Jayne.Carreiro 22/04/2024
Gareth St. Clair, rejeitado pelo pai e confrontado com um casamento arranjado para salvar as finanças familiares, rompe os laços e encontra refúgio com sua avó materna, que é ninguém mais, ninguém menos que a famosa Lady Debury. A Lady tem uma forte amizade com a filha mais nova da família Bridgerton, Hyacinth. É através desse enlace que ela e Garet se conhecem e juntos embarcam em uma jornada de amizade, romance e segredos do passado, incluindo a busca por um tesouro escondido.
Vamos lá, inicialmente eu gostei bastante da história. As primeiras 50 páginas me fizeram pensar que talvez esse até seria meu livro favorito da série. Gosto desse elemento de conflito familiar, do protagonista sofrido, um pouco misterioso, mas isso depende muito da direção que a história toma no decorrer da leitura, de como o trauma que ele sofreu será refletido em suas atitudes. Algumas coisas eu relevo, mas outras não acho justificáveis. Pois bem, gostei bastante da relação de Hyacinth com a Lady Debury, a amizade das duas era agradável e divertida, é o único enredo que pode arrancar uma risada do leitor nessa narrativa. A personalidade da nossa protagonista também é muito bacana, Hyacinth é uma mulher à frente do seu tempo, inteligente, decidida, que impõe suas opiniões diante da sociedade, ela é destemida. Era algo assim que eu esperava encontrar no livro da Eloise. Só achei meio assim o fato de a autora querer deixar transparecer que Hyacinth era dessa forma por ter sido criada sem a presença do pai. Pode até ser que eu esteja exagerando, pois ela tinha os irmãos mais velhos e tal... mas, eu realmente achei isso. Outra parte que eu amei, e que por incrível que pareça me fez derramar uma lágrima, foi uma conversa entre Violet e Hyacinth, onde ela confidencia que ama todos os filhos, mas a caçula é diferente porque ela a salvou, foi o nascimento dela que ajudou Violet a não afundar no luto. É muito emocionante essa parte. Mas, de resto, não me agradou em nada.
Na minha modesta opinião, tinha tudo para ser uma grande história, mas não foi. A parte da busca das jóias foi chata, o protagonista era misterioso no início, só ele sabia as dificuldades familiares que enfrentou desde cedo, e isso poderia ter sido mais explorado... Ficou mal feito. Quando ele saiu da casa do pai e foi ficar com a avó, eu realmente fiquei muito surpresa, porque imaginei que ele não tivesse ninguém com quem contar, daí ele foi acolhido pela avó, tinha uma relação de bastante cumplicidade com a mesma, mas ela não sabia o que o neto passava, não me convenceu, sabe?! Também achei que tinha muita coisa para ser resolvida antes do casal se relacionar. A forma que Gareth tomou atitude não me agrada, primeiro foi para provar para o pai que era capaz de ficar com uma mulher de renome como Hyacinth, e entendo perfeitamente que traumas são traumas, infelizmente esse tipo de relação familiar conturbada marca muito e ele era praticamente um animal ferido, necessitado de aprovação do pai. Beleza, até aí tudo bem. Só que aí o cara se dá conta disso e vai lá e faz outra besteira. "Ah, vou seduzir essa garota, hoje vou levá-la para a cama para que não tenha mais a opção de voltar atrás na decisão de casar-se comigo." Depois dessa parte, especificamente dessas falas, o livro perdeu toda a graça. Sobre o desfecho, não vou nem comentar esse final. Não gostei, a ideia de ter sido 'Isabela' a ter encontrado o tesouro é legal, mas poxa! Custava ter escrito ela mostrando para quem tanto procurou por ele?!
É isso gente, o livro não é maravilhoso, mas também não é totalmente ruim. ?????