Arquivo Passional
Chris Hejmanowski é médico e militar da marinha dos EUA e em Rotas de Colisão, seu primeiro romance, aborda a temática de um dos mais enigmáticos mistérios da humanidade: A vida após a morte. Neste sentido desenvolve um thriller contemporâneo, correlacionando assuntos do cotidiano que giram desde violência nas grandes metrópoles, drama familiar da perda de entes queridos, conflito entre religião e ciência, até teorias de astrofísica.
Narrada em 3ª pessoa, a trama a princípio ambientada em Los Angeles, divide-se em dois núcleos: Em um Fin Canty, um físico de partículas em luto pela perda de sua esposa, encontra-se em uma crise de fé, por isso busca forças junto ao Padre Moriel para criar sua filha Eva de apenas 3 anos; por outro lado observamos o desenvolvimento criminoso de Azazel, chefe do MS13, uma das gangues mais violentas dos EUA, bem como seu “Capo” Salvador e Maria que são personagens cruciais ao enredo. Por questões aparentemente aleatórias, esses núcleos irão fundir-se no decorrer do enredo para corporificar a jornada de Fin Canty, que vai do céu ao inferno pelo amor de sua filha.
A junção gera uma trama policial hollywodiana que acrescentará inúmeras personagens clichês, entre elas Dana, uma agente do FBI e Graves, um policial de Los Angeles, o vilão não posso dizer pois é o mistério que todos tentam desvendar.
Apesar da trama policial de fácil assimilação, pois segue a linha dos inúmeros seriados que proliferam nos canais pagos e mesmo na internet, as teorias que envolvem metafísica e astrofísica podem exigir um pouco mais do leitor não habituado a questões científicas, neste ponto muitas citações são feitas principalmente sobre as teorias formuladas por Albert Einstein. No quesito metafísica os questionamentos propostos são geniais, vejamos:
“- E se a gente tem mais a ver com a criação de nossa realidade do que damos crédito? E se a nossa realidade se curva para estar de acordo com a nossa vontade, em vez de nós nos conformarmos com a realidade que nos é imposta? Pense nisso.”
Gangues, teorias criacionistas, corrupção, tramas, traições, religião, ciência, sequestro, assassinato, romance, polícia local x FBI x Guarda Suíça do Vaticano, Colisor de Hádrons do CERN...
Em minha opinião essa é uma ficção na linha Browniana, com exceção do Inferno que abarca um dos mundos paralelos de Hejmanowski, que é muito Dantesco, seguindo o modelo da “Divina Comédia” e neste ponto devemos um “Bravo!” ao autor, pois seu talento para o realismo fantástico é impressionante:
“Um enorme punho agarrou a garganta de Fin e ergueu-o no ar, quase libertando Azazel. Fin rapidamente direcionou o esporão de sua asa para o braço musculoso do demônio. O golpe perfurante forçou a criatura a soltá-lo, e com o peso total de Fin voltando a pressionar o crânio de Azazel, ele cravou o outro espigão na garganta macia do demônio acima dele. A criatura cambaleou para trás, liberando Fin para reorientar sua ira.”
Uma trama intrincada, repleta de suspense e um final surpreendente.
Leitura recomendada para quem gosta decifrar enigmas!
Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 23/11/2014.
site: http://www.arquivopassional.com/2014/11/resenha-rotas-de-colisao.html