Danilo 26/08/2017
A escrita é tão orgânica que por vezes é possível se sentir inserido na cultura e vida de nossos amigos da Guiné, no entanto, embora sejam eles o ponto central que da liga ao livro, a obra está longe de se basear tão e somente neles. São cerca de 39 os povos tradicionais aos quais são feitas menções, e para além deles, temos também as comparações com a cultura dos países ocidentais.
O modo como o livro é composto deixa a leitura leve, sem ser superficial e trás demasiadas informações, sem ser cansativa. A escolha por contar suas próprias experiências com as tribos da Guiné e por meio delas analisar outros povos e culturas, da por vezes um tom de autobiografia ao livro, o que serve para criar empatia e nos deixar na pele do autor, isto só vem a somar na experiencia da leitura. E o fato de dividir os capítulos por tema e não por povos, é também algo a se destacar positivamente, pois nos permite assimilar facilmente uma macrovisão, bem como, se o leitor quiser, é plenamente possível ler os capítulos em isolado, sem sair com a leitura prejudicada.
Essa maravilhosa leitura nos proporciona conhecer um pouco mais dum mundo imenso de povos tradicionais, aos quais em geral, até esquecemos que existem.
E a respeito deste trecho no inicio do livro...
"Potencialmente, o tema deste livro abrange todos os aspectos da cultura humana, de todos
os povos do mundo, nos últimos 11 mil anos. No entanto, esse escopo exigiria um
volume de 2.397 páginas que ninguém leria. Em vez disso, por razões práticas, selecionei
os tópicos e as sociedades que seriam cobertos a fim de produzir um livro de tamanho
viável. Com isso, espero estimular meus leitores a que explorem os tópicos e as
sociedades que não cobrirei aqui, e para isso poderão consultar os inúmeros excelentes
livros disponíveis (muitos deles citados na seção de Leituras Complementares)."
...Eu diria que a leitura cativou-me tanto, que adoraria se tivesse sido todas estas 2.397 paginas, pois quando terminei, me senti ávido por mais.