Telma 21/02/2015O Primeiro Telefona do CéuImagine receber um telefonema dessa pessoa dizendo que está num lugar muito lindo... que está bem. Essa mesma pessoa tem a voz que você conhece tão bem e sabe de fatos que apenas vocês sabiam.
Até aqui já é difícil o bastante, não é? (e curioso o bastante!)
Nessa nossa vida onde acreditamos só ser real o que pode ser provado em laboratório (Ciência), como reagiríamos se algo assim acontecesse? Creríamos? Acharíamos estar alucinando, enlouquecendo?
Mitch Albom nos coloca nessa situação quando retrata a vida de uma sociedade numa cidade pequena (Coldwater) onde isso acontece com vários habitantes, e uma delas declara abertamente na Igreja o que anda acontecendo. Pronto! A mídia fica sabendo e a cidade entre em polvorosa!
Daí pra frente a bagunça é total e irrestrita: o oportunismo, o ceticismo e a fé brigam entre si, da mesma forma que as personagens e nosso envolvimento cresce, bem como nossas reflexões.
Todos querem receber a tão falada ligação do além... até que uma das habitantes, Tess, afirma que sua mãe disse que "É melhor do que em nossos sonhos", mas também fala de uma abertura que não vai durar muito tempo e soma-se aos outras ações e sentimentos um outro: o desespero!
Sobre a morte, os pensamentos de Sully (personagem fofo que perdeu a esposa):
"É preciso começar de novo. É o que todos dizem. A vida, no entanto, não é um jogo de tabuleiro, e a perda de uma pessoa querida nunca é como 'recomeçar um jogo'. É, acima de tudo, 'continuar sem'."
Depois de muitos acontecimentos. De saber da vida dos personagens e de se enternecer, de torcer com eles e por todos eles (de querer receber uma ligação também), ou seja, de muito envolvimento que o autor soube colocar de sobra na trama, ele termina o livro de uma forma que deixa TUDO A DESEJAR.
Poxa, o final foi realmente decepcionante!!!!... mas, a história vale a pena.
Talvez meu "tom" esteja um pouco deprê agora porque agarrei no livro até o final, justamente pelo final e o final, pra mim, foi frustrante. (são 2h23 da matina - levem isso em consideração, porque eu levo)
Vale a pena lê-lo, ainda que com um final frustrante (veja bem, frustante no meu ponto de vista, o seu pode ser diferente)? A resposta é sim!
Eu adoraria teter o pescocinho de Mitch Albom para torcer com todas as minhas forças até que ele reescreva o final? A resposta também é SIM! :)
A premissa é mais do que interessante! A história é bem elaborada e bem alinhavada. As personagens são críveis e me fez lembrar da série "Resurrection" (pela qual sou apaixonada). Fiquei presa na história e tive a música abaixo na minha cabeça o tempo todo (Detalhe: Não sei se a música é do Lenine, com o nome de O Que Você Faria ou se é do Paulinho Moska, com o nome O Último Dia)... minha cabeça cantava enquanto eu lia...
De qualquer forma, eu leria o livro e recomendo-o, mas... já aconselho: espere muito da criatividade da história e pouco da conclusão.
Deixo vocês com a música que povoou minha cabeça durante toda a leitura (porque o livro, dá mesmo a impressão de um fim do mundo):
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Corria pr'um shooping center
Ou para uma academia?
Prá se esquecer que não dá tempo
O tempo que já se perdia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Trancava da delegacia?
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria?
site:
http://surtosliterarios.blogspot.com.br/