Lucy 11/12/2023
Sonífero Pesado...
Acredito que nunca tenha me deparado antes com um livro tão picotado. Nem com uma trama que mantivesse minha mente tão dispersa. A história tem potencial, mas é muito mal executada. Não sabemos nada muito além do superficial sobre os protagonistas, nunca os vemos trabalhando de verdade ou tendo uma vida de fato. Megan é uma mulher "determinada e independente" que só fica em casa trabalhando e pensando no boy e não tem família, nem amigos. Ninguém com quem conversar, com exceção de pessoas extremamente desagradáveis que não lhe dão a mínima. Já Connor trabalha com negociações (de que? Não se sabe) e tem apenas seu bestie para trocar um papo. Ambos têm uma história de fundo que justifique seus comportamentos. Porém, a autora não consegue trazer peso para esses ditos traumas.
Connor nos conta o quanto Megan estimula sua mente ou quanto os dois tem conversas incríveis... Mas nunca nos é MOSTRADO. Eles passam meses juntos que são repletos de encontros rasos, curtos e insignificantes. Eles acordam, beijam/namoram antes de ele ir ao trabalho e beijam/namoram quando ele volta. Literalmente é só isso. Ele afirma que a fé de Megan no casamento deles se esvaíra da noite para o dia, o que é óbvio, já que ela estava bêbada e não tinha senso crítico algum para concordar com um casamento. Ele garante que ela vai passar a enxergar - assim como quando estava bêbada - o quanto eles são compatíveis. Mas não há absolutamente nada que faça essa relação ser minimamente significativa ou interessante. O tal romance que ele propõe para seduzi-la é inexistente. Não há evolução da relação ou motivo para a união quando tudo que eles exalam é luxúria do princípio ao fim.
Lhe dei duas chances, mas, sinceramente, segui em frente mesmo sabendo que não iria gostar (mais para ter +1 livro lido no ano do que por esperar uma melhora). A escrita é rebuscada demais para um Chick Lit, a autora é verborrágica, não consegue transmitir emoção, conta demais ao invés de mostrar e é incapaz de justificar esses dois debiloides estarem casados. Tentei mesmo lê-lo apenas como uma historinha boba no estilo Sophie Kinsella, mas não deu. Doeu demais.