Resenhas - The Laws of Simplicity

Lasse_ 17/06/2021

Retirar o óbvio, inserir o relevante
Esta é uma curta e descontraída leitura, onde o autor expõe seus princípios desenvolvidos com a sua cruzada em prol da simplicidade. São leis brevemente enunciadas, que aumentam em nível de abstração conforme o livro progride, mas todas gravitam em torno da dualidade entre complexidade (muito) e simplicidade (pouco), que é mostrada como um ciclo na quinta lei, em forma de senoide. É um livro destinado àqueles que querem compreender melhor a simplicidade, escrito por um designer de software para outros curiosos do ramo da tecnologia.

Maeda deixou o livro bem curto de propósito, e reconhece as falhas do seu pequeno sistema. Ao admitir o componente humano passível de ambiguidade, o autor traz a sanidade necessária para viver num mundo cada vez mais complexo à tona, e amarra todas as contradições do próprio livro com um raciocínio puramente humano, e por isso paradoxal. Por trás dessa divagação desnuançada há um pequeno manual da simplicidade com aplicações imediatamente práticas, cujos axiomas são explorados pragmaticamente, mas de forma a encontrar apoio na subjetividade do usuário / criador. É nesse sentido que se reflete sobre a conexão metafísica humano - máquina, de uma forma pragmaticamente subjetiva.

Para finalizar, o breve diálogo do final do livro ilustra o componente principal da obra não apenas literária mas da carreira do autor.

- O negócio da insegurança, é que se você é muito inseguro, não progride pelo medo de errar. Mas se não for nem um pouco, não progride porque não vê os próprios erros.
- Equilíbrio em tudo.
- Mas se você estiver no meio, precisa gravitar para os lados periodicamente pra se encontrar ali.
- Você pode se perder no meio, também.

É o mesmo que acontece quando se procura a simplicidade. E não há um equilíbrio perfeito, há a complementação dos dois polos num meio de campo incerto, turvo.