Histórias da Meia-Noite

Histórias da Meia-Noite Machado de Assis
Machado de Assis




Resenhas - Histórias da Meia-Noite


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Dayana116 02/02/2014

O livro de contos Histórias da meia-noite publicado em 1873 trás seis contos. O primeiro deles, A parasita azul é quase uma novela e tem todas as características de um folhetim romanesco. Um jovem médico que volta ao Brasil após ter passado oito anos em terras estrangeiras e que chegando em sua terra natal se enfada de tudo e de todos até encontrar na figura de Isabelinha algo para querer se fixar de novo em sua pátria. Um conto cheio de reviravoltas típicas de novela de folhetim mas que consegue prender o leitor.

No segundo conto, As bodas do Luís Duarte, Machado vai narrando os preparativos do casamento de Carlota e Luís Duarte. Mas aqui os noivos parecem quase coadjuvantes o que está em foco e a interação entre os convidados e os discursos que fazem no jantar de casamento. Esse conto me lembrou muito um dos contos de Clarice Lispector, Feliz Aniversário, do livro Laços de Família em que uma família se reúne para comemorar o aniversário da matriarca da família.

Ernesto de tal, é mais um conto no estilo romanesco e trata de um triangulo amoroso que se concluí de uma forma inesperada.

Aurora sem dia é muito enfadonho e longo...é sobre um rapaz que se afoita a poeta e depois político mas depois acaba descobrindo ser um poeta e político medíocre e decide refugiar-se na agricultura.

O relógio de Ouro tem como tema a suspeita de um adultério e o relógio de ouro o objeto da desconfiança.

O sexto e último conto, Ponto de vista (quem desdenha), encerra com chave de ouro o livro e é na minha opinião o melhor conto do livro. Trata-se de um conto epistolar. Acompanhamos a troca de cartas entre alguns personagens: Raquel, Luísa e Dr. Alberto. Uma pitada de humor e intriga. Gosto de narrativas epistolares...me sinto uma curiosa lendo cartas alheias.


site: http://eumesmomesmo.blogspot.com.br/2014/02/projeto-leitura-cronologica-dos-contos.html
Jean 24/03/2018minha estante
"Ernesto de tal" se não é o melhor, pelo menos é o mais realista e sério entre todos. No "Ponto de vista", todo mundo já via que a dama sentia uma queda pelo cavalheiro, menos ela mesma, rs.




Gláucia 02/05/2011

Histórias da Meia-Noite - Machado de Assis
Seleção de poucos e excelentes contos: As Bodas de Luis Duarte, Ernesto de Tal, Aurora sem Dia, O Relógio de Ouro, Ponto de Vista e uma novela: A Parasita Azul.
Doses homeopáticas da obra do grande escritor.
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Lyta 29/01/2012

Não me parecem bons estes versos...
"Luís Tinoco possuía a convicção de que estava fadado para grandes
destinos, e foi esse durante muito tempo o maior obstáculo da sua
existência. No tempo em que o Dr. Lemos o conheceu começava a
arder-lhe a chama poética. Não se sabe como começou aquilo.
Naturalmente os louros alheios entraram a tirar-lhe o sono. O certo é
que um dia de manhã acordou Luís Tinoco escritor e poeta; a inspiração, flor abotoada ainda na véspera, amanheceu pomposa e
viçosa. O rapaz atirou-se ao papel com ardor e perseverança, e entre
as seis horas e as nove, quando o foram chamar para almoçar, tinha
produzido um soneto, cujo principal defeito era ter cinco versos com
sílabas de mais e outros cinco com sílabas de menos. Tinoco levou a
produção ao Correio Mercantil, que a publicou entre os a pedidos.

— Não me parecem bons estes versos, disse o Dr. Lemos; poderia
rasgá-los e estudar antes algum tempo.

Tinoco entrou a escrever como quem se despedia da vida. Os jornais andavam cheios de produções suas, umas tristes, outras alegres, não daquela tristeza nem daquela alegria que vem direitamente do coração, mas de uma tristeza que fazia sorrir, e de uma alegria que fazia bocejar. Luís Tinoco confessava singelamente ao mundo que fora invadido do cepticismo byroniano, que tragara até às fezes a taça do infortúnio, e que para ele a vida tinha escrita na porta a inscrição dantesca. A inscrição era citada com as próprias palavras do poeta, sem que aliás Luís Tinoco o tivesse lido nunca. Ele respigava nas alheias produções uma coleção de alusões e nomes literários, com que fazia as despesas de sua erudição, e não lhe era preciso, por exemplo, ter lido Shakespeare para falar do to be or not to be, do balcão de Julieta e das torturas de Otelo. Tinha a respeito de biografias ilustres noções extremamente singulares. Uma vez, agastando-se com a sua amada, — pessoa que ainda não existia, — aconteceu-lhe dizer que o clima fluminense podia produzir monstros daquela espécie, do mesmo modo que o sol italiano dourara os cabelos da menina Aspásia."
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IvaldoRocha 19/04/2014

"As páginas mais desambiciosas do mundo" imagina o resto...
Existe toda uma análise sobre este trabalho que Machado de Assis julgava "As páginas mais desambiciosas do mundo" o próprio prefácio do livro o explica de maneira detalhada. Meu destaque fica para "O Relógio de Ouro" com final surpreendente característico de Machado de Assis. O conto "Ponto de vista" me lembrou "Memórias de duas Jovens Esposas" de Balzac, onde também o romance (epistolar)é todo baseado na troca de correspondência entre os personagens.
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Tauan 22/09/2015

Um escritor de verdade
Nessa coletânea de contos o rei da literatura nacional reúne historias, que ele mesmo nomeia “escritas ao correr da pena, sem outra pretensão que não seja a de ocupar alguma sobra do precioso tempo do leitor”.
São elas:
A parasita azul: um conto de amor que relata a volta do jovem Camilo a Goiás, depois de estudar medicina em Paris, cá, ele se apaixona por uma moça que já era apaixonada por ele.
As bodas de Luís Duarte: descreve uma história ocorrida em apenas um dia, o dia do casamento de Luís Duarte com Carlota Lemos.
Ernesto de Tal: esse é um dos melhores, descreve como uma moça namoradeira aprendeu uma boa lição.
Aurora sem dia: esse conto possui um delicioso tom irônico. Descreve a trajetória de Luís Tinoco, que decide se fazer poeta. Como seus poemas são superficiais, e não agradam tanto, ele vê-se encaminhado para a carreira política. Em seguida, à agricultura. Trata-se de uma crítica à vaidade dos artistas e à falta de seriedade na política (que persiste até hoje!).
O relógio de ouro: uma história um tanto confusa sobre uma briga de um casal.
Ponto de vista: traz cartas trocadas entre duas amigas e o pretendente de uma delas. O que mais me chamou a atenção neste conto foi o inusitado do estilo, não me recordo te ler outro conto na forma de troca de missivas.
Apesar de pequeno, este livro figura para mim com um dos melhores do autor realista, tal como O Alienista.

site: http://pausaparaaleitura.blogspot.com.br/
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Túlio 15/12/2015

Não se deixe enganar
Por mais que essa coletânea de contos tenha sido publicada ainda na Primeira Fase do autor, as histórias possuem bastante sutileza e merecem atenção. É o caso, por exemplo, do conto O Relógio de Ouro, marcado por um certo suspense, já que logo no início da história os leitores são levados a uma suspeita de adultério cometido pela mulher. O suspense girará em torno da mulher o tempo todo e, no final, o desfecho pode surpreender.
Em outros contos podemos perceber personagens bem construídos, com destaque para a análise psicológica, especialmente quando o autor trata das figuras femininas. São boas histórias para se aproximar mais de outras obras do autor, já que, apesar de algumas passagens irônicas e certas sutilezas das tramas, são contos que conseguem prender o leitor e transportá-los para a história. Vale a pena dedicar um tempinho para apreciar a obra!
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Wagner 15/07/2017

O CORAÇÃO É UM MAR...

(...) O coração é um mar, sujeito à influência da lua e dos ventos (...)

in: ASSIS, Machado de. Histórias da meia noite. São Paulo: Globo, 1997. pp 150.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 22/11/2017

Sátiras Sociais
O "Jornal das Famílias" circulou de 1863 até 1878 na cidade do Rio de Janeiro, tendo como um de seus principais colaboradores o escritor Machado de Assis. Inclusive, seu livro, "Histórias da Meia-Noite", lançado em 1873, reúne seis contos publicados originalmente nesse periódico.

Destinado ao público feminino cujo interesse pela leitura crescia, essas narrativas não só apresentam um interessante painel da sociedade e seus costumes como, ao abordar o casamento, fazem uma severa crítica à ganância que gravitava em torno do tema.

Tratados com menor relevância, esses contos tem despertado maior interesse da crítica nos últimos anos. Afastado dos melodramáticos folhetins tão em moda na época, Machado não pode ser encarado como um mero escritor de amenidades, mas um reformador de ideias e preconceitos.

Segue um breve resumo das seis narrativas escolhidas para fazer parte do livro:
- "A Parasita Azul": História de amor cujo final feliz depende da dissimulação de interesses e de uma vaga na política.
- "As Bodas de Luís Duarte": Retrata o dia do casamento desde seus preparativos até o final da festa. Beirando o patético, o sarcasmo dá o tom.
- "Ernesto de Tal": Retrata um triângulo amoroso. A protagonista em busca de um bom casamento, manipula sem piedade seus dois pretendentes.
- "Aurora Sem Dia": Abordando o autoengano, narra a trajetória de um homem que acredita ser destinado a grandes futuros.
- "O Relógio De Ouro": Encontrado no quarto de um casal pelo marido, pode ser a prova da traição de sua esposa.
- "Ponto de Vista" : Apresentado através de cartas, uma miga tenta disfarçar seus sentimentos para a outra.

O título do livro é uma ironia, apesar de todos os contos possuírem mistérios, eles são sátiras sociais. Recomendo.
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Luiz Nobre 01/05/2020

É um livro rápido e bem agradável de ler. Além disso, gosto muito da escrita de Machado de Assis.
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@adriana_ lerlivros 02/04/2021

São sete contos reunidos pelo próprio Machado de Assis publicada em 1873, a minha preferida com certeza foi o relógio de ouro. Aliás sou muito suspeita, porque na verdade gosto muito de Machado, por causa dos seus recursos em falar com o leitor.
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João 04/06/2021

Histórias da meia noite - Machado de Assis
Essa é a segunda coletânea de contos do Machado, publicada em 1873. Os temas ainda correspondem ao romantismo, mas já há várias características realistas. Pessoalmente, não gosto muito de textos românticos, no entanto, a escrita do Machado é tão instigante que me fez seguir com as histórias até o final para descobrir os desfechos. Livro bom para compreender a evolução do maior autor da literatura brasileira!
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Isabel.Dornelles 16/08/2021

Machado sendo Machado
Não vou negar que este não é um dos meus favoritos, porém revisitar a escrita de Machado é sempre uma ótima pedida, com histórias que nos fazem pensar principalmente o quanto era um homem a frente de seu tempo!
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Alana413 20/08/2021

Se não é perfeito, esta quase lá...
Preciso dizer que suas histórias não são massivas e nem um pouco cansativas. E nós prende do início ao fim, as tramas são tão envolventes que toda vez que um conto terminava me dava uma sensação de vazio "essa história não pode acabar aqui..."
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Aefe! 19/01/2022

Ainda não é o gênio
Neste segundo livro de contos, pré Memórias Póstumas, Machado ainda não é o contista genial, mas já dá pra ver algumas características: a denúncia da sociedade de aparências, a hipocrisia, o casamento arranjado, a análise psicológica das personagens, a dissimulada das personagens femininas etc.
Vale a pena apenas para acompanhar o desenvolvimento do autor.
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elske 29/01/2022

comicidade e ironia
São seis contos:
A parasita azul: jovem médico que estudou em Paris volta para a sua vila natal no interior de Goiás, e reencontra as pessoas da sua infância e adolescência, e um amor. É um conto interessante porque tem alguma reflexão sobre as diferenças entre capital e interior, usando um extremo que é Paris.

As bodas de Luís Duarte: narra a festa de casamento de Luís Duarte e Carlota. É o conto mais interessante e engraçado do livro, na minha opinião. Contém muita ironia.

Ernesto de tal: dois rapazes que rivalizam pelo coração de uma moça. O clássico triângulo amoroso machadiano, em que (spoiler) no fim a mulher sempre vence: ela se casa com um, mas sempre mantém o outro perto, ficando sempre com dois homens.

Aurora sem dia: um jovem que tenta ser poeta, depois tenta ser político, e enfim se fixa como lavrador, deixando para trás os arrebatamentos e teimosias da juventude. É um conto bem cômico.

O relógio de ouro: o marido chega em casa e depara-se com um relógio de ouro. É um mistério: ele pergunta à esposa, e ela diz que não sabe. Ele quase enlouquece com o enigma, até que ele enfim se resolve, com uma surpresa...

Ponto de vista: troca de cartas entre duas amigas, uma casada em Juiz de Fora, outra solteira no Rio de Janeiro. É outro conto interessante, porque traz uma "narradora" feminina e jovem.

No geral, são contos em que predomina o aspecto cômico e, por debaixo dele, a ironia sobre os personagens e as pessoas que eles representam na sociedade da época: o bacharel, o jovem que faz versos, a moça esperta e namoradeira, os adúlteros, os políticos que só se ocupam com discursos, etc. Foi uma leitura boa, 3/5.


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