Resenhas - Mate-me Quando Quiser

Daniel 22/08/2021

"O que sabemos do outro é apenas a interseção do que compreendemos em nós mesmos."

O que leva uma pessoa encomendar a sua morte em um prazo de quatro meses?
Essa é a premissa desse livro incrível que Anita Deak nos proporciona a acompanhar o desenrolar dessa decisão tão intrigante. Mas a história traz mais do querer morrer. Questões como: decisões que temos que escolher, onde a indecisão pode nos levar, a curiosidade do querer, o desprender dos pais, o narcisismo velado e até que ponto não saber do contexto todo de uma situação pode nos poupar ou levar a caminhos questionáveis.
Com reflexões psicanalistas e uma escrita clara e fluída, faz o leitor querer saber o seu desfecho e questionar a si próprio.

Leiam!

Sagaz e bem construído, em breve nas telinhas.

Eder Ribeiro 11/08/2021

Morrendo de tédio
Esse é o tipo de livro que você é atraído pelo título. As expectativas criadas logo são frustadas no início da leitura. E daí por diante, se você ler, você morre de tédio. Esse livro me matou.

Suzana 14/11/2021

Muito bom!
Adorei descobrir mais uma jovem autora brasileira, competente e original.
O livro é muito bem escrito, leve sem ser superficial e com uma história que nos faz pensar.
A ideia de pagar para ser assassinada é uma maneira inovadora de cometer suicídio, mas o desenrolar da história nos leva a torcer pela personagem.
Muito boa leitura.

Le-h 28/05/2020

Não vá com tanta sede ao pote
Leitura muito mediana, daquelas que você nem quer colocar na lista de livros lidos e agradece por não ter gasto muita coisa com ele. Personagens sem nome, história sem propósito e personagem que você acha que é o principal na verdade não é, essa são algumas características encontradas nesse livro.
Única coisa boa, a escrita que não é cansativa, da pra ler em pouco tempo.
Gostaria de ter tido mais respostas em tantas coisas, dar nomes as personagens me ajuda a dar um rosto a elas também, esperei muito por se literatura nacional, esperava muito mais.
Considerações finais: não leria novamente.

Lise 16/08/2021

Queria que tivesse acabado na página 198
“Mas é do somatório de pequenos fatos, aparentemente sem sentido, que se faz a história.”

Li o título do livro e a sinopse, e logo a primeira pergunta já pipocou na cabeça: Por que essa mulher quer morrer? Pensei que seria um livro pesado, afinal, a morte é sempre pesada. A leitura me surpreendeu em vários aspectos, inclusive ao me mostrar que a resposta para a minha pergunta é de uma importância quase secundária. O que mais me fez gostar do livro é o fato de que na maior parte da leitura eu ri, divertida, mas tudo muda a partir da página 199. Ali o leitor é atirado em uma espiral de emoções tão de repente, com tanta brutalidade (e maestria) que é impossível terminar a leitura e não se indignar: “Por que? Por que?!”. A autora nos conduz por um caminho agradável, muito confortável, para depois nos tirar o chão. É uma obra inteligentíssima, cheia de encantos, construída em uma linguagem cuidadosa e bastante acessível. Mate-me quando quiser é um dos melhores livros que li esse ano.

Escrevi sobre outros pontos que gostei muito em uma resenha no Blog (lisfonseca.blog.br).


site: https://lisfonseca.blog.br/resenha-mate-me-quando-quiser-anita-deak

karoladolfo 17/05/2022

Nem tudo é o que parece
Olha, eu fui esperando um thriller, suspense, cheia de expectativas, mas fui exposta à uma história que os personagens nem tem nome e sim emoções extremamente complexas e crises existenciais. O final é em aberto, espero que a Mulher tenha conseguido se reestruturar e viver a vida assim como espero que o Homem não tenha matado Soares (o matador com mais compaixão do mundo)

A Dama E Os Livros 18/03/2021

Mate-me quando quiser
Um dos poucos livros que eu não consegui visualizar o final de maneira tão rápida,fato surpreendente para mim. Mate-me quando quiser é um dos romances dramáticos que o leitor sente-se no enredo, durante a viagem nas páginas eu sentia que estava vivendo nos cenários descritos. O Homem, A mulher, A Loira e a Morena... me impressionaram positivamente.
Leiam, leiam e leiam este livro!!!!!

De Cara Nas Letras 12/03/2015

Mate-me Quando Quiser - Anita Deak
Mate-me Quando Quiser é o primeiro livro da jornalista mineira Anita Deak, publicado em 2014 pela editora Gutenberg e finalista de prêmio SESC de literatura.

Neste romance cheio de mistérios, classificado como noir, vamos conhecer uma mulher, na faixa dos 40 anos que cansada de viver, resolve contratar um matador de aluguel para realizar uma tarefa que ela mesma não tem coragem de fazer, se matar.
Soares, o responsável por tirar a vida dessa mulher, não é um assassino comum , já que só consegue fazer seu trabalho se estiver no clima por conta de seu misticismo e sendo assim, a mulher lhe dá um prazo de quatro meses para ele realizar a tarefa, mas que seja feita na cidade de Barcelona, local onde ela deseja morrer.

A partir daí já ficamos curiosos sobre alguns mistérios:

1. Quais os motivos de contratar alguém para se matar?
2. Por que em Barcelona?
3. Soares vai conseguir?
4. Como?

Não bastando essas questões, lá em Barcelona, a Mulher (como é chamada no livro) tem uma pequena intromissão na vida de um Homem, que acaba desencadeando a intromissão na vida de mais duas mulheres e um casal de crianças, sendo assim, ela tem sua vida misturada a de outras, mal sabendo ela que isso iria causar tantas confusões. desentendimentos e algo bem maior do que apenas o seu suicídio comprado.

As personagens criadas por Anita Deak são carregadas de algum sofrimento. Temos um marido que se divide em dois para dá sustentabilidade à duas famílias e que por isso tende a ter um peso na consciência. A Loira e a Morena, personagens distintas, que vivem a mesma situação; ambas tiveram que abandonar seus sonhos por causa do casamento, ou viram no casamento uma forma de viver seus sonhos. Outro é matador Soares que tem seu modo de agir totalmente pensado, já que ele tem de ser discreto e não deixar pistas de sua profissão. E a Mulher, com seus mistérios que decide retirar a vida.

O livro possui uma narrativa ágil em terceira pessoa com discurso indireto livre, onde em certos momentos temos o narrador refletindo e conversando com o leitor sobre alguns dos acontecimentos, mas sem deixar de sair da terceira pessoa. Os capítulos são curtos, o que deixa a leitura mais rápida do que imaginamos ser.

O comportamento humano é um dos maiores pontos desse livro, já que trata de suicídio comprado, suicídio, traição, bigamia, desentendimentos, sonhos, psicologia... entre outros. Chegamos com isso a pensar mais em o quanto nossos atos pode influir na vida de outras pessoas, às vezes queremos até agir certo, mas nem sempre a intenção é interpretada da forma que queríamos que fosse.

Anita Deak nos traz uma história que nos deixa com uma pulga atrás da orelha e leva isso ao decorrer da narrativa, mas que só é apenas um plano inicial para o que estará por vir logo em seguida e que acaba surpreendendo o leitor com um desfecho, envolto de ironia, de partir o coração.

Segundo a própria autora, em entrevista para o programa Entretexto, o livro já está em negociação para ser transformado em filme, com gravações em Barcelona. Ou seja, vamos aguardar que a negociação dê certo. Espero muito, também, que a autora possa escrever outras obras, pois creio, e muito, que ela ainda tem bastante a nos oferecer e que ainda iremos ouvir falar mais de seu nome.

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2015/02/resenha-57-mate-me-quando-quiser-anita.html

Amanda 18/04/2020

Poderia ser uma série da Netflix
Acho que se a Netflix tivesse acesso a esse livro poderia transformar em um seriado. Este livro nos envolve de uma maneira que é impossível você querer parar de ler.
Uma mulher quer morrer, para isso contrata um matador, porém ela se envolve com outras vidas no decorrer da história que faz o leitor ficar completamente vidrado para saber o que vai acontecer.
Esse me deixou de boca aberta e recomendo demais.

Laine @pagesandseasons 16/12/2014

Qual o preço de uma vida?
Uma mulher que encomenda a própria morte, um homem incapaz de fazer escolhas e um matador profissional que se envolve demais; o ambiente perfeito para sua mente viajar em milhares de questões.
O que leva uma pessoa encomendar a própria morte?
O amor, ou a falta dele, seria capaz de uma influência tão grande?
A carência de uma vida no padrão da sociedade levaria à esse suicídio?
Basta viver uma vida vazia, sem sentido?
Eu sou dona da minha vida ou apenas responsável pelos meus atos?
O amor é capaz de salvar uma vida ou responsável em ceifá-la?

"Mate-me quando quiser" exije muitos questionamentos sobre a realidade vivida, o bem e o mal, o certo e o errado, e tudo que envolva família, bem estar e felicidade.
Um livro repleto de frases impactantes que realmente fazem a diferença.

Roberta Pereira 12/09/2022

Divertido sem ser engraçado, até que não é mais.
Eu achei esse livro incrível, e ele é curtinho. Li em dois dias.
Uma sucessão de enganos, escolhas erradas, má interpretações da vida alheia e confusões. Tudo isso deixa a história bem divertida, porém, culmina em muitas mortes.

A leitura é muito fluida e a história prende fácil.
Por que alguém encomedaria a própria morte?
Que confusão se formou por causa disso.
Como a vida desses personagens vai se organizar?
Essas questões vagam por sua mente durante toda a leitura.

O livro ainda te faz pensar além da história, algo que muitos já sabemos, mas ignoramos as vezes.
As forma como vemos determinadas situações são fruto da nossa vivência e do que achamos, mas não são necessariamente a realidade. Não podemos toma-las como verdade sem ter certeza. E muito menos sair espalhando-as irresponsavelmente aos quatro ventos. Pois, isso pode trazer danos além do inimaginável.

Pedro 18/02/2015

Mate-me Quando Quiser - Anita Deak
Mate-me Quando Quiser é o primeiro livro da jornalista mineira Anita Deak, publicado em 2014 pela editora Gutenberg e finalista de prêmio SESC de literatura.

Neste romance cheio de mistérios, classificado como noir, vamos conhecer uma mulher, na faixa dos 40 anos que cansada de viver, resolve contratar um matador de aluguel para realizar uma tarefa que ela mesma não tem coragem de fazer, se matar.
Soares, o responsável por tirar a vida dessa mulher, não é um assassino comum , já que só consegue fazer seu trabalho se estiver no clima por conta de seu misticismo e sendo assim, a mulher lhe dá um prazo de quatro meses para ele realizar a tarefa, mas que seja feita na cidade de Barcelona, local onde ela deseja morrer.

A partir daí já ficamos curiosos sobre alguns mistérios:

1. Quais os motivos de contratar alguém para se matar?
2. Por que em Barcelona?
3. Soares vai conseguir?
4. Como?

Não bastando essas questões, lá em Barcelona, a Mulher (como é chamada no livro) tem uma pequena intromissão na vida de um Homem, que acaba desencadeando a intromissão na vida de mais duas mulheres e um casal de crianças, sendo assim, ela tem sua vida misturada a de outras, mal sabendo ela que isso iria causar tantas confusões. desentendimentos e algo bem maior do que apenas o seu suicídio comprado.

As personagens criadas por Anita Deak são carregadas de algum sofrimento. Temos um marido que se divide em dois para dá sustentabilidade à duas famílias e que por isso tende a ter um peso na consciência. A Loira e a Morena, personagens distintas, que vivem a mesma situação; ambas tiveram que abandonar seus sonhos por causa do casamento, ou viram no casamento uma forma de viver seus sonhos. Outro é matador Soares que tem seu modo de agir totalmente pensado, já que ele tem de ser discreto e não deixar pistas de sua profissão. E a Mulher, com seus mistérios que decide retirar a vida.

O livro possui uma narrativa ágil em terceira pessoa com discurso indireto livre, onde em certos momentos temos o narrador refletindo e conversando com o leitor sobre alguns dos acontecimentos, mas sem deixar de sair da terceira pessoa. Os capítulos são curtos, o que deixa a leitura mais rápida do que imaginamos ser.

O comportamento humano é um dos maiores pontos desse livro, já que trata de suicídio comprado, suicídio, traição, bigamia, desentendimentos, sonhos, psicologia... entre outros. Chegamos com isso a pensar mais em o quanto nossos atos pode influir na vida de outras pessoas, às vezes queremos até agir certo, mas nem sempre a intenção é interpretada da forma que queríamos que fosse.

Anita Deak nos traz uma história que nos deixa com uma pulga atrás da orelha e leva isso ao decorrer da narrativa, mas que só é apenas um plano inicial para o que estará por vir logo em seguida e que acaba surpreendendo o leitor com um desfecho, envolto de ironia, de partir o coração.

Segundo a própria autora, em entrevista para o programa Entretexto, o livro já está em negociação para ser transformado em filme, com gravações em Barcelona. Ou seja, vamos aguardar que a negociação dê certo. Espero muito, também, que a autora possa escrever outras obras, pois creio, e muito, que ela ainda tem bastante a nos oferecer e que ainda iremos ouvir falar mais de seu nome.

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2015/02/resenha-57-mate-me-quando-quiser-anita.html

fev 13/01/2021

Eu tô meio chocado com o final desse livro. Juro que eu nunca esperaria nada do que aconteceu. No entanto, fiquei meio irritado com a explicação que a autora quis dar para determinado acontecimento. Não tem como concordar com o que ela disse.

É um livro ok. O final surpreende, mas não tem como engolir certas coisas.

Viviane 11/01/2015

O que posso dizer deste livro...
Este e um livro que no começo te faz lembrar de filmes espanhóis,cheios de ruas e vielas com muitas pessoas calorosas,turistas e roupas no varal,porém "Mate-me Quando Quiser" é,principalmente,uma historia sobre seus quatro personagem e suas reflexões,sua rotina e como os sentimentos que os personagens não queriam lidar foram a tona provocando mal entendidos e desfechos...tirem suas conclusões!
Posso dizer que marquei varias frases,que os capítulos são curtos com bela escrita,que os personagens são interessantes,que o livro não era o que eu pensei que fosse,que posso reler um dia,que talvez só Soares tenha nome no livro porque ele foi o que melhor encarou seus sentimentos e uma opinião não tão legal é que não gostei do final de alguns personagens,pois para mim alguns deles soaram inverossímeis pelo que me foi mostrado dos mesmos,sendo que outros finais acrescentariam mais graça a historia.Contudo é um final surpreendente,devo admitir.É um livro que fala sobre o nó na garganta,acomodação,sentimentos por trás das decisões e suas conseqüências .
Uma frase do livro:
"Para ela discursos são como batalhas travadas entre as frases que gostariam de ser ditas e as que são pronunciadas de fato. Por isso, jamais se dispunha a dizer o que realmente pensava ou o que realmente sentia. Entendia o veneno que levava dentro; devia domar as palavras. Desconfiar delas.Cheirá-las e poli-las para que não causassem estragos."pág.52

Flynn 01/02/2019

Contém spoilers! Análise do final do livro; recomendada apenas para quem já o leu.
Imagino que algumas pessoas tenham terminado a leitura e procurado refletir sobre os últimos acontecimentos da narrativa; foi o que fiz ao escrever essa análise.
Em primeiro lugar, a conclusão da trama não me satisfez tanto quanto havia idealizado, principalmente quando a autora tenta explicar as motivações do Homem ao matar uma de suas esposas. Quero dizer, até parece fazer sentido que tenha sido por inércia; a autora nos preparou para isso, desde o início ficou claro que o Homem era um indivíduo covarde que se deixava levar pela maré da vida. Tanto que, no fim, a própria maré o forçou a tomar uma decisão. Pode parecer poético, mas na minha visão, é insuficiente. Afinal, quando paramos para pensar, o Homem também havia traído a Loira. A Loira também havia descoberto a traição (ainda que erroneamente), e entretanto suas ações limitaram-se a forçar o Homem a fazer as tarefas e um escândalo em um táxi. Já o Homem, quando descobriu a traição da Loira, a matou. E a explicação resume-se em inércia? Resume-se em covardia?
Porque a autora evitou tocar em questões de gênero e discutir termos como feminicídio ou misoginia permanece para mim um mistério.

A Morena suicidou-se; a própria construção da personagem mostrava, aos examinadores mais atentos, que ela seria incapaz de lidar com a verdade. O que me surpreendeu foi ter levado consigo o menino. Por maior que tenha sido sua dor, e por mais que o garoto representasse sua vida dedicada ao marido traidor, pareceu uma atitude desmedida para as dimensões da personalidade dela. Em outras palavras, não parecia uma atitude que a Morena teria tomado. Não parecia algo previsível de acordo com sua construção enquanto personagem. Mas isso é um ponto a se discutir.

E a Mulher? Para mim é o ponto mais crucial da trama e o mais complicado de absorver.
É claro que ela ter optado pela vida me reconfortou, ainda mais depois de três mortes seguidas, mas não sei se me convenceu.
Barcelona não despertara o sentimento caloroso da infância e a vontade de viver (o que servira de prova para ela própria de que nada mais iria, portanto). Por muitos anos, ela teria tido uma autoestima baixa, e depois, um ego muito grande, sendo que a autora explicita que nenhum dos excessos foi bom. Não havia tido filhos, dada a maior importância que deu as suas questões internas e o medo de diminuí-las. Acreditara que o trabalho seria capaz de preencher seu vazio, e depois acreditou que a razão de viver seria o amor. Ambos a decepcionaram. No fim, sentia-se exausta, desiludida. A construção dos seus motivos para querer morrer, na minha opinião, foi bem elaborada. Mas e os motivos para querer viver?
Mesmo depois de toda a tragédia do final (embora ela nem fique sabendo da morte da Loira) ela resolve que, de uma hora para a outra, a vida é dolorosa, porém é preciso resistir. Mesmo tendo concluído que boa parte da culpa pela morte da Morena havia sido dela, de sua arrogância e inveja. E? Os caminhos que ela tomou para essa virada surpreendente de opinião ficam pouco claros. Muito provavelmente a autora preferiu que chegássemos a nossas próprias conclusões, mas me parece que faltou base para isso.

Já a morte de Soares fez sentido. Ele era um assassino e tinha uma curiosidade pelo sentimento da vítima diante do algoz. Sua insistência no romance com a Loira (uma insistência muito abusiva, inclusive) acabou por resultar na morte dela e na dele próprio. Me pareceu que tudo se encaixou quando o Homem disparou contra ele. Ele também havia desistido de matar a Mulher porque preferiu ver a realidade com suas próprias lentes, chegando assim em conclusões erradas sobre o que havia ocorrido entre ela e o Homem. Suas ações, de uma forma ou de outra, foram todas mal pensadas e o levaram a morte. Isso contradiz a personalidade precavida e calculista que ele deveria ter enquanto um matador; em outras palavras, eu diria que Soares cavou a própria cova.

Para finalizar, longe de querer encontrar somente problemas e tecer críticas, devo dizer que a narrativa foi, sem dúvida, envolvente. O decorrer foi preciso; os acontecimentos se desenrolaram na velocidade ideal, na ordem perfeita, e foram todos entrelaçados com maestria, ainda que tenham ficado certas pontas soltas em suas conclusões. A autora soube descrever bem a personalidade das personagens, ainda que as ações finais de algumas não parecessem muito fundamentadas. O jeitinho de Anita Deak conversar com o leitor e apresentar reflexões (e até mesmo suas opiniões) sobre a trama, me atraiu. Confesso que sou um novato em romance noir, mas me arriscaria a dizer que "Mate-me quando quiser" pode ser uma introdução ótima ao gênero.