Maria - Blog Pétalas de Liberdade 17/02/2016Beatrix e Christopher "– Você veio ver o meu pai?
– Não… vim falar com a Srta. Hathaway.
– Você é um dos pretendentes dela?
Christopher balançou a cabeça com determinação, negando.
– Deve ser, sim – disse o menino com uma expressão sábia. – Só não sabe ainda."
Beatrix Hathaway é certamente uma das personagens mais interessantes da série, desde o primeiro livro a sua paixão pelos animais está presente, assim como sua forma diferente de ver o mundo. Como dito em um volume anterior, ela não tinha problemas em conversar com os rapazes, pois tratava-os como se fossem seus bichinhos de estimação (nada convencionais, diga-se de passagem), mas Beatrix queria encontrar alguém especial, alguém que mexesse com ela de alguma forma.
"– Você aceita as pessoas como elas são. Acho que as vê da mesma forma que vê seus animais… é paciente e observa seus hábitos e desejos, não as julga."
Mesmo sendo muito diferentes, Beatrix era amiga de Prudence, uma jovem um pouco fútil e que havia recebido uma carta do capitão Christopher Phelan, um pretendente que estava na guerra em 1854. Prudence não estava a fim de responder a carta, mas Beatrix se sensibilizou com a situação do capitão (creio que o fato de ele ter um cachorro foi algo que despertou um pouco mais de empatia em nossa protagonista), mesmo ele já tendo se referido a ela de forma não muito gentil no passado, e com a autorização de Prudence, ela respondeu a carta, afinal, ele estava na guerra e uma palavra de apoio podia ser bem-vinda.
"Tentou imaginar como seria para Christopher deixar sua vida elegante para trás e se descobrir num mundo em que a morte o ameaçava dia após dia. Minuto a minuto. Era impossível imaginar um homem belo e mimado como Christopher Phelan enfrentando perigos e privações. Fome. Solidão."
Assim começou uma troca de cartas entre eles, e adivinhem o que aconteceu? Essa troca de cartas tomou uma proporção que Beatrix não esperava: através daquelas palavras, ela se apaixonou por Christopher, e vendo o rumo que indicavam algumas das palavras dele, ela decidiu encerrar a troca de correspondências.
Meses depois, Christopher voltou para casa como um herói de guerra, mas o tempo que passou em combate o transformou e deixou nele muitas marcas e traumas, que não seriam fáceis de serem superados. Tudo o que ele mais queria era encontrar o amor de sua vida, a mulher que lhe havia escrito cartas que o ajudaram a suportar os dias difíceis que viveu. Só que, ao invés de Prudence (que estava viajando), ele deu de cara com a excêntrica Beatrix Hathaway, e como de uma vez anterior, ele foi grosseiro com ela. Na tentativa de se desculpar, eles se encontraram novamente na casa dela (um encontro um pouco tumultuado, diga-se de passagem, com uma cabra correndo pela casa), e aí ele começou a perceber que ela era muito mais do que uma linda e excêntrica jovem.
Beatrix temia o que aconteceria se ele descobrisse que era ela que tinha escrito as cartas e não Prudence, Beatrix não tinha o hábito de mentir, mas mesmo com medo, ela queria ficar próxima de Christopher, e conseguia perceber que ele tinha problemas com suas memórias da guerra, e sendo tão bondosa quanto era, ela queria ajudá-lo. Se não podia fazer nada diretamente por ele, talvez pudesse fazer por Albert, o indisciplinando cão de Christopher, o que acabaria fazendo com que os protagonista se aproximassem.
Para saber qual a reação dele e como ele descobriria a verdade, só lendo "Paixão ao Entardecer"! O fato é que se a guerra mudou Christopher Phelan, conhecer a família Hathaway também o mudaria. Eu já gostava da Beatrix desde o primeiro livro, pela sua forma perspicaz de interpretar as situações, e acho que a autora não poderia ter escolhido um mocinho melhor para a personagem. Assim como todos os livros da série, também gostei desse, foi uma leitura deliciosa, que trouxe romance, amor, cumplicidade e diversão. Super recomendo!
"Porque às vezes o silêncio é capaz de ferir alguém tão gravemente quanto uma bala."
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