Blog MDL 02/01/2015
Ridley está metida em uma enrascada de proporções tão grandes que até ela está assustada com tudo o que pode vir a acontecer caso não resolva as questões que ficaram pendentes após ela perder um jogo de cartas para um Conjurador das Trevas um tanto sinistro. Por isso ela decide acompanhar Link até Nova York sem revelar muita coisa para ele, afinal, mesmo ele não se importando com o seu jeito de garota má de ser, ele não seria capaz de entender tudo o que estava em jogo para Rid. Mas não era apenas isso, a verdade é que ela estava acostumada demais a ser forte e a agir sozinha para passar a levar os sentimentos do Link em consideração. Só que mesmo uma Sirena forte, precisa de ajuda de vez em quando.
Uma das coisas que mais me chamaram a atenção quando iniciei a leitura de “Sirena” foi a maneira como as autoras conseguiram manter a personalidade de Ridley. Fiquei com tanto receio de que a sua personalidade difícil, egoísta e sarcástica tivesse mudado de alguma forma, que ao ler os comentários venenosos dela e as implicâncias dela com tudo e com todos já nas primeiras páginas me fez ter o pensamento feliz de “essa é minha garota”. Trazendo para o enredo flashbacks a respeito do passado de Rid, as autoras nos mostra outros aspectos dela que a maioria das vezes sequer imaginamos, como a existência de uma faceta frágil em sua personalidade.
Narrado em terceira pessoa, o livro transita por alguns pontos de vista que nos dá a possibilidade de ver até mesmo cenas de personagens que ainda não nos foram apresentados na história adequadamente. Creio que isso é uma consequência de iniciar a leitura desse livro sem ler o livro/conto “Sonho Perigoso”, mas não é nada que interfira no entendimento da trama, já que as autoras conseguiram introduzir muito bem os seus leitores nessa história, até mesmo aqueles que assim como eu não concluíram a principal série do universo dos Conjuradores: Beautiful Creatures.
Entretanto, uma das melhores coisas de todos os tempos que eu vi no livro nada tem a ver com a trama e a construção dela, mas sim com os títulos dos capítulos que são nada mais nada menos que títulos de músicas de bandas como Guns N’ Roses, Black Sabbath, Pink Floyd e tantas outras que eu sempre amei. Sério, foi a coisa mais extraordinária que Margaret Stohl e Kami Garcia poderiam ter feito, ainda mais quando essas músicas dizem alguma coisa sobre o que está por vir no capítulo. Me arrependi por não ter lido o livro ao som dessas músicas, tenho certeza que teria sido uma bela experiência.
Acho importante frisar também que essas músicas deram a climatização perfeita para a história, já que com uma pegada de Urban Fantasy, as autoras conseguiram fazer de “Dangerous Creatures” uma série com aspectos próprios mesmo que tratando de Conjuradores, Sirenas, Incubus e todos os seres que já foram explorados na série principal desse universo. Achei essa desmistificação bacana, até porque nos permite ver através de outro ângulo tudo o que já foi abordado, bem como, evitar muitas comparações com “Beautiful Creatures”. Uma das coisas que mais ajudaram nesse ponto foi os personagens totalmente novos e contagiantes. É tanta gente dark no enredo que eu fiquei feliz da vida em ver que Ridley tinha pessoas a sua altura para implicar.
Diante de tudo isso, só posso dizer que “Sirena” correspondeu as minhas expectativas e me deixou muito ansiosa para ler os demais livros da série. Espero que nas sequências as autoras continuem trazendo para nós, histórias eletrizantes, com personagens sarcásticos e boa música para os amantes do bom e velho classic rock.
site: http://www.mundodoslivros.com/2014/12/resenha-sirena-por-margaret-stohl-e.html