Sergio 31/01/2015Melhor leitura de 2015Escrito por Thomas Meehan e publicado no final do ano passado pela Editora Intrínseca, Annie nos trás uma história de superação e positividade. Annie, aos seus dois meses de idade, foi deixada em uma cesta de vime em frente a um orfanato de Nova York, no ano de 1921. Com ela, estava um bilhete — dizendo que os pais voltariam para pegá-la assim que possível — e metade de um medalhão de prata, para que eles a reconhecessem quando voltassem.
Entretanto, a primeira aparição da protagonista no enredo acontece somente onze anos depois, em uma noite de ano novo. Cansada de ser maltratada pela cuidadora do orfanato, a Srta. Hannigan, e por se frustrar ano após ano esperando a volta dos pais, a jovem garota decide se jogar no mundo em busca dos seus progenitores. É aí que, após bolar um plano mirabolante, a garotinha foge e consegue andar livremente pelas ruas de Nova York. Após um ano, sozinha e passando por situações deploráveis, a jovem acaba encontrando por sorte (ou por destino) o homem mais rico de todo os Estados Unidos, e a partir daí todo um laço amigável começa a ser construído entre os dois.
Mesmo estando no ano de 1932, durante o decorrer da narrativa o autor nos mostra o cenário nacional pós-crise de 29 (para quem não lembra, a crise surgiu através da quebra da bolsa de valores de NY), e conseguimos perceber o quão arrasado o país se encontrava. Com esse pano de fundo, a história se desenvolve de maneira triste e ao mesmo tempo intensa, já que em cada nova página algo de ruim acontece com a protagonista. Esse lado "sofrível" da obra faz com que nos apeguemos cada vez mais a Annie. Nos parcos momentos de alegria, choramos junto à garotinha.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi o cunho positivista da obra como um todo. Mesmo estando em desgraça, Annie nunca abaixou a cabeça em todo o enredo. Seu lema era: “O sol vai sair amanhã. Pode apostar seu último centavo nisso". Acreditem ou não, questionei-me sobre como ando levando minha vida e decidi adotar o padrão Annie de ser.
Embora o livro seja um clássico, não tive em momento algum dificuldade no entendimento — nem da escrita, nem do enredo. As páginas fluem rapidamente e a linguagem usada é trivial. Todos os personagens são muito bem explorados e construídos. Conseguimos detectar o ponto fraco de cada um deles, além de suas angústias e mágoas, bem como seus pontos fortes e expectativas futuras.
A edição da Editora Intrínseca ficou impecável. Não consegui detectar nem um tipo de erro, seja gramatical ou de pontuação. Além disso, a editora fez uso de materiais de excelente qualidade (como sempre!) em seus exemplares do título em questão. Sendo bem franco com vocês: não há como ler esse livro e não se apaixonar por ele. Cinco estrelas e favorito é pouco para quantificar a magnificência dessa obra.
Adaptação cinematográfica:
A adaptação cinematográfica de Annie está prevista para estrear dia 12/02/2015 em todo o Brasil. Dirigida por Will Gluck (Amizade Colorida e A Mentira) e com Quvenzhané Wallis como a protagonista, o filme contará também com os atores Jamie Foxx (como Benjamin Stacks), Rose Byrne (como Grace) e Cameron Diaz (como Miss Hannigan).
Vocês já devem ter percebido que uma das mudanças mais notáveis é a troca do pano de fundo na refilmagem. Notei logo nos primeiros segundos do trailer que o filme está o mais atual possível, como se se passem nos tempos modernos. Ainda não sei se isso é bom ou ruim. Outro ponto que fiquei bastante curioso foi a mudança na escolha da personagem principal, já que no livro ela é uma ruiva e, no filme, uma negra. Só sei de uma coisa: tem filminho bom vindo por aí! Espero não me decepcionar.
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