Danii 20/03/2017
"Perceba a história ao seu redor, e diga-me qual personagem irá ser. O príncipe sem encanto? A bela sem princesa? A bruxa sem magia?"
"No Encontro de uma Constante" é um livro que te enche de inspiração, de questionamentos sobre a vida e sobre o amor. Te inspira a continuar buscando aquilo que pode te completar, aquilo que irá te fazer se sentir inteiro. Te inspira a continuar procurando a sua constante, seja ela qual for, seja lá onde estiver.
"Ou é simples e eu complico. Ou é complicado e eu não quero tornar simples."
Tenho que confessar que eu enrolei durante meses para ler e resenhar esse livro, porque a minha constante por um tempo foi a tristeza, depois foi a raiva, e hoje eu nem sei o que é, para dizer a verdade. Por isso eu enrolei, eu não queria transmitir a tristeza e raiva para algo que eu sabia que gostaria, porque eu amo poesia, mesmo lendo pouco depois que comecei a ir para a faculdade e tal. Mas agora eu tomei coragem e li.
"Há situações que não podemos controlar, há dores que não podemos curar, há jogos que não podemos ganhar, há fatos que não podemos mudar."
"No Encontro de uma Constante" é um livro com uma coletânea de poesias do autor Bruno Luiz Mattos, publicado de forma independente, e, que apesar disso, o livro físico tem ótima qualidade: a capa é linda, não lembro de ter visto nenhum erro de português (o que é comum em livros independentes e até em alguns publicados por editoras, infelizmente), a diagramação é ótima, as folhas não são finas e nem brancas, o que ajuda muito a ler e não cansar os olhos (páginas brancas e finas são horríveis para ler quando bate uma claridade no livro e dá para enxergar do outro lado, odeio isso).
"Aquelas folhas brancas querem algo, esperam ser algo, são algo, esperam ser o que não eram, ter o que não tinham (...). Aquelas folhas brancas, não terão importância, se você não souber o que escrever."
E além da qualidade "física", também possui qualidade no conteúdo, por mais que em algumas poesias dê para notar uma escrita mais crua, o que não é ruim, porque também dá para notar a evolução e amadurecimento dela, sabe? E, além disso, tem linguagem simples, então dá para entender de boa (mesmo não sendo um leitor de poesia assíduo) o que o autor expressa em cada poema, as emoções, os sentimentos, as incertezas, as dúvidas, as inseguranças, as situações que envolvem amor, amizade... a vida em toda a sua simplicidade e complexidade. E assim nos sentimos ligados ao autor, talvez dê até para se identificar com algum poema.
Até pensei em achar um amor verdadeiro para ver se eu sentiria algo parecido com o que o Bruno descreve. Mas também pensei em achar um namorado e terminar um tempo depois, para poder mandar algum desses poemas para ele e fazê-lo se sentir mal e sofrer por me perder. Ok, eu sou cruel.
"Tantas pessoas sem motivos, tantos pesadelos por sonhar, tantos sonhos para consertar."
Enfim, agora, depois de ler o livro, percebi que eu não estava pronta para o ter lido ainda. Motivo? "No Encontro de uma Constante" fala muito de amor, e na boa, ultimamente eu não tenho quase nada romântico em mim. Sério, lendo alguns livros eu ficava feliz quando alguém tirava o olho de outra pessoa, ou quando a esquartejava... Eu estou gostando de coisas mais sanguinárias e não românticas nos últimos tempos, como dá para notar, por isso acho que não estava pronta.
Apesar disso eu realmente gostei desse livro, mas poderia ter apreciado mais e mergulhado mais fundo em cada verso e reflexão se estivesse mais aberta a pensar em amor e não em mortes.
Mas focando no livro e não nesse ser estranho que sou... Não leia esse livro, o saboreie, o sinta. E quando o sentir, não deixe de se questionar: O que te motiva? O que te move? O que te inspira? Qual é a sua constante?
"Os sentimentos irão entrelaçar algumas constantes, pequenas fantasias nos fazendo esquecer o mundo real, trazendo a frustração que ninguém sabe administrar."
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