A Estrutura das Revoluções Científicas

A Estrutura das Revoluções Científicas Thomas Kuhn




Resenhas - A Estrutura das Revoluções Científicas


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vagnerrg_ 01/01/2022

Queria finalizar o ano com mais uma leitura desse livro. Tive tempo e consegui fazer a leitura da maneira que mais gosto: bem aos poucos, sem pressa alguma, aproveitando bem cada parágrafo.

Kuhn tem sido um companheiro de longa data. Foi com esse livro que comecei a brincar de fazer filosofia e tentar compreender o mundo e o mundo que há em mim. Foi nesse livro que consegui compreender que há uma dimensão no fazer científico que faz toda a diferença: a dimensão política.

Kuhn me fez compreender, por meio desse livro, que ciência é também espaço para as subjetividades e não há como eliminar esse traço, nem no fazer mais positivista possível, porque até mesmo aí subjaz uma escolha subjetiva.

Ciência se faz com pessoas; em comunidades; com revisão por pares; de forma transparente; com dados corroborados em percepções coletivas; com discussão; com consenso; com dissenso; com falha; com revolução.

Imperfeita como é, ciência é o que temos para nortear nossas buscas para a compreensão do mundo e do mundo que há em nós. Lutemos em defesa dos valores científicos. Foi graças à ciência que estamos vivos e vacinadxs.

Mais um ponto para nota:
Acho que 2021 foi o ano em que mais li na minha vida, tô tão feliz com isso; os livros foram refúgio e me ajudaram a entender muitas, mas muitas coisas.
Que em 2022 possamos continuar experimentando o doce e amargo sabor das escolhas racionais e muitas leituras.
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Romeu Felix 06/07/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"A Estrutura das Revoluções Científicas" é um livro clássico escrito pelo historiador e filósofo da ciência Thomas Kuhn. Publicado originalmente em 1962, o livro se tornou uma referência fundamental para compreender a dinâmica e o desenvolvimento da ciência ao longo do tempo. Essa edição, lançada em 2017 como parte da coleção Debates pela editora Perspectiva, mantém a relevância e a importância da obra para estudiosos e entusiastas da filosofia da ciência.

O livro de Kuhn apresenta uma análise revolucionária sobre a natureza e a progressão do conhecimento científico. O autor propõe o conceito de "paradigma", que são as estruturas de pensamento, teorias e métodos aceitos por uma comunidade científica em determinado período. Kuhn argumenta que a ciência não avança de forma linear e acumulativa, como sugerido pelo modelo tradicional do progresso científico, mas sim através de "revoluções científicas" que ocorrem quando um paradigma estabelecido é substituído por um novo.

Ao longo do livro, Kuhn analisa estudos de caso históricos, como a revolução copernicana e a revolução newtoniana, para ilustrar como as mudanças paradigmáticas ocorrem e influenciam o desenvolvimento da ciência. Ele destaca a importância das crises e anomalias dentro de um paradigma existente, que eventualmente levam à emergência de um novo paradigma que melhor se ajusta aos fenômenos observados.

Kuhn também discute a natureza social e psicológica da ciência, enfatizando que os cientistas são influenciados por fatores além da evidência puramente objetiva. Ele argumenta que a ciência é uma atividade humana e, como tal, está sujeita a questões de poder, interesses pessoais e contexto social.

Uma das contribuições mais importantes de Kuhn é sua desconstrução da visão tradicional de progresso científico como um processo cumulativo e linear. Ele desafia a ideia de que a ciência avança gradualmente, e em vez disso, argumenta que as revoluções científicas ocorrem quando ocorrem mudanças fundamentais nos paradigmas estabelecidos. Essa perspectiva trouxe uma nova compreensão da dinâmica da ciência e influenciou profundamente a filosofia e a sociologia da ciência.

"A Estrutura das Revoluções Científicas" é um livro denso e desafiador, mas Kuhn apresenta suas ideias de forma clara e acessível. Ele fornece uma análise profunda e abrangente da evolução da ciência, oferecendo insights valiosos para cientistas, filósofos e estudiosos interessados na natureza do conhecimento científico.

Essa edição da coleção Debates, lançada pela editora Perspectiva em 2017, proporciona aos leitores de língua portuguesa uma oportunidade única de acessar essa obra clássica de forma atualizada e com uma tradução cuidadosa.

Em resumo, "A Estrutura das Revoluções Científicas" é um livro seminal que revolucionou a compreensão da ciência e do progresso científico. Thomas Kuhn desafia concepções tradicionais e apresenta o conceito de paradigmas, argumentando que as revoluções científicas ocorrem quando paradigmas estabelecidos são substituídos por novos. Sua análise histórica e sociológica da ciência oferece uma visão crítica e profunda do desenvolvimento do conhecimento científico. Essa obra continua sendo uma referência indispensável para estudiosos e interessados na filosofia da ciência e no processo de transformação da ciência ao longo do tempo. A edição da Perspectiva permite que o público de língua portuguesa tenha acesso a essa importante obra.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Kevin 18/07/2020

Essencial
A Filosofia da ciência, as revoluções científicas e a sua necessidade, que mudam nossas concepções de mundo, os paradigmas, enfim, são discussões presentes e importantes. O que vemos depende daquilo que o mundo e a experiência nos ensinou a ver, com o tempo e habilidades adquiridas tendemos a enxergar o mundo com os olhos dos cientistas. No mais, os paradigmas de Kuhn e a sua contribuição para o entendimento da história da ciência são importantes para estudiosos e interessados de qualquer área do conhecimento.
Giulipédia 18/07/2020minha estante
Tenho vontade de ler esse livro, estudei um capítulo dele em uma aula na faculdade sobre história da ciência e ele me despertou mt atenção, nunca tinha parado p pensar sobre oq leva as revoluções científicas a acontecerem!


Kevin 18/07/2020minha estante
Vale muito a pena, além de ser um livro muito bom, é de fácil entendimento. Acho muito interessante ler também os do Karl Popper, do choques culturais enquanto "avanço" científico, etc., sobretudo quem tem interesse em história e filosofia da ciência. É bem legal várias nuances que o Kuhn traz, a afeição para com novas teorias, os valores e crenças dos sujeitos, após revoluções reagimos em um outro mundo, bem interessante, vale dar uma lida e não é um livro grande, é uma leitura agradável.


Giulipédia 18/07/2020minha estante
Mt obgda pela indicação, vou procurar ler sim! ??




Larissa1313 29/01/2022

Bom
Kuhn traz diversos questionamentos a cerca das revoluções científicas, questionamentos dos quais muitas vezes estão ali na nossa frente e deixamos passar despercebidos.

Gostei bastante de como ele nos induz a pensar sobre um determinado assunto e vai trazendo algumas respostas aos poucos, só senti falta do Kuhn trazer mais um pouco acerca do ponto de vista dele e de responder mais a fundo alguns questionamentos feitos por ele mesmo.
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Marcos606 15/02/2024

A Estrutura das Revoluções Científicas, argumenta que a pesquisa e o pensamento científicos são definidos por “paradigmas”, ou visões de mundo conceituais, que consistem em teorias formais, experimentos clássicos e métodos confiáveis. Os cientistas normalmente aceitam um paradigma prevalecente e tentam alargar o seu âmbito refinando teorias, explicando dados intrigantes e estabelecendo medidas mais precisas de padrões e fenômenos. Eventualmente, porém, os seus esforços podem gerar problemas teóricos insolúveis ou anomalias experimentais que expõem as inadequações de um paradigma ou o contradizem completamente. Esta acumulação de dificuldades desencadeia uma crise que só pode ser resolvida por uma revolução intelectual que substitua um velho paradigma por um novo. A derrubada da cosmologia ptolomaica pelo heliocentrismo copernicano e o deslocamento da mecânica newtoniana pela física quântica e pela relatividade geral são exemplos de grandes mudanças de paradigma.

Assim o livro questiona a concepção tradicional do progresso científico como uma aquisição gradual e cumulativa de conhecimento baseada em estruturas experimentais racionalmente escolhidas. Em vez disso, ele argumenta que o paradigma determina os tipos de experimentos que os cientistas realizam, os tipos de perguntas que fazem e os problemas que consideram importantes. Uma mudança de paradigma altera os conceitos fundamentais subjacentes à investigação e inspira novos padrões de evidência, novas técnicas de investigação e novos caminhos de teoria e experiência que são radicalmente incomensuráveis ​​com os antigos.
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@lusantana.psi 05/07/2020

Repensando a ciência.
Não me envergonho e confesso, demorei anos para ler este livro do Thomas Khun - um pensador (físico, filosófico e historiador), sem dúvida, a frente do seu tempo.

Se você não é filósofo nem historiador esteja disposto a lidar com a própria ignorância em alguns momentos - pelo menos eu tive dúvidas sobre meu coeficiente de inteligência por várias vezes.Talvez, por isso, tenha procrastinado tanto na leitura.

O autor, apesar de ter escrito o livro em meados do século XX, tem uma linguagem agradável. A questão é que o tema é complexo mesmo. E o pior ocorre, na minha opinião, quando Khun decide trazer luz à sua exposição citando exemplos da química, física ou astronomia, o que mais me confundiu do que elucidou (mas sei que os bons entendedores entenderão).
 
Ele transita historicamente por fatos científicos muito relevantes, passando, por exemplo, de Aristóteles, a Newton, até a Einstein, para justificar sua hipótese, que considero central, de que a ciência não avança de forma evolutiva, mas disruptivamente, por revolução.

Neste sentido, ele esboça que a ciência normal acomoda-se a determinados paradigmas (o termo proposto por ele que mais gerou polêmica, sendo, no entanto, o que mais me encantou), trabalhando a partir dos seus manuais para sustentar o status-quo da comunidade científica em questão.

O objetivo da ciência normal não é inovar, mas resolver problemas - fazendo uma analogia às palavras-cruzadas, quebra-cabeças e sudoku.

A questão é que, em alguns momentos, falhas na teoria surgirão, algumas peças não se encaixarão, e os cientistas tentarão, com toda força de sua fé na sua ciência, ignorá-las, minimizá-las, revolvê-las.

Mas, como guardar poeira debaixo do tapete dá rinite, os estudiosos que, no geral, não fazem parte da comunidade em questão, enxergarão para além dos manuais e não tolerarão o aglomerado de anomalias identificadas. A teoria será objeto de severa crítica. A crise será, então, instalada.

E isso é lindo! Pois, tanto para o senso comum, como para a ciência, mudança gera sofrimento, claro, mas também gera desenvolvimento. Uma crise envolve um período de pesquisa extraordinária, mais do que o normal, um novo paradigma surgirá, com respostas antes não imaginadas.

Ele sugere que sem esse padrão de anomalia - crise e novo paradigma - estaríamos atolados na lama. Não
conseguiríamos novas teorias que respondessem de forma mais adequada aos problemas levantados.

Quando um novo paradigma surge avançamos, até que a nova descoberta seja questionada. E novos paradigmas venham resolver ainda melhor os novos quebra-cabeças.
                
Assim caminha a ciência.
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mbpedago 21/07/2010

A dinâmica do conhecimento
Esta obra pode ser considerada um marco na discussão da ciência e da compreensão da evolução histórica (e dinâmica) do conhecimento, tomando como referência os "paradigmas" e as "revoluções". Muitas vezes questionado pela tendência ao subjetivismo/relativismo por muitos especialistas, acredito que, primeiramente, a leitura integral da obra seja de fundamental importância para constatar os equívocos destas afirmações, bem como a edição do livro lido, traz um posfácio visando, justamente,apontar para as lacunas, as questões delicadas em que repousaram a crítica, reflexões sobre o conjunto da obra e as suas lacunas.

Na INTRODUÇÃO da obra, Kuhn (2007)procura evidenciar o papel da história e, portanto, da sua dinâmica na produção do conhecimento; de modo que faz uma crítica aos manuais científicos (e aos usos equivocados dos mesmos) que tratam a evolução do conhecimento de forma sobreposta.

No CAPÍTULO UM o autor busca descrever os primeiros estágios de desenvolvimento cinetífico, pela competição, a observação e o método, as concepções científicas.

Entre os CAPÍTULOS DOIS A QUATRO kUHN (2007) reflete sobre a arbitrariedade científica, perpassando pelas comunidades científicas, a formação profissional, os sistemas rígidos/rigorosos quanto aos pressupostos científicos.

Na sequência, os CAPÍTULOS DE CINCO A SETE, o autor faz um defesa a concepção de mundo no campo científico, bem como defende a necessidade do ensino da "ciência normal" (conhecimento acumulado), uma vez que será por meio dela que ocorrerá as "revoluções científicas" que ssão tratadas de forma aprofundada nos CAPÍTULOS OITO e NOVE. Nestes dois últimos capítulos, Kuhn (2007) estabelece o movimento do progresso alcançado pelas revoluções científicas que não significa apenas a contraposição entre a "ciência normal" (antiga) e a nova, oriunda das revoluções, mas na necessidade criada a partir das revoluções em rever toda a teoria/conhecimento produzido anteriormente.

Já no CAPÍTULO DEZ, o autor procura demonstrar que o reconhecimnto das revoluções nem sempre são fáceis, inclusive dado a competitividade que emerge entre o "velho"/ciência normal e o "novo"/revoluções, cujo movimento é descrito no CAPÍTULO ONZE. Dessa forma, no CAPÍTULO DOZE, Kuhn (2007) busca demonstrar a dinâmica entre as revoluções e o progresso científico.

Acredito que a leitura integral da obra seja de fundamental importância para compreender a filosofia e a história da ciência em seu movimento dinâmico, compreendendo as relações entre os paradigmas (velhos e novos)e as revoluções científicas que permitem o progresso. Recomendadíssimo !

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Breno.GAmez 30/03/2022

A obra de Kuhn apresenta uma nova forma de pensar a ciência e sua evolução, apresentando novas questões e revisitando discussões de outros autores. O autor apresenta a forma como enxerga a criação e manutenção da ciência.
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Itin | @merasliteratices 29/06/2020

Um clássico da filosofia da ciência que norteou os debates científicos no século XX.
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É muito difícil falar sobre um livro de filosofia, quanto mais de um clássico, mas em suma Thomas Kuhn apresenta aqui o que ele chama de ciência normal: a prática de resolver problemas, orientada por um paradigma: um conjunto de ideias (regras) compartilhado por todo o corpo científico, e mostra que a revolução ocorre quando um paradigma mostra lacunas e falhas e precisa ser substituído.
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Como em todo debate filosófico, Kuhn encontrou opositores e teve que lidar com problemas próprios de seu texto (como a definição exata do que é um paradigma), além de ter passado pelas revoluções de que tanto fala e ver o mundo dá ciência mudar radilcamente ao longo do século. Passar por toda a problemática trazida no livro requer um aprofundamento filosófico acurado, mas o fato é que o debate é atual. Os pararadigmas ainda são a base de conhecimento motriz para as todas as pesquisas das chamadas "ciências normais" , e as lacunas continuam surgindo...
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Como uma boa obra filosófica sua grande contribuição é com reflexões: o que é ou não ciência? Quais paradigmas orientam minha pesquisa? Estamos presos à eles, num ciclo de resolução de quebra cabeças sem a possibilidade de descobrir algo novo? Uma vez que todos os paradigmas, hoje descartados, foram satisfatórios nos problemas que se propuseram a resolver, como podemos ter certeza que tudo o que sabemos hoje é o real???
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Essas e inúmeras outras questões são levantadas por Kuhn, um debate "atual" mas que já está imortalizado nos anais da história. E mais uma vez: é um livro muito mais fácil para ficar pensando sobre suas implicações, do que escrever sobre ele, então termino por aqui!
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CarolCastro 12/06/2012

Interessante, porém repetitivo demais.
Bruno Oliveira 01/11/2012minha estante
Hahaha, é muito engraçado ler esse tipo de comentário.

Quando li o Descartes antes da faculdade lembro que achava redundante as explicações que ele dava e em seguida apresentava de outro modo a mesma coisa.

Na filosofia, porém, como os assuntos são tratados em profundidade, é preciso que cada tema seja bem explorado, de modo a deixar a menor quantidade de dúvidas possíveis sobre o assunto. Por isso eles são pisados e repisados. Algo que eu não sabia na época e vejo agora expresso no seu comentário (sem demérito).



CarolCastro 01/11/2012minha estante
Então, eu acho que para um aluno de primeiro período cursando engenharia o livro se torna extremamente cansativo, visto que todos provavelmente estão desesperados com cálculos e etc. Talvez se fosse ler hoje eu não pensaria assim, porem não tenho vontade de ler novamente hahaha




Tiffany 11/08/2022

Interessante
Gostei que esse livro é bem didático, mas o problema é que, assim como a maioria dos livros científicos que ando lendo, ele é bem denso e as vezes enfadonho.
Em alguns momentos consigo ler várias páginas e acompanhar o raciocínio de Kuhn, em outros eu me perco em detalhes tão pequenos.
De qualquer forma é um livro incrível para entender mais de ciência, paradigmas, revoluções e principalmente sobre o papel do cientista na sociedade contemporânea. Gostei bastante
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Ana Ruppenthal 30/09/2017

Em sua obra “A estrutura das Revoluções científicas”, de 1962, Tomas Kuhn pretendia rever as concepções de ciência aceitas até então, através de uma perspectiva da Filosofia da Ciência. Tendo ele ingressado na carreira científica como físico, mas posteriormente se interessado pela História da Ciência, Kuhn começou a perceber os entraves que a ciência da maneira tradicionalmente aceita fazia ao progresso, criando, então, as definições de revolução científica, ciência normal e paradigma.

Primeiro, Kuhn faz referência ao que vem a ser chamado de ciência normal, que seria o período em que os cientistas concordam acerca dos fundamentos de sua disciplina e o grosso de seu trabalho se dá no sentido de articular esses fundamentos e de ampliar a sua aplicabilidade. É o estágio da produção científica – qualquer que seja a ciência – em que há uma harmonia entre os fundamentos vigentes, estes pouco conflitando, mas tampouco suscitando poucas dúvidas, até o momento em que surjam proposições que a ciência normal, com seu paradigma, não seja capaz de solucionar.

Assim, surge a revolução científica. Pode-se entender revolução científica como “configuração mais ou menos constante de elementos que motivam e operam as mudanças mais radicais na história da ciência”. É certo que o autor se foca mais entre as fases pré-paradigmáticas (que é a fase em que a ciência ainda não tem um método ou modelo definido, muitas vezes nem chegando a se constituir em ciência propriamente dita) e paradigmáticas (que são as fases das ciências instituídas e regulares) das ciências chamadas naturais, pouco dispondo sobre as mudanças de paradigmas dentro das ciências já instituídas, sendo as naturais ou não, mas a aplicação e interpretação é a mesma. “No período de revolução científica, acontece o debate entre alternativas rivais, no qual os participantes de cada escola baseiam seu discurso em conjunturas de diferentes discursos”. Em outras palavras, “as revoluções científicas são episódios que dependem da seguinte configuração de acontecimentos seqüenciais: ciência pré-paradigmática (atividades desorganizadas), ciência normal, época de crise, ciência extraordinária, revolução científica e, por fim, um novo período de ciência normal e o conseqüente reinicio cíclico do mesmo percurso. O conteúdo de cada revolução científica é, obviamente, específico de cada ciência particular”.

Por conseguinte, o que a ciência pós Kuhn tanto instou em chamar de “paradigma” pode ser definido como o modelo, o padrão ou o conjunto de preceitos a serem adotados e aceitos pela comunidade do grupo científico de uma determinada doutrina científica. Embora o próprio Kuhn em sua obra não tenha delimitado sua definição, dando amplas interpretações ao termo, a acepção mais difundida pelos intérpretes de Kuhn é de que o paradigma seria um exemplar, um modelo a ser seguido. “Um paradigma fornece, pois, os fundamentos sobre os quais a comunidade científica desenvolve suas atividades. Um paradigma representa como que um “mapa” a ser usado pelos cientistas na exploração da Natureza”.

Antes das teorias de Kuhn, a praxe no desenvolvimento das ciências e na teoria do conhecimento, tendo base nas teorias de Wittgenstein, “para entender a atividade denominada ciência, mais valia entender sua prática que buscar uma fugidia estrutura lógica subjacente a toda teoria que se intitulasse científica”. E para Polany e Gombrich, a atividade científica “baseava-se em uma série de princípios, os quais jamais chegavam a ser enunciados – conhecimento que se baseia na ação”.
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prof.vinic 16/07/2009

Interessante, útil e complexo!
Acho que estas palavras traduzem tudo que posso dizer sobre este livro. Realmente aborda um tema importante de grande interesse pessoal para mim, ou melhor profissional. Daí sua utilidade. Porém vários trechos apresentam grande complexidade, especialmente nos termos novos sugeridos pelo autor. Após uma leitura mais detalhada, fica difícil não concordar com os pontos do autor, não digo todos, mas a forma de como encarar a evolução científica como um todo, para mim até agora é a melhor Popper que me desculpe.
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Graciano 03/03/2014

Escrita intruncada
O livro tem um estilo diferente do usual, talvez seja filosófico. As frases são extensas e o raciocínio não é direto. O inicio dos capítulos iniciais em geral se destina a definir alguns termos, antes de expor a opinião do autor sobre o assunto em si.
Cita vários exemplos históricos que ajudam muito a ilustrar a sua teoria.
O ultimo capitulo é esclarecedor e torna como o raciocínio do autor é conciso.
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Israel145 31/12/2015

A história da ciência é permeada das mais estonteantes reviravoltas, acidentes, coincidências e uma boa dose de sorte. As reviravoltas estonteantes registradas nos séculos e conhecidas por nós derrubam o Status Quo de uma época e inauguram uma nova, e consequentemente a maneira de vermos o mundo. O mundo então passa a se comportar de uma maneira totalmente nova. E a fazer sentido, por mais exdrúxula que possa ser essa constatação. Quando Galileu propôs o movimento orbital da terra, quando Copérnico estabeleceu a teoria do Heliocentrismo, quando Newton estabeleceu suas leis, quando Einstein escreveu seu tratado sobre a relatividade e dentre inúmeros outros exemplos que poderiam ser citados, vemos a substituição de velhas ideias por novas e revolucionárias concepções.
Partindo desse princípio, Thomas Kuhn disseca o que ele batiza de Paradigmas e seu papel na revolução científica. De forma sistemática, ele varre a história da ciência citando casos e mais casos, abordando novos e velhos pensamentos e estabelecendo um conceito que iria se entranhar na sociedade moderna: ciência é a derrubada de paradigmas.
O livro é de um linguajar de altíssimo nível. Em alguns momentos a linguagem cansa e se torna repetitiva em vários momentos. Seguir o raciocínio do autor não é fácil. Seu texto aborda temas como o surgimento das crises e a evolução das ciências com elas, as anomalias e a descoberta de novas teorias, o resultado das revoluções científicas no cotidiano e dentre vários outros sempre tendo o rompimento, a mudança e a quebra de pensamentos antigos pelos novos e todo o impacto decorrente disso nas sociedades.
Apesar de ser um livro de leitura rígida é de extrema importância para quem pretende seguir carreira acadêmica e ajuda a entender o papel da pesquisa nos passos iniciais das novas descobertas. Altamente recomendado.
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