Terapia do Esquema

Terapia do Esquema Jeffrey E. Young...




Resenhas - Terapia do Esquema


5 encontrados | exibindo 1 a 5


Nina 16/11/2021

Ótimo livro
Para psicólogos e terapeutas, até psiquiatras é um ótimo livro, foi de fácil entendimento e conteúdo muito completo. Fácil de rever e fui fazendo várias anotações, fui fazendo sua leitura junto com minhas aulas de formação em esquemas e achei muito bom! Não sei como seria a leitura sem as aulas. Recomendo.
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Rodrigo 01/04/2021

Interessante
Uma nova abordagem de terapia. Direta, objetiva, onde vc coloca o pacte num patamar onde ele pode olhar para os problema por igual. Assim buscando uma resolução prática e eficaz.
Leitura recomendada.
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Pâm 13/04/2021

Maravilhoso!
Pra quem trabalha e estuda a Terapia do Esquema acredito que esse é um dos livros principais sobre o tema. Apesar de ser um livro "técnico" (digamos assim), ele é super fluído, de fácil leitura e com muitos exemplos dos atendimentos feitos pelo Jeffrey Young, o que eu particularmente gosto muito. É um livro que os profissionais devem ter e consultar, sempre que necessário. Fala sobre os esquemas, os modos esquemáticos, as perpetuações dos esquemas, as estratégias de tratamento e dificuldades que poderão ser encontradas no decorrer da terapia. Há também tabelas bem explicativas e capítulos específicos sobre o tratamento para TP Borderline e TP Narcisista.
Super completo!
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Carla.Parreira 27/10/2023

Os traços disfuncionais fazem parte da própria construção da personalidade e da identidade do indivíduo. Os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) estão no centro dos transtornos de personalidade, sendo mais rígidos e difíceis de ser modificados. São basicamente resultantes de necessidades emocionais centrais para a criança que de alguma forma não foram atendidas, como a necessidade de um apego seguro, de afeto, carinho, estabilidade, das noções de autonomia e competência, de liberdade para expressão das emoções, da espontaneidade, do brincar e de limites adequados. A criança desenvolve expectativas resultantes da natureza de suas relações com as figuras de apego. Esses modelos ajudam a interpretar e a manter uma consistência das cognições acerca do mundo interno e externo. Como o comportamento e o caráter do indivíduo são guiados por ele, muitas vezes esse modo de ser é tudo o que ele conhece para se estabelecer nas relações com as mais diversas áreas de sua vida. Os esquemas seriam algo quase in questionável, sendo uma verdade, a priori, natural. Por mais que sejam disfuncionais para os outros, são familiares ao indivíduo, podendo fazer com que sejam recriadas na vida atual condições semelhantes às que foram ?nocivas? na infância e participaram da geração desses esquemas. Os EIDs, apesar de serem inicialmente adaptativos, acabam deixando de ter um caráter transitório para se tornarem um padrão de comportamento, envolvendo não apenas as cognições como também as memórias afetivas, corporais e as emoções. As formas de resposta à ameaça, são basicamente de três tipos em todos os organismos: luta, fuga ou congelamento. No contexto da infância, um EID representa também uma ameaça, que é caracterizada pela frustração das necessidades emocionais da criança. Podemos classificar então, três estilos de manejo (coping styles) para lidar com os esquemas: supercompensação, evitação e rendição. O comportamento não é o esquema e, sim, a maneira utilizada pelo paciente para lidar com ele. Há 18 Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) que agrupam-se em cinco categorias amplas, chamadas por ele de Domínios de Esquema e que correspondem às necessidades não atendidas da criança em seu período de desenvolvimento.
São eles:
Supervigilância e inibição: em função de uma educação rígida, repressora, na qual não houve possibilidade de expressar suas emoções de maneira livre, os indivíduos com esquemas ligados a esse domínio são geralmente tristes e introvertidos, com regras internalizadas excessivamente rígidas, autocontrole e pessimismo exagerados e uma hipervigilância para possíveis eventos negativos. Os esquemas que aqui se apresentam são: negativismo/pessimismo, inibição emocional, padrões inflexíveis, caráter punitivo.
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Desconexão e rejeição: ligado às falhas de vinculação segura com o outro, de carinho, de estabilidade, da maternagem em geral. Forte dificuldade no estabelecimento de relações afetivas saudáveis. Os esquemas ligados a este domínio são os de abandono/instabilidade, desconfiança/abuso, privação emocional, vergonha, isolamento social/ alienação. Em função de seu desenvolvimento precoce, esses esquemas são bastante difíceis de ser acessados.
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Autonomia e desempenho prejudicados: os indivíduos não conseguem desenvolver um senso de confiança, de se estabelecer no mundo por si mesmo, possuindo geralmente famílias super protetoras que, na tentativa de proteger a criança, acabam não reforçando a sua autonomia. Os esquemas aqui envolvidos são os de dependência/incompetência, vulnerabilidade, emaranhamento/self subdesenvolvido, fracasso.
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Orientação para o outro: com o objetivo de ganhar aprovação e evitar retaliação, os pacientes nesse domínio têm uma ênfase excessiva no atendimento dos desejos e necessidades do outro, às custas das suas próprias necessidades. A família de origem geralmente estabelece uma relação de amor condicional, ou seja, a criança só recebe atenção e aprovação se ela suprime sua livre expressão e se comporta da maneira desejada. Os esquemas aqui envolvidos são os de subjugação, auto-sacrifício, busca de aprovação/reconhecimento.
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Limites prejudicados: ligado às falhas na aplicação de limites realistas, na capacidade de seguir regras e normas, de respeitar os direitos de terceiros e de cumprir as próprias metas pessoais. O egoísmo é a principal característica desses indivíduos, sendo a família geralmente permissiva. Dentro desse domínio estão merecimento/grandiosidade e autocontrole/autodisciplina insuficiente.
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Isolamento Social/Alienação (desconexão e rejeição) Sentimento de que a pessoa está isolada do resto do mundo, é diferente das outras e/ou não faz parte de nenhum grupo ou comunidades. Uma boa terapia oferece recursos para desenvolvimento de novas habilidades sociais. Origem: Crença de que ele ou sua família são diferentes dos outros. Falta de experiências sociais positivas. Crenças básicas: Sou fundamentalmente diferente das outras pessoas. Eu não pertenço a ninguém; sou um/a solitário/a. Sinto-me alienada/o das outras pessoas. Sempre me sinto fora dos grupos. Eu não me encaixo.
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Fracasso/negativismo e pessimismo (autonomia e desempenho prejudicados) Este esquema refere-se a crença que o indivíduo é incapaz de dar-se bem como as outras pessoas em áreas como carreira, escola ou esporte. Estas pessoas podem sentir-se estúpidas, incapazes, pouco talentosas ou ignorantes. Pessoas com este tipo de esquema nem tentam fazer determinadas coisas por acreditarem que com certeza irão fracassar. Crença de ter falhado, de que fracassará ou de ser inadequado em relação aos iguais em áreas de realização (escola, carreira, esportes, etc). Em muitos casos, envolve a crença de ser burra, inapta, sem talento, ignorante, ter menos status e sucesso do que os outros. Origem: Pais que não deram apoio. Foi colocado para baixo, tratado como se fosse um fracasso. Não recebeu encorajamento e disciplina para ter sucesso. Família que abala a confiança. Criança que raramente é ajudada. Criança que não recebe orientação e direção. Criança que foi desprezada. Criança que não aprenderam persistência. Habitualmente os pais não dão suficiente apoio, disciplina ou encorajamento para a criança ter sucesso em áreas de performance como escola ou esporte. Crenças básicas: Quase nada do que eu faço no trabalho (ou na escola) é tão bom quanto o que os outros fazem. Sou incompetente no que se refere a realizações. A maioria das pessoas é mais capaz do que eu no trabalho e em suas realizações. Não tenho tanto talento quanto a maioria das pessoas tem em sua profissão. Não sou tão inteligente quanto a maioria das pessoas no que se refere a trabalho (ou estudo). No negativismo há o foco nos aspectos negativos da vida (dor, morte, perda, desapontamento, conflito, culpa, ressentimentno, problemas não resolvidos, possíveis erros, traição, coisas que podem dar errado, etc.) ao mesmo tempo em que se minimiza os aspectos positivos. Inclui uma expectativa exagerada ? em situações profissionais, financeiras ou interpessoais ? de que as coisas acabem dando muito errado. Envolve medo de cometer erros que possam levar a um colapso financeiro, perdas, humilhações, ou situações muito desagradáveis. São preocupados, vigilantes, com queixas e indecisões crônicas. Esta pessoa precisa muito do apoio de amigos e familia, pois sozinho não consegue ver que poderia se beneficiar da terapia. Origem: Pais pessimistas. Pais preocupados com as coisas que podem não dar certo. Medo de cometer erros. Pais enfatizam o dever, o perfeccionismo, seguir regras e evitar erros. Criança solicitada a fazer mais do que seria razoável.
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Subjugação (orientação para o outro) Freqüentemente estes indivíduos temem que, a não ser que se submetam, as pessoas ficaram zangadas ou irão rejeita-las. Pessoas que se submetem, ignoram seus próprios desejos e sentimentos. Submissão ao controle dos outros para evitar conseqüências negativas, por sentir-se coagido, para evitar raiva, retaliação ou abandono. Ignoram seus próprios desejos. Subjugação das necessidades: Supressão das preferências, decisões e desejos pessoais. Subjugação das emoções: Supressão da expressão emocional, especialmente a raiva. Envolve o sentimento de que os próprios desejos, opiniões e sentimentos não são válidos ou importantes para os outros. Pode apresentar-se como obediência excessiva combinada com hipersensibilidade a sentir-se encurralado. Pode levar também à escalação da raiva, manifestado em sintomas desadaptativos, por ex.: comportamento passivo-agressivo, explosões de raiva, sintomas psicossomáticos, retiradas de afeição, ?atuação?, abuso de substâncias. Esta pessoa só procurará terapia caso alguém o incentive e declare que ele será beneficiado. Origem: Pais controladores. Amor condicionado onde a criança tem que suprimir aspectos importantes de si mesma para ter aprovação. O desejo dos pais é mais importante que os da criança. Ou o status é mais importante do que as necessidades da criança. A criança aprendeu a dar mais ênfase aos desejos dos outros. A criança aprendeu a suprimir a própria raiva. Crenças básicas: Acho que se eu fizer o que quero, só vou arranjar problemas. Sinto que não tenho escolha além de ceder ao desejo das pessoas, ou elas vão me rejeitar ou me retaliar de alguma maneira. Nos meus relacionamentos, deixo a outra pessoa ter o controle. Sempre deixei os outros escolherem por mim, de modo que não sei realmente o que quero. Tenho grande dificuldade em exigir que meus direitos sejam respeitados e que meus sentimentos sejam levados em conta.
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Emaranhamento/Busca de aprovação e reconhecimentos (autonomia e desempenho prejudicados) Este esquema refere-se à crença de que o indivíduo possui um sentido muito pequeno de identidade ou metas internas. Existe freqüentemente um sentimento de vazio ou afogamento. Excessivo envolvimento emocional e proximidade com um ou mais dos pais, à custa da individuação ou do desenvolvimento social normal. Muitas vezes envolve a crença de que, uma das pessoas emaranhadas não pode sobreviver ou ser feliz sem o constante apoio da outra. Também pode incluir sentimentos de ser sufocado ou de estar fundida com os outros, ou de insuficiente identidade individual. Freqüentemente experiênciado como um sentimento de vazio e desajeitamento, de não ter direção ou, em casos extremos, de questionamento da própria existência. Ênfase na obtenção de aprovação, reconhecimento ou atenção das pessoas, ou em se adaptar aos outros à custa de desenvolver um self seguro e verdadeiro. O senso de auto-estima depende principalmente das reações alheias e não das inclinações naturais. Às vezes inclui ênfase em status, aparência, aceitação social, dinheiro ou realização, como um meio de obter aprovação, admiração ou atenção (não por poder ou controle). O psicologo deve tomar muito cuidado com este paciente, pois a terapia não poderá reforçar sua busca de aprovação. Resulta em decisões importantes que não são autenticas ou são insatisfatórias, ou na hipersensibilidade à rejeição. Este paciente deve procurar a terapia, pois a depressão é o quadro mais comum neste esquema. Origem: Pais superprotetores, abusivos ou controladores que desencoraja o desenvolvimento do senso de ?eu separado?. Pais que abalam a confiança em si mesmos. Família emaranhada. Pais que não deram responsabilidades à criança. Pais que ensinaram que status é mais importante do que os sentimentos da criança, ou que fizeram a criança sentir que não seria aceita se não atendesse a expectativa dos outros. Aprendeu que precisaria ter status, aparência ou dinheiro para obter aprovação. Crenças básicas: Não consegui me separar de meu pai/minha mãe, ou de ambos, assim como outras pessoas da minha idade parecem conseguir. Meus pais e eu tendemos a nos envolver excessivamente com a vida e com os problemas uns dos outros. É muito difícil para meus pais e eu escondermos detalhes íntimos uns dos outros sem nos sentirmos traídos ou culpados. Muitas vezes me parece que meus pais estão vivendo por intermédio de mim - eu não tenho uma vida própria. Muitas vezes, sinto que não tenho uma identidade separada da de meus pais ou parceiro/a.
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Desconfiança/Abuso (desconexão e rejeição) Este esquema refere-se a expectativa de que as outras pessoas irão intencionalmente tirar vantagem de alguma forma. Pensam em atacar primeiro antes de serem feridos, ou de vingar-se mais cedo ou mais tarde. Expectativa de que os outros vão magoar, abusar, humilhar, trapacear, mentir, enganar, desprezar, manipular ou tirar vantagem. Normalmente envolve a percepção de que o dano é intencional ou resultado de negligencia injustificada e extrema. Pode incluir o sentimento de que a pessoa sempre acaba sendo enganada pelos outros ou a idéia de que ?a corda sempre arrebenta do lado mais fraco?. Em terapia o psicologo ajuda a identificar os reais casos de abuso e as situações onde a percepção distocida impera. Origem: Foram abusadas ou tratadas de forma injusta. Pais que mentiam. Abuso sexual ou apanhavam. Falta de empatia e de ambiente seguro. Crenças básicas: Sinto que as pessoas querem tirar vantagem de mim. Sinto que não posso baixar a guarda na presença dos outros, pois eles me prejudicariam intencionalmente. É só uma questão de tempo antes que as pessoas me traiam. Desconfio muito dos motivos dos outros. Eu geralmente fico procurando os motivos escondidos das pessoas.
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Abandono (desconexão e rejeição) Este esquema, quando identificado em terapia, refere-se a expectativa que logo que a pessoa sinta-se ligada emocionalmente alguém, ela acabará sendo abandonada. A pessoa acredita que de uma forma ou de outra relacionamentos próximos terminarão inevitavelmente. Instabilidade ou falta de confiança percebida daqueles disponíveis para apoio e conexão. Envolve o sentimento de que as pessoas significativas não serão capazes de continuar proporcionando apoio emocional, conexão, força ou proteção prática, por serem emocionalmente instáveis e imprevisíveis (por ex, ataques de raiva), não confiáveis ou erraticamente presentes; porque vão morrer a qualquer momento, ou porque o abandonarão em favor de alguém melhor. Origem: Divorcio ou morte de pessoas próximas. A criança não foi atendida. Ficava só. Pais explosivos ou imprevisíveis. Pais desligados. Brigas em casa. Falta de ambiente seguro. Falta de empatia em casa. Criança foi ignorada, sente que não foi desejada. Pais inconsistentes em atender as necessidades da criança. Crenças básicas: Percebo que me agarro às pessoas com as quais tenho intimidade, por ter medo de que elas me deixem. Preciso tanto das pessoas que tenho medo de perdê-las. Eu me preocupo com a possibilidade de as pessoas de quem eu gosto me deixarem ou me abandonarem. Quando sinto que alguém com quem eu me importo está se afastando, fico desesperada/o. Às vezes, tenho tanto medo de que as pessoas me deixem, que acabo fazendo com que se afastem.
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Privação Emocional (desconexão e rejeição) Este esquema refere-se a crença que as necessidade emocionais primárias nunca serão atendidas. Estas necessidades incluem maternagem, empatia, afeto, proteção, aconselhamento e carinho por parte dos outros. Expectativa de que não receberá apoio emocional, não será adequadamente atendida. Privação de carinho. Ausência de atenção, afeição ou companheirismo. Privação de empatia. Ausência de entendimento, escuta, auto-revelação, ou mutuo compartilhamento dos sentimentos. Privação de proteção. Ausência de força, direção ou orientação por parte dos outros. Quando em terapia o paciente pode achar que o psicologo também o priva emocionalmente, mas será apenas reflexo deste esquema. Origem: Pais emocionalmente distantes, não demonstraram companheirismo, compreensão, proteção, força e orientação. Família rejeitadora. Família refreadora. Brigas em casa. Falta de empatia. Pais privaram emocionalmente. Crenças básicas: na maior parte do tempo, não tenho ninguém para me dar carinho, compartilhar comigo e se importar profundamente com o que me acontece. Na infância, em geral, não havia pessoas para me dar carinho, segurança e afeição. Eu não senti que era especial para alguém, em grande parte da minha vida. Em geral, não tenho ninguém que realmente me escute, me compreenda ou esteja sintonizado com minhas verdadeiras necessidades e sentimentos. Eu raramente tenho alguma pessoa forte para me dar bons conselhos ou orientação quando não tenho certeza do que fazer.
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Dependência/Incompetência (autonomia e desempenho prejudicados) Este esquema refere-se a crença que o indivíduo é incapaz de lidar com responsabilidades do dia a dia de forma competente e independente. Pessoas com este esquema, freqüentemente dependem da ajuda dos outros de forma exagerada em áreas como tomar decisões e iniciar tarefas novas. A crença de ser incapaz de manejar as responsabilidades diárias de maneira competente, sem considerável ajuda dos outros, por ex.: cuidar de si mesmo, resolver os problemas do cotidiano, exercer julgamentos corretos, lidar com as tarefas novas, tomar boas decisões. Muitas vezes apresenta-se como desamparo. A terapia o ensinará a tomar decisões por conta propria. Origem: Pais não encorajaram a criança a ser independente e desenvolver confiança em cuidar de si mesmo. Família emaranhada. Família superprotetora. Criança não recebeu responsabilidades. Pais intervem nas mínimas dificuldades ou nunca ajudaram. Pais que não dão orientação. Crenças básicas: Não me sinto capaz de me arranjar sozinha/o no dia-a-dia. Penso em mim como uma pessoa dependente, no que se refere ao funcionamento cotidiano. Falta-me bom senso. Não se pode confiar em meu julgamento nas situações do dia-a-dia. Não confio em minha capacidade de resolver os problemas que surgem no cotidiano.
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Defectividade/Vergonha/Indesejabilidade Social (desconexão e rejeição) Este esquema refere-se a crença de que o indivíduo é internamente uma farsa, e caso as pessoas dele se aproximem irão descobrir. Este esquema de ser um farsante ou um inadequado, leva uma forte sensação de vergonha. O sentimento de que a pessoa é defeituosa, má, indesejada, inferior ou inválida em aspectos importantes. Ou de que ela não é digna do amor das pessoas significativas, se exposta. Pode envolver hipersensibilidade à críticas, rejeição e culpa, constrangimento, comparações e insegurança perto dos outros, ou um sentimento de vergonha pelas falhas percebidas em si mesmo. Essas falhas podem ser privadas, por ex: egoísmo, impulsos raivosos, desejos sexuais inaceitáveis, etc., ou públicas, por ex.: aparência física indesejável, inabilidade social, etc. A terapia o ajudará a ser mais espontaneo. Na indesejabilidade social há a crença de que o indivíduo é ?intrinsecamente? desinteressante para os outros. Pessoas com este esquema vêem a si próprios como fisicamente não atraentes, incapazes socialmente ou que não possuam um status social adequado. Origem: Pais muito críticos que o fizeram sentir que não merece ser amado. Criança foi ignorada e sente que não foi desejada. Pais que o fizeram se sentir pouco atraente. Pais rejeitadores. Falta de experiências sociais positivas. Família muito critica. Crenças básicas: Nenhum/a homem/mulher que eu desejar vai me amar depois de saber dos meus defeitos. Ninguém que eu desejar vai querer ficar perto de mim depois que conhecer meu verdadeiro eu. Não sou digna/o do amor, da atenção e do respeito dos outros. Sinto que não mereço ser amada/o. Sou inaceitável demais, de todas as maneiras possíveis, para me revelar aos outros.
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Inibição Emocional (supervigilância e inibição) Este esquema refere-se a crença que deve-se inibir impulsos e emoções, especialmente raiva, já que esta expressão pode prejudicar outras pessoas ou levar a perda da auto-estima, embaraço, retaliação ou abandono. Estas pessoas podem ser pouco espontâneas ou vistas como contidas. Inibição da ação, dos sentimentos ou das comunicações espontâneas ? para evitar a desaprovação dos outros, vergonha ou perda de controle sobre os impulsos. Inibição da raiva e agressão. Inibição de impulsos positivos) alegria, afeição, excitação sexual, brincadeiras, etc.) Dificuldade em expressar vulnerabilidade ou de comunicar-se livremente sobre os próprios sentimentos, necessidades, etc. Ênfase na racionalidade e desconsidera a emoção. O primeiro passo na terapia será o de desenvolver a habilidade de expressar sentimentos. Origem: Pais que desencorajam a expressão dos sentimentos para evitar a desaprovação. Pais severos, exigentes e punitivos. Crenças básicas: Tenho muita vergonha de demonstrar sentimentos positivos em relação aos outros (por exemplo, afeição, mostrar que me importo). Acho embaraçoso expressar meus sentimentos para os outros. Tenho dificuldade em ser carinhosa/o e espontânea/o. Eu me controlo tanto que as pessoas acham que não sou emotiva/o. As pessoas me vêem como emocionalmente contida/o.
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Padrões Inflexíveis/autopunição (supervigilância e inibição) Este esquema refere-se a duas crenças inter-relacionadas, tanto a pessoa acredita que não interessa o que faça nunca será bom o suficiente, que sempre deve fazer mais, ou, exige uma excessiva ênfase em seus valores tais como status, riqueza ou poder em detrimento de outros como interação social, saúde ou felicidade. Crença de que é preciso estar à altura de padrões muito elevados de comportamento e desempenho para evitar críticas. Pode resultar em sentimento de pressão ou em dificuldade para desacelerar, ou numa crítica exagerada em relação a si mesmo e aos outros. Inclui prejuízo quanto ao prazer, relaxamento, saúde, auto-estima, senso de realização ou relacionamentos satisfatórios. Perfeccionismo, Extrema atenção à detalhes ou a uma subestimação do bom desempenho da pessoa. Regras rígidas e ?deveres?, incluindo preceitos morais, éticos, culturais e religiosos irrealisticamente elevados Preocupação com tempo e eficiência, a fim de realizar mais. Origem: Pais nunca satisfeitos, passaram a déia de que o amor é condicionado à performance acima da média. Pais severos, rígidos e punitivos. Pais perfeccionistas que enfatizam o desempenho, o dever e evitar erros. Habitualmente estas pessoas tiveram pais que nunca estavam satisfeitos. Carater punitivo. Crença de que as pessoas devem ser severamente punidas por cometer erros. Envolve uma atitude zangada, intolerante, punitiva e impaciente com as pessoas (e ela mesmo) que não estão à altura dos padrões pessoas. Pode haver dificuldade em perdoar erros próprios ou alheios por relutância em considerar atenuantes, a imperfeição humana ou empatizar com sentimentos. Origem: Pais punitivos. Pais severos e rígidos. Evitar erros é mais importante do que a alegria e relaxamento. Pais enfatizam a seguir regras e evitar erros. Criança solicitada a fazer mais do que o razoável. Pais priorizam a realização e não a felicidade. Crenças básicas: Preciso ser a/o melhor em tudo o que faço; não consigo aceitar vir em segundo lugar. Tento fazer o melhor; não consigo aceitar o ?suficientemente bom?. Preciso cumprir todas as minhas responsabilidades. Sinto que existe uma pressão constante sobre mim para conquistar e fazer coisas. Não consigo me soltar ou me desculpar por meus erros com facilidade.
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Senso exagerado de merecimento (limites prejudicados) Este esquema refere-se à crença de que você deveria poder fazer, dizer ou ter tudo que desejar imediatamente, independentemente se isto irá ferir outras pessoas ou ser razoável para o outro. O indivíduo não está interessado no que o outro precisa e nem percebe o custo em longo prazo do afastamento de outras pessoas. Crença de ser superior aos outros, de merecer direitos e privilégios especiais ou de não ter de obedecer ás regras de reciprocidade que orientam a interação social. Envolve insistência em fazer ou ter tudo o que quiser, independente do que é realista, do que os outros consideram razoável, à custa dos outros, ou um foco exagerado na superioridade, por ex: estar entre os mais ricos, famosos ou bem sucedidos, a fim de ter poder e controle (não por atenção ou aprovação). Às vezes inclui excessiva competitividade ou dominação em relação aos outros: afirmar o próprio poder, obrigar os outros a ter o mesmo ponto de vista ou controlar o comportamento dos outros, sem empatia ou preocupação com as necessidades ou sentimentos dos outros. Pode estar compensando sentimento de privação emocional, sentimento de ser diferente ou indesejável socialmente. Dificilmente esta pessoa procura a terapia, mesmo com grandes prejuizos para si e para outros, esta pessoa se acredita como melhor que o proprio psicologo. Origem: Pais permissivos, sem limites sobre o que é socialmente adequado. Criança que aprendeu demasiado senso de superioridade. Criança que não aprendeu cooperação e reciprocidade. Ou pode ser uma compensação do sentimento de privação emocional, defectividade ou indesejabilidade social. Crenças básicas: Tenho muita dificuldade em aceitar um ?não? como resposta quando quero alguma coisa de alguém. Sou especial e não deveria ter que aceitar muitas das restrições impostas às outras pessoas. Detesto ser obrigada/o a fazer alguma coisa, ou impedida/o de fazer o que quero. Acho que não deveria ter que obedecer às regras e convenções normais assim como os outros. Sinto que aquilo que tenho a oferecer é muito mais valioso do que as contribuições dos outros.
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Vulnerabilidade a Danos e Doenças (autonomia e desempenho prejudicados) Este esquema refere-se a crença que o indivíduo está sempre na iminência de defrontar-se com uma catástrofe (financeira, natural ou criminosa). Pode levar o indivíduo a tomar precauções exageradas para proteger-se. Medo exagerado de que uma catástrofe iminente aconteça a qualquer momento e de ser incapaz de evitar isso. Esta pessoa chega a terapia com queixas de sindrome do pânico. Catástrofes médicas: Ataque cardíaco, AIDS, etc. Catástrofes emocionais: Enlouquecer. Catástrofes externas: Elevador despencar, ser vítima de criminosos, avião cair, terremoto, etc. Origem: Pais excessivamente preocupados que passaram a idéia de um mundo perigoso. Pais medrosos. Família que abala a confiança em si mesmo. Família superprotetora. Pais que ajudam nas mínimas dificuldades ou pais que não dão orientação. Pais que não ajudam. Crenças básicas: Não consigo deixar de sentir que algo de ruim vai acontecer. Sinto que algum desastre (natural, criminal, financeiro ou médico) vai acontecer a qualquer momento. Tenho medo de ser atacada/o. Tenho medo de perder todo o meu dinheiro e ficar pobre. Tenho medo de pegar uma doença séria, mesmo que nada de sério tenha sido diagnosticado pelos médicos.
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Auto-Sacrifício (orientação para o outro) Quando estas pessoas prestam atenção a suas próprias necessidades, sentem-se freqüentemente culpadas. Para evitar esta culpa, colocam o desejo dos outros acima do seu. Pessoas que se auto-sacrificam tem o sentimento de auto-estima aumentado e uma sensação de sentido de vida por ajudar os outros. São crianças que se sentiram demasiadamente responsáveis pelo bem-estar de um ou ambos os pais. Excessivo atendimento das necessidades alheias à custa da própria gratificação. As razões mais comuns são: evitar causar dor aos outros, evitar a culpa por sentir-se egoísta ou manter conexão com pessoas percebidas como carentes. Resulta, muitas vezes, de uma aguda sensibilidade à dor alheia. Às vezes a pessoa sente que suas próprias necessidades não estão sendo adequadamente atendidas e fica ressentida com aqueles que estão sendo cuidados (sobrepõe-se ao conceito de co-dependencia). É muito comum que esta pessoa tenha muita dificuldade para iniciar sua terapia, pois não se considera merecedora de receber tratamento. Origem: Criança que se sentiu responsável pelo bem estar dos pais. Aprendeu a dar mais ênfase aos desejos dos outros. Aprendeu a suprimir a própria raiva. Crenças básicas: Sou aquela/e que geralmente acaba cuidando das pessoas de quem sou próxima/o. Sou uma boa pessoa, pois penso nos outros mais do que em mim mesma/o. Fico tão ocupada/o fazendo coisas para as pessoas de quem gosto que tenho muito pouco tempo para mim. Sempre fui aquela/e que escuta os problemas de todo o mundo. As pessoas me vêem fazendo demais pelos outros e pouco por mim.
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Autocontrole/Autodisciplina Insuficientes (limites prejudicados) Numa falta extrema de autocontrole, comportamentos aditivos ou criminosos governam a vida do indivíduo. Dificuldade ou recusa em exercitar autocontrole e tolerância à frustração ao buscar metas pessoais. Ou dificuldade em restringir a expressão excessiva das emoções e dos impulsos. Em sua forma mais branda há ênfase exagerada na evitação do desconforto mesmo que custe sua realização pessoal, comprometimento ou integridade. A terapia desta pessoa se faz com muita dificuldade, pois até para comparecer em seu dia e horário marcado será uma grande luta. Origem: Pais que não possuem autocontrole. Criança que não recebeu disciplina. Pais permissivos. Falta de orientação. Criança que não aprendeu a assumir responsabilidades. Não aprendeu a cooperar reciprocamente. Criança não aprendeu a estabelecer metas. Criança que não foi ensinada a tolerar desconforto. Crenças básicas: Parece que não consigo me disciplinar e levar até o fim tarefas rotineiras ou chatas. Quando não consigo atingir algum objetivo, fico facilmente frustrada/o e desisto.
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Isabelle 17/08/2022

Excelente livro. Muito instrutivo com exemplos de casos variados que mostram a melhor postura terapêutica em cada situação. Já estou aplicando na minha prática profissional!
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