Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil

Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil Sueli Carneiro




Resenhas - Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil


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Vinicius.Miranda 19/04/2020

Atual e relevante.
O livro é composto de vários artigos escritos pela Sueli Carneiro, originalmente publicados em uma coluna jornalística. As reflexões que ela traz se mantém atuais, o que nos leva a refletir nossos comportamentos e nosso país.
A leitura é bem fácil e o livro é relevante para todos os públicos.
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Lucikelly.Oliveira 29/04/2021

O mito da democracia racial
Leitura necessária para entendermos como o mito da democracia racial no Brasil contribuiu e contribui pra marginalização dos negros no país.
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Roseane 03/05/2020

Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil
O livro é um acervo de textos escritos ao longo de 7 anos, período que a Drª Sueli Carneiro foi colunista do Correio Brasiliense. O debate público sobre racismo tem sido sistematicamente desencorajado no Brasil. É de se orgulhar o que filosofa fez pela nossa sociedade ao usar o seu espaço de visibilidade para debater e expor questões raciais que sedimentam a desigualdade existente.

O racismo científico no Brasil teve como um dos seus expoentes Nina Rodrigues. O psiquiatra defendia que as condições de raça imprimiriam à responsabilidade penal. Para o mesmo havia raças superiores e inferiores o que levou a concepções altamente discriminatórias que se alonga até os dias de hoje. De certo que se os negros eram considerados sub-humanos, seria a eles destinados “sub direitos”. Historicamente a desigualdade de direitos foi forçosamente naturalizada.

A criminalização do corpo negro, brutalidade policial, controle de natalidade dos negros são ações de ideologia eugenista onde o estado opera o poder de “fazer viver e deixar morrer” como disse Michel Foucalt.

Um ex governador do Rio de Janeiro sugeriu o aborto como medida de prevenção a violência, de que mulheres estaria ele falando?

Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro presidente da história a declarar em seu discurso de posse que há um problema racial no Brasil e que ele precisa ser combatido. É de fundamental importância falar que a autora destaca o governo de esquerda como o que mais deu oportunidade para pessoas negras ocuparem cargos de primeiro escalão.

Aproveito para fazer um desabafo pessoal. Muito me entristece o comportamento paternalista e o medo de dividir espaço de poder com verdadeiras representantes das mazelas sociais da comunidade negra. Intelectual orgânica e conhecedora a fundo do que nós precisamos. Estamos em 2020 e a esquerda branca ainda não entendeu que Agora é Ela!

Não há mais espaço para negar o racismo institucional o momento é de implementar medidas antirracista. Sueli discorre sobre a importância das cotas raciais expõe algumas declarações dos que se posicionaram contra. Em sua argumentação ela cita que desde 1948 medidas especiais para promoção de grupos “desfavorecidos” existem no Brasil.

Em uma rápida pesquisa me deparo com um documento intitulado Problemas de base no Brasil onde no capítulo Valorização do Homem Rural o governo identifica que a educação e saúde são primordiais para o crescimento do país e que a população rural não deve ser deslocada do seu habitat, mas, também não pode continuar abandonada.

A proposta era criar Colônia-Escolas nas fazendas com um vantajoso contrato de trabalho (repito: vantajoso contrato de trabalho) em troca de se aceitar uma disciplina social, sanitária e educativa. Não me aprofundei sobre os resultados, mas é conveniente recorda que a população negra na área rural não tinha direito a propriedade, não acumulou bens materiais pois o sistema econômico anterior era a escravidão e ele era ferramenta de trabalho.

Não acredito que a população negra tenha sido incluída proporcionalmente a essa ação do estado. No ano de 2018 o IBGE publicada que 20,7 % das pessoas pretas e pardas acima de 15 anos em área rural são analfabetas em comparação aos brancos que correspondem a 11% de seu grupo.

É imperioso que se tenha delegacia de crimes raciais uma vez que no Brasil se queima indígena em ponto de ônibus e se espanca negros ate a morte em via pública casos lembrados pela autora.

No ano em que a autora escreveu um dos artigos o IDH da população negra brasileira estava 5 posições abaixo a África do Sul que mal havia saído do regime do apartheid. Isso só comprova que o mito da democracia racial é uma tecnologia tão poderosa que determina o lugar de preto sem necessidade de legislação. Parafraseando Kabenguele Munanga Racismo no Brasil é o crime perfeito.

No ano 200 o Brasil ocupava 74º posição no ranking de IDH porém se fossem analisadas as informações apenas da população negra o IDH nacional despencaria para 108º posição.
A falácia do mito da democracia racial e o branqueamento foram os pilares para a ausência de identidade racial ou confusão racial. A miscigenação, fruto do estupro colonial de mulheres negras e indígenas, ocupou um lugar central na hierarquia cromática e de fenótipos.

O branqueamento instrumentalizou o auto ódio de tal forma nos faz rejeitar o que somos. Cabelos, lábios, bunda, tom de pele, cor da gengiva, cor do bico dos seios, formato do nariz e por aí vai. Qualquer um é capaz de detalhar o que esta “errado” no seu corpo. Desarranjos psíquicos, descontrole financeiro na tentativa de “corrigir” o corpo várias são algumas das sequelas deixadas.

Tudo começa muito cedo. A educação infantil por exemplo, para muitos foi o primeiro espaço coletivo de segregação. Relação com professores e outros alunos ainda hoje deixam crianças negras fragilizadas, hostilizadas e catatônicas como foi referido em um dos textos. Nossos heróis como Zumbi de Palmares, nossas lutas de resistência são pouco exploradas no ambiente escolar enquanto são enaltecidas os heróis e batalhas europeias.

Levantamento estatístico como o censo, é uma oportunidade de se identificar as características dos habitantes de uma nação oportunizando assim a criar políticas focalizando no que deva ser corrigido. O Brasil tem sido sistematicamente omisso no comprometimento com políticas raciais. A autora debate que pobreza não é resultado da falta de recursos, mas fruto de um alto grau de desigualdade e persistência em fortalecer políticas universais que não tem capacidade de corrigi-la.

O acesso ao emprego e ao trabalho foi falado como condição primordial para reprodução da vida. O racismo institucional e a baixa escolarização são fatores de exclusão que devem contar com políticas afirmativas. Segundo a agência Brasil o percentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017. Resultados positivos, mas que devem ser ampliados pois ainda estamos muito longe da realidade ideal. O IBGE publicou que em 2018 64,2% dos desempregados eram negros, somando a isso 32,9% dos negros estão na faixa da pobreza e 8,8% na extrema pobreza. Não é justo.

A mulher negra no Brasil é submetida a um sufocamento social que atinge todas as dimensões de sua vida de uma forma negativa. Fernando Henrique Cardoso em 1995 ao receber a marcha de Zumbi de Palmares em Brasília afirmou que o ápice da exclusão social do Brasil poderia ser retratado por uma mulher negra, chefe de família da região do Norte ou Nordeste do país.

A leitura e o debate desse livro se fazem necessário. Textos com em média 20 anos que devem servir de base e reflexão e também como um marcador onde podemos comprar os nossos avanços ou retrocesso/estagnação. Discutir novos caminhos para a luta, fortalecer estratégias já construídas e que deram certo como as cotas raciais é primordial.

O livro não nos deixa esquecer que ainda temos muita estrada, mas não desistiremos.
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carolina 22/03/2021

Esse livro retrata também as políticas universalista adotadas como medidas (nada efetivas) para sanar problemas das questões sociais e raciais no Brasil. É preciso que as instituições reforcem seus posicionamentos contra as desigualdades, não só participando de congressos, mas propondo medidas que beneficiem a população negra e periférica de acordo com a diversidade que são. Através de acesso a educação de qualidade, a saúde na integralidade, segurança e seguridade social, desmistificando o mito tão estruturado da democracia racial. Sueli, quase no final do livro, fala que não existirá democracia enquanto houver desigualdades no Brasil.
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imy@s 27/07/2023

Ações simbólicas e sem efeito para o combate ao racismo.
Essa leitura foi muito importante para mim, pois me dei conta que realmente são criadas muitas políticas universalistas, com a prerrogativa que todos os problemas são sociais e todos sofrem igualmente.
de forma que, não se resolve nada e quem de fato é atingido, continua a ser alvo.
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Marília 18/07/2021

Consciência em debate
O título da coleção faz jus ao temas abordados por ela, um livro é interligado a outro e os temas são históricos e atuais.

Pra quem gosta de história, pra quem é ativista de direitos humanos, pra quem quer entender a sociedade atual, pra quem é da área de humanas, este livro, esta coleção é um bom começo para estudar, conversar e debater sobre temas como: racismo, sexismo e principalmente a desigualdade no Brasil.
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Juliane.Motta 30/04/2023

Conheci a Sueli Carneiro num dos melhores episódios do podcast do Mano Bronw. A fala dessa mulher era tão eloquente que desejei saber mais.

Os textos desse livro curto foram escritos em sua coluna de opinião no jornal Correio Brasiliense durante sete anos e, apesar de alguns deles datarem do ano 2000, ouso dizer que são atemporais por trazerem questões históricas de muita luta e discriminação.

Eu jamais conseguirei ter os mesmos sentimentos de uma pessoa preta diante de tanta desigualdade e injustiça, mas por meio dos estudos dessa acadêmica tão acessível, é possível ter um olhar menos preconceituoso e mais dialógico sobre esses temas.

Recomendo a leitura; a Sueli é zica.
Juliane.Motta 30/04/2023minha estante
*Brown


Jéssica Maria 04/02/2024minha estante
Eu adoro essa entrevista. Ela não tem paciência e é muito direta sempre, assim como nos seus textos!




Paulinha 21/04/2024

Importante
Sueli carneiro debate temas importantes como o racismo e todas as suas consequências, no passado, e no que era o presente no ano de lançamento do livro.
Leitura importantíssima.
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William 20/03/2021

Uma coletânea de artigos que faz refletir sobre a nossa sociedade.
O livro é uma coletânea de artigos da autora Sueli Carneiro publicados na imprensa brasileira entre 1999 e 2010. Esses artigos nos leva uma reflexão profunda acerca dos problemas do racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. Os artigos de um modo geral são curtos, uma média de 3 a 4 páginas, contudo são bem escritos e profundos, muitas vezes apoiado com dados estatísticos. Os textos abordaram sobre a importância das cotas, a desigualdade do IDH entre brancos e negros, racismo e escola, a crueldade da meritocracia e muitos outros temas. É um livro que vale a pena ler, principalmente para aqueles que tem dúvidas nas políticas públicas que promovem o respeito dos direitos humanos e o combate às desigualdades.
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Edja 22/05/2020

Um dos melhores livros sobre essa temática. É uma verdadeira aula na luta contra o racismo numa linguagem simples, Clara e exata.
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Alexia201 13/11/2020

Um livro curto, com reflexões importantes, Sueli Carneiro é uma referência e a leitura desse livro nos permite iniciar a discussão sobre vários assuntos imprescindíveis sobre o que é ser negro no Brasil.
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Marina 27/03/2021

Simples e Atual
Sueli é cirúrgica em suas críticas que, embora datadas (são textos de sua coluna no jornal), refletem muito bem a realidade. O livro é riquíssimo, super crítico e, ao mesmo tempo, leve, com textos curtos. Recomendado!
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Sarah 16/03/2022

Nem sei muito bem o que colocar aqui, além de expressar minha tristeza com o quão pouco as coisas mudaram (na verdade, na atual balança estamos em queda livre). A Sueli tem uma escrita tão pé no chão, ao mesmo tempo esperançosa. Os dados são difíceis de engolir, de aceitar e mesmo assim são reais, e infelizmente ainda atuais.
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laurafontess 15/11/2021

Livro importantíssimo! Gostaria de ressaltar aqui as excelentes reflexões sobre os pontos positivos do governo Lula e como ele lutou muito e deu passos importantíssimos para combater a desigualdade no Brasil. Você gostando do Lula ou não, Inegavelmente, foi o único governo que houve o maior número de pessoas pretas ocupando cargos de poder. Gilberto Gil para a cultura; Marina Silva para o Meio Ambiente; Benedita da Silva para a pasta de Assistência Social. Além de criar a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial sob liderança de Matilde Ribeiro. A única parte ruim desse livro é que lí ele em 2021 e é muito triste fazer qualquer comparação com o governo atual.
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Laura 21/01/2022

A Queda da Democracia Racial
O livro apresenta um compilado de artigos produzidos por Sueli, em sua maioria para o Correio Brasiliense, publicados entre os anos 1999 a 2010 sobre a pauta racial. Dividido em temáticas específicas que transpassam a raça e cor, algo sobressai em todas as falas: a necessidade de criação de políticas específicas niveladoras que tomem por base a raça. Existem dois Brasis, e enquanto insistirmos no mito da Democracia Racial, estaremos sujeitando um desses Brasis à injustiça e violência da invisibilidade e do preconceito.
?Como há muito propunha o Movimento Negro Brasileiro, o Brasil descobre outro Brasil ao deparar com o problema do racismo e tentar solucioná-lo.? (p. 111)

Um livro curto, com apontamentos voltados à acontecimentos políticos e sociais da primeira década dos anos 2000, porém com problemáticas e implicações que vão além.

Que não esqueçamos, como bem disse a autora que ?diante da barbárie, a primeira vítima é a lucidez?.
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