Karen Silva 12/08/2015Qual seria a sua Confissão?A cada vez que a Colleen lança um livro, me vejo nessa situação: ansiedade pela certeza de que tudo que ela escreve é sucesso e emoção na certa. E Colleen, não é que você quebrou meu coração outra vez?!
Qual foi a minha surpresa ao, já nas primeiras seis páginas, me ver completamente entre lágrimas. Auburn teve um começo de vida muito difícil para alguém tão jovem, e foi justamente a sua idade que a fez perder toda a credibilidade por seu sofrimento. Acho que todos sabemos o quanto isso é irritante, huh?
“Há pessoas que você encontra e começa a conhecer, e há pessoas que você encontra e já conhece.” (Auburn)
Essa frase, citada duas vezes ao longo do livro, é o que descreve perfeitamente o relacionamento de Auburn e Owen desde o início. Mais literalmente para uma das partes do que imaginamos. Auburn precisa desesperadamente de um segundo emprego, e se vê parada em frente ao estúdio de Owen, que por sua vez, precisa de uma funcionária. Destino? Pois é, o senhor destino não veio pra brincar nesse livro, não. Parece que tudo foi perfeitamente arquitetado por ele.
Mesmo se conhecendo há tão pouco tempo, eles estabelecem uma conexão muito forte e verossímil. Mas, como se não tivesse um drama não estaríamos falando da CoHo, eles são impedidos de ficar juntos. Aí é que vem a segunda surpresa: ao contrário do que parece no início, o motivo que os separa é muito válido e próximo da nossa realidade. Em seu lugar, acredito que faria tudo muito parecido com o que a Auburn fez.
Owen Gentry tem tudo o que é preciso para se apaixonar: a intensa sensibilidade que só os artistas parecem ter. E aqui aparece a minha parte favorita do livro: as pinturas feitas por Owen (originalmente do ilustrador Danny O’Connor) são completamente impressionantes. Nunca fui muito ligada à arte, mas esses quadros me fizeram esquecer completamente da leitura original e só querer ficar olhando para eles, tentando desvendar os mistérios em cada traço preciso. E parecia que quanto mais eu olhava, mais emoções encontrava.
“Diga-me algo sobre você que ninguém mais sabe. Algo que eu posso guardar para mim.”
O trabalho do Owen se torna ainda mais especial pelo fato de que ele pinta os quadros inspirado nas confissões de pessoas anônimas que as deixam na entrada do estúdio. E que confissões! Ali encontramos o melhor e o pior do ser humano e, por muitas vezes, me assustei com o quanto me identifiquei com algumas das confissões (das melhores às piores). E me fez parar por alguns minutos e refletir: Qual é a minha confissão? O que há sobre mim que me faz enterra-lo bem lá no fundo por vergonha do que outras pessoas vão pensar? Para mim, essa foi a grande e maravilhosa proposta do livro.
Um livro doce e sensível, que nos ensina a importância de fazer sacrifícios pelo que realmente importa. Só deixou a desejar no fim. Acredito que poderia ter algumas (20?) páginas a mais para que desfecho fosse mais tranquilo e perfeito.
Obs.: TODAS as confissões que aparecem no livro são reais. A Colleen pediu que seus fãs enviassem declarações anônimas contando segredos que ninguém mais saberia. Agora que sei disso estou mais assustada ainda! Rs