Cami @leiturizar 12/02/2017Apaxionante!Samantha é uma adolescente de 16 anos que vive numa família cercada de união e de luxos, afinal o sobrenome Hoffer é muito mais que um mero parentesco. Vozinha, que é a matriarca da família, faz questão que as primas Hoffer andem sempre juntas e uma das regras principais é estarem sempre unidas independente de brigas e desavenças. Ser uma Hoffer implica situações políticas e sociais, é como se fosse um status., uma meritocracia. Na escola todos respeitam as meninas e ainda há aquelas que morrem de vontade de ser como as Hoffer.
Um fato curioso da família é que elas vivem em uma ilha particular chamada Tormento, onde Sam e suas primas tem que pegar um barco pra ir pra escola todos os dias, pois a mesma fica no continente. Outro fato curioso é que a família é formada apenas por mulheres, todos os homens que fizeram parte da mesma faleceram de modos pouco ortodoxos.
O livro começa com Sam e suas primas, Mô, Luci, as gêmeas Regi e Sy (não se pronuncia Si e sim SAI porque ela viu em um filme a pronúncia e adorou e desde então pede pra ser chamada assim) e sua irmã Babi indo pegar o barco para volta as aulas depois do término das férias de verão. O que ela não esperava é que ao atracarem no píer tinha um lindo rapaz com olhos verdes brilhantes dentro de uma Dodge Ran que não parava de olhá-la e isso a intrigou muito, pois Sam namora Martin desde muito nova e não esperava se sentir atraída pelo rapaz misterioso do modo como ficou.
Assim que chegam a escola descobrem que o rapaz da Dodge é, na verdade o aluno novo, chamado Benjamin e sua irmã, Tamisa. Então as gêmeas Sy e Regi partem pra cima do garoto com uma disputa para saber quem vai ficar com o rapaz.
Interessante é que Ben despreza as duas e só tem olhos pra Sam, como se fosse o fruto proibido e então passa a persegui-la fazendo repensar sobre sua relação com Martin. Mas o que a garota não imaginava era que sua vida mudaria drasticamente após a tentativa de rompimento com o namorado e que outros segredos a mais sobre sua família viriam a tona.
Antes de iniciar o livro vi pessoas dizendo que os capítulos iniciais eram muito parados e que não despertava o interesse do leitor. ISSO É MENTIRA!!! O livro começa da mesma forma que todo livro tem que começar, apresentando os personagens e suas personalidades e características pessoais, descrevendo os cenários e toda a história é narrada pelo ponto de vista de Samantha. Ela nos conta a rotina das Hoffer, principalmente na hora de arrumarem para uma festa ou de até mesmo irem para a escola. É como se fosse um ritual que todas deveriam cumprir. Sam nos descreve como é a loucura de ser uma Hoffer e principalmente porque não se sente uma delas pois sempre gostou de roupas confortáveis e adora surfar enquanto que as primas piram só de um ventinho bater em seus cabelos e usam roupas coladas, além de serem muito elegantes.
Ela nos relata também a falta que sente do pai e como em algumas situações queria tê-lo por perto para pedir conselhos e orientações. Conhecemos um pouco sobre cada prima Hoffer e além de Sam, Babi e Mô são as minhas preferidas (confesso que foi muito difícil pra escolher uma preferida, cada uma tem características próprias e personalidades distintas).
Nossa protagonista é cheia de manias engraçadas, pra começar, ela sempre agradece as "suas estrelinhas" o que eu achei muito fofo e sua fome é rapidamente saciada com uma maçã, ou melhor, metade dela. Também adora surfar e mais parece um garoto do que uma menina. Outra coisa que me identifiquei muito com ela é o fato de ser totalmente desastrada e ter a coordenação motora praticamente nula. É uma personagem divertida e carismática que mesmo passando pelas coisas que passa, não perde a fé nas suas estrelinhas e que será feliz.
Mô tem um jeito meio fofoqueiro de ser. Ela está sempre por dentro das novidades e sempre atualiza as meninas com as últimas notícias tanto de Tor (como é chamado a ilha de Tormento) como do continente e então logo quando Ben e sua irmã aparecem, ela busca uma ficha completa dele na internet, o que não acaba encontrando muita coisa.
Babi é a caçula da família a que sonha em encontrar o amor verdadeiro e ter um príncipe encantado onde Sy a chama carinhosamente de virgem e Regi tenta fazê-la sua discípula.
Luci namora Rodolfo e o relacionamento deles é uma constante montanha russa, mas mesmo assim eles tem seu charme, apesar de ainda não saber ao certo se gosto ou não de Rodolfo.
Sy e Regi são o que eu diria os holofotes da família, ambas parecem mais duas bonecas de porcelana do que pessoas de verdade e adoram cair na noite e frequentar festinhas e boates. É claro que Regi é um pouco mais contida do que Sy, essa última é meio escandalosa, tem uma risada estridente e um humor ácido, trocando sempre alfinetadas com Samantha principalmente após saber que Ben está interessado em nossa linda protagonista. Posso dizer que a Sy foi a que eu menos me simpatizei e até a achei um pouco vulgar, espero que Sy tome um pouco de juízo nos próximos livros.
A melhor de todas é a Vozinha com suas paranoias e seus chás para todo que é tipo de enfermidade. A mulher não aparenta ter a idade que tem e parece realmente com aquelas avós que vemos em filmes de comédia.
Uma coisa que me incomodou um pouco foi o fato de Tami, a irmã de Ben pegar amizade muito rápido com Mônica, a prima e melhor amiga de Sam. Gente, não me entendam mal e nem levem para o lado pessoal, mas quando eu leio um livro, acabo me incorporando no personagem principal e eu fiquei com ciúmes de ver as duas tão amiguinhas e Sam um pouco jogada pra escanteio. Não que ela se incomodasse, pelo contrário, ela até achava legal o fato de Tami estar se enturmando com a família e tal, mas eu fiquei incomodada por ela entendem? Senti as dores que ela não sentiu e toda vez que ela narrava que Mô e Tami ficavam fofocando sem parar seja aos cochichos, seja em voz alta, o ciúme se instalava dentro de mim de forma desmedida.
Ben é um cara cativante, a autora soube criá-lo muito bem. Apesar de ele ter seus mistérios e toda vez que Samantha perguntava sobre algo da família e ele sempre desviava, senti por ele um amor platônico, aqueles olhos lindos! As tatuagens com letras estranhas! Não que eu seja fã de tatuagem mas isso dá toda uma personalidade pro cara. Não tive como não me apaixonar, ele é simplesmente o garoto que toda adolescente sonha em namorar. Ben foi o cara que eu idealizei namorar na minha adolescência muitas vezes. Sempre gostei de um Bad Boy!
Outro menino que eu gostei muito também foi Tui, o melhor amigo de Sam e que ensina nossa heroína a surfar. O cara é um amor de pessoa e quando descobri um fato importante sobre ele no decorrer das páginas me fez amá-lo ainda mais.
A história segue o rumo natural das coisas e rola um clima de suspense no ar sobre quem é Ben de verdade e sua família, e também o que a família Hoffer esconde, coisa que só descobri no epílogo. O livro todo é eletrizante, com cenas de pura adrenalina intercalando com paixão do início ao fim, dá pra notar o quanto Juliana se empenhou para que a estória saísse perfeita. Embora haja muitos personagens, todos eles recebem a devida atenção e nada passa despercebido pelos olhos da nossa narradora. Os cenários também são muito bem descritos e eu achei que a autora não enrolou em nada, apenas desenvolveu os fatos no tempo correto de modo que nada foi apressado ou postergado.
Mas quem me irritou mesmo foi Martin, no início até cheguei a torcer por ele, pra que ele tomasse jeito e fizesse Sam voltar mas depois vi que não tinha jeito, ele estava fadado ao fracasso e o meu Ben merecia toda atenção!
A leitura flui rapidamente e conta com um tema polêmico sobre violência que só lendo pra saber mesmo, porque eu já falei demais aqui! Então se você gosta de livros de fantasia com uma pitada generosa de romance, vale a pena embarcar nessa jornada e conhecer melhor Sam e sua família com hábitos nada convencionais. Aproveite também para desvendar os mistérios da família Hoffer e venha se encantar com cada uma das integrantes e se surpreender com o que Luxúria pode fazer com você.