Alle_Marques 24/12/2023
... Casas, Furacões e Labirintos
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[...] Cada século, ou cada séculos, a espiral assombra a cidade... [...]
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Não sei o que exatamente esperava que o final entregasse, é uma história absurda demais para tirarmos muitas conclusões por conta própria, mas não se parece em absolutamente nada com o que imaginei, seja isso bom ou não.
É um enceramento tão surreal quanto a história é desde o início, e pra nós, o que resta é admitir que, gostando ou não, entendendo ou não, ele é fiel, entrega o que promete e é coerente com todas as esquisitices que Junji Ito nos apresenta até ali. É um final fechado, que incomoda e nos deixa pensativos, então funciona, além disso, o final é apenas um capitulo, os mangás, do primeiro ao último, se sustentam bem, tanto juntos quanto separados, é uma história mais bizarro do que a outra, que nos deixam cada vez mais apreensivos e curioso.
Nesse enceramento, temos uma história sinistra que fica cada vez mais tensa a cada capitulo, desenhos bizarros e bem feitos, situações desconfortáveis, estranhas e angustiantes, e tudo isso com a sensação constante de que qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento e ninguém vai sair ileso disso. Além disso, Junji Ito deixa de lado a conformidade, para dar lugar a sobrevivência, a inquietação e ao medo, esse último volume pode não ser tão macabro e violento quanto seus antecessores, mas é tão incomodo quanto, aqui não temos mais tanto daquela passividade desconfortável e angustiante dos moradores da cidade, embora ainda resista em alguns, mas também, as coisas crescem em um nível que é impossível continuar ignorando tanto absurdo.
Sobre a Kirie, ela é uma figura que vale a pena prestar atenção, ela continua sempre sendo jogada nos meios de tudo, parece que nenhuma bizarrice acontece sem ela estar por perto, isso me fez pensa em qual seria seu verdadeiro papel nessa história, se ela realmente tem alguma relevância ou, talvez, seja apenas a testemunha necessária que a insanidade – ou a espiral – precisa para funcionar. De qualquer forma, a única certeza que tenho agora é a de que, depois dessa trilogia, eu nunca mais verei uma espiral da mesma forma.
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11ª HQ de 2023, 38ª Resenha de 2023
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