Bia 25/01/2021
Resenha Um Beijo Inesquecível.
Estou avaliando esse livro com os pés porque as mãos estão ocupadas aplaudindo.
Autor: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Preço que paguei: R$7,50
Leitura nº: 7
Nº de páginas: 272
Personagens favoritos: Hyacinth, Gareth e Lady Danbury
Pontos positivos: A personalidade da Hyacinth é o maior ponto positivo da nossa história, ela é autêntica e engraçada, uma dama completamente fora dos padrões. Por outro lado temos o Gareth, o mocinho também muito divertido, mas que carrega várias cicatrizes. Uma historia cheia de erros, acertos e muito amor!!
Pontos negativos: O diamante, eles poderiam ter se empenhado mais na busca dos mesmos
Citação favorita: “- Eu estou lhe pedindo que se case comigo porque a amo, porque não consigo imaginar a vida sem você. Quero ver o seu rosto de manhã, depois à noite e cem vezes ao longo do dia. Quero envelhecer com você, quero rir com você e suspirar para os meus amigos, reclamando que você é mandona, mesmo sabendo, secretamente, que sou o homem mais sortudo da cidade.”
"– Queria lhe explicar como me senti no dia em que você nasceu.
– Mãe? – indagou Hyacinth baixinho.
A mudança de assunto foi súbita e, de alguma maneira, ela soube que o que quer que a mãe lhe
dissesse importaria mais do que qualquer coisa que chegaria a ouvir na vida.
– Foi logo depois da morte do seu pai. E eu estava tão triste... Nem posso expressar quanto estava
triste. Existe um tipo de tristeza que consome a gente. Que nos puxa para baixo. E a gente não
consegue... – Violet se deteve e os lábios tremeram, os cantos se franzindo enquanto ela engolia em
seco, tentando não chorar. – Bem, não consegue fazer nada. Não dá para explicar; só sentindo
mesmo.
Hyacinth assentiu, mesmo sabendo que nunca compreenderia de verdade.
– Naquele último mês inteiro, eu simplesmente não sabia como me sentir – continuou Violet,
com a voz ainda mais baixa. – Eu não sabia como me sentir com relação a você. Eu já tinha sete
bebês; era de se esperar que eu fosse uma especialista. Mas, de repente, tudo era novo. Você não ia
ter um pai e eu fiquei tão assustada... Eu precisaria ser tudo para você. Suponho que também
precisaria ser tudo para os seus irmãos, mas, de alguma forma, era diferente. Com você...
Hyacinth percebeu que não conseguia tirar os olhos do rosto da mãe.
– Eu fiquei assustada – repetiu Violet –, apavorada de falhar com você de alguma maneira.
– Não falhou – sussurrou Hyacinth.
Violet sorriu, melancólica.
– Eu sei. Olhe só para você.
Hyacinth sentiu os lábios tremerem e não teve certeza se ia rir ou chorar.
– Mas não é isso que quero lhe dizer – continuou Violet, com um olhar ligeiramente decidido. –
Quando você nasceu e a colocaram nos meus braços... foi estranho porque, por algum motivo, eu
estava tão convencida de que você seria igual ao seu pai... Estava certa de que daria de cara com o
rosto dele e que isso seria um sinal dos céus.
A respiração de Hyacinth falhou e ela se perguntou por que a mãe nunca havia lhe contado
aquela história. E por que ela nunca havia pedido para que contasse sobre seu nascimento.
– Mas não era – prosseguiu Violet. – Você se parecia um bocado comigo. E, então, minha nossa,
eu me lembro como se fosse ontem... Você olhou nos meus olhos e piscou. Duas vezes.
– Duas vezes? – repetiu Hyacinth, querendo saber por que aquilo era tão importante.
– Duas vezes. – Violet a encarou, curvando os lábios num sorrisinho engraçado. – Eu só me
lembro disso porque a sua expressão foi tão decidida. Foi muito esquisito. Você me olhou como se
dissesse “Eu sei exatamente o que estou fazendo”.
Uma pequena lufada de ar escapou dos lábios de Hyacinth e ela se deu conta de que era uma
risada. Uma pequena risada, do tipo que pega de surpresa.
– E, então, você deixou escapar um lamento – contou Violet, balançando a cabeça. – Meu Deus,
achei que você fosse quebrar o vidro das janelas. E eu sorri. Foi a primeira vez, desde a morte do seu
pai, que eu sorri.
Violet respirou fundo, então pegou o chá. Hyacinth observou a mãe se recompor, querendo,
desesperadamente, lhe pedir que continuasse. Mas, de alguma forma, sabia que o momento pedia
silêncio.
Por um minuto inteiro, Hyacinth esperou. Por fim, a mãe disse baixinho:
– Desse momento em diante, você se tornou muito querida para mim. Eu amo todos os meus
filhos, mas você... – Ela ergueu a vista e olhou nos olhos de Hyacinth. – Você me salvou.
Hyacinth sentiu um aperto no peito. Não conseguia se mexer direito, não conseguia respirar
direito. Só fitar o rosto da mãe, ouvir as suas palavras e se sentir tão, tão grata por ser sua filha.
– De certa forma, eu a protegi um pouco demais – admitiu Violet, os lábios formando o mais
minúsculo dos sorrisos – e, ao mesmo tempo, fui permissiva demais. Você era tão exuberante, tão
segura de quem era e de como se encaixava no mundo à sua volta... Era uma força da natureza e eu
não queria cortar as suas asas."
Estrelas: 5