A vida de H.P. Lovecraft

A vida de H.P. Lovecraft H. P. Lovecraft
S.T. Joshi




Resenhas - A Vida de H. P. Lovecraft


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Leandro 23/07/2022

O livro possui certo rigor acadêmico (o autor é pesquisador de longa data de Lovecraft), mas sem ficar de modo maçante ou tedioso.
O livro afasta várias lendas aobre Lovecraft, principalmente de que ele viveu a vida inteira isolado e se correspondendo apenas por cartas: na verdade o isolamento durou apenas alguns anos no início da vida adulta e posteriormente ele passava grandes períodos viajando e visitando seus amigos.
O autor também não esconde os defeitos da pessoa Lovecraft: o elitismo que foi responsável direto por sua pobreza e o racismo que afeta as suas obras.
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Marcus 17/02/2015

O mestre do indizível
Escritores que morrem antes de serem reconhecidos fora de seu círculo de amigos mais próximos e chegam a passar fome, para anos ou décadas depois seu trabalho se converter em uma mina de dinheiro nas mãos de desconhecidos, são personagens comuns na história da literatura. Howard Phillips Lovecraft não escapou a essa sina.
Muito do que se vê hoje no cinema e na TV, lê nos livros, quadrinhos e mangás, ouve na música ou mesmo joga em games nasceu em sua mente intrigante. Autores como Alan Moore e Stephen King confessam inspiração livre no trabalho sombrio de Lovecraft, que ganhou uma biografia assinada por S.T. Joshi. Nascido na Índia e radicado nos Estados Unidos, Sunand Tryambak Joshi é um estudioso e admirador da obra do autor. A vida de H. P. Lovecraft foi lançada no final do ano passado em português pela editora Hedra, com venda exclusiva na Livraria Cultura.
Trabalho competente, a biografia é toda referenciada com notas ao fim de cada capítulo. Em alguns trechos, o texto aprofunda o relato da vida de Lovecraft com um tom um tanto acadêmico, mas embora a fluência da leitura perca o ritmo, a construção psicológica e social do autor ganha muito em consistência.
Garoto mimado pela mãe e pelas tias em sua amada cidade de Providence, Lovecraft foi precoce em muitas coisas: na perda do pai, na alfabetização e interesse pela poesia, nas leituras de Edgar Allan Poe e da Balada do Velho Marinheiro aos 6 anos de idade, na rejeição à educação religiosa e ao ensino formal.
Ainda menino, o autor produzia, imprimia e vendia pequenas publicações com artigos e poesias. O que se converteu nos fanzines dos anos 1970 e 1980, e nos blogs de hoje, Lovecraft e seus amigos praticavam nos idos de 1900. Ao longo de sua breve vida, ele participou de ativos grupos de imprensa amadora que promoviam a impressão e publicação de trabalhos com recursos caseiros.
Lovecraft gostava tanto de Química que montou um laboratório em casa. E se apaixonou pela Astronomia: frequentou um observatório por um tempo, escreveu sobre o assunto e chegou a ter três telescópios em casa. Quanto dessa observação, o estudo do cosmos e revelações científicas como as teorias da Relatividade e Quântica influenciaram sua obra vai sendo revelado no atento e documentado retrato que Joshi traça.
O autor sentia-se insignificante diante do universo, sentimento que transferia para toda a humanidade. Daí resultam perturbadoras sequências oníricas e criaturas indescritíveis que transcreve de sua imaginação para o papel em histórias ora recusadas, ora remuneradas por centavos de dólar por palavra.
Quando recebia alguma coisa pela venda para revistas populares - as pulp fictions - Lovecraft mal conseguia pagar suas contas. Mas não abria mão de seu maior prazer: viajar e fazer longas caminhadas por bairros e cidades de arquitetura colonial.
A obra do autor, morto em 1937 aos 46 anos, foi descoberta aos poucos. E, embora composta por contos de qualidade desigual, vem ganhando antologias, edições ilustradas e comentadas. No Brasil, nos anos 1980, antologias foram publicadas pela editora Francisco Alves; a editora Iluminuras publicou outras nos anos 2000. Agora a Hedra vem lançando vários títulos.
Caprichadas edições especiais, publicadas principalmente nos EUA, têm chegado às boas livrarias daqui. Mas procure. Num domingo, vi um exemplar de The new annotated H. P. Lovecraft, com prefácio do Alan Moore, na vitrine da Livraria Cultura no Bourbon shopping. A qualidade do livro me chamou a atenção, o preço era ótimo, mas parecia haver apenas aquele, com uma etiqueta colada que rasgaria a capa. A atendente da loja bem que tentou. Mas havia outro exemplar, a moça atenciosa descobriu. Estaria na seção Geek, ali mesmo, no mezanino. Loja cheia, me aventurei sozinho, e fui descobrir o volume escondido atrás de uma fileira de mangás, na prateleira junto ao piso, invisível para quem estava de pé.
Procurem, leitores contemporâneos. Esse é um privilégio nosso.
Lovecraft não chegou a ver um livro seu encadernado em capa dura.

site: blogbeatnik.blogspot.com
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Tauami 24/06/2016

Biografia escrita por J.T. Joshi é imprescindível para entender a vida, obra e controvérsias do Rei do Indizível.
Ao se digitar o nome “Lovecraft” no Google são localizados cerca de 10.200.000 resultados. Quando escrevemos “Influências de Lovecraft” no mesmo buscador, quase 70.000 repostas são computadas. O consagrado autor Stephen King, ganhador do Troféu Golden no Hall da Fama, uma vez afirmou que quase toda a ficção de horror significativa paira na sombra de Lovecraft. Robert E. Howard, criador do lendário Conan, e Robert Bloch, escritor do livro “Psicose”, também admiravam e mantinham contato com o autor. Neil Gaiman, Alan Moore, Gillermo Del Toro, Caitlin R. Kiernan, John Carpenter, Thomas Ligotti, David Wong… A lista de apreciadores confessos do Rei do Indizível é prodigiosamente extensa.

Mas, afinal, quem foi esse ser que parece ter tocado, com suas entidades tentaculares, quase todos os grandes autores, diretores e artistas do terror, ficção e fantástico do nosso século? Quem diabos foi Howard Philip Lovecraft e como encontrar fontes confiáveis de informação em meio a tantos dados jogados na internet?

Em 2014, a Editora Hedra parece ter percebido a ausência de respostas para essas questões e trouxe para o Brasil a biografia A Vida e Obra de H.P. Lovecraft, escrito pelo maior especialista do autor no mundo, J.T. Joshi.

Somos convidados a mergulhar na monocromática história de Howard, passando pela genealogia de sua família e indo até as profundezas de seus conturbados relacionamentos pessoais e ideias controversas. Acompanhamos a difícil infância de Lovecraft em Providence, na Nova Inglaterra, onde ele perde seu pai, que falece internado em um hospital psiquiátrico após contrair sífilis, fica fascinado pela imensa biblioteca de seu avô, vive sob a superproteção de sua mãe, lida com uma saúde frágil e colapsos nervosos, perde as esperanças de alcançar níveis mais altos de estudo em uma universidade e como tudo isso parece ter sido fundamental para o seu amplo desenvolvimento artístico.

É interessante vermos que as inúmeras lendas que surgiram ao redor do escritor, como as que falavam sobre um possível comportamento homossexual retraído ou aquelas que achavam que ele era uma pessoa extremamente antissocial, são jogadas por terra através da exposição de trechos e mais trechos de cartas escritas tanto por Lovecraft (calcula-se mais de centenas de milhares) como por seus muitos amigos, uma vez que ele mantinha correspondência com um amplo círculo de pessoas.

A assexulidade do autor e a difícil relação entre ele e sua esposa em um casamento frustrado também são expostas de modo direto e sem mistificações. Um dos pontos altos do livro é o fato dele trazer todas as possíveis influências que o autor teve durante sua vida. Desde seu pensamento estético literário até suas perspectivas pessoais filosóficas. Na obra, também são abordadas suas contribuições para o gênero que modernizaria e propiciaria o fortalecimento do jornalismo amador e das publicações fantásticas independentes, como a seminal Weird Tales Magazine.

Porém, em alguns momentos, a leitura tornar-se maçante devido ao grande número de descrições dos locais por onde Lovecraft morou e andou (e não foram poucos). Importante lembrar que o biografo é um acadêmico, o que justifica esses detalhes pormenorizados. Para o leitor desavisado, a primeira metade do livro é um tanto letárgica, mas melhora depois que adentramos de vez no sombrio mundo tentacular que Lovecraft criou, como os chamados mitos de Cthulhu. Também impossível não falar da comida de bola da publicação com a ausência dos nomes em português dos contos do escritor.

Lovecraft foi, como afirma Joshi, o maior autor americano do século XX. Mas, infelizmente, também foi fruto de seu tempo. Com pensamentos éticos e raciais retrógrados e uma evidente xenofobia, é estranho imaginar que ele é o responsável por histórias que confrontam diretamente noções extremamente dogmáticas para a época em que foram escritas.

Ideias como a existência de Deus ou a superioridade humana diante do restante do universo são constantemente atacadas nos contos do autor. Talvez, devêssemos deixar de ver grandes escritores e escritoras como deuses de algum tipo e passarmos a enxerga-los como o que eles realmente são: humanos repletos de contradições. Apesar de tudo, ele lutou bravamente pela manutenção e pela disseminação da arte literária pura, onde ela não fosse movida pelos desejos do capital, e até por isso, teve uma vida financeira dificílima e provinciana, morrendo na pobreza e no anonimato, tendo um reconhecimento tardio vindo por meio da legião de amigos e fãs que mantiveram seu nome vivo.

Lovecraft é, e provavelmente e sempre será, o maior escritor de literatura fantástica que já existiu, além de ser o responsável pela criação do horror literário moderno. Para todos aqueles que compartilham esse pensamento (e imagino que não são poucos) essa biografia do autor é leitura imprescindível. Caso haja ainda maior interesse em conhecer a sua vida, recomendo também o excelente documentário Lovecraft: Medo do Desconhecido, lançado no Brasil em DVD pela Versátil Home Vídeo

site: https://101horrormovies.com
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Edson Camara 25/02/2018

A vida de Lovecraft é uma montanha russa em câmera lenta
A vida de H.P.Lovecraft do escritor e crítico literário Sunand Tryambak Joshi é um livro intenso, para fãs de HPL e cheios de altos e baixos como uma montanha russa. o autor vai realmente a fundo e inicia a história quando Lovecraft ainda nem havia nascido contando a saga de gerações anteriores de sua família. HPL foi precoce em vários aspectos de sua curta vida. Protegido e mimado pela mãe até a idade adulta, não se preocupou em conseguir um meio de subsistir. Após a falta desta enfrentou dificuldades financeiras graves. Durante a infância e adolescência sua vida foi quase normal para quem transformou-se em um escritor de histórias de mistério, terror e fantasia.

A fase pré ficção de HPL, até meados de 1916, mostra a dedicação de H.P.L. a diversos escritos, inclusive poesia. HPL era um grande debatedor de ideias através de artigos em jornais amadores e cartas.

A transição final de Lovecraft para a idade adulta e o começo de sua produção como escritor ficcionista, ainda inseguro, produz muitos contos de terror e ficção científica um pouco insipientes ainda mas que já mostravam que o veio de sua obra havia sido descoberto. Seu lado filosófico também estava a flor da pele na época. “...Qualquer substância imaterial como a alma pode existir; e que o universo como um todo progride em direção a qualquer objetivo particular. A recusa de Deus, da alma e da vida após a morte está implícita em todas essas formulações..."

Lá pelo meio do capítulo 9 o autor descreve a primeira relação de Lovecraft com uma mulher que não fosse sua mãe ou tias. HPL começa a se relacionar com sua futura esposa Sonia. Neste tempo HPL viaja bastante, a Nova Iorque e a Massachussets onde visitou as cidades de Salem e Marblehead que lhe marcaram pelo histórico de caça as bruxas do passado e pela arquitetura gótica. Também neste tempo HPL escreve dois contos em série para revistas especializadas em ficção fantástica. Lovecraft casou com Sonia Haft Greene em 3 de março de 1922.

A vida adulta de Lovecraft, seu casamento, sua falta de entusiasmo para trabalhar e coisas assim, parece a quem está de fora, por volta dos anos 1924 e 1925, ser muito chatinha."

Os capítulos 13 e 14 já mostram um Lovecraft mais animado e produtivo, morando na Nova Inglaterra, na cidade em que nascera, Providence, com suas tias, não se preocupava com o sustento o que lhe deixou livre para escrever e trabalhar nas coisas que gostava. O autor ressalta: "...agora as coisas eram completamente diferentes: quatro novelas, duas delas curtas, e três contos, totalizando algo como 150 mil palavras, foram escritos nessa época, juntamente com alguns poemas e ensaios. Todos os contos se passam, pelo menos em parte, na Nova Inglaterra.""


No final dos anos 20, HPL estava separado da esposa e vivendo com suas tias em Providence. Fez duas viagens importantes, uma a Charleston e outra a Quebec, no Canadá. Estas viagens renderam bom material através de postais e cartas aos amigos e diários de viagem só publicados depois de sua morte. Neste período produziu alguns contos e novelas curtas que embora lhe rendessem remuneração financeira não era suficiente para afastá-lo da vida pobre."

Entre os anos de 1931 e 1932. A vida dele era realmente penosa, complicada e muitas vezes tediosa. H.P.L. era muito inteligente e sagaz em seu raciocínio e intelecto, mas tinha dificuldades tremendas com as coisa básicas da vida como tratar de si mesmo, alimentar-se adequadamente e ganhar dinheiro para sustentar-se. Esta parte do livro é de leitura difícil e é necessário muito foco e persistência para não pula-los. Alguns trechos são interessantes para mostrar a cru a mente do homem: “...ainda creio que os grandes processos do universo existem segundo as leis da física; que elas não fazem referência a nossos desejos e provavelmente estarão implicadas na extinção da vida no planeta; que não há razão para esperar a vida após a morte; e que o bem e o mal são ideias que não lançam luzes sobre o mundo não humano…” trecho da página 335 capítulo 16
Em trecho extraído da página 342 ainda no capítulo 16 o autor explica: “...a renúncia ao sobrenatural, bem como a necessidade de oferecer complementos, não contradições, aos fenômenos conhecidos, deixa claro que Lovecraft estava agora conscientemente seguindo em direção a uma união entre ficção fantástica e ficção científica...de fato, em termos formais, praticamente todo o seu trabalho posterior a THE “CALL OF CTHULHU”é ficção científica, uma vez que oferece uma justificativa científica para acontecimentos a princípio “sobrenaturais...”
Na página 354 no mesmo capítulo, o autor relata: “...muitos se queixam da quantidade de tempo que Lovecraft gastou ...com sua correspondência...em vez disso, ele poderia ter escrito mais ficção… uma de suas principais motivações para essa correspondência foi simplesmente a gentileza…ele sentia que era sua obrigação como cavalheiro fazê-lo”.

No início do capítulo 18 o autor relata sobre o esforço de Lovecraft em publicar uma coletânea de contos seus em forma de livro, infelizmente o próprio HPL em carta anexa aos contos, onde explicava cada um destes, denigre seu próprio trabalho passando insegurança ao editor que recusou a publicação do livro. “... o acordo com Knopf provavelmente foi o mais próximo que Lovecraft chegou de ter um livro publicado em vida por um editor comercial. Se o tivesse feito, o resto de sua carreira - e não seria errôneo dizer toda a história subsequente da ficção fantástica norte-americana - talvez tivesse sido bem diferente. Contudo, depois do quarto fracasso na publicação de um livro...os últimos três anos e meio da vida de Lovecraft foram cada vez mais repletos de dúvidas, timidez e depressão a respeito de seu trabalho, até que perto do fim ele veio a crer que havia fracassado inteiramente como escritor de ficção

Lovecraft também voltava seu pensamento a preocupações políticas e sociais. Embora não tenha se engajado politicamente chegou a escrever um manifesto sobre políticas sociais. O autor reforça com estes trechos: “...fator significativo, talvez, tenha sido o Comitê Tecnocrata de 1932. Elaborada pelo economista e intelectual Howard Scott, a noção de tecnocracia conduziu Lovecraft a sua mais importante conclusão sobre o problema econômico do país: a de que a tecnologia tornará impossível, mesmo em princípio, o emprego pleno, pois as máquinas, que requerem apenas uns poucos trabalhadores para sua operação, faziam o trabalho que seria feito antes por muitos indivíduos, tendência crescente à medida que máquinas cada vez mais sofisticadas eram postas em funcionamento. Qualquer tema político e econômico sensível e realista deveria, então, ser baseado nessa premissa…

O Capítulo 20 (O fim de uma vida) resume, em longas páginas, os últimos anos de produção literária e publicações de HPL. Para quem não tiver paciência de ler o livro todo, do ponto de vista da obra de HPL este é o capítulo mais importante. O autor relata: “...No que se refere à vida de Lovecraft, talvez baste dizer que, em grande parte, ele viveu como quis. Todos gostaríamos que ele tivesse conquistado um pouco mais de sucesso comercial em vida; contudo, seu sacrifício do conforto pessoal para preservar a pureza de sua arte e a popularidade duradoura e sempre crescente de seu trabalho mostram que ele tomou a decisão certa.

O autor continua: “Assim, talvez seja hora de fazer as honras a um homem cuja devoção ao trabalho, generosidade em relação aos amigos e sensibilidade imaginativa não conheceram limites. Ele foi embora, mas sua obra permanece…”.

No final do capítulo 20 o autor descreve os últimos e sofridos momentos de HPL no auge de seu câncer terminal. Howard Phillips Lovecraft morreu no início da manhã de 15 de março de 1937. Ele foi declarado morto às 7h15 da manhã.

É um livro obrigatório para quem é fã de Lovecraft e para quem quer saber sobre literatura fantástica deste autor fundamental que serviu de inspiração a todos os autores deste gênero desde seu reconhecimento.
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Leandro. 04/10/2021

A lenda Lovecraft.
O livro detalha minuciosamente a misteriosa vida de H.P. Lovecraft, desde sua infância digamos um pouco problemática, suas ideias sobre raça, religião, amizades e o fim trágico de sua vida. O pesquisador se aprofundou ricamente nas cartas do gênio da ficção fantástica e o transformou neste livro que considero a melhor biografia a respeito do misterioso Lovecraft que já li.
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Kardec 21/02/2022

Um mito!
Gostei bastante dessa biografia, é a primeira biografia que leio e decidi iniciar pela do autor que talvez eu mais tenha lido na vida e que com certeza sempre está em minha cabeça, se isso é bom ou não, não saberia dizer. Foi sem igual poder conhecer mais dos hábitos e particularidades de Lovecraft e pude também entender melhor sua ficção a partir de seu contexto histórico e forma de pensar a sua realidade, sua obra é única e sua influência colossal. Pena ter levado uma vida tão difícil.
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Cris 31/01/2017

Realismo Fantástico

Infinitamente longe da grande maioria das biografias, geralmente manuais de puxa-saquismo feitos sob encomenda do próprio biografado, o livro expõem sem nenhum pudor todo o lado podre de Lovecraft, tanto os relativos a sua obra, quanto a sua personalidade.
Mas este não é um livro sensacionalista estereotipado que pretende lucrar alguns trocados com a desgraça alheia. Entre as dezenas de preciosíssimas contribuições de H.P. Lovecraft à Literatura Fantástica esmiuçadas por S.T. Joshi uma das mais fascinantes é a teoria na qual o autor de "The Call of Chutulhu" expõem que a Literatura Fantástica, apesar de todo o seu conteúdo alucinadamente fantasioso, estaria mais ligada ao Realismo do que ao Romantismo.
Lovecraft admite que o gótico e o sobrenatural na literatura, devido ao forte teor imaginativo e absurdo, é um óbvio herdeiro dos exageros do Movimento Romântico. Contudo, HPL afirma que a crueza e a verossimilhança com que os autores de obras góticas, geralmente, retratam o choque mental que o paranormal e o macabro provoca em pessoas comuns iria direto de encontro a racionalidade fria com que o aspecto psicológico dos personagens é analisado na Literatura Realista/Naturalista.
Partindo destas idéias de Lovecraft poderíamos então dizer que a Literatura Fantástica fez a ponte entre o Romantismo e o Realismo?
Só sei que esta teoria deixa babando qualquer um que leva os livros de horror, ficção científica e fantasia a sério e que merece uma investigação mais aprofundada pelos aficionados e pesquisadores de Literatura Fantástica."
Finalizada agora a leitura de "A Vida de H.P. Lovecraft", de S.T. Joshi.
Infinitamente longe da grande maioria das biografias, geralmente manuais de puxa-saquismo feitos sob encomenda do próprio biografado, o livro expõem sem nenhum pudor todo o lado podre de Lovecraft, tanto os relativos a sua obra, quanto a sua personalidade.
Mas este não é um livro sensacionalista estereotipado que pretende lucrar alguns trocados com a desgraça alheia. Entre as dezenas de preciosíssimas contribuições de H.P. Lovecraft à Literatura Fantástica esmiuçadas por S.T. Joshi uma das mais fascinantes é a teoria na qual o autor de "The Call of Chutulhu" expõem que a Literatura Fantástica, apesar de todo o seu conteúdo alucinadamente fantasioso, estaria mais ligada ao Realismo do que ao Romantismo.
Lovecraft admite que o gótico e o sobrenatural na literatura, devido ao forte teor imaginativo e absurdo, é um óbvio herdeiro dos exageros do Movimento Romântico. Contudo, HPL afirma que a crueza e a verossimilhança com que os autores de obras góticas, geralmente, retratam o choque mental que o paranormal e o macabro provoca em pessoas comuns iria direto de encontro a racionalidade fria com que o aspecto psicológico dos personagens é analisado na Literatura Realista/Naturalista.
Partindo destas idéias de Lovecraft poderíamos então dizer que a Literatura Fantástica fez a ponte entre o Romantismo e o Realismo?
Só sei que esta teoria deixa babando qualquer um que leva os livros de horror, ficção científica e fantasia a sério e que merece uma investigação mais aprofundada pelos aficionados e pesquisadores de Literatura Fantástica.


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leonel 26/03/2017

Ao se digitar o nome “Lovecraft” no Google são localizados cerca de 10.200.000 resultados. Quando escrevemos “Influências de Lovecraft” no mesmo buscador, quase 70.000 repostas são computadas. Quando digitamos "Geisy Arruda" são 606.000 resultados. "Geisy Arruda nua" são apenas 234,000. Com isso podemos concluir que Geisy Arruda < Lovecraft mas é ao mesmo tempo maior que as influências de Lovecraft.
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