Carla.Parreira 10/12/2023
O livro dos homens (Osho). Melhores trechos: "...Quando alguém está triste, quando alguém está deprimido, faz com que as outras pessoas ao redor fiquem tristes e deprimidas. Quando está feliz, quer criar um ambiente feliz, pois a felicidade só pode existir em um mundo feliz. Ao viver com alegria, a pessoa quer que todos sejam alegres. Esta é a religião verdadeira. A partir da própria alegria, o ser humano abençoa toda a existência... Em algumas situações perigosas, as pessoas se tornam conscientes. Caso contrário, permanecem profundamente adormecidas. São perfeitamente hábeis em fazer suas coisas mecanicamente... Há dois tipos de clímax, dois tipos de orgasmo. Um tipo de orgasmo é conhecido. Chega-se a um pico de excitação e, depois, não se pode ir mais além: o fim chegou. A excitação chega a um ponto em que se torna involuntário. A energia pula para dentro do indivíduo e sai. Ele fica livre da energia e se sente aliviado. A carga foi jogada, e o indivíduo pode, então, relaxar e dormir... Esse é um tipo de orgasmo, o que chega a um pico de excitação. O tantra é centrado em outro tipo de orgasmo. Se o primeiro tipo de orgasmo foi denominado orgasmo de pico, pode-se denominar o orgasmo tântrico de orgasmo do vale. Nele não se chega ao pico da excitação, mas ao vale mais profundo de relaxamento. A excitação tem que ser usada por ambos, no início. É por isso que eu digo que, no início, eles são a mesma coisa, mas que o final é totalmente diferente. A excitação precisa ser usada para ambos: tanto para ir em direção ao pico da excitação quanto para o vale do relaxamento. Para o primeiro, a excitação tem que ser intensa, cada vez mais intensa. O indivíduo tem que crescer nela e ajudá-la a crescer em direção ao pico. No segundo, a excitação é apenas um começo. E, uma vez que o homem a tenha alcançado, tanto o amante quanto o amado podem relaxar. Não é necessário nenhum movimento. O casal pode relaxar envolto em um abraço amoroso. Apenas quando o homem sente, ou a mulher, que a ereção está para diminuir é que há a necessidade de um pequeno movimento e de excitação. Mas, depois, relaxa-se novamente. Pode-se prolongar esse abraço profundo por horas, sem ejaculação, e, depois, ambos podem cair em sono profundo juntos. Isso é um orgasmo do vale. Ambos estão relaxados e se encontram como dois seres relaxados. No orgasmo sexual comum, o casal se encontra como dois seres excitados, ou seja, tensos, cheios de entusiasmo, tentando se descarregar. O orgasmo sexual comum parece uma loucura, enquanto o orgasmo tântrico é uma profunda meditação relaxante... O ato do amor tântrico pode ser feito quantas vezes se quiser. O ato do sexo comum não pode ser feito o quanto se deseja, por causa da perda de energia que provoca no corpo que, consequentemente, precisará de algum tempo para recuperá-la. E quando o corpo recupera a energia, acaba por perdê-la novamente... O homem vai perceber que a ejaculação é um desperdício de energia. Não há necessidade disso, a menos que o casal precise de filhos... O Tantra pode criar um novo homem que pode vir a conhecer a atemporalidade, a ausência de egocentrismo e uma profunda não dualidade com a existência, crescerá... Faça uma experiência com a namorada. Seja o parceiro inativo e deixe que a namorada seja o parceiro ativo. Permita que ela seja desinibida. A mulher não tem que se comportar como uma dama, tem é que se comportar como uma mulher autêntica. A dama é apenas uma criação do homem, enquanto a mulher é uma criação da existência. O homem precisa preencher a lacuna entre os orgasmos da mulher. E essa lacuna só pode ser preenchida de uma maneira: o homem permanecendo inativo, em silêncio e curtindo vê-la enlouquecer. Com isso ela vai ter múltiplos orgasmos. O homem deve finalizar o jogo com o próprio orgasmo, em vez de começar com ele... Deve manter os olhos fechados para que ela não se sinta inibida. Daí então ela pode fazer qualquer coisa: movimentar as mãos, movimentar o corpo, resmungar, gemer, suspirar, gritar. Depois ela vai ficar louca atrás de você... A mente do homem é corrompida. Universidades, faculdades, educação, sociedade, todas elas corrompem o homem. Elas fizeram disso um condicionamento bem profundo no homem, de modo que, se algo não tiver um propósito, é inútil, e, consequentemente, tudo deve ter um propósito. Uma criança brincando não tem nenhum propósito. No máximo, se pudesse explicar, a criança diria: “Porque me sinto bem. Ao correr, me sinto mais viva. Ao apanhar flores, me divirto e tenho prazer.” Mas não há nenhum propósito. O próprio ato em si é bonito, prazeroso. Estar vivo é o suficiente, não há necessidade de ter propósitos. Por que pedir mais alguma pode ficar satisfeito simplesmente por estar vivo? Isso é um fenômeno! O homem precisa de um objetivo, caso contrário, a vida é inútil... Tudo em torno do divino está acontecendo, o final está transbordando. Mas o indivíduo será capaz de ver apenas se for uma pessoa livre de propósitos e divertida..."