Luiza Helena (@balaiodebabados) 05/07/2016Originalmente postada em http://balaiodebabados.blogspot.com.br/“Me diga algo sobre você que ninguém mais sabe”*
Eu nunca pensei que a CoHo poderia me fazer sofrer mais do que sofri em O Lado Feio do Amor. Pois lá vai a mulher e me escreve Confess.
Auburn Reed é uma mulher de 20 anos que se muda para Dallas, com alguns planos traçados. Quando ela se vê precisando de um pouco mais de dinheiro, ela aceita um emprego na galeria de artes de Owen Gentry.
Os dois se envolvem rapidamente, mas, por conta de alguns segredos dos passados de ambos, eles tem de se afastar para não prejudicar o futuro de cada um. Mas será que o destino vai deixar isso acontecer?
Em Confess eu sofri do começo ao fim como em O Lado Feio do Amor, mas por motivos diferentes. Os dois têm um passado trágico - que não irei falar o que é pois são confissões de ambos durante a leitura. Maaaaaas, não se engane que nesse passado reside alguém que partiu o coração deles e que eles têm medo de se entregar de novo e aquele blá blá blá todo. Auburn e Owen perderam pessoas importantes em suas vidas e a consequência dessa perda permanece até hoje. O que me fez sofrer nesse livro foi o sacrifício que ambos fazem - principalmente Owen - para que possam reparar essas perdas algum dia.
Eu li algumas resenhas comentando que Auburn e Owen se apaixonaram rápido demais. Não é segredo de ninguém que eu abomino isso numa história, mas aqui eu não acho que eles se apaixonaram rápido demais. Eu acho que eles tiveram uma conexão que se transformou em algo a mais.
Eu acredito que, para cada pessoa desse mundão, assim como você e eu, existe alguém que você tem uma conexão que é difícil de explicar, uma pessoa que te entende melhor do que sua própria família algumas vezes. Sabe aquela expressão “parece que se conhecem desde sempre”? Aquele seu amigo que, só com uma troca de olhares, já entende tudo? Aquela amizade que nasceu do nada e que hoje é uma das melhores coisas da sua vida? Então, esse tipo de conexão.
Eu não me sinto perdida com ele, nem um pouco, porque é a primeira vez que sinto como se alguém realmente tivesse me achado.*
Não necessariamente essas pessoas terminam em algum relacionamento amoroso - essa conexão pode nascer entre amigos, pais/mães com filhos/filhas, avós/avôs com seus netos/netas e por aí vai. Resumindo, estamos destinados a encontrar alguém que nos entende, sem julgar e nem recriminar. Então, eu acho que isso que aconteceu com Auburn e Owen. O que ocorreu de primeira foi essa conexão que, mais tarde, se transformou em amor.
“Existem pessoas que você encontra e começa a conhecer e existem pessoas que você encontra e já conhece”*
O que completa o livro são as confissões, vindas de alguns leitores anônimos, e as pinturas inspiradas por elas, feita pelo artista Danny O’Connor. Eu sou uma pessoa muito tapada quando se trata de pinturas e mal sei as famosas, como Capela Sistina, Última Ceia, Mona Lisa e por aí vai, mas gente… As pinturas desse livro dá vontade de pegar todas e pendurar na parede do quarto. Uma mais linda que a outra. Essas duas abaixo são as minhas preferidas. (Não vou dizer a que confissões pertencem. Descubram por vocês mesmos)
Sobre as confissões, eu achei bem interessante esse aspecto no livro. Tem algumas confissões bem fofas e que te fazem pensar que a humanidade ainda tem conserto. Mas tem algumas que me fizeram entender porque Owen as coloca numa caixa na qual ele nunca mais quer ler.
“‘Toda vez que como fora, eu pago a refeição de alguém secretamente. Eu não posso me permitir isso, mas eu faço porque me faz sentir bem imaginar o que aquele momento deve ser para eles, saber que um completo estranho acabou de fazer algo por eles sem esperar algo em troca’”*
Só teve uma coisinha que eu não gostei. Eu acho que Colleen deveria ter escrito o Owen confessando seu maior segredo para Auburn. Fiquei super curiosa pra saber como seria a reação dela. Tenho certeza que seria bem emocionante. Mas, como ele mesmo disse, essa não era uma confissão dele para ele falar, apesar de ter moldado todo o futuro dele.
O final é um dos finais mais lindos que já li em toda a minha vida. Assim como o prólogo. Não tem como você não deixar de ser tocado por essas duas partes do livro. Fora que quase no final tem uma reviravolta que você não esperava, mas fica torcendo pra tudo dar certo.
Confess é um livro sobre conexões e confissões. Mesmo não querendo, confessar algo pode fazer com que sua vida se torne bem melhor e alivia o peso do passado.
* Traduções feitas por mim
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