O Bairro da Cripta

O Bairro da Cripta M.R.Terci
M.R.Terci




Resenhas - O BAIRRO DA CRIPTA


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Endi 11/11/2014

A Era Vitoriana na terra tupiniquim
Ruas ancestrais, escuras e úmidas que miscigenam terror e suspense com pitadas de gore. Pano de fundo ideal quando se narra contos rápidos. Eu fui, definitivamente, fisgado! Que venham os próximos!
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Ribeiro72 27/01/2015

Leitura excepcional
Havia lido a sinopse e resolvi adquirir o livro pois gosto do gênero horror, suspense.
A cada conto lido, mais expectativa me era gerada. Quando terminei, senti-me órfã e com aquela sensação de "quero mais".
Penso que não é um livro para quem gosta de leituras fáceis, mas para aqueles que são verdadeiramente curiosos e apreciam além do bom conto, a boa literatura, a narração ímpar, além de visitas a lugares inóspitos com personagens inigualáveis que nos levam a fantásticas viagens onde só fui quando li verdadeiras obras de arte. Parabéns ao autor e estou aguardando ansiosamente o Tomo II.
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Francine 08/05/2015

Essa é uma obra que recomendo sem temor, certa de que qualquer leitor poderá apreciá-la se estiver aberto ao desconforto do desconhecido.
Estou fascinada pelo talento do autor! Quando M. R. Terci me convidou a conhecer seu livro, sabia que poderia esperar uma obra distinta, mas não estava preparada para o que encontrei nas suas páginas.

As Elegias é o primeiro volume da série O Bairro da Cripta e reúne 24 contos de gênero horror ambientados no século XIX e primeira metade do século XX, contextualizados na cidade fictícia de Tebraria, no interior paulista. Cada conto é narrado em primeira ou terceira pessoa, e achei admirável o cuidado do autor em preservar a linguagem da época (especialmente quando o narrador era o próprio personagem).

O mais incrível na narrativa de M. R. Terci é a ousadia em trazer como protagonistas tão diferentes personalidades. Eu me senti íntima do velho Ari, o coveiro do Bairro da Cripta, tanto quanto do Senhor Empalhador, o taxidermista. Temi pela vida do signor Alberto, o bêbado que apenas desejava pregar uma peça, tanto quanto pela vida de Leon, o corajoso lenhador que enfrentava uma temível fera sobrenatural. Cada personagem, ao seu modo especial e singular, levou um pedaço de mim durante a leitura. Estive com eles, em cada conto, como uma testemunha das suas inacreditáveis experiências e senti dificuldade de me desvencilhar depois que suas histórias findavam. Talvez por isso minha leitura foi lenta. Ouso dizer que é impossível ler As Elegias de modo acelerado, a despeito da pouca quantidade de páginas, porque cada conto é um convite ao leitor para deixar-se imergir à realidade de um novo personagem.

Outro aspecto que revela o assombroso talento do autor é a genialidade em criar O Bairro da Cripta, um lugar fictício que serve de palco para as mais bizarras criaturas. Ao usar o mesmo contexto, os contos se entrelaçam e – quando encerramos a última página da obra – podemos dizer ter transitado por todos os recantos sombrios da cidade de Tebraria. Nesse entrelace, um personagem que outrora fora protagonista, ocasionalmente torna-se coadjuvante de um conto. Gostei muito dessa característica!

O talento de M. R. Terci não se limita apenas à sua envolvente narrativa e à sua genialidade na criação do Bairro da Cripta, mas encontra sua máxima revelação nos seres funestos que cada conto apresenta. Esqueçam o nosso folclore tradicional. M. R. Terci inova as faces do horror em solo brasileiro e somos constantemente surpreendidos em seu livro. Foi muito agradável começar a leitura de um novo conto mantendo altas expectativas, porque os que o antecederam não decepcionaram. Há uma passagem no livro que, para mim, resume o modo como me senti lendo As Elegias:

"A palavra que os homens descreviam como terror era muito pequena, muito frágil e limitada se comparada ao conteúdo daqueles contos. Havia naquele imenso caldeirão de bruxas, naqueles personagens que repentinamente se apartaram do resto da raça humana, uma nuance de verossimilhança que provocava o subconsciente do leitor, incitava-o a ver além dos ombros altos, como transeuntes em redor dos trilhos onde uma locomotiva desgovernada descarrilara. Os corpos espalhados pelo caminho eram vírgulas, pontos, interrogações e exclamações." (p. 128)

Eu preciso esclarecer a vocês que As Elegias não é um livro apenas para os fãs do gênero horror. Posso afirmar de modo resoluto, porque não me considero fã desse gênero. Essa é uma obra para quem aprecia uma narrativa envolvente, centrada na experiência subjetiva dos personagens mediante as possibilidades que o contexto sobrenatural criado pelo autor permite. Essa é uma obra que traz o melhor da narrativa fantástica, em uma linguagem que pode soar rebuscada, mas que vem apenas oferecer maior verossimilhança aos contos. Essa é uma obra que recomendo sem temor, certa de que qualquer leitor poderá apreciá-la se estiver aberto ao desconforto do desconhecido.

Como aspectos frágeis, destaco a existência de alguns erros de revisão, a previsibilidade do desfecho de alguns contos e a linguagem rebuscada que pode desanimar alguns leitores. A capa, confesso, não me agrada (apreciei muito mais a capa do segundo volume). Em conjunto, nenhuma dessas fragilidades reduz a qualidade e a empolgante leitura da obra, por isso, não foram relevantes para minha avaliação. Tenho, orgulhosamente, O Bairro da Cripta – As Elegias (Tomo I) entre meus livros nacionais favoritos! E estou ansiosa para ler a continuação.

Convido a conferir no blog My Queen Side fotos e quotes do livro:

site: http://myqueenside.blogspot.com.br/2015/05/resenha-88-o-bairro-da-cripta-as.html
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lucianopaulo.gi 14/12/2014

Horror Gótico nos Sertões de São Paulo
O Bairro da Cripta leva o Horror Gótico para o interior do Brasil durante o século XIX e início do século XX. Os horrores nem por isso são menos tenebrosos, menos insidiosos, menos implacáveis. 24 narrativas e contos curtos a respeito de uma cidadezinha no interior de São Paulo que parece atrair tudo o que é terrível no mundo. "Sempre é treva no Bairro da Cripta" e se você perceber que as sombras em sua casa estão mais escuras, não será mera coincidência.

site: Mundo Tentacular
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Bia 13/01/2016

Incrível!!!
Sou uma leitora apaixonada pela literatura nacional. Quem me acompanha, sabe bem que tenho certa preferência por terror e fantasia.
Baseando-se no cenário de nossa literatura, e considerando os autores contemporâneos, ainda conheço poucos do gênero terror. Em um especial onde eu e outras blogueiras nos juntamos para abordar o tema terror, a Fran, do blog My Queen Side, me apresentou ao autor Marcos R Terci.
Não conhecia seu trabalho, aliás, ainda não havia lido nada a respeito do autor. Tive a missão de entrevistá-lo, e para isso passei a pesquisar sobre. Fiquei completamente encantada, primeiro por tamanha simpatia, e segundo por ler tantos elogios sobre suas obras nas redes sociais e blogosfera.
Claro que fiquei ansiando para ler logo algum de seus livros, e hoje venho resenhar o Tomo I de O Bairro da Cripta – As elegias.

“É sempre fúnebre o Bairro da Cripta.” – Página 10.

Inicio dizendo o quanto a escrita do autor é única. Ele escreve de uma maneira formal, que há tempos não lia. Às vezes, você, leitor, poderá se assustar em ler a frase que há pouco coloquei, mas posso garantir que é uma escrita que não traz estranheza ou desconforto. Muito pelo contrário. Deixa o enredo mais poético e, ouso apontar, mais interessante e saboroso em ser lido. Posso resumir tudo isso dizendo que sua linguagem contribui, e muito, no requisito de prender o leitor.
Na obra, temos vários contos de terror que acontece em Tebraria, cidade interiorana do estado de São Paulo, especificamente no Bairro da Cripta. Este bairro abriga diversas histórias bem bizarras e assustadoras, com personagens de vários tipos: mortos, vivos, corajosos, bonzinhos, psicóticos, apaixonados e até mesmo sobrenaturais.

“Boataria gera lendas, lendas parem heróis. E, mesmo os cemitérios haverão de ter seus heróis.” – Página 22.

Para mim, a forma do livro foi totalmente interessante e inédita. Começamos sem saber muito sobre o bairro em si. Cada conto nos faz conhecermos um pouco mais sobre a “Cripta”; é como se cada página tivesse o poder de nos fazer adentrar mais a fundo no local. E quando demos por conta, nos sentimos um verdadeiro morador que testemunhou cada acontecimento do livro.

“De tanto escrever sobre Tebraria, tanto sabia sobre sua alma que, em seu íntimo, um pedaço da cidade já enxergava.” – Página 126.

Os contos acabam se interligando, as vezes reencontramos algum personagem, ou um local específico. Cada página oferece ao leitor um tipo de, como posso dizer... vício. O conto se inicia, e então temos a necessidade em saber mais sobre o personagem, mais sobre a situação contada e até mesmo mais sobre os mistérios da Cripta. Ao término de cada conto, nenhuma existência de dúvidas, ou aquela sensação de que falta alguma coisa. E você se encontra munido de ansiedade para conhecer mais sobre os relatos daquele lugar, para saber qual história está por vir. E não quer deixar a leitura por nada nem ninguém.

“Estranhos de estranhos gostos eram os leitores do mal afamado Bairro da Cripta.” – Página 128.


Um ponto relevante no livro como um todo é o fato do autor causar surpresa ao leitor com desfechos inimagináveis, deixando-nos mais viciados ainda em sua escrita.
Costumo resenhar livros que trazem vários contos apontando os que mais me agradaram, os que não; os favoritos, e etc. Neste caso, não conseguirei fazer isso.
Não existiu um conto sequer que me desagradou ou gostei menos. É impossível escolher apenas um como favorito.
Posso fazer algumas citações, de contos que mais me chamaram a atenção. Acho até pecado, mas, apenas para não deixar vocês totalmente no vácuo:
O Toureiro foi um conto que considerei muito rico em detalhes da situação como um todo. Temos muitas emoções misturadas no mesmo lugar; e as cenas descritas se tornam muito palpáveis.
O Jardim dos Suicidas posso apontar como o mais tocante. Apesar do terror envolvido, o drama acabou se sobressaindo.

“Tão sofrível foi teu adeus que não quero te acordar. Pela manhã, talvez, acordemos juntos.” - Página 61.

Seis Degraus de Escuridão foi o único que, de início, não me prendeu. Cometi o erro em pensar que este poderia fazer com que eu apontasse algumas imperfeições. Não sei em que momento já estava presa novamente, e ao final, a sensação de encantamento estava em evidência.
Abigail, O Velho Ari, A Noiva da Cripta, O Cronista de Um Tempo Passado... Realmente, é impossível apontar o melhor ou o favorito. Todos me encantaram na mesma medida. Todos se tornaram favoritos.
Terci tem uma forma original de escrever terror. Um autor tão completo que, após ler apenas uma de suas obras, pude enxergar o que levou autores clássicos a serem imortalizados. Sua linguagem, sua graça na escrita, seu dom de provocar encantamento mesmo trazendo temas que remetem ao medo e até tristeza, me fizeram tornar mais uma fã. E acrescento que sua obra tornou-me uma leitora mais rigorosa.
Estou admirada, encantada e orgulhosa em ter tido o prazer em ler essa obra.
Leitores, termino minha resenha dizendo que esse é um daqueles livros que recomendarei enquanto viver (sem exageros). Se você é fã do gênero e/ou um(a) grande apreciador(a) da literatura nacional, não pode deixar de conhecer Marcos. Comecei 2016 muito bem, com a leitura de um dos melhores livros que já li até hoje. Faltam-me palavras para descrever o quanto apreciei esta leitura.

“...algumas vezes, por mero acaso, temos a oportunidade de constatar o quanto as palavras de nossa língua são pobres para descrever algo dessa dimensão.” – Página 11

site: http://lua-literaria.blogspot.com.br/2016/01/resenha-o-bairro-da-cripta-as-elegias.html
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Taty Assis 14/02/2016

"É sempre fúnebre o Bairro da Cripta."
Preparados para conhecer o Bairro da Cripta, onde tudo pode acontecer e onde mortos são mais comuns do que os vivos?
Preparem-se, se munam de boa sorte, pois vocês vão presenciar o aparecimento dos mais temíveis

Seres sobrenaturais, desde lobisomens a almas penadas.
"É sempre fúnebre o Bairro da Cripta."

Fazia um tempinho que não lia nenhum terror, e depois dos comentários surtantes da minha cunhada (*-*) comecei a ler O Bairro da Cripta. Confesso que demorei embarcar na leitura, pelo fato de a escrita do autor ser rebuscada, e, como estou acostumada com a escrita contemporânea, acabei não me envolvendo logo de início. Mas conforme eu lia os contos e me acostumava com a escrita, me peguei totalmente presa a leitura, tanto é que a cada conto lido mais surpresa e satisfeita eu ficava.

O Bairro da Cripta - Tomo I é um livro com 24 contos, e todos têm algo em comum: se passam no Bairro da Cripta.

Alguns dos contos acabam por deixar a história subentendida, é como se o Marcos dissesse a seus leitores: entendam como quiser rsrs. Particularmente foi assim que me senti em alguns momentos da leitura. Mas, alguns desses contos que me deixaram pensando nas possibilidades, acabaram fazendo sentido mais para o final, pois como as histórias se passam em um único lugar, algumas delas acabam se interligando e dando total compreensão ao leitor.

Quando mencionei a escrita rebuscada do autor, não foi de forma alguma como uma crítica, já que como as histórias se passam entre o século XIX e XX, não faria sentido usar uma linguagem contemporânea. E isso mostra o quanto o autor foi atento e cuidadoso com seus leitores.
Os contos que mais gostei foram:
* A Procissão - A procissão mais assombrosa que conheci. #medo
* O Jardim dos Suicidas - Bem me quer. Mal me quer.
Esse conto foi um dos que mais gostei, amei conhecer um pouquinho da história do Jardim dos Suicidas, até queria mais rs
* A Tempestade - Homem maroto, espíritos em busca de vingança, humm, prevejo horror.
* O Taxidermista - A história de um embalsamador, que no fim acabou me surpreendendo. Achei que ele fosse um homem frio, que nada sentia, mas.. acabei vendo que um "Bom dia" pode fazer muita falta.
* O Lenhador - Só digo uma coisa: tem lobisomem nesse conto.
* Prosa e verso em pele de cordeiro - Aqui vamos conhecer a história de um homem que foi "enfeitiçado pela lua". E depois de ler Prosa e verso em pele de cordeiro, acabei compreendendo o conto Miss Hale e gostei muito da ligação entre os dois contos.
* O Cronista de um tempo passado - Particularmente este foi o que mais gostei. Achei o desfecho fantástico e muito inteligente. Nada de sobrenatural, apenas um homem disposto a tudo para seguir seu dom.

Fui muito superficial na descrição dos contos (de propósito), pois quero apenas atiçar a curiosidade de vocês e reforçar para que leiam O Bairro da Cripta. Vão se surpreender, pois além de contos muito inteligentes, o livro conta com alguns fatos históricos.

Adorei o livro e já estou ansiosa para ler mais livros do autor e conhecer um pouco mais do assombroso Bairro da Cripta.

Para os fãs de terror/horror este livro com certeza será um prato cheio. E, para os não fãs, acredito que também será, pois com certeza O Bairro da Cripta foge da mesmice.

"Lugar estranho, repleto de gente estranha dada a estranhos e perturbadores costumes."
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C. Aguiar 25/01/2015

O livro é composto por 24 contos que tentam trazer ao leitor um pouco do terror e mistério que cercam o Bairro da Cripta.

O começo da leitura é "tranquilo", mas virando um pouco as páginas eu comecei a ficar cansada da narrativa dos contos, devido a linguagem usada. Não que seja ruim, mas poderia ser um pouco menos rebuscada. Por conta disso eu simplesmente não consegui ficar envolvida, e apesar do terror não ser um dos meus gêneros favoritos eu estava colocando muita expectativa nessa leitura.

Minha avaliação positiva se deu ao fato do livro ter sido bem diversificado, mesmo não me envolvendo muito. A diversidade de criaturas e situações que apareceram me deixaram um pouco curiosa. Tenho certeza que alguns desses contos poderiam ser mais trabalhados para virar um livro, ou algo com uma história mais ampla.

Claro que mesmo não me empolgando tanto quanto eu gostaria, a leitura desse livro de certa forma foi bem interessante. Pelo menos eu consegui ficar curiosa, o que já é muito bom porque um leitor curioso quase sempre volta a ler algo do autor, para ver se o mesmo ampliou o mundo que criou.

No mais é um livro que eu recomendo para os amantes do terror tirarem suas próprias conclusões sobre os contos descritos. No entanto vale lembrar que as páginas são brancas então fica um pouco complicado cair na leitura por muito tempo sem incomodar a visão.

site: http://www.seguindoocoelhobrancoo.com.br
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Nu e As 1001 Nuccias 13/10/2017

Resenha do Blog As 1001 Nuccias
Recebi este livro de presente de uma amiga em 2016. Na época eu não conhecia mais de 3 escritores nacionais de terror. Marcos Terci me era totalmente desconhecido e suas obras idem. Quando terminei de ler o primeiro volume de O Bairro da Cripta me perguntei onde esse autor esteve minha vida inteira!

As Elegias é o 1º de 5 livros da coleção O Bairro da Cripta, dos quais 3 já foram publicados. Passado no Brasil, mais especificamente no interior de São Paulo, lá pelos anos de 1800-1899, traz um total de mais de 20 contos de terror e horror sobre diferentes mitos, monstros e assombrações, todos vagando aleatoriamente no Bairro da Cripta, localizado na distinta e esquecida Comarca de Trebaria.

"Miss Hale não fala. Miss Hale sangra sussurros."

Essa é a primeira frase do primeiro conto. Só por conta disso você já consegue ter uma ideia do que virá com os demais, certo? Errado! Os contos se tornam mais sombrios, mais apavorantes.

Os moradores de Trebaria não gostam de estranhos, nem de algazarra, menos ainda de que falem sobre o seu bairro mais sombrio. Dos 30 mil habitantes, apenas 10 mil estão vivos, segundo o censo. O carteiro teimava em entregar correspondências aos jazigos, gritos noturnos impediam o bom sono de viajantes na pensão da cidade, os túmulos nunca tinham paz.

"No Bairro da Cripta, verbi gratia, nas imediações da Vila de Trebaria, um homem, entre todos, conheceu coisas que detinham o dom de calar as palavras. Uma dessas coisas se arrastava pelos corredores insondáveis das suas poucas horas de sono. (...) E, com apavorante frequência, a coisa visitava seu leito."

Em cada conto, o autor apresenta um local específico do bairro, como o Jardim dos Suicidas e o Morro das Tristezas de Deus. Nada mais sombrio por ali do que o Cemitério Municipal, cuidado pelo cidadão mais respeitado, o coveiro.

Apesar da linguagem típica da época, o livro não é difícil de ler, nem enfadonho. A escrita do autor tem uma pegada poética que traz certa beleza à leitura. Pelamor, "chato" não existe nesse livro! Toda página tem um tapa para ser dado nas faces do leitor!

Ao invés de um livro corrido, cada capítulo é um conto e com isso as histórias são dinâmicas. O primeiro volume tem um número pequeno de páginas, e acho que os demais seguem o estilo, isso é legal e ruim pelo mesmo motivo: terminamos a leitura numa tacada.

"E, entre os muros e casas ecoam meus passos, féretro solitário, cujo eco morre na escuridão onde só eu conheço as sombras pelos nomes.A arma pesa em minhas mãos. Como um recém-nascido, trago-a colada ao peito, na esperança de fazer-lhe aquecer para longe dos frios do mundo. É sempre frio no Bairro da Cripta."

Dando uma pesquisada, vi que o autor se inspirou na escrita de H. P. Lovecraft, assim o sombrio, sorturno, gótico e delicado horror permeia toda a escrita. Todos os contos são independentes, mas alguns estão entrelaçados, o que dá a sensação de continuidade e dinamismo já citados. Além disso, muitas são baseadas em mitos e folclore da própria região, ampliando assim o nosso conhecimento sobre o folclore nacional.

Um beleza de leitura! Recomendo muito muito muito mesmo para todos os amantes do gênero terror/horror e também a quem queira uma boa leitura. Quem quiser conhecer o terror nacional, pode começar por ele tranquilamente! Foi muito bom conhecer o autor e sua escrita. Agora estou acompanhando para poder ler as sequencias. Espero poder ler o volume 2, Os Epitáfios, ainda em 2017!

site: http://1001nuccias.blogspot.com.br/2017/10/resenha-livro-elegias-bairro-cripta.html
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