Resenhas - A lógica da pesquisa científica

Eduardo.Tanoue 05/11/2016

leitura obrigatória para cientistas
Poucos são aqueles que trilharam o caminho de um doutorado em Ciências. Menos ainda, aqueles que leram este livro. Em uma frase "aprendida" durante meu mestrado, consigo resumir esse livro: "os brasileiros aprenderam a publicar. Agora, precisam aprender a fazer Ciência." OBS.: É bem verdade que precisei ler esse livro umas 3 vezes (rs)!

Anne10ssica 25/02/2021

Um livro extremamente necessário.
Esse livro me ajudou a corrigir uma porção de pensamento equivocado que eu tinha sobre ciência e métodos científicos. Eu demorei bastante pra terminar, porque pra mim foi bastante confuso no início. Alguns conceitos filosóficos eu não conhecia, mas o pouco que consegui captar já foi muito esclarecedor.
Quero voltar a ler esse livro em um futuro próximo.
Se você, assim como eu, não estuda filosofia, talvez seja mais interessante ler alguns tópicos isolados do livro ao invés de meter a cara e ler por inteiro.

Romeu Felix 06/07/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"A lógica da pesquisa científica", escrito por Karl Popper, é uma obra seminal que revolucionou a filosofia da ciência. Publicado originalmente em 1934, o livro se tornou um clássico e continua sendo uma referência fundamental para cientistas e filósofos interessados em entender a natureza e os métodos da pesquisa científica. Esta edição de 2000, publicada pela editora Cultrix, apresenta uma tradução em português que permite aos leitores de língua portuguesa acessar as ideias brilhantes de Popper.

Popper desenvolve sua visão sobre a natureza da ciência em contraste com outras teorias predominantes em seu tempo, como o empirismo e o positivismo lógico. Ele argumenta que o critério fundamental para demarcar a ciência é a falsificabilidade, ou seja, a capacidade de submeter as teorias científicas a testes rigorosos e, potencialmente, refutá-las. Para Popper, uma teoria científica deve ser formulada de maneira a ser possível encontrar observações que a contradigam, tornando-a sujeita a críticas e revisões constantes.

O livro está dividido em três partes principais. Na primeira parte, Popper introduz sua concepção de falsificabilidade e apresenta sua crítica ao método indutivo, argumentando que a ciência avança por meio de conjecturas e refutações, em vez de inferências indutivas baseadas na mera observação de fatos.

Na segunda parte, Popper discute a metodologia científica e a questão da verificação e confirmação das teorias. Ele rejeita a ideia de que as teorias científicas podem ser confirmadas ou provadas de maneira definitiva, argumentando que apenas podemos fornecer evidências em seu apoio ou refutação. Essa visão, conhecida como falsificacionismo, tornou-se um pilar central na filosofia da ciência e influenciou gerações de cientistas e pesquisadores.

Na terceira parte, Popper aborda questões mais amplas, como a demarcação entre ciência e pseudociência e a relação entre a ciência e outros domínios do conhecimento, como a metafísica. Ele defende a importância de manter um rigor crítico e uma postura aberta ao debate racional na investigação científica, enfatizando a necessidade de uma comunidade científica ativa e engajada na busca da verdade.

"A lógica da pesquisa científica" é uma obra desafiadora e estimulante, que oferece uma visão profunda sobre a natureza da ciência e os métodos de investigação científica. O estilo de escrita de Popper é claro e acessível, o que torna o livro acessível tanto para acadêmicos quanto para leitores interessados em ciência e filosofia. Sua abordagem crítica e sua defesa da abertura à refutação moldaram o pensamento científico e continuam a ser relevantes até os dias de hoje.

Em resumo, "A lógica da pesquisa científica" éum livro essencial para quem deseja compreender a metodologia e a filosofia subjacentes à pesquisa científica. Karl Popper apresenta argumentos convincentes em favor da falsificabilidade como critério fundamental para distinguir a ciência de outras formas de conhecimento. Sua abordagem rigorosa e crítica desafia concepções estabelecidas e incentiva uma postura aberta ao debate e à revisão das teorias científicas. Essa obra continua sendo um clássico e uma referência indispensável para aqueles interessados em filosofia da ciência e no processo de descoberta científica.
Por: Romeu Felix Menin Junior.

Elias.Fernando 11/03/2020

Falseabilidade e outras tantas coisas
Em alguns momentos me obrigo a ler coisas dificeis. As vezes dá certo e entendo e aprendo muito, mas as vezes dou um azar de ler coisas que sem uma grande bagagem anterior fica quase impossível de prosseguir com a leitura. O livro do Popper se encaixa na segunda opção. Eu ainda me obriguei a ler até o final por brio e teimosia. É uma leitura muito específica e quem for ler precisa ter um bom domínio de lógica, epistemologia e saber um pouco sobre as discussões mais gerais da física. Eu já li alguns livros sobre física e ciência em geral, mas nem de longe foi o suficiente pra encarar uma leitura desse nível. É claro que a ideia central é de fácil entendimento, ele diz tudo o que se precisa fazer para fazer ciência, como uma teoria deve ser falseável, mas aprofunda isso em minúcias que pra quem não precisa fazer uma análise ou um trabalho acadêmico que envolva os detalhes que ele denota se torna um tanto irrelevante. O livro é ótimo para o que se propõe, para quem entende bem sobre o assunto e precisa estudá-lo. Para nós, curiosos, é pouco proveitoso. Talvez tenha livros dele que sejam menos desafiadores que esse. Apesar do livro ter mais de 500 páginas ele acaba lá pela página 315 e continua com apêndices infinitos e notas. Quando encerrei o livro eu desisti de tentar encarar os apêndices. Sigo me desafiando a ler coisas dificeis, mas para ler este e absorver a informação com qualidade é preciso uma boa base teórica específica. Boa sorte pra quem quiser tentar.